"A exposição das Tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices" (Sal. 119:130) - para os que não são presunçosos, mas estão dispostos a aprender. Qual era a obra do Mensageiro dado por Deus a nosso mundo? O Filho unigênito de Deus revestiu Sua divindade com a humanidade e veio a nosso mundo como Mestre, como Instrutor, para revelar a verdade em contraste com o erro. A verdade, a verdade salvadora, jamais se debilitou em Sua língua, jamais penou em Suas mãos, mas foi claramente realçada e definida entre as trevas morais que predominam em nosso mundo. Ele deixou as cortes celestiais por causa dessa obra. Disse Ele a Seu respeito: "Para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade." João 18:37. A verdade saía-Lhe dos lábios com vigor e poder, como nova revelação. Ele era o caminho, a verdade e a vida. Sua vida, dada em favor deste mundo pecaminoso, estava repleta de fervor e de importantes resultados; pois a Sua obra era salvar almas que perecem. Ele apareceu para ser a Luz Verdadeira que resplandece entre as trevas morais da superstição e do erro, e foi apresentado por uma voz do Céu proclamando: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo." Mat. 3:17. E na transfiguração foi ouvida novamente esta voz do Céu: "Este é o Meu Filho amado; a Ele ouvi." Luc. 9:35.
"Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um Profeta semelhante a mim; a Ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda alma que não escutar esse Profeta será exterminada dentre o povo." Atos 3:22 e 23. Cristo trouxe a nosso mundo certo conhecimento de Deus, e a todos quantos receberam Sua Palavra e lhe obedeceram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. Aquele que veio de Deus ao nosso mundo deu instruções a respeito de todo assunto que é essencial que o homem saiba a fim de encontrar o
para Ele uma realidade sempre presente e que dispensa demonstração; Ele não fazia sugestões, não promovia sentimentos, noções ou opiniões, mas apresentava somente sólida verdade salvadora.
Tudo quanto não é abrangido pela verdade é mera suposição humana. Homens aparentemente elevados e sábios talvez sejam néscios à vista de Deus, e, neste caso, as sublimes e eruditas exposições de suas doutrinas, por mais que agradem e satisfaçam aos sentidos, e embora tenham sido transmitidas de um século a outro, e embaladas no berço da fé popular, constituem uma ilusão e uma falsidade se não se encontram nos inspirados ensinos de Cristo. Ele é a fonte de toda sabedoria, pois colocou-Se exatamente no mesmo nível que o Deus eterno. Em Sua humanidade, a glória da iluminação celestial incidiu diretamente sobre Ele, e dEle para o mundo, para ser refletida por todos os que O recebem e crêem nEle, mesclada com a perfeição e o brilho de Seu caráter. Se bem que Cristo Se evidenciasse distintamente em Sua personalidade humana, e apelasse para a humanidade em linguagem impressionante, mas simples, estava em tão perfeita unidade com Deus que Sua voz era revestida de autoridade, como a voz de Deus emitida do centro de glória.
No relato que o Espírito Santo o incumbiu de apresentar, João diz o seguinte a respeito de Cristo: "No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez." João 1:1-3. Este é o mais precioso desdobramento de verdade definida, lançando sua divina luz e glória sobre todos os que quiserem recebê-la. Que conhecimento mais importante pode ser obtido do que o que é comunicado no Livro que fala da queda do homem e das conseqüências do pecado que abriu as comportas da aflição em nosso mundo, e que também ensina algo sobre o primeiro advento de Cristo, como indefeso Bebê, nascido num estábulo e deitado numa manjedoura? A história de Cristo deve ser examinada, comparando uma passagem com a outra, para que compreendamos a importantíssima lição. Quais
são as condições da salvação? Como seres inteligentes, dotados de atributos e responsabilidades pessoais, podemos estar cientes de nosso futuro destino eterno; pois o relato das Escrituras transmitido por João, sob a direção do Espírito Santo, não encerra condições que não possam ser compreendidas com facilidade e que não resistam à análise mais penetrante e arguta.
Cristo era um mestre enviado por Deus, e Suas palavras não continham futilidades ou a aparência daquilo que não é essencial. Mas a força de muito ensino humano reside na afirmação, não na verdade. Os professores da atualidade só podem usar a capacidade educada de mestres anteriores; no entanto, com todo o peso da importância que possa ser conferida às palavras dos maiores autores, existe consciente incapacidade para remontá-las ao primeiro grande princípio, a Fonte de infalível sabedoria, da qual os mestre obtêm sua autoridade. Há uma penosa incerteza, uma busca incessante, um distender-se em procura das certezas que só se encontram em Deus. Pode-se tocar a trombeta da grandeza humana, mas incerto é seu sonido; não é digno de confiança, e não se pode, por ele, assegurar a salvação de almas.
