Pela desobediência Adão caiu. Foi quebrantada a lei de Deus. O governo divino foi desonrado, e a justiça exigia que fosse paga a pena da transgressão.
Para salvar a raça humana da morte eterna, o Filho de Deus ofereceu-Se voluntariamente para sofrer a punição da desobediência. Unicamente pela humilhação do Príncipe do Céu podia ser removida a desonra, satisfeita a justiça, e o homem recuperar aquilo que perdera pela desobediência. Não havia outro caminho. Vir um anjo à Terra, passar pelo terreno em que Adão tropeçou e caiu, não teria bastado. Isso não poderia ter removido uma única mancha do pecado, nem proporcionado uma só hora de graça.
Cristo, igual a Deus, o resplendor da glória do Pai, "e a expressa imagem da Sua Pessoa" (Heb. 1:3), revestiu de humanidade a Sua divindade, e desceu à Terra para sofrer e morrer pelos pecadores. O unigênito Filho de Deus humilhou-Se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Trazendo em Seu corpo a maldição do pecado, colocou a felicidade e a imortalidade ao alcance de todos.
Alguém honrado por todo o Céu veio a este mundo para, revestido da natureza humana, postar-Se à cabeceira da humanidade, testificando aos anjos caídos e aos habitantes dos mundos não caídos que, pelo auxílio divino que foi provido, todos podem andar na vereda da obediência aos mandamentos de Deus. O Filho de Deus morreu por aqueles que não tinham direito ao Seu amor. Por nós sofreu Ele tudo que Satanás pôde apresentar contra Ele.
Maravilhoso - quase maravilhoso demais para que o homem o compreenda - é o sacrifício do Salvador em nosso favor, simbolizado em todos os sacrifícios do passado, em todos os rituais do santuário típico. E esse sacrifício era exigido. Quando reconhecemos que Seu sofrimento era necessário para assegurar nosso bem-estar eterno, nosso coração fica tocado e enternecido. Ele Se deu em penhor para efetuar nossa salvação plena, de modo satisfatório às reivindicações da justiça de Deus, e coerente com a exaltada santidade de Sua lei.
Ninguém menos santo do que o Unigênito do Pai, poderia ter oferecido um sacrifício que fosse eficaz para purificar a todos - mesmo os mais pecadores e degradados - os que aceitam o Salvador como sua expiação e se tornam obedientes à lei do Céu. Nada menos poderia ter restaurado o homem ao favor de Deus.
Que direito tinha Cristo de arrebatar das mãos do inimigo os cativos? - O direito de ter feito um sacrifício que satisfaz aos princípios da justiça pelos quais é governado o reino dos Céus. Veio Ele à Terra como Redentor do gênero humano perdido, para vencer o astuto inimigo e, por Sua firme fidelidade ao que é reto, salvar todos os que O aceitem como seu Salvador. Na cruz do Calvário pagou Ele o preço da redenção da raça humana. E assim adquiriu o direito de arrebatar os cativos das garras do grande enganador, que, por uma mentira, formulada contra o governo de Deus, causou a queda do homem, perdendo assim todo o direito de ser chamado súdito leal do glorioso e eterno reino de Deus.
Nosso resgate foi pago por nosso Salvador. Ninguém precisa ser escravizado por Satanás. Cristo está presente, como nosso ajudador Todo-poderoso. "Convinha que em tudo fosse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados." Heb. 2:17 e 18.
"Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome. ...E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós... cheio de graça e de verdade. ... E todos nós recebemos também da Sua plenitude, e graça por graça." João 1:11-16.
Os que são adotados na família de Deus são transformados pelo Seu Espírito. A condescendência consigo mesmo e o supremo amor do próprio eu, transformam-se em abnegação e supremo amor a Deus. Homem algum herda a santidade como direito de primogenitura, nem pode, por quaisquer métodos que planeje, tornar-Se leal a Deus. "Sem Mim", diz Cristo, "nada podeis fazer." João 15:5. A justiça humana é qual "trapos de imundícia". Mas com Deus todas as coisas são possíveis. Na força do Redentor, o fraco e erradio homem pode tornar-Se mais que vencedor do mal que o rodeia.