Obreiros Evangélicos

CAPÍTULO 24

As Relações Sociais

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A utilidade do pastor jovem, casado ou solteiro, é muitas vezes anulada pela amizade que lhe manifestam as jovens. Essas mulheres não imaginam que outros olhos as observam, e que sua maneira de agir pode tender a prejudicar a influência do pastor a quem elas dão tanta atenção. Se atendessem estritamente às leis da discrição, seria muito melhor para elas, e para o pastor. Sua falta nesse sentido, coloca o pastor em posição desagradável, e faz com que outros o julguem injustamente.

Mas a responsabilidade dessa questão pesa sobre os próprios pastores. Cumpre-lhes manifestar desgosto por tais atenções; e, se tomarem a atitude que Deus quer, não continuarão a ser perturbados. Eles devem evitar toda aparência do mal; e quando as moças são muito sociáveis, é dever do pastor dar-lhes a conhecer que isso não agrada. Deve repelir a ousadia, mesmo que o julguem rude, a fim de salvar da censura a causa. As jovens que se houverem convertido à verdade, e a Deus, darão ouvidos à reprovação, e se regenerarão.

Gracejos, piadas e conversas profanas pertencem ao mundo. Os cristãos que possuem a paz de Deus no coração, serão alegres e felizes, sem condescender com a frivolidade. Enquanto vigiam em oração, hão de possuir uma serenidade e uma paz que os eleve acima de tudo o que é supérfluo.


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O mistério da piedade, desvendado ao espírito do ministro de Cristo, erguê-lo-á acima dos divertimentos terrenos e sensuais. Será participante da natureza divina, havendo escapado à corrupção que pela concupiscência, há no mundo. A comunhão estabelecida entre Deus e sua alma, torná-lo-á frutífero no conhecimento da vontade de Deus, e abrirá diante dele tesouros de assuntos práticos, que pode apresentar ao povo, os quais não despertarão frivolidade, nem a sombra de um sorriso, mas infundirão solenidade aos pensamentos, tocarão o coração, e despertarão as sensibilidades morais para os sagrados direitos que Deus tem sobre as afeições e a vida. Os que trabalham na palavra e doutrina, devem ser homens de Deus, de coração e vida puros. Testimonies, vol. 3, pág. 241.

Estão surgindo jovens para entrar na obra de Deus, alguns dos quais mal têm qualquer senso da santidade e responsabilidade dessa obra. Pouca experiência têm no exercício da fé, na sincera fome de alma pelo Espírito de Deus, a qual sempre traz frutos. Alguns homens de boas aptidões, os quais poderiam ocupar posições importantes, não sabem de que espírito são. Vão vivendo numa maneira jovial, tão naturalmente como as águas correm morro abaixo. Falam tolices, brincam com as jovens, ao mesmo tempo que estão ouvindo quase diariamente as verdades mais solenes e mais de molde a comover a alma. Esses homens têm uma religião mental, mas o coração não está santificado pelas verdades que ouvem. Esses nunca podem conduzir outros à Fonte das águas vivas, enquanto delas não beberem eles próprios.


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Não é tempo agora para a leviandade, vaidade e frivolidade. Presto encerrar-se-ão as cenas da história terrestre. Precisam mudar-se as mentes abandonadas ao sabor dos pensamentos. Diz o apóstolo Pedro: "Cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo." I Ped. 1:13-16.

Os pensamentos irrefreados precisam ser reunidos e concentrados em Deus. Os próprios pensamentos devem estar em sujeição à vontade de Deus. Não se devem fazer nem esperar elogios; pois isto tem a tendência de fomentar a confiança própria em vez de promover a humildade; de corromper em lugar de purificar. Os homens realmente habilitados, e que sentem ter uma parte a desempenhar em relação com a obra de Deus, sentir-se-ão premidos sob o senso da santidade da obra, tal como um carro sob os molhos. Agora, eis o tempo de fazer os mais fervorosos esforços para vencer os sentimentos naturais do coração carnal. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 399 e 400.

Quando um pastor que apresenta a solene mensagem de advertência ao mundo, recebe as hospitaleiras gentilezas de amigos e irmãos, negligencia os deveres de pastor do rebanho, e é descuidoso em seu exemplo e conduta, entretendo com os jovens fúteis conversações, gracejos e pilhérias, e relatando anedotas humorísticas para despertar o riso, ele é


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indigno de ser ministro do evangelho, e necessita converter-se antes de lhe ser confiado o cuidado das ovelhas e cordeiros. Os pastores que são negligentes quanto aos deveres que competem a um fiel pastor, dão provas de que não se encontram santificados pelas verdades que apresentam a outros, e não devem ser mantidos como obreiros na vinha do Senhor, enquanto não tiverem elevado sentimento da santidade da obra do pastor. Testimonies, vol. 3, pág. 233.

O ministro de Cristo deve ser homem de oração, homem de piedade; alegre, mas nunca vulgar e rude, gracejador ou frívolo. O espírito de frivolidade pode-se harmonizar com a profissão de palhaço e ator, mas se acha inteiramente abaixo da dignidade do homem que é escolhido para interpor-se entre os vivos e os mortos, e ser um porta-voz de Deus.

O mistério da piedade, desvendado à mente do ministro de Cristo, elevá-lo-á acima das alegrias terrestres e sensuais. Ele será participante da natureza divina, havendo escapado da corrupção que, pela concupiscência, há no mundo. A comunicação estabelecida entre Deus e a sua alma torná-lo-á fecundo no conhecimento da vontade de Deus, e desvendar-lhe-á tesouros de assuntos práticos que poderá apresentar ao povo, os quais não produzirão leviandades nem suscitarão sorrisos, mas solenizarão a mente, tocarão as cordas do coração, e despertarão o senso moral para os sagrados reclamos que Deus tem pelos sentimentos e a vida. Os que trabalham pregando e doutrinando devem ser homens de Deus, puros de coração e vida.

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