Obreiros Evangélicos

CAPÍTULO 97

Uma Sábia Distribuição de Meios

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Os membros devem contribuir alegremente para a manutenção do ministério. Devem exercer abnegação e economia, a fim de não ficar atrás em nenhum valioso dom. Somos peregrinos e estrangeiros, procurando uma pátria melhor, e toda alma deve fazer com Deus um concerto com sacrifício. O tempo de salvar almas é breve, e tudo quanto não seja necessário para prover necessidades positivas, deve ser levado como oferta de gratidão a Deus.

E é dever dos que trabalham na palavra e na doutrina manifestar um justo espírito de sacrifício. Repousa sobre aqueles que recebem os liberais donativos da igreja, e administram os meios no tesouro de Deus, uma solene responsabilidade. Cumpre-lhes estudar cuidadosamente as providências do Senhor, a fim de discernir onde existe a maior necessidade. Eles têm de ser colaboradores de Cristo no estabelecer Seu reino na Terra, em harmonia com a oração do Salvador: "Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu." Mat. 6:10.

Deve-se considerar a obra em todo o mundo. Novos campos têm de ser penetrados. Lembrem-se nossos irmãos de que se exigem muitos meios e muito trabalho árduo para levar a obra avante em novos campos.

Ao fazer planos para a causa em campos estrangeiros, há a considerar as dificuldades a serem encontradas, devendo-se prestar aos obreiros um voluntário apoio. Aqueles que se encontram à testa dos negócios na sede da causa, têm de examinar detidamente


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as necessidades dos vários campos; pois eles são os mordomos de Deus, destinados a estender a verdade, a todas as partes do mundo. Eles são inescusáveis, se permanecem em ignorância com respeito às necessidades da obra. Cumpre-lhes conhecer as vantagens e dificuldades de cada campo e depois, com um espírito de interesse altruísta, têm de trabalhar para a divulgação da causa como um todo.

Quando aqueles que têm de destinar às necessidades da obra do Senhor os meios de Seu tesouro, houverem procurado obter uma justa compreensão das condições, deverão aproximar-se do propiciatório pedindo uma clara intuição e sabedoria celestial, a fim de que vejam as necessidades dos países longínquos, bem como dos que lhes ficam mais próximos. Eles nunca hão de buscar o Senhor em vão. Ao pedirem-Lhe que os ajude a fazer avançar a obra nas regiões distantes, hão de receber graça do alto.

Manifeste-se uma desinteressada igualdade no tratar com o corpo de obreiros na pátria e no estrangeiro. Devemos compreender mais e mais que os meios trazidos ao tesouro do Senhor nos dízimos e ofertas de nosso povo, devem ser empregados para a manutenção da obra, não somente na pátria, mas nos campos estrangeiros. Os que residem em lugares onde a obra se acha há muito estabelecida, devem limitar suas supostas necessidades, de maneira que a obra em novos campos possa ir avante. Há, nas instituições já há muito estabelecidas, o desejo de obter cada vez mais vantagens. Mas o Senhor declara que não deve ser assim. O dinheiro de Seu tesouro tem de ser empregado em estabelecer a obra em todo o mundo.

Os lugares da vinha do Senhor em que pouco ou nada se tem feito, pedem àqueles em que já se acham


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estabelecidas instituições, que compreendam a situação. Que os homens dos campos que, segundo a indicação de Deus, já têm sido em grande parte trabalhados, e onde a causa se acha solidamente estabelecida, restrinjam sua ambição de estender-se. Não pensem nas grandes coisas que desejariam fazer, continuando a aumentar suas comodidades, ao passo que outras partes da vinha ficam desprovidas. É ambição egoísta que leva os homens a exigirem mais para um campo já possuidor de amplos recursos, ao passo que campos missionários se encontram em necessidade.

Se o Senhor favorece mais a obra em certos países do que em outros, é para que seja revelado um espírito de verdadeira liberalidade, um desejo de ajudar aos que necessitam grandemente de auxílio para obter uma posição estável, e dar reputação à obra. O Senhor não faz acepção de pessoas nem de lugares. Sua obra é um grande todo. Sua verdade tem de ser proclamada a toda nação, tribo, língua e povo; e, à medida que novos campos são penetrados e o povo aceita a verdade, precisam-se edificar casas de culto e edifícios escolares, bem como se devem suprir outros recursos. É mister que haja prelos em operação em muitas partes do mundo.

A obra do Senhor em novos territórios tem de ser levada avante, a uma feliz realização. Os planos de Deus têm de ser seguidos, e não as inclinações dos que quereriam reunir na região sobre que superintendem, todas as vantagens possíveis, ao passo que se esquecem de que outras partes da vinha do Senhor se acham inteiramente destituídas dessas vantagens.

Em algumas associações tem-se considerado louvável o economizarem-se meios, e apresentar um grande


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excesso no tesouro. Deus, porém, não tem sido honrado com isso. Teria sido preferível que o dinheiro assim depositado houvesse sido sabiamente empregado em manter obreiros diligentes e capazes em campos necessitados.

Em seus esforços para economizar, nossos irmãos devem cuidar em não restringir o emprego dos meios onde o mesmo, feito com sabedoria, é necessário. Para o estabelecimento de escolas e hospitais, deve-se adquirir terreno suficiente para seguir o plano que o Senhor delineou quanto a essas instituições. Devem-se tomar providências para cultura de frutas e verduras e, sempre que possível, convém comprar terras bastantes para impedir que outros edifiquem, próximo da instituição, edifícios de caráter objetável.

Por vezes, quando uma obra chegou a certo grau de desenvolvimento, e aqueles que trabalharam ativamente em benefício dela pediram, com necessidade, mais auxílio, seu pedido foi rejeitado, não lhes sendo proporcionadas as vantagens que teriam tornado sua obra eficaz. Isso lhes levou desânimo ao coração, prejudicando a causa de Deus. Os que têm tido receio de empreender a obra nas cidades grandes, pelo fato de que isso importa em trabalho ativo e no emprego de meios, precisam entender a magnitude do dom que o Senhor fez ao dar Seu Filho para salvar o mundo. Nossas cidades podem ser trabalhadas, se os homens confiarem em Deus, e trabalharem ativa e abnegadamente.

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