São necessários homens independentes, fervorosamente esforçados, não homens maleáveis como argila. Os que querem seu trabalho ao alcance das mãos, que pretendem determinada quantidade de serviço e salário fixo, e desejam experimentar um trabalho adequado sem o incômodo da adaptação ou treino, não são os homens que Deus chama para trabalhar em Sua causa. O homem, que, se a necessidade requer, não saiba adaptar suas aptidões a quase qualquer lugar, não é homem para o tempo atual. Os homens que Deus deseja ligar a Sua causa não são frouxos e sem fibra, sem músculos ou força moral de caráter. ...
Homens há que se lisonjeiam de que poderiam fazer algo de grande e bom, se tão-somente as circunstâncias fossem outras, ao passo que não fazem uso das faculdades que já têm, trabalhando nos encargos que a providência lhes proveu. O homem pode criar suas circunstâncias, mas as circunstâncias nunca devem criar o homem. O homem deve aproveitar as circunstâncias como instrumentos seus para seu trabalho. Deve ele dominar as circunstâncias, mas jamais permitir que as circunstâncias o dominem. A independência individual e o poder individual são as qualidades agora necessárias. O caráter individual não precisa ser sacrificado, mas deve ser ajustado, cultivado, enobrecido. ...
A causa de Deus requer homens de golpe de vista, e capazes de agir pronta e energicamente no momento oportuno. Se esperais para medir cada dificuldade e pesar cada perplexidade que encontrardes, bem pouco haveis de realizar. Encontrareis dificuldades e obstáculos a cada passo, e deveis, com propósito firme, decidir vencê-los, ou do contrário sereis por eles vencidos.
Vezes há em que vários meios e fins, métodos diversos de operação quanto à obra de Deus
equivalem-se mais ou menos em nosso espírito; é exatamente então que se faz mister o melhor critério. E se alguma coisa se faz para esse fim, deve ser feita no momento oportuno. A mais leve inclinação do peso na balança deve ser notada, decidindo imediatamente a questão. Muita demora fatiga os anjos. É mesmo mais desculpável tomar uma decisão errada, às vezes, do que ficar sempre a vacilar, hesitando ora para uma, ora para outra direção. Maior perplexidade e mal resultam de hesitar e duvidar assim, do que de agir às vezes muito apressadamente.
Tem-me sido mostrado que as mais assinaladas vitórias e as mais terríveis derrotas se têm decidido em minutos. Deus requer ação pronta. Demoras, dúvidas, hesitações e indecisão dão muitas vezes toda vantagem ao inimigo. ...
O fazer as coisas em tempo pode ser um bom argumento em favor da verdade. Perdem-se freqüentemente vitórias devido a tardanças. Haverá crises nesta causa. A ação pronta e decisiva no momento oportuno conquistará gloriosos triunfos, ao passo que dilações e negligências darão em resultado grandes fracassos e positiva desonra para Deus. Movimentos rápidos no momento crítico, desarmam muitas vezes o inimigo, o qual fica decepcionado e vencido, pois esperara dispor de tempo para delinear planos e operar mediante artifícios. ...
A maior prontidão é positivamente necessária na hora do perigo. Cada plano pode estar bem assentado para dar resultados certos, e todavia uma demora bem pequena é capaz de fazer com que as coisas assumam aspecto inteiramente diverso, e os grandes objetivos que poderiam ter sido alcançados perdem-se por falta de golpe de vista rápido e de decisão pronta.
Muito se pode fazer no sentido de exercitar a mente para vencer a indolência. Há ocasiões em que se tornam necessárias cautela e grande deliberação; a precipitação seria loucura. Mas mesmo nesses casos, muito se tem perdido por demasiada hesitação. Exige-se até certo ponto, cautela; mas a hesitação e a prudência em determinadas ocasiões, têm sido mais desastrosas do que teria sido um fracasso devido à precipitação. Testimonies, vol. 3, págs. 496-498.
Alguns há que, durante algum tempo, são bem-sucedidos na luta contra seus desejos egoístas quanto a prazeres e comodidade. São sinceros e fervorosos, mas fatigam-se do esforço prolongado, da morte diária, do incessante incômodo. A indolência parece convidativa; repulsiva a morte do próprio eu; e cerram os sonolentos olhos, e caem no poder da tentação, em lugar de resistir-lhe.
As orientações apresentadas na Palavra de Deus, não deixam margem para transigências com o mal. O Filho de Deus manifestou-Se a fim de atrair todos os homens a Si. Ele não veio para embalar o mundo e fazê-lo dormir, mas para indicar o caminho estreito em que devem caminhar todos os que hajam de alcançar finalmente as portas da cidade de Deus. Seus filhos devem seguir o caminho aberto por Ele; seja qual for o sacrifício da comodidade ou da satisfação egoísta, seja qual for o preço em trabalho e sofrimento, devem eles manter batalha constante contra o próprio eu.