IX. Recreação
"Quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus." Col. 3:17.
Como Luzes no Mundo
É desígnio de Deus manifestar por meio de Seu povo os princípios de Seu reino. A fim de que lhes seja possível revelar esses princípios na vida e no caráter, Ele deseja separá-los dos costumes, hábitos e práticas do mundo. Procura levá-los mais perto de Si, de modo a poder dar-lhes a conhecer Sua vontade. O desígnio de Deus para Seu povo hoje é o mesmo que tinha para Israel quando os tirou do Egito. Contemplando a bondade, a misericórdia, a justiça e o amor de Deus revelados em Sua igreja, deve o mundo ver a representação de Seu caráter. E, quando a lei divina for assim exemplificada na vida, o próprio mundo reconhecerá a superioridade dos que amam, temem e servem a Deus, sobre todos os outros povos do mundo.
Os adventistas, acima de todos os povos, devem ser modelos de piedade, puros de coração e de linguagem. Foram-lhes confiadas as mais solenes verdades já confiadas a mortais. Toda dotação de graça, poder e eficiência lhes foi liberalmente proporcionada. Eles aguardam a próxima volta de Cristo nas nuvens do céu. Darem eles ao mundo a impressão de que sua
fé não exerce poder dominante em sua vida, é desonrar grandemente a Deus.
Em razão do crescente poder das tentações de Satanás, os tempos em que vivemos se acham plenos de perigo para os filhos de Deus, e cumpre-nos aprender continuamente do grande Mestre, de modo a dar todo passo com segurança e em justiça. Assombrosas cenas estão se desdobrando diante de nós; e em tal tempo, é preciso que a vida do professo povo de Deus seja um testemunho vivo, de modo que o mundo veja que, neste século, quando o mal espalha-se por toda parte, ainda existe um povo que põe de lado a própria vontade para buscar fazer a vontade de Deus - povo em cujo coração e vida se acha escrita a Sua lei.
Representantes de Cristo
Deus espera que os que usam o nome de Cristo O representem. Seus pensamentos devem ser puros; suas palavras, nobres e próprias para elevar. A religião de Cristo deve entretecer-se em tudo quanto eles façam ou digam. Devem ser um povo purificado e santo, comunicando luz a todos com quem se puserem em contato. É Seu intento que, exemplificando esse povo a verdade na própria vida, seja na Terra um louvor. A graça de Cristo é suficiente para efetuar isso. Lembre-se, porém, o povo de Deus, que unicamente quando crer e puser por obra os princípios do evangelho, poderá realizar os desígnios divinos. Só ao consagrar ao serviço de Deus as aptidões que dEle recebeu, há de fruir a plenitude e o poder da promessa em que a Igreja é chamada a firmar-se.
Antes de Cristo sair para o último conflito, que devia travar com os poderes das trevas, ergueu os olhos ao Céu, orando
pelos discípulos. Disse: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como Eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade." João 17:15-17.
Os seguidores de Cristo devem separar-se do mundo em princípios e em interesses; não se devem, porém, isolar do mundo. O Salvador misturava-Se constantemente com os homens, não para os animar em qualquer coisa que não estivesse em harmonia com a vontade de Deus, mas para os elevar e enobrecer. "Por eles Me santifico a Mim mesmo", declarou Ele, "para que também eles sejam santificados." João 17:19. Assim o cristão deve habitar entre os homens para que o aroma do amor divino seja como o sal a preservar o mundo da corrupção.
Força na Oração
Diariamente cercado de tentação, sofrendo a contínua oposição dos guias do povo, Cristo sabia dever fortalecer Sua humanidade pela oração. Para que fosse uma bênção aos homens, precisava comungar com Deus, suplicar energia, perseverança e firmeza. Assim mostrou Ele aos Seus discípulos o esconderijo de Sua força. Sem essa diária comunhão com Deus, nenhuma criatura humana poderá conseguir poder para o serviço. Cristo unicamente pode dirigir corretamente os pensamentos. Só Ele pode comunicar nobres aspirações, e moldar o caráter segundo a semelhança divina. Se dEle nos aproximarmos em fervorosa oração, encher-nos-á o coração de elevados e santos desígnios, e de profundos anseios de pureza e justiça. Os perigos que se adensam ao nosso redor, exigem dos que possuem alguma experiência nas coisas de Deus cuidadosa vigilância. Os que andam
humildemente diante do Senhor, sem confiança na própria sabedoria, compreenderão o próprio perigo, e conhecerão o cuidado mantenedor de Deus.
O poder de uma vida mais elevada, mais pura e nobre, eis nossa grande necessidade. O mundo observa a ver que fruto é produzido pelos professos cristãos. Ele tem o direito de esperar abnegação e espírito de sacrifício da parte dos que acreditam em uma avançada verdade. Está atento, pronto a criticar aguda e severamente nossas palavras e atos. Todos quantos desempenham uma parte na obra de Deus são pesados nas balanças do juízo humano. Estão-se produzindo constantemente impressões favoráveis ou desfavoráveis à religião bíblica no espírito de todos com quem temos de tratar.
Deus e os anjos estão observando. O Senhor deseja que Seu povo manifeste pela vida que vive a vantagem do cristianismo sobre a mundanidade; manifeste agir em plano mais elevado e santo. Ele anseia vê-los mostrar que a verdade que receberam os tornou filhos do celeste Rei. Anela torná-los condutos através dos quais possa vazar Seu ilimitado amor e misericórdia.
Com anelante desejo, Cristo aguarda ver-Se manifestado em Sua igreja. Quando o caráter do Salvador for perfeitamente reproduzido em Seu povo, então Ele virá a requerer os Seus. É o privilégio de todo cristão, não somente aguardar, mas apressar a vinda de nosso Senhor. Estivessem todos quantos Lhe professam o nome dando frutos para Sua glória, e quão pronto o mundo inteiro estaria semeado com o evangelho! Pronto estaria amadurecida a última grande colheita, e Cristo havia de vir.