À medida que o fim se aproxima, o inimigo há de trabalhar com todas as suas forças para introduzir entre nós o fanatismo. Ele se regozijaria em ver adventistas do sétimo dia indo a tais extremos que fossem considerados pelo mundo como um bando de fanáticos. Contra esse perigo é-me ordenado advertir pastores e membros leigos. Nossa obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre uma base verdadeira, a firmar os pés num claro "Assim diz o Senhor".
Em 1844 tivemos de enfrentar fanatismo por todos os lados, mas sempre veio a mim a palavra: "Uma grande onda de agitação é um dano para a obra. Conservai os pés nas pegadas de Cristo." Sob grande exaltação, faz-se uma estranha obra. Há pessoas que aproveitam a oportunidade para introduzir estranhas e fantasiosas doutrinas. Assim se fecha a porta à proclamação da sã doutrina.
Os que fazem a obra do Senhor nas cidades, precisam fechar e trancar as portas contra o emocionalismo e fanatismo. Os pastores não devem publicar notícias de reuniões numa fraseologia que produza alarme. Quando o Senhor estiver pronto para maior acusação das cidades ímpias, Ele o fará saber a Seu povo. Mas isso será depois de essas cidades terem tido oportunidade de ouvir e receber a palavra que é para a vida eterna.
Nossa obra agora é esclarecer os espíritos quanto às verdades bíblicas. Portas se acham abertas para a entrada da verdade, e devemos aproveitar-nos de toda oportunidade para entrarmos em contato com as almas. Devemos expor a verdade, como Cristo fez, por muitos modos, mediante ilustrações
e parábolas; mas devemos mostrar-nos contrários a qualquer coisa de natureza fanática.
O povo deve ser ensinado a pesquisar a Palavra de Deus por si mesmo. Os pastores e mestres precisam indicar-lhes a poderosa fortaleza para a qual os justos podem correr e estar a salvo. Os que estão lidando com as grandes, sublimes verdades da Palavra, precisam mostrar sempre um espírito profundo, sincero, fervoroso, mas calmo e cheio de bom senso, para que se cale a boca dos adversários.
Os que são atentos estudantes da Palavra, seguindo a Cristo com humildade de alma, não irão a extremos. O Salvador nunca foi a extremos, nunca perdeu o domínio de Si mesmo, nunca violou as leis do bom gosto. Sabia quando convinha falar, e quando guardar silêncio. Estava sempre na posse de Si mesmo. Nunca errou no ajuizar os homens ou a verdade. Nunca foi enganado pelas aparências. Nunca levantou uma pergunta que não fosse perfeitamente apropriada, nunca deu uma resposta que não fosse bem apropriada ao caso. Fez calar os cavilosos sacerdotes, penetrando para além da superfície, e atingindo o coração, fazendo a luz no espírito e despertando a consciência.
Os que seguem o exemplo de Cristo não serão extremistas. Cultivarão a calma e a posse de si mesmos. A paz que se manifestava na vida de Cristo se patenteará na deles.