"Eu sou a ressurreição e a vida." João 11:25. Aquele que disse: "Dou a Minha vida para tornar a tomá-la" (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer.
Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São recipientes da vida do Filho de Deus. Por hábeis e talentosos que sejam, e grandes suas capacidades, são providos de vida da Fonte de toda a vida. É Ele a fonte, o manancial da vida. Unicamente Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e vida, poderia dizer: "Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la." João 10:18.
As palavras de Cristo: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25), foram ouvidas distintamente pela guarda romana. Todo o exército de Satanás as ouviu. E nós as compreendemos ao ouvi-las. Cristo viera para dar a vida em resgate de muitos. Como o Bom Pastor, depusera Ele a vida pelas ovelhas. Fazia
parte da justiça de Deus manter Sua lei infligindo a pena. Era esta a única maneira em que a lei podia ser mantida, e pronunciada santa, e justa e boa. Foi a única maneira pela qual ao pecado se podia dar o aspecto de muitíssimo maligno, e ser mantida a honra e a majestade da autoridade divina.
A lei do governo de Deus devia ser engrandecida pela morte do unigênito Filho de Deus. Cristo arcou com a culpa dos pecados do mundo. Nossa suficiência só se encontra na encarnação e morte do Filho de Deus. Ele pôde sofrer, porque foi sustido pela divindade. Ele pôde suportar, porque era sem uma mancha de deslealdade ou pecado. Cristo triunfou em favor do homem, ao assim suportar a justiça da punição. Ele assegurou aos homens a vida eterna, exaltando a lei e fazendo-a gloriosa.
Cristo foi investido do direito de conceder a imortalidade. A vida que Ele depusera como homem, Ele reassumiu e concedeu aos homens. "Eu vim", diz Ele, "para que tenham vida, e a tenham com abundância." João 10:10. "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia." João 6:54. "Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte d"água que salte para a vida eterna." João 4:14.
Todos os que, pela fé em Cristo, são um com Ele, alcançam uma experiência que é vida para vida eterna. "Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim, quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim." João 6:57. Esse "permanece em Mim e Eu nele". João 6:56. "Eu o ressuscitarei no último dia." João 6:54. "Porque Eu vivo, vós também vivereis." João 14:19.
Cristo tornou-Se um com a humanidade, para que a humanidade se tornasse um com Ele, em espírito e vida. Em virtude desta união, em obediência à Palavra de Deus, Sua vida torna-se a vida deles. Diz Ele aos penitentes: "Eu sou a ressurreição e a vida." João 11:25. A morte é por Cristo considerada um sono - silêncio, trevas, sono. A ela Se refere como se fosse de pouca importância. "Todo aquele que vive, e crê em Mim",
diz Ele, "nunca morrerá." João 11:26. "Se alguém guardar a Minha palavra, nunca provará a morte." João 8:52. "Nunca verá a morte." João 8:51. E para o crente, a morte é apenas questão de pouca importância. Para ele, morrer é apenas dormir. "Também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele." I Tess. 4:14.
Enquanto as mulheres faziam conhecida sua mensagem como testemunhas do Salvador ressurreto, e enquanto Jesus Se preparava para Se revelar a grande número de Seus seguidores, outra cena se desenrolava. A guarda romana tivera ensejo de ver o poderoso anjo que cantara o cântico de triunfo por ocasião do nascimento de Cristo, e ouvir os anjos que agora cantavam o hino do amor remidor. Quando lhes foi permitido contemplar a cena maravilhosa, desmaiaram e ficaram como mortos. Quando o cortejo celeste foi oculto aos seus olhos, ergueram-se e se encaminharam para a cancela do horto, tão depressa quanto seus membros vacilantes os puderam levar. Cambaleando como homens cegos ou bêbados, faces pálidas como as dos mortos, disseram àqueles com os quais se encontravam, as maravilhosas cenas que haviam testemunhado. Mensageiros os precederam rapidamente aos principais sacerdotes e príncipes, declarando, o melhor que podiam, os notáveis incidentes que haviam ocorrido.
Os guardas se encaminharam primeiro a Pilatos, mas os sacerdotes e príncipes mandaram buscá-los à sua presença. Aqueles endurecidos soldados apresentavam um aspecto estranho, ao darem seu testemunho da ressurreição de Cristo e também da multidão que com Ele havia ressurgido. Disseram aos principais sacerdotes o que tinham visto junto ao sepulcro. Não tiveram tempo para pensar ou falar senão a verdade. Mas os príncipes ficaram aborrecidos com o relato. Sabiam que se dera grande publicidade ao julgamento de Cristo, efetuando-o por ocasião da Páscoa. Sabiam que os maravilhosos acontecimentos ocorridos - a treva sobrenatural, o violento terremoto - não podiam ter ficado sem efeito, e planejaram imediatamente um modo de enganar o povo. Os soldados foram subornados, para relatar uma falsidade.