O Lar Adventista

CAPÍTULO 73

Nossas Necessidades Sociais

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XVI. O Lar e suas Relações Sociais

Nossas Necessidades Sociais

Deus e Nossas Necessidades Sociais

Nos arranjos para a educação do povo escolhido manifesta-se o fato de que a vida centralizada em Deus é uma vida de perfeição. Cada necessidade que Ele implantou, providencia para que seja satisfeita; cada faculdade comunicada, procura Ele desenvolver.

Como o Autor de toda beleza, sendo Ele próprio amante do belo, Deus proveu o necessário para satisfazer em Seus filhos o amor do belo. Também providenciou para as suas necessidades sociais, para a associação amável e edificante, que tanto faz para que se cultive a simpatia e se ilumine e dulcifique a vida. Educação, pág. 41.

A Influência do Companheirismo

Todos encontrarão companheiros ou os farão. E exatamente na medida da força da amizade, será o grau de influência exercida pelos amigos uns nos outros, para bem ou para mal. Todos terão amigos, e influenciarão e serão influenciados. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 585.

A Palavra de Deus acentua grandemente a influência das companhias, mesmo nos homens e nas mulheres. Quanto maior não será seu poder no espírito e no caráter em formação das crianças e jovens! As companhias que têm, os princípios que adotam, os hábitos que formam, decidirão quanto a serem ou não úteis aqui, bem como seu futuro destino. ...

É inevitável que os jovens tenham companheiros, e hão de necessariamente sentir a influência dos mesmos. Há misteriosos laços que ligam as almas entre si; de modo que o coração de um responde ao coração do outro. Um recebe as idéias, os sentimentos, o espírito do outro. Esta associação pode ser uma


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bênção ou uma maldição. Os jovens podem auxiliar-se e fortalecer-se uns aos outros, melhorando no comportamento, na disposição, no conhecimento; ao contrário, se se permitem a si mesmos tornar-se descuidosos e infiéis, podem exercer uma influência desmoralizadora. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 220.

Com razão se tem dito: "Dize-me com quem andas, e te direi quem és." O jovem deixa de compreender quão afetados são ao mesmo tempo seu caráter e sua reputação, pela escolha que faz de companheiros. A pessoa busca a companhia daqueles cujos gostos, hábitos e modo de proceder, têm afinidades com os seus. Os que preferem a sociedade dos ignorantes e viciosos à dos sábios e bons, mostram ser defeituoso seu próprio caráter. Seus gostos e hábitos podem a princípio ser inteiramente diversos dos hábitos e gostos daqueles cuja companhia procuram; à medida, porém, que se misturam com essa classe, seus pensamentos e sentimentos mudam; sacrificam os princípios retos e, insensivelmente, mas de maneira inevitável, descem ao nível de seus companheiros. Assim como um rio sempre participa da propriedade do solo através do qual corre, do mesmo modo os princípios e hábitos dos jovens se mancham invariavelmente com o caráter dos companheiros com que se associam. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 221.

Tendências do Coração Natural

Fosse a juventude persuadida a associar-se com os puros, os refletidos e amáveis, muito salutar seria o efeito. Caso se escolham companheiros que temam ao Senhor, a influência induzirá à verdade, ao dever, à santidade. Uma vida verdadeiramente cristã é uma força para o bem. Por outro lado, porém, os que se acompanham com homens e mulheres de moral duvidosa, ou de maus costumes e princípios, dentro em breve estarão andando nos mesmos caminhos. As tendências do coração natural são descendentes. Os que convivem com os céticos tornar-se-ão em breve céticos também; os que


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preferem a companhia dos vis, com certeza tornar-se-ão vis por sua vez. Andar no conselho dos ímpios é o primeiro passo para deter-se no caminho dos pecadores e sentar-se na roda dos escarnecedores. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 585.

Para a juventude mundana o amor da sociedade e do prazer torna-se uma paixão absorvente. Vestir-se, conversar, tolerar o apetite e as paixões e girar em torno de dissipação social parece ser o grande objetivo da existência. Eles se sentem infelizes se deixados em solidão. Seu principal desejo é serem admirados e adulados e provocar sensação na sociedade; e quando este desejo não é satisfeito, a vida parece insuportável. Testimonies, vol. 5, pág. 112.

Os que amam a sociedade freqüentemente cultivam este traço, até que ele se torne uma paixão dominante. ... Eles não podem suportar a leitura da Bíblia e contemplar as coisas celestiais. Sentem-se infelizes a menos que haja algo que os estimule. Não têm dentro de si o poder de ser felizes, mas para o serem dependem da companhia de outros jovens tão insensatos e imprudentes quanto eles mesmos. As faculdades que podiam ser dedicadas a nobres fins eles as dedicam a loucuras e dissipação mental. Testimonies, vol. 4, pág. 624.

Bênçãos da Sociabilidade Cristã

A sociabilidade cristã é na verdade bem pouco cultivada pelo povo de Deus. ... Os que se encerram em si mesmos, que são avessos a se desdobrarem para beneficiar os outros mediante amigável convívio, perdem muitas bênçãos; pois mediante o contato mútuo os espíritos são polidos e refinados; por meio do intercâmbio social formam-se relações e amizades que dão em resultado certa unidade de coração e uma atmosfera de amor que agradam ao Céu.

Os que provaram o amor de Cristo, em especial, devem desenvolver aptidões sociais, pois dessa maneira podem ganhar almas para o Salvador. Cristo não deve ficar oculto


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no coração deles, encerrado como cobiçado tesouro, sagrado e aprazível, a ser desfrutado apenas por eles próprios; tampouco deve o amor de Cristo ser manifestado unicamente para com aqueles que lhes agradam à fantasia. Cumpre ensinar os estudantes a cultivar o traço cristão de um bondoso interesse, uma disposição sociável para com aqueles que se encontram em mais necessidade, embora não sejam os companheiros de sua preferência. Em todo tempo e lugar, Jesus manifestava amorável interesse pela humanidade, irradiando em torno de Si a luz da piedade. Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 437 e 438.

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