O Lar Adventista

CAPÍTULO 18

Deveres e Privilégios dos Cônjuges

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Deveres e Privilégios dos Esposos

Jesus não Impõe o Celibato

Os que consideram a relação matrimonial como uma das sagradas ordenanças de Deus, guardada pelo Seu santo preceito, serão controlados pelos ditames da razão. Solemn Appeal, pág. 139.

Jesus não impõe o celibato a qualquer classe de homens. Ele veio não para destruir a sagrada relação matrimonial, mas para exaltá-la e restaurá-la em sua santidade original. Ele olha com prazer para a relação de família onde o amor sagrado e altruísta é a força dominante. Manuscrito 126, pág. 1.903.

O Casamento é Legítimo e Santo

Não é nenhum pecado em si o comer e beber, ou casar-se e dar-se em casamento. Era correto casar no tempo de Noé, e é correto fazê-lo agora, desde que isto que é correto seja tratado convenientemente e não levado a pecaminoso excesso. Mas nos dias de Noé os homens casavam sem consultar a Deus ou buscar Sua guia e conselho. ...

O fato de que todas as relações da vida são de natureza transitória devia exercer uma influência modificadora sobre tudo que fazemos e dizemos. Nos dias de Noé foi o amor desordenado excessivo daquilo que era em si mesmo legítimo quando usado com propriedade que tornou o casamento pecaminoso aos olhos de Deus. Há muitos que estão perdendo a alma nesta época do mundo por se deixarem absorver por pensamentos de casamento e na relação matrimonial em si. Review and Herald, 25 de setembro de 1888.

A relação matrimonial é santa, mas neste século degenerado encobre violências de toda espécie. Dela se tem abusado e ela tem-se tornado um crime que agora constitui um dos


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sinais dos últimos dias, tal como nos dias anteriores ao dilúvio o casamento, tratado como o foi, tornara-se então um crime. ... Quando a natureza sagrada do casamento e seus altos propósitos são compreendidos, será mesmo agora aprovado pelo Céu; e o resultado será felicidade para ambas as partes, e Deus será glorificado. Testimonies, vol. 2, pág. 252.

Os Privilégios da Associação Matrimonial

Os que professam ser cristãos... devem considerar devidamente o resultado de cada privilégio da associação matrimonial, e princípio santificado deve ser a base de toda ação. Testimonies, vol. 2, pág. 380.

Em inúmeros casos os pais... têm abusado de seus privilégios matrimoniais, e pela condescendência têm fortalecido suas paixões animais. Testimonies, vol. 2, pág. 391.

Evitar Excessos

É o levar ao excesso o que é lícito, o que o torna grave pecado. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 574.

Muitos pais não obtêm o conhecimento que deviam em sua vida conjugal. Não se guardam para que Satanás não se aproveite deles, controlando-lhes a mente e a vida. Não vêem que Deus requer que eles controlem sua vida conjugal, evitando qualquer excesso. Bem poucos, porém, sentem ser um dever religioso reger as próprias paixões. Uniram-se em matrimônio ao objeto de sua escolha, e daí raciocinam que o casamento santifica a condescendência com as paixões inferiores. Mesmo homens e mulheres que professam piedade dão rédea solta a suas paixões de concupiscência, e nem pensam que Deus os considera responsáveis pelo dispêndio da energia vital que lhes enfraquece o poder na vida e enerva-lhes todo o organismo. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 267.


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Abnegação e Temperança

Oh! se eu pