A Espécie de Marido que não se Deve Ser
Encargo Duplo para a Esposa
Há na maioria das famílias filhos de várias idades, alguns dos quais necessitam não somente a atenção e sábia disciplina da mãe, mas também a mais severa, embora afetuosa, influência do pai. Poucos pais consideram esta questão na sua devida importância. Eles negligenciam o próprio dever e assim acumulam pesados encargos sobre a mãe, ao mesmo tempo que se sentem em liberdade de criticá-la e condenar-lhe as ações segundo o seu julgamento. Sob este senso opressor de responsabilidade e censura, a pobre esposa e mãe não raro experimenta culpas e remorsos pelo que fez inocente ou ignorantemente, e freqüentemente quando fizera o que melhor lhe fora possível nas circunstâncias. Contudo quando seus exaustivos esforços deviam ser apreciados e aprovados e ela sentir-se alegre, é ao contrário obrigada a andar sob uma nuvem de pesar e condenação porque seu esposo, ao mesmo tempo que ignora o próprio dever, espera que ela cumpra a parte de ambos de maneira satisfatória, sem considerar as circunstâncias desfavoráveis. Signs of the Times, 6 de dezembro de 1877.
Muitos maridos não compreendem e não apreciam suficientemente os cuidados e perplexidades que suas esposas suportam, geralmente confinadas o dia todo à incessante rotina dos deveres domésticos. Freqüentemente eles retornam ao lar com a fisionomia carregada, não trazendo alegria ao círculo da família. Se a refeição não saiu na hora, a fadigada esposa, que é a um tempo, faxineira, enfermeira, cozinheira e ama, é saudada com censuras. O marido exigente
pode condescender em tomar dos cansados braços da mãe a criança impertinente para que ela possa apressar o alimento da família; mas se a criança está inquieta, esperneia nos braços do pai, dificilmente ele compreenderá ser seu dever desempenhar o papel de ama e procurar acalmá-la. Ele não se demora a considerar quantas horas a mãe suportou a inquietude da criança, mas chama impaciente: "Mamãe, tome o seu filho." Não é de ambos o filho? Não está ele sob a natural obrigação de aceitar sua parte do fardo de criar os filhos? Signs of the Times, 6 de dezembro de 1877.
Ditatorial e Dominador
Tua vida seria muito mais feliz se não sentisses que estás investido de absoluta autoridade porque és marido e pai. Tua conduta mostra que interpretas mal tua posição de marido, isto é, laço de união do lar. És nervoso e ditatorial e muitas vezes manifestas grande falta de senso, de maneira que em qualquer tempo que considerares tua conduta nessas ocasiões, ela não pode parecer razoável para com tua esposa e teus filhos. Uma vez havendo tomado uma posição, raramente te mostras disposto a dela afastar-te. Estás determinado a executar teus planos, quando muitas vezes não estás seguindo reto curso e devias notá-lo. O que necessitas é mais, muito mais, de amor, de longanimidade, e menos de determinação de seguir tua maneira de sentir tanto em palavras como em obras. No curso que estás agora perseguindo, em vez de seres um laço de união da família, serás como um torno para comprimir e martirizar a outros. ...
Procurando forçar outros a seguir tuas idéias em todo sentido, muitas vezes fazes maior mal do que se abrisses mão desses pontos. Isto é verdade mesmo quando tuas idéias são corretas em si mesmas, mas não o são em muitas coisas; eles são sobrecarregados como resultado das
peculiaridades de tua administração; assim inculcas as coisas erradas de maneira forte e irrazoável. Carta 19a, 1891.
Tens pontos de vista peculiares com respeito à condução da família. Exerces um poder independente, arbitrário, que não permite liberdade de opiniões em torno de ti. Pensas que és suficiente para ser a cabeça em tua família e entendes que tua cabeça é suficiente para mover cada membro, como uma máquina funciona nas mãos do operador. Ditas e assumes autoridade. Isto desagrada o Céu e fere os santos anjos. Tens-te conduzido em tua família como se unicamente fosses capaz de autogoverno. Ofendes-te se tua esposa se aventura a opor-se a tuas opiniões ou questione tuas decisões. Testimonies, vol. 2, pág. 253.
