Obreiros Evangélicos

CAPÍTULO 95

Reuniões de Negócios

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Em todas as nossas reuniões de negócios, bem como nas religiosas e sociais, queremos ter Jesus ao nosso lado como guia e conselheiro. Não se tenderá à leviandade onde se reconhecer a presença do Salvador. O próprio eu não se fará saliente. Haverá um reconhecimento da importância da obra que se tem de fazer. Um desejo de que os planos a serem feitos sejam dirigidos por Aquele que é poderoso em conselho.

Se acaso fossem abertos os nossos olhos, veríamos anjos do Céu em nossas assembléias. Se nos fosse dado compreender isto, não haveria desejo de apegar-nos às nossas opiniões sobre pontos sem importância, o que tantas vezes retarda o andamento das reuniões e da obra. Se se fizessem mais orações verdadeiras, se mais consideração solene fosse dada a assuntos de valor, mudar-se-ia o tom de nossas reuniões de negócios, tornando-se mais elevado. Todos sentiriam que a assembléia se convocou para delinear planos para a divulgação da obra, e que o objetivo desta é unicamente salvar almas.

Tudo quanto fazemos e dizemos é transferido para os livros do Céu. Não sejamos culpados de fazer descer a obra de Deus ao nível das transações de negócios comuns. Nossa norma deve ser alta; nosso espírito, elevado.

Há sempre alguns que, quando seus irmãos estão empurrando para diante, pensam ser seu dever puxar para trás. Fazem objeções a tudo que é proposto,


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e combatem todo plano que não partiu deles próprios. Há ali ocasião para as pessoas desenvolverem uma indevida confiança em si mesmas. Nunca aprenderam na escola de Cristo a preciosa e todo-importante lição de se tornar manso e humilde. Não há nada mais difícil para os que são dotados de vontade forte, do que desistir de suas idéias, e submeter-se ao juízo dos outros. É-lhes duro tornar-se suscetíveis de ensino, brandos e cordatos.

É importante, em nossas reuniões de negócios não se perder precioso tempo em debater pontos de pouca importância. O hábito da crítica mesquinha não deve ser alimentado, pois deixa os espíritos perplexos e confundidos, e envolve em mistério as coisas mais claras e simples. Se existir entre os irmãos aquele amor, que os leva a estimar os outros acima de si mesmos, cederão suas próprias idéias e desejos ante os dos outros. É nosso dever estudar, a cada dia e a cada hora a maneira em que podemos atender à oração de Cristo, de que Seus discípulos sejam um, assim como Ele e o Pai são um. Preciosas são as lições que se podem aprender por manter diante de nós a oração de nosso Salvador, e fazer a nossa parte para cumprir Seu desejo.

Na parte de negócios que se ligam à obra de Deus, e na prática das coisas sagradas, nunca seremos demasiado cuidadosos no guardar-nos contra o espírito de irreverência; nunca, nem por um instante, deve a Palavra de Deus ser empregada de maneira fraudulenta, para levar adiante um ponto que estamos ansiosos de ver triunfar. A honra, a integridade e a verdade precisam ser guardadas, custe o que custar ao próprio eu. Todo nosso pensamento, palavra e ação deve ser submetido à vontade de Cristo.


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A leviandade é descabida em reuniões em que a solene obra e Palavra de Deus são consideradas. Pediu-se em oração que Cristo presidisse à reunião, e comunicasse Sua sabedoria, Sua graça e justiça. Será coerente tomar uma decisão que ofenderá a Seu Espírito, e será contrária a Sua obra?

Conservemos em mente que Jesus Se acha em nosso meio. Então a assembléia será penetrada, da parte do Espírito de Deus, por uma influência que eleva e controla. Manifestar-se-á aquela sabedoria "do alto", que é "primeiramente, pura, depois, pacífica, ... cheia de misericórdia e de bons frutos" (Tia. 3:17), a qual não pode errar. Em todos os planos e decisões deve haver aquela caridade que "não busca os seus interesses"; que "não suspeita mal"; que "não folga com a injustiça, mas folga com a verdade"; que "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". I Cor. 13:5-7.

Que cada um dos que se assentam em concílios e reuniões de comissões escreva no coração as palavras: Estou trabalhando para o tempo e a eternidade; eu sou responsável perante Deus pelos motivos que me levam à ação. Seja esta a sua divisa. Seja sua a oração do salmista: "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios. Não inclines o meu coração para o mal." Sal. 141:3 e 4. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 198.

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