Obreiros Evangélicos

CAPÍTULO 81

Métodos Deficientes

OE - Pag. 381  

Há muitos homens de espírito bom, inteligentes relativamente às Escrituras, cuja utilidade é grandemente prejudicada por seus métodos deficientes de trabalho. Alguns dos que se empenham na obra de salvar almas, deixam de obter os melhores resultados, porque não executam cabalmente a obra que iniciaram com muito entusiasmo. Outros se apegam tenazmente a idéias preconcebidas, dando-lhes preeminência, deixando por isso de conformar seus ensinos com as necessidades reais do povo. Muitos não compreendem a necessidade de se adaptarem às circunstâncias, e ir ao encontro do povo. Não se identificam com aqueles a quem desejam auxiliar em atingir a norma bíblica do cristianismo. Alguns deixam de ter êxito, porque confiam unicamente no poder do argumento, e não clamam sinceramente a Deus em busca de Sua sabedoria para dirigi-los, e de Sua graça para lhes santificar os esforços.

Os pastores devem ter cuidado em não exigir demasiado dos que se encontram ainda às apalpadelas nas trevas do erro. Devem fazer bem o seu trabalho, confiando em que Deus comunicará aos pesquisadores interessados a misteriosa e vivificante influência do Seu Santo Espírito, sabendo que, sem isso, seus esforços são infrutíferos. Cumpre-lhes ser pacientes e sábios no lidar com o espírito das pessoas, lembrando-se de quão múltiplas são as circunstâncias que têm desenvolvido tais traços de caráter nos indivíduos. Devem-se guardar estritamente, também para que o eu não tome a supremacia, e Jesus seja deixado à margem da questão.


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Alguns pastores deixam de ter êxito, porque não consagram inteiramente seu interesse à obra, quando muito depende de um esforço persistente e bem dirigido. Não são verdadeiros obreiros; não prosseguem em sua obra fora do púlpito. Eles faltam ao dever de ir de casa em casa, e trabalhar sabiamente no círculo da família. Necessitam de cultivar aquela rara cortesia cristã que os tornaria bondosos e cheios de consideração para com as almas ao seu cuidado, trabalhando por elas em verdadeira sinceridade e fé, ensinando-lhes o caminho da vida.

Há no ministério homens que obtêm aparente êxito dominando os espíritos por meio de influência humana. Eles jogam à vontade com as emoções, fazendo os ouvintes chorar, e dentro de alguns minutos rir. Com um trabalho desta espécie, muitos são, por impulso, levados a professar a Cristo, e supõe-se haver um maravilhoso reavivamento; mas, ao sobrevir a prova, o trabalho não perdura. Os sentimentos são despertados, e muitos são levados com a onda que parece dirigir-se para o Céu; mas, na forte corrente da tentação, volvem atrás, como um galho flutuante. O obreiro se engana a si mesmo, e extravia seus ouvintes.

Os pastores se devem acautelar para não impedir os desígnios de Deus com planos próprios. Muitos se acham em perigo de amesquinhar a obra de Deus, e limitá-la a certas localidades, e não cultivar especial interesse pela causa em todos os seus vários departamentos.


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Alguns há, que concentram a mente sobre um assunto, com exclusão de outros que podem ser de igual importância. São homens de uma única idéia. Toda a energia de seu ser se concentra sobre o assunto em que a mente é exercitada no momento. Esse tema favorito é a sua preocupação, seja pensando, seja a palestrar. Todas as outras considerações se perdem de vista. Toda a prova que se relaciona com aquele assunto, é ansiosamente apreendida, sendo considerada por tanto tempo, que as mentes se fatigam em segui-la.

Alguns pastores cometem o erro de pensar que o sucesso depende de arrastar uma grande congregação pelo aparato exterior, anunciando depois a mensagem da verdade em estilo teatral. Isso, porém, é empregar fogo comum, em lugar de fogo sagrado ateado por Deus. O Senhor não é glorificado por essa maneira de trabalhar. Não por meio de notícias sensacionais e dispendiosas exibições, há de Sua obra ser levada a cabo, mas seguindo os métodos de Cristo. "Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." Zac. 4:6. É a verdade nua que, qual espada aguda de dois gumes, corta de ambos os lados, despertando para a vida espiritual os que se acham mortos em ofensas e pecados. Os homens hão de reconhecer o evangelho, quando este lhes for apresentado em harmonia com os desígnios de Deus.

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