Foi-me dada uma mensagem para os professores de todas as nossas escolas. Os que aceitam a sagrada responsabilidade que repousa sobre os professores precisam estar continuamente avançando em sua experiência. Não devem contentar-se em permanecer na planície, mas devem estar sempre ascendendo em direção ao Céu. Tendo nas mãos a Palavra de Deus e sendo conduzidos à diligência pelo amor às almas, devem avançar passo a passo em eficiência.
Profunda experiência cristã será associada à obra da verdadeira educação. Nossas escolas devem avançar firmemente no desenvolvimento cristão; e para fazer isto, as palavras e o exemplo do professor devem ser um constante auxílio. "Vós também, como pedras vivas", declara o apóstolo, "sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo." I Ped. 2:5. Seria bom que todo professor e aluno estudasse atentamente estas palavras fazendo a si mesmo a pergunta: Estou eu, por meio da abundante graça provida, obtendo a própria experiência que, como filho de Deus, preciso ter a fim de avançar constantemente passo a passo ao nível mais elevado?
Em todo ramo de instrução, os professores devem procurar transmitir a luz da Palavra de Deus e mostrar a importância de obedecer a um "Assim diz o Senhor". A educação deve ser de tal natureza que os alunos façam dos princípios corretos o guia de toda ação. Esta é a educação que subsistirá pelos séculos eternos.
Foram-me dadas palavras de advertência aos professores de todas as nossas escolas estabelecidas. A obra de nossas escolas deve receber um cunho diferente do que é recebido por algumas de nossas escolas mais populares. O simples estudo dos livros comuns não é suficiente; e muitos dos livros que têm sido usados são desnecessários para as escolas estabelecidas com o objetivo de preparar alunos
para a escola do alto. Como resultado, os alunos dessas escolas não estão recebendo a mais perfeita educação cristã. São negligenciados os próprios pontos de estudo que são mais necessários a fim de preparar os estudantes para enfrentarem o último grande exame, e habilitá-los para a obra missionária nos campos nacionais e estrangeiros. A educação necessária agora é a que habilitará os alunos para a obra missionária prática, ensinando-os a colocar toda faculdade sob o controle do Espírito de Deus. O livro do mais alto valor é o que contém as instruções de Cristo, o Mestre dos mestres.
O Senhor espera que nossos professores excluam de nossas escolas os livros que ensinam conceitos que não estão de acordo com Sua Palavra, e dêem lugar aos livros do mais alto valor. É o desígnio do Senhor que os professores de nossas escolas sobrepujem em sabedoria a sabedoria do mundo, porque estudam a Sua sabedoria. Deus será honrado quando os professores de nossas escolas, desde os cursos superiores até os mais baixos, revelarem ao mundo que possuem mais do que simples sabedoria humana, pelo fato de estar à sua frente o Mestre por excelência.
Nossos professores precisam estar constantemente aprendendo. Todos os reformadores devem colocar-se sob a disciplina de Deus. Sua própria vida precisa ser reformada, seu coração sensibilizado pela graça de Cristo. Todo hábito e idéia mundanos que não estão em harmonia com a vontade de Deus devem ser abandonados.
Quando Nicodemos, douto mestre em Israel, foi ter com Jesus a fim de inquiri-Lo, Cristo apresentou-lhe os princípios fundamentais. Embora ocupasse honrosa posição em Israel, Nicodemos não tinha correta noção do que devia ser um mestre em Israel. Necessitava de instrução acerca dos próprios princípios fundamentais da vida religiosa, pois não aprendera o alfabeto da verdadeira experiência cristã.
Em resposta à instrução de Cristo, disse Nicodemos: "Como pode ser isso?" Cristo replicou: "Tu és mestre de Israel e não sabes isso?" João 3:9 e 10. A mesma pergunta poderia ser feita a muitos que ocupam posições de responsabilidade
como professores, médicos e pastores, mas têm negligenciado a parte mais essencial de sua educação, que os habilitaria a lidar com as mentes humanas de maneira semelhante à de Cristo.
Na instrução que Cristo deu a Seus discípulos e às pessoas de todas as classes que vieram ouvir Suas palavras, havia aquilo que os elevava a um alto nível de pensamento e ação. Se as palavras de Cristo, em vez das palavras dos homens, fossem transmitidas aos estudantes hoje em dia, veríamos indícios de inteligência superior, de mais clara compreensão das coisas celestiais, de mais profundo conhecimento de Deus, de uma vida cristã mais pura e vigorosa. Cristo declarou: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em Mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do Céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre." João 6:47-51.
"Sabendo, pois, Jesus em Si mesmo que os Seus discípulos murmuravam a respeito disso, disse-lhes: Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos disse são espírito e vida." João 6:61-63.
Demoramos a compreender o quanto precisamos estudar as palavras de Cristo e Seus métodos de trabalho. Se os Seus ensinos fossem melhor compreendidos, grande parte da instrução que agora é ministrada em nossas escolas seria avaliada pelo seu devido valor. Ver-se-ia que muito do que agora é ensinado não desenvolve a singeleza da piedade na vida dos estudantes. A sabedoria finita receberia então menos honra, e a Palavra de Deus ocuparia uma posição mais honrosa.
Quando nossos professores estiverem verdadeiramente convertidos, terão fome de alma pelo conhecimento de Deus, e, como humildes discípulos na escola de Cristo, estudarão para conhecer Sua justiça. Retos princípios dominarão a
vida, e serão ensinados como os princípios que regem a educação celestial. Quando os professores procurarem de todo o coração introduzir corretos princípios na obra educacional, anjos de Deus estarão presentes para causar impressões no coração e na mente. Review and Herald, 7 de novembro de 1907.