Domina por toda parte uma desmoralizadora extravagância, e pessoas estão se arruinando devido ao amor à moda e à ostentação. A vida de nove décimos dos adeptos da moda é uma mentira viva. Engano, fraude, são para eles práticas diárias; pois desejam parecer aquilo que não são.
A nobreza de caráter, a gentileza, a generosidade, são negociadas para satisfação da concupiscência das coisas más. Milhares vendem a virtude para terem meios com que seguir as modas do mundo. Tal loucura, com relação às instáveis modas mundanas, deve suscitar um exército de reformadores que assumam a devida atitude em favor do vestuário simples. Satanás está sempre inventando modas que não podem ser seguidas senão mediante sacrifício de dinheiro, tempo e saúde.
Seguir o Mundo
Tendo diante de nós o quadro da desmoralização do mundo no sentido da moda, como ousam professos cristãos seguir o trilho dos mundanos? Daremos a impressão de sancionar estas desmoralizadoras modas, adotando-as? Muitos o fazem, mas é porque Cristo a esperança da glória, não está formado neles. O viver luxuoso, o trajar extravagante, são levados a tal ponto que constituem um dos sinais dos últimos dias.
Por toda parte se manifestam o orgulho e a vaidade; mas os que são inclinados
a olhar ao espelho para se admirarem a si mesmos, pouca propensão têm de contemplar a lei de Deus, o grande espelho moral. Esta idolatria do vestuário destrói tudo quanto é humilde, manso e amável no caráter. Consome as preciosas horas que deviam ser consagradas à meditação, ao exame interior, ao estudo da Palavra de Deus apoiado por oração. Na Palavra divina, tem a Inspiração registrado lições que se destinam especialmente a nosso ensino. ...
O amor às roupas compromete os meios confiados para as obras de misericórdia e beneficência, e essa extravagante exibição é roubo contra o Senhor. Nossos recursos não nos foram dados para satisfação do orgulho e amor da ostentação. Cumpre-nos ser mordomos prudentes, e vestir o nu, alimentar o faminto, e dar os nossos meios para o progresso da causa de Deus. Se queremos adornos, as graças da mansidão, da humildade, da modéstia e da prudência convêm a todas as pessoas, em todas as classes e condições da vida.
Não tomaremos nossa posição como fiéis sentinelas, reprovando por preceito e exemplo a condescendência com a dissipação e a extravagância desta degenerada época? Não daremos a nossa juventude o devido exemplo, de modo que, quer comendo quer bebendo ou fazendo outra qualquer coisa, tudo façamos para glória de Deus? Review and Herald, 12 de dezembro de 1912.
XIII. Recreação e Divertimentos
Há diferença entre recreação e divertimento. A recreação, na verdadeira acepção do termo - recriação - tende a fortalecer e construir. Afastando-nos de nossos cuidados e ocupações usuais, proporciona descanso ao espírito e ao corpo, e assim nos habilita a voltar com novo vigor ao sério trabalho da vida. O divertimento, por outro lado, é procurado com o fim de proporcionar prazer, e é muitas vezes levado ao excesso; absorve as energias que são necessárias para o trabalho útil, e desta maneira se revela um estorvo ao verdadeiro êxito da vida.
Educação, pág. 207.