Está sendo introduzido na educação um acervo de tradições, com mera aparência de verdade, o qual jamais habilitará o estudante para viver nesta vida de tal maneira que obtenha a superior vida imortal. A literatura colocada em nossas escolas, escrita por ateus e pretensos sábios, não contém a educação que os alunos devem receber. Não é essencial que eles sejam instruídos nesses aspectos a fim de se formarem nessas escolas e passarem para a escola que está no Céu. O acervo de tradições ensinadas não suporta a comparação com os ensinos dAquele que veio mostrar o caminho para o Céu. Cristo ensinava com autoridade. O Sermão da Montanha é uma admirável produção, no entanto é tão simples que uma criança pode estudá-lo sem incompreensões. O monte das bem-aventuranças é um símbolo da grande elevação espiritual em que Cristo sempre Se achava. Ele falava com uma autoridade que pertencia exclusivamente a Sua própria Pessoa. Toda frase que Ele proferia,
provinha de Deus. Era a Palavra e a Sabedoria de Deus, e sempre apresentava a verdade com a autoridade de Deus. "As palavras que Eu vos disse - disse Ele - são espírito e vida." João 6:63.
Aquilo que nos concílios do Céu o Pai e o Filho consideraram essencial para a salvação do homem foi definido desde a eternidade por meio de verdades infinitas que os seres finitos não podem deixar de compreender. Foram feitas revelações para sua educação na justiça, para que o homem de Deus possa glorificar sua própria vida e a de seus semelhantes, não somente por possuir a verdade, mas comunicando-a. "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra." II Tim. 3:16 e 17. "Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências." II Tim. 4:1-3.
Jesus não introduziu em Seus ensinos coisa alguma da ciência dos homens. Seu ensino está repleto de grandiosas, enobrecedoras e salvadoras verdades, às quais as mais elevadas ambições dos homens e suas mais esplêndidas invenções não se podem comparar; no entanto, coisas de menor importância preocupam a mente dos homens. O grande plano da redenção da raça caída foi levado a efeito na vida de Cristo em carne humana. Este plano de restaurar a imagem moral de Deus na humanidade degradada inseriu-se em todo propósito da vida e do caráter de Cristo. Sua majestade não podia mesclar-se com a ciência humana que um dia se desligará da grande fonte de toda a sabedoria. O assunto da ciência humana nunca Lhe escapou dos santos lábios. Crendo e cumprindo as palavras de Deus, Ele estava arrancando a família humana do carro de Satanás. Achava-Se atento à terrível ruína que pairava sobre a humanidade e veio
salvar almas por Sua própria justiça, trazendo ao mundo clara certeza de esperança e completo alívio. O conhecimento existente no mundo pode ser adquirido, pois todos os homens são propriedade de Deus e são usados por Ele para cumprir Sua vontade em determinados aspectos, mesmo que rejeitem o homem Cristo Jesus como seu Salvador. A maneira pela qual Deus usa os homens nem sempre é discernida, mas Ele o faz. Deus dotou os homens de talentos e capacidade inventiva, a fim de que seja efetuada a Sua grande obra em nosso mundo. As invenções da mente humana parecem proceder da humanidade, mas Deus está atrás de tudo isso. Ele fez com que fossem inventados os rápidos meios de comunicação para o grande dia de Sua preparação.
O uso que os homens têm feito de suas capacidades, fazendo mau emprego e abusando dos talentos que lhes foram dados por Deus, tem trazido confusão ao mundo. Eles substituíram a direção de Cristo pela direção do grande rebelde, o príncipe das trevas. Só o homem é responsável pelo fogo estranho que tem sido misturado com o fogo sagrado. O acúmulo de muitas coisas que promovem a concupiscência e a ambição tem trazido sobre o mundo o juízo de Deus. Quando em dificuldade, os filósofos e os grandes homens da Terra querem satisfazer a mente sem recorrer a Deus. Eles debatem sua filosofia a respeito dos céus e da Terra, explicando os flagelos, as pestilências, as epidemias, os terremotos e as fomes por sua pretensa ciência. Procurarão solver centenas de perguntas relacionadas com a criação e a providência divina, dizendo: Isto é uma lei da Natureza.
