O exemplo de Jesus é uma luz para os jovens, do mesmo modo que é para os de idade mais amadurecida; pois a infância e a juventude, que Ele viveu, são um tipo representativo. Desde Sua mais tenra idade, era perfeito o Seu exemplo. Como criancinha, foi obediente aos pais bem como às leis da Natureza; "e a graça de Deus estava sobre Ele". Luc. 2:40.
Jesus não dedicava, como tantos jovens, o tempo a diversões. Estudava a Palavra até familiarizar-se com seus textos. Mesmo na infância, Sua vida e todos os hábitos estavam em harmonia com as Escrituras, e era hábil no manejo das mesmas. ... Além da palavra escrita, Jesus estudava o livro da Natureza, deleitando-Se nas belas coisas de Sua criação. Tomava terno interesse em todas as várias alegrias e sofrimentos da humanidade. Identificava-Se com todos - com o fraco e desamparado, com o humilde e necessitado e com o aflito.
Em Seus ensinos, tirava Cristo ilustrações do grande tesouro dos laços e afeições de família, bem como da Natureza. O desconhecido era ilustrado pelo conhecido; sagradas e divinas verdades, pelas coisas naturais e terrestres, com as quais o povo se achava mais familiarizado. Essas eram as coisas que lhes falariam ao coração, e mais profunda impressão lhes produziriam no espírito.
As palavras de Cristo deram aos ensinos da Natureza um novo aspecto, tornando-os nova revelação.
Era-Lhe possível falar daquilo que Suas próprias mãos haviam feito; pois essas coisas possuíam qualidades e propriedade que Lhe eram peculiares. Em a Natureza, como nas sagradas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, acham-se reveladas divinas e importantes verdades; e em Seus ensinos, Jesus desnudou-as perante o povo, adornadas com a beleza das coisas naturais. ...
Interpretadas por Jesus, a flor e o arbusto, a semente semeada e a semente colhida, encerravam lições de verdade, do mesmo modo que a planta a brotar da terra as continha. Ele apanhava o belo lírio e o colocava nas mãos das crianças e dos jovens; e enquanto eles Lhe contemplavam o rosto juvenil, iluminado com a luz do semblante de Seu Pai, ensinava-lhes a lição: "Olhai para os lírios do campo, como eles crescem [na simplicidade da beleza e graça naturais]; não trabalham nem fiam. E Eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles." Em seguida, veio a segura promessa: "Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?" Mat. 6:28-30. ...
Em Sua obra como ensinador público, Cristo nunca perdeu de vista as crianças. Quando cansado com o burburinho e a confusão da populosa cidade, fatigado do contato com homens astuciosos e hipócritas, o espírito foi-Lhe serenado e encontrou descanso no convívio de inocentes criancinhas. Sua presença jamais as intimidava. Seu grande coração de amor compreendia-lhes as provações e necessidades, e encontrava satisfação em suas singelas alegrias; tomava-as nos braços, e abençoava-as.
Nessas crianças trazidas a Ele, via Jesus os homens e mulheres de amanhã, os quais deviam ser herdeiros de Sua graça e súditos do Seu reino. Alguns deles se tornariam mártires por amor dEle. Sabia que essas crianças haviam de escutá-Lo e aceitá-Lo como Redentor, muito mais prontamente do que os adultos, muitos dos quais eram sábios segundo o mundo, e tinham endurecido o coração. Em Seu ensino, descia ao nível dos pequeninos. Ele, a Majestade do Céu, não desdenhava responder a suas perguntas, simplificando Suas importantes lições a fim de atingir-lhes o infantil entendimento. Semeava nessas mentes em expansão as sementes da verdade, as quais, em anos posteriores, viriam a brotar e produzir frutos para a vida eterna.
Pais e mestres, Jesus ainda está a dizer: "Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a Mim." Mat. 19:14. São eles os mais suscetíveis aos ensinos do Cristianismo; têm o coração aberto a influências de piedade e virtude, bem como forte para reter as impressões recebidas. Special Testimonies on Education, págs. 62-66.
Desenvolver a mente e o coração dos jovens, não lhes prejudicando o crescimento por indevido controle de uma mente sobre outra, exige tato e entendimento. Necessitam-se professores capazes de lidar sabiamente com os diferentes aspectos do caráter; prontos a ver e aproveitar ao máximo as oportunidades de fazer o bem; que sejam dotados de entusiasmo, aptos para ensinar e para inspirar pensamentos, avivar energias e comunicar ânimo.