Irritadiços e Rixentos
Maridos, dai a vossas esposas uma oportunidade para sua vida espiritual. ... No que respeita a muitos a disposição de irritar-se é encorajada até que se tornam como crianças grandes. Não deixam este aspecto de sua vida infantil para trás. Acariciam esses sentimentos até que limitam e restringem o curso da vida por suas lamuriosas reclamações. E não somente sua própria vida, mas a vida de outros também. Levam consigo o espírito de Ismael, cuja mão era contra todos e a mão de todos contra ele. Carta 107, 1898.
Egoístas e Mal-humorados
O irmão B não é de um temperamento que leve alegria a sua família. Aqui está um bom lugar para ele começar a trabalhar. Ele é mais como uma nuvem do que como um raio de luz. É por demais egoísta para dizer palavras de aprovação a sua família, especialmente a um dentre os outros que deve ter seu amor e terno respeito. É mal-humorado, despótico, ditatorial; suas palavras freqüentemente são cortantes,
e deixam uma ferida que ele não procura sarar suavizando o espírito, reconhecendo suas faltas e confessando o erro praticado. ...
O irmão B precisa abrandar-se; deve ele cultivar o refinamento e cortesia. Deve ser muito terno e amável para com sua esposa, que é sua igual em todos os sentidos; não deve proferir palavras que lancem sombra sobre o seu coração. Ele deve começar a obra de reforma no lar; deve cultivar a afeição e vencer os traços rudes e ásperos, insensíveis e egoístas de seu temperamento. Testimonies, vol. 4, págs. 36 e 37.
O esposo e pai retraído, egoísta, despótico, não somente é infeliz em si mesmo, como lança sombras sobre todos os que o cercam em casa. Ele há de colher o resultado vendo a esposa desalentada e doentia, e os filhos manchados pelos desagradáveis traços de caráter. A Ciência do Bom Viver, págs. 374 e 375.
Um Marido Egoísta e Intolerante
Esperas demasiado de tua esposa e filhos. Censuras demais. Se encorajasses em vós mesmo um temperamento alegre e feliz e lhes falasses bondosa e ternamente, levarias para teu lar luz em vez de sombras, tristezas e infelicidade. Preocupas-te demasiado com tua opinião; tomas posições extremas, e não tens permitido que tua esposa tenha no seio de tua família o peso que deveria ter. Não tens encorajado o teu próprio respeito por tua esposa nem educado os filhos para que lhe respeitem o julgamento. Não a tendes feito tua igual, antes tens tomado em tuas mãos as rédeas do governo e controle, e as tens mantido firmemente. Não possuis disposição de afeição e simpatia. Necessitas cultivar esses traços de caráter se queres ser um vencedor e se desejas as bênçãos de Deus em tua família. Testimonies, vol. 4, pág. 255.
Que Despreza a Cortesia Cristã
Tens considerado como fraqueza o ser bondoso, terno e compassivo, pensando ser abaixo de tua dignidade falar terna, gentil e amavelmente a tua esposa. Aqui erras no conceito do que seja a verdadeira varonilidade e dignidade. A disposição de deixar por praticar atos de bondade, é manifestar fraqueza e defeito de teu caráter. Aquilo que olhas como fraqueza, Deus considera verdadeira cortesia cristã, que deve ser praticada por todo cristão; pois foi esse o espírito manifestado por Cristo. Testimonies, vol. 4, pág. 256.
Os Maridos Devem Merecer Amor e Afeição
Se o marido é tirânico, exigente, criticando os atos da esposa, não pode ele manter seu respeito e afeição, e a relação matrimonial lhe tornar-se- á odiosa. Não amará o marido, pois ele não procura tornar-se amável. Devem os maridos ser cuidadosos, atentos, constantes, fiéis e compassivos. Devem manifestar amor e simpatia. ... Quando o marido tem a nobreza de caráter, a pureza de coração, a elevação de espírito que deve possuir todo verdadeiro cristão isso será manifesto na relação matrimonial. ... Ele procurará conservar a esposa com boa saúde e ânimo. Esforçar-se-á por falar palavras de conforto, criar uma atmosfera de paz no círculo familiar. Manuscrito 17, 1891.