Há muita coisa na conduta dos pastores que eles podem melhorar. Muitos vêem e sentem sua falta, todavia parecem ignorar a influência que exercem. Estão conscientes de suas ações ao praticá-las, mas permitem que se lhes escapem da memória, e assim, não se corrigem.
Tornem os pastores as ações de cada dia assunto de cuidadosa reflexão e deliberado exame, com o fim de conhecerem melhor os próprios hábitos de vida. Mediante profundo exame de cada circunstância da vida diária, haveriam de conhecer melhor os próprios motivos e os princípios que os regem. Essa revisão diária de nossos atos, a ver onde a consciência aprova ou condena, é necessária a todos quantos desejam atingir a perfeição no caráter cristão. Muitos atos que passam por boas obras, mesmo atos de generosidade, quando intimamente examinados, verificar-se-á haverem sido suscitados por motivos errôneos.
Muitos recebem aplausos por virtudes que não possuem. O Perscrutador dos corações pesa os motivos, e muitas vezes ações altamente louvadas por homens são por Ele registradas como partindo de egoísmo e baixa hipocrisia. Cada ato de nossa vida, seja excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é julgado pelo Perscrutador dos corações segundo os motivos que o determinaram.
Muitos negligenciam contemplar-se no espelho que revela os defeitos do caráter; por isso existem deformidade e pecados, e são aparentes aos outros, se não compreendidos pelos que se acham em falta.
O aborrecível pecado do egoísmo existe em alto grau, mesmo em alguns que professam ser devotados à causa de Deus. Se eles comparassem seu caráter com os requisitos dEle, especialmente com a grande norma, a santa lei de Deus, verificariam, sendo estudantes sinceros e honestos, que estão terrivelmente em falta. Mas muitos não estão dispostos a olhar interiormente para perceberem a depravação do próprio coração. Acham-se em falta em muitos, muitos aspectos, e todavia permanecem em voluntária ignorância de sua culpa.
Aquele que compreende bem o próprio caráter, que conhece de perto o pecado que mais facilmente o assalta, e as tentações mais capazes de o vencer, não se deve expor desnecessariamente, e convidar a tentação, colocando-se em terreno inimigo. Se o dever o chama a um lugar onde as circunstâncias não são muito favoráveis, ele terá especial auxílio de Deus, e assim poderá ir plenamente protegido para um combate com o inimigo.
O conhecer-se a si mesmo salvará a muitos de cair em graves tentações, e evitará muitas inglórias derrotas. Para nos conhecermos bem a nós mesmos, é essencial analisarmos fielmente os motivos e princípios de nossa conduta, comparando nossas ações com a norma de dever revelada na Palavra de Deus.