Conselhos Professores, Pais e Estudantes

CAPÍTULO 69

A Educação Como Preparo Para o Serviço

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XIV. Preparo Missionário

Com um exército de obreiros como o que nos poderia fornecer nossa juventude devidamente preparada, quão depressa não seria levada a todo o mundo a mensagem de um Salvador crucificado, ressurgido e prestes a vir!

A Educação Como Preparo Para o Serviço

O verdadeiro objetivo da educação é habilitar homens e mulheres para o serviço, mediante o desenvolver e pôr em ativo exercício todas as suas faculdades. O trabalho em nossos colégios e escolas missionárias se devia fortificar de ano para ano; pois neles deve nossa juventude ser preparada a fim de sair para o serviço do Senhor como eficientes obreiros. O Senhor convida os jovens a entrarem em nossas escolas, habilitando-se rapidamente para o serviço ativo. O tempo é breve. Necessitam-se por toda parte obreiros para Cristo. Insistentes persuasões devem ser apresentadas aos que deviam estar agora empenhados em diligente esforço em favor do Mestre.

Nossas escolas foram estabelecidas pelo Senhor; e caso sejam dirigidas em harmonia com Seus desígnios, os jovens a ela enviados preparar-se-ão prontamente para empenhar-se nos vários ramos da obra missionária. Alguns se habilitarão a ir para o campo como enfermeiros missionários, outros como colportores, outros como evangelistas, e outros ainda como pastores. Uns deverão preparar-se para tomar conta de escolas de igreja, onde as crianças aprenderão os primeiros princípios da educação. Essa é uma obra muito importante, exigindo grande habilidade e cuidadoso estudo.


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Satanás está buscando desviar homens e mulheres dos retos princípios. Inimigo de todo bem, ele deseja ver as criaturas humanas educadas de maneira que exerçam influência do lado do erro, em lugar de empregar os talentos de que são dotados para benefício dos semelhantes. E multidões que professam pertencer à verdadeira igreja de Deus estão sendo levadas por seus enganos. Estão sendo levadas a desviarem-se de seu concerto com o Rei dos Céus.

Os sinais indicativos da proximidade da vinda de Cristo estão rapidamente se cumprindo. O Senhor chama nossos jovens a trabalharem como colportores e evangelistas, a fazerem trabalho de casa em casa em lugares em que a verdade ainda não foi proclamada. Ele fala aos nossos jovens, dizendo: "Não sois de vós mesmos... porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." I Cor. 6:19 e 20. Os que saem a trabalhar sob a guia do Mestre serão admiravelmente abençoados.

O Senhor chama voluntários que tomem firme posição ao Seu lado, comprometendo-se a ligar-se a Jesus de Nazaré no realizar a obra que precisa ser efetuada agora, mesmo agora. Os talentos do povo de Deus devem ser empregados na proclamação da última mensagem de misericórdia ao mundo. O Senhor pede aos que se acham ligados a nossas escolas, clínicas e casas editoras que ensinem os jovens a fazer obra evangelística. Nosso tempo e dinheiro não devem ser usados por tal modo no estabelecimento de hospitais, indústrias de alimentos, mercearias e restaurantes, que outros ramos da obra sejam negligenciados. Rapazes e moças que se devem ocupar no ministério, na obra bíblica e na colportagem, não devem ser ligados a empregos mecânicos.


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É para fortalecer os jovens contra as tentações do inimigo, que estabelecemos escolas onde se possam habilitar para ser úteis nesta vida, e para o serviço de Deus através da eternidade. Os que têm em vista unicamente a glória de Deus, desejarão ardentemente habilitar-se para um serviço especial; pois o amor de Cristo exercerá sobre eles uma influência dominante. Esse amor comunica mais que transitória energia, e qualifica os seres humanos para realizações divinas.