Existem leis naturais, mas elas são harmoniosas e agem de acordo com todas as operações de Deus. Quando, porém, os muitos senhores e os muitos deuses se põem a explicar os princípios e as providências de Deus, apresentando ao mundo fogo estranho em lugar do fogo divino, há confusão. O mecanismo da Terra e do Céu requer muitas faces para cada roda a fim de ver a Mão debaixo das rodas, extraindo perfeita ordem da confusão. O Deus vivo e verdadeiro é uma necessidade em toda a parte.
Em Daniel 2 é apresentada uma história muitíssimo interessante e importante. Nabucodonosor, rei de Babilônia, teve um sonho de que não conseguia lembrar-se ao acordar. "E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus" (Dan. 2:2), a quem havia exaltado e nos quais confiava, e, depois de relatar as circunstâncias, exigiu que eles lhe contassem o sonho. Os sábios ficaram cheios de terror diante do rei, pois não tinham nenhum raio de luz a respeito do sonho do rei. Só puderam dizer: "Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação. Respondeu o rei e disse aos caldeus: O que foi me tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo; mas, se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim presentes, e dádivas, e grande honra; Portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação." Dan. 2:4-6. Os sábios deram porém a mesma resposta que antes: "Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação." Dan. 2:7.
Nabucodonosor começou a ver que os homens nos quais confiava para revelarem mistérios por meio de sua jactanciosa sabedoria, o decepcionaram nessa grande perplexidade, e disse: "Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o que eu sonhei me tem escapado. Por conseqüência, se me não fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto, dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação. Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há ninguém sobre a Terra que possa declarar a palavra ao rei; ... a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne." Dan. 2:8-11. "Então, o rei muito se irou e
enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia." Dan. 2:12.
Ao ser informado desse decreto, "E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação. Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, para que pedissem misericórdia ao Deus dos Céus sobre este segredo". Dan. 2:16-18. O Espírito do Senhor repousou sobre Daniel e seus companheiros, e foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite. Ao relatar ele os fatos, o sonho avivou-se na memória do rei, e foi dada a interpretação, revelando os notáveis acontecimentos que ocorreriam na história profética.
O Senhor estava trabalhando no reino babilônico, comunicando luz aos quatro prisioneiros hebreus, para que pudesse expor Sua obra perante o povo. Ele revelaria que tinha autoridade sobre os reinos do mundo, para estabelecer reis e remover reis. O Rei dos reis estava comunicando uma grande verdade ao rei de Babilônia, avivando em seu espírito o senso de sua responsabilidade para com Deus. Ele viu o contraste entre a sabedoria de Deus e a sabedoria dos homens mais cultos de seu reino.
O Senhor deu a Seus fiéis representantes lições do Céu, e Daniel declarou diante dos grandes homens do rei de Babilônia: "Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dEle é a sabedoria e a força; Ele muda o tempo e as horas; Ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com Ele mora a luz." Dan. 2:20-22. "Há um Deus nos Céus, o qual revela os segredos; Ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias." Dan. 2:28. A glória não foi tributada aos homens que serviam de oráculos no reino; mas os que puseram toda a sua confiança em Deus, buscando graça e força e iluminação divina,
foram escolhidos como representantes do reino de Deus na perversa e idólatra Babilônia.
Os acontecimentos históricos relatados no sonho do rei eram importantes para ele; mas o sonho foi-lhe arrebatado a fim de que os sábios, por sua pretensa compreensão dos mistérios, não lhe dessem uma falsa interpretação. As lições nele ensinadas foram dadas por Deus para os que vivem em nosso tempo. A incapacidade dos sábios para revelar o sonho é uma representação dos sábios da atualidade, que não possuem discernimento, erudição e conhecimento provenientes do Altíssimo, não sendo, portanto, capazes de compreender as profecias. As pessoas mais versadas na ciência do mundo, que não estão atentas para ouvir o que Deus declara em Sua Palavra e que não abrem o coração para receber essa Palavra e transmiti-la aos outros, não são Seus representantes. Não são os grandes e sábios homens da Terra, os reis e nobres, que recebem a verdade para a vida eterna, embora esta lhes seja apresentada.
