A expressão "educação superior" deve ser considerada sob um ponto de vista diferente do que tem sido encarada pelos estudantes de ciências. A oração de Cristo a Seu Pai está repleta de eterna verdade. "Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao Céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que também o Teu Filho Te glorifique a Ti, assim como Lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos Lhe deste. E a vida eterna é esta: que conheçam a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:1-3. "Porque Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois não Lhe dá Deus o Espírito por medida. O Pai ama o Filho e todas as coisas entregou nas Suas mãos. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece." João 3:34-36. O poder e a alma da verdadeira educação é o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou. "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria." Sal. 111:10.
Está escrito a respeito de Jesus: "E o Menino crescia e Se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele." Luc. 2:40. "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens." Luc. 2:52. O conhecimento de Deus constituirá uma espécie de conhecimento que será tão duradouro como a eternidade. Aprender e executar as obras de Cristo é obter uma educação verdadeira. Se bem que o Espírito Santo movia a mente de Cristo de modo que pudesse dizer a Seus pais: "Por que é que Me procuráveis? Não sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?" (Luc. 2:49), Ele trabalhou entretanto no ofício de carpinteiro como filho obediente. Revelou que tinha conhecimento de Sua obra como Filho de Deus, e, no entanto, não exaltou Seu caráter divino. Não apresentou o fato de que era divino como razão para esquivar-Se de levar o fardo dos cuidados temporais,
mas era submisso a Seus pais. Era o Senhor dos mandamentos, todavia foi obediente a todas as suas reivindicações, deixando assim um exemplo de obediência para a infância, a juventude e a idade adulta.
Se a mente se aplicar à tarefa de estudar a Bíblia para obter informação, ampliar-se-ão as faculdades do raciocínio. Submetida ao estudo das Escrituras, a mente se expande e torna-se mais bem equilibrada do que ocupando-se na obtenção de conhecimentos gerais dos livros que são usados e que não têm conexão com a Bíblia. Nenhum conhecimento é tão sólido, consistente, e de tão vasto alcance, como o que é obtido do estudo da Palavra de Deus. É a base de todo verdadeiro conhecimento. A Bíblia é como uma fonte. Quanto mais se olha para o seu interior, tanto mais profundo parece à vista. As grandiosas verdades da história sagrada possuem estupenda força e beleza, e são tão vastas como a eternidade. Nenhuma ciência se iguala à que revela o caráter de Deus. Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios, disse porém o seguinte: "Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e dirão: Só este grande povo é gente sábia e inteligente. Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que O chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós? Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos." Deut. 4:5-9.
Onde encontraremos leis mais nobres, puras e justas do que as que aparecem nos livros em que se acham registradas as instruções dadas a Moisés para os filhos de Israel? Estas
leis devem perpetuar-se através de todos os tempos para que o caráter do povo de Deus possa ser formado à semelhança divina. A lei é uma muralha protetora para os que são obedientes aos preceitos de Deus. De que outra fonte podemos obter semelhante energia ou aprender tão nobre ciência? Que outro livro ensinará os homens a amar, temer e obedecer a Deus como a Bíblia? Que outro livro apresenta aos estudantes ciência mais enobrecedora, história mais maravilhosa? Claramente retrata a justiça e vaticina a conseqüência da deslealdade à lei de Jeová. Ninguém é deixado em trevas quanto ao que Deus aprova ou desaprova. Estudando as Escrituras travamos conhecimento com Deus e somos levados a compreender nossa relação com Cristo, o qual é o portador dos pecados, o penhor, o substituto de nossa raça caída. Estas verdades dizem respeito a nossos interesses presentes e eternos. A Bíblia supera todos os livros e seu estudo é mais valioso do que o estudo de qualquer outra literatura para dar vigor e expansão à mente. Paulo declara: "Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." II Tim. 2:15. "Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para o ensinar, para a redargüir, para a corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra." II Tim. 3:14-17. "Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança." Rom. 15:4.
A Palavra de Deus é o livro mais perfeito que existe em nosso mundo. No entanto, em nossos colégios e escolas têm sido apresentados para o estudo de nossos alunos livros produzidos pela inteligência humana, e o Livro dos livros, que Deus deu aos homens como guia infalível, tem sido relegado a um plano secundário.
Produções humanas têm sido usadas como mais essenciais, e a Palavra de Deus tem sido estudada simplesmente para dar colorido a outros estudos. Isaías descreve com a linguagem mais viva as cenas da glória do Céu que lhe foram apresentadas. Em todo o seu livro ele retrata coisas gloriosas que devem ser reveladas aos outros. Ezequiel escreve: "Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do Senhor. Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, e uma grande nuvem, com um fogo a revolver-se, e um resplendor ao redor dela, e no meio uma coisa como de cor de âmbar, que saía dentre o fogo. E, do meio dela, saía a semelhança de quatro animais; e esta era a sua aparência: tinham a semelhança de um homem. E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles, quatro asas. E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés, como a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido. E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas. Uniam-se as suas asas uma à outra; não se viravam quando andavam; cada qual andava diante do seu rosto. E a semelhança do seu rosto era como o rosto de homem; e, à mão direita, todos os quatro tinham rosto de leão, e, à mão esquerda, todos os quatro tinham rosto de boi, e também rosto de águia, todos os quatro." Ezeq. 1:3-10. O livro de Ezequiel é profundamente instrutivo.
Deus designou que a Bíblia seja o Livro pelo qual possa ser disciplinado o entendimento, e guiada e dirigida a alma. Viver no mundo, e, no entanto, não ser do mundo, é um problema que muitos professos cristãos jamais resolveram em sua vida prática. O engrandecimento intelectual só advirá a uma nação à medida que os homens retornarem a sua lealdade para com Deus. O mundo está inundado de livros de informação geral, e os homens ocupam a mente no exame de histórias não inspiradas; mas negligenciam o Livro
mais admirável, que pode dar-lhes as idéias mais corretas e a compreensão mais ampla. Review and Herald, 25 de fevereiro de 1896.