O Trabalho de Cristo Pela Humanidade

A obra dos que amam a Deus tornará manifesto o caráter de seus motivos, pois a salvação daqueles por quem Cristo pagou infinito preço será o objetivo de seus esforços. Todas as outras considerações - lar, família, satisfação própria - serão postas em segundo lugar em relação à obra de Deus. Seguirão o exemplo dAquele que manifestou Seu amor pelo homem caído, deixando a bem-aventurança celeste e a homenagem dos anjos, para vir a este mundo. O Salvador trabalhou com incansável esforço a fim de ajudar as criaturas humanas. Não Se deteve ante nenhum sacrifício, não hesitou em face de nenhuma abnegação; por amor de nós, Ele tornou-Se pobre, para que, pela Sua pobreza, nós nos pudéssemos tornar ricos. A compaixão que sentia pelos perdidos levou-O a buscá-los onde eles se achavam. E Seus colaboradores precisam trabalhar como Ele trabalhava, não hesitando em procurar os caídos, não julgando demasiado pesado nenhum esforço, nenhum sacrifício extremo, contanto que possam ganhar almas para Cristo. Aquele que quiser ser eficiente obreiro de Deus, precisa estar disposto a suportar o que Cristo suportou, ir ao encontro dos homens como Ele foi.


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Unicamente a educação que põe o estudante em íntima relação com o grande Mestre é verdadeira. Os jovens devem ser ensinados a olhar a Cristo como seu guia. Devem ser-lhes ensinadas lições de paciência e confiança, da verdadeira bondade e benevolência de coração, de perseverança e firmeza. Seu caráter deve corresponder às palavras de Davi: "Para que nossos filhos sejam, como plantas, bem desenvolvidos na sua mocidade; para que as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas, como colunas de um palácio." Sal. 144:12.

O aluno convertido quebrou a cadeia que o ligava ao serviço do pecado, colocando-se na devida relação para com Deus. Seu nome acha-se inscrito no livro da vida do Cordeiro. Ele se encontra na solene obrigação de renunciar ao mal, e pôr-se sob a jurisdição do Céu. Cumpre-lhe, mediante fervorosa oração, apegar-se a Cristo. Negligenciar essa devoção, recusar este serviço, é tornar-se o brinquedo das astúcias de Satanás.

Enquanto está cultivando a mente, o aluno deve cultivar também retidão de coração e lealdade para com Deus, a fim de desenvolver um caráter semelhante ao de José. Então, desdenhará o pensamento de ceder à tentação, temendo manchar sua pureza. Como Daniel, resolverá ser fiel aos princípios, e fazer o melhor emprego das faculdades com que Deus o dotou.

Longos Cursos de Estudo

Muitos pensam que, a fim de preparar-se para um serviço aceitável, precisam fazer longo curso de estudo sob a direção de instruídos professores em alguma escola do mundo. Assim precisam fazer, é certo, caso desejem adquirir o que o


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mundo chama educação. Nós, porém, não dizemos aos jovens: Estudai, estudai, mantendo o cérebro continuamente nos livros. Nem lhes dizemos: Precisais passar o tempo na escola, adquirindo o que se chama "educação superior". A causa de Deus necessita de obreiros experientes. Mas não devemos pensar que precisamos subir ao mais elevado grau de conhecimento em todos os ramos do saber. O tempo é breve, e cumpre-nos trabalhar zelosamente por almas. Se os alunos estudarem com diligência e oração a Palavra de Deus, encontrarão o conhecimento de que necessitam.

Não é necessário que todos conheçam várias línguas; necessário é, porém, que todos tenham experiência nas coisas de Deus. Não digo que não deva haver estudo de línguas. Elas devem ser estudadas. Não demorará muito até que haja positiva necessidade de muitos abandonarem a pátria indo trabalhar entre povos de outras línguas; e os que tiverem conhecimentos das mesmas serão capazes de pôr-se em comunicação com os que não conhecem a verdade.

O Caráter dos Professores

O bem-estar, a felicidade e a vida religiosa das famílias com quem os jovens se acham ligados, a prosperidade e piedade da igreja de que são membros, dependem grandemente da educação religiosa que eles recebem em nossas escolas. Em razão de haverem sido essas escolas estabelecidas para tão alto e santo fim, os mestres devem ser homens e mulheres cuja vida seja purificada pela graça de Cristo, de espírito culto e finas maneiras. E devem possuir um vívido senso dos perigos desta época e da obra que se deve realizar a fim de


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preparar um povo que subsista no dia de Deus. Cumpre-lhes seguir sempre uma direção que se imponha ao respeito dos alunos. Os jovens têm o direito de esperar que um professor cristão alcance elevada norma, e julgá-lo-ão severamente, caso ele o não faça.

Os mestres de nossas escolas precisam manifestar paciência, sabedoria e amor como o de Cristo. Virão para a escola alunos que não têm objetivo nenhum definido, nem princípios determinados, nem percepção do direito de Deus a seu respeito. Estes precisam ser despertados para suas responsabilidades. É preciso ensiná-los a apreciarem as oportunidades que lhes são oferecidas e a tornarem-se exemplos de diligência, sobriedade e préstimo. Sob a influência de sábios professores, os indolentes podem ser levados a erguer-se, os irrefletidos a se tornarem sérios. Mediante esmerados esforços, o menos promissor dos alunos se pode por tal forma preparar e disciplinar, que saia da escola com elevados princípios, apto a ser um bem-sucedido portador de luz por entre as trevas do mundo.

Há necessidade de pacientes e conscienciosos professores para despertar esperança e aspiração na juventude, para ajudá-los a estimar as possibilidades que se acham diante deles. Há necessidade de professores que exercitem seus alunos em efetuar serviço para o Mestre; que os levem de um a outro ponto em realizações intelectuais e espirituais. Os mestres devem esforçar-se por avaliar a grandeza de sua obra. Precisam ampliar a visão; pois essa obra iguala, em importância, à do ministro cristão. Com perseverante fé, têm de apegar-se ao Infinito, dizendo como Jacó: "Não Te deixarei ir, se me não abençoares." Gên. 32:26.


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Oferecendo a Deus o Melhor

Os alunos devem oferecer a Deus nada menos que o melhor que lhes seja possível dar. O esforço mental se tornará mais fácil e mais satisfatório à medida que se aplicarem à tarefa de compreender as coisas profundas de Deus. Cada um deve decidir não ser um aluno de segunda categoria, nem deixar que outros pensem por ele. Deveria dizer: "Aquilo que outros conseguiram em conhecimentos e na Palavra de Deus, hei de eu alcançar mediante diligentes esforços." Ele deve estimular as melhores faculdades do espírito e, com o senso da sua responsabilidade perante Deus, fazer o melhor que possa a fim de vencer as dificuldades. E, quanto possível, convém-lhe procurar a companhia dos que são capazes de o ajudar, de reconhecer-lhe os erros e pô-lo alerta quanto à indolência, a pretensão e superficialidade no trabalho.

O verdadeiro motivo do serviço deve ser mantido perante os alunos. O preparo que recebam deve ser de molde a ajudá-los a desenvolver-se em homens e mulheres úteis. Todos os meios que os ergam e enobreçam, devem ser empregados. Devem ser ensinados a usar suas faculdades em harmonia com a vontade de Deus. A influência exercida por uma vida verdadeira e pura, deve ser de contínuo mantida aos olhos deles. Isto os ajudará em seu preparo para o serviço. Tornar-se-ão dia a dia mais fortes, mais bem preparados, mediante a graça de Cristo e o estudo de Sua Palavra, para desenvolver agressivos esforços contra o mal.

Nenhum outro conhecimento é tão firme, tão coerente, de tão vasto alcance, como o que se obtém do estudo da Palavra de Deus. Aí está a fonte de todo verdadeiro conhecimento.

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