A exposição de Daniel do sonho que Deus deu ao rei resultou em honra e dignidade por ele recebidas. "Então, o rei Nabucodonosor caiu sobre o seu rosto, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e perfumes suaves. Respondeu o rei a Daniel e disse: Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos, pois pudeste revelar este segredo. Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia. E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; mas Daniel estava às portas do rei." (Dan. 2:46-49) - o lugar em que se administrava justiça, e seus três companheiros foram constituídos conselheiros, juízes e governadores no meio daquela terra. Estes homens não se encheram de vaidade, mas viram que Deus foi reconhecido acima de todos
os potentados terrestres e que Seu reino foi exaltado acima de todos os reinos do mundo, e se alegraram com isso.
Vemos, portanto, que pode ser obtido o mais alto grau de educação terrestre, sendo todavia os seus possuidores ignorantes dos princípios fundamentais que os tornariam súditos do reino de Deus. A cultura humana não pode habilitar as pessoas para esse reino. Os súditos do reino de Cristo não se tornam assim por meio de formas e cerimônias e pelo dilatado estudo de livros. "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3. Os membros do reino de Cristo são membros de Seu corpo, do qual Ele mesmo é a cabeça. São os filhos eleitos de Deus, "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." (I Ped. 2:9), a fim de proclamarem as virtudes dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
"Porque povo santo és ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há. O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos, mas porque o Senhor vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos; e dá o pago em sua face a qualquer dos que o aborrecem, fazendo-o perecer; não será remisso para quem o aborrece; em sua face lho pagará. Guarda, pois, os mandamentos, e os estatutos, e os juízos que hoje te mando fazer." Deut. 7:6-11. Se os mandamentos de Deus devem estar em vigência por milhares de gerações, isso os levará ao reino de Deus, à presença de Deus e Seus santos anjos.
Este é um argumento que não pode ser contestado. Os mandamentos de Deus durarão por todo o tempo e a eternidade. Eles nos são dados, portanto, como um fardo? - Não. "E o Senhor nos ordenou que fizéssemos todos estes estatutos, para temermos ao Senhor, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como no dia de hoje." Deut. 6:24. O Senhor deu mandamentos a Seu povo para que, obedecendo a eles, pudessem preservar sua saúde física, mental e moral. Deviam viver pela obediência; a morte é, porém, o infalível resultado da desobediência à lei de Deus.
As Escrituras do Antigo e do Novo Testamento precisam ser estudadas diariamente. O conhecimento e a sabedoria de Deus advêm ao estudante que aprende constantemente de Seus caminhos e obras. A Bíblia deve ser nossa luz, nosso educador. Quando reconhecemos a Deus em todos os nossos caminhos; quando os jovens são ensinados a crer que Deus envia do céu chuva e sol, fazendo florescer a vegetação; quando lhes é ensinado que todas as bênçãos provêm dEle, e que devem ser-Lhe prestadas ações de graça e louvor; quando com fidelidade reconhecem a Deus e desempenham seus deveres dia a dia, Deus estará em todos os seus pensamentos; podem confiar nEle quanto ao futuro, e será evitado o ansioso cuidado que traz infelicidade a tantas pessoas. "Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas." Mat. 6:33.
A primeira e grande lição de toda educação é conhecer e compreender a vontade de Deus. Durante cada um dos dias da vida, levai convosco o conhecimento de Deus. Deixai que ele absorva a mente e todo o ser. Deus deu sabedoria a Salomão, porém essa sabedoria de origem divina foi deturpada quando ele se afastou de Deus para obter sabedoria de outras fontes. Precisamos da sabedoria de Salomão depois que aprendemos a sabedoria de Alguém maior do que Salomão. Não devemos perscrutar a sabedoria humana, que é chamada loucura, para procurar verdadeira sabedoria. Instruir-se na ciência mediante a interpretação humana é obter uma falsa educação, mas aprender de Deus e Jesus Cristo é aprender a
ciência da Bíblia. A confusão educacional provém do fato de a sabedoria e o conhecimento de Deus não terem sido honrados e exaltados pelo mundo religioso. Os limpos de coração vêem a Deus em toda providência, em todo aspecto da verdadeira educação. Eles vibram à primeira aproximação da luz irradiada do trono de Deus. Aos que captarem os primeiros vislumbres do conhecimento espiritual serão feitas comunicações do Céu. Os alunos de nossas escolas devem considerar o conhecimento de Deus acima de todas as outras coisas. Unicamente o exame das Escrituras trará o conhecimento do verdadeiro Deus e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou. "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes." I Cor 1:18 e 19. "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens." I Cor. 1:25. "Mas vós sois dEle, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor." I Cor. 1:30 e 31. Special Testimonies on Education, 26 de março de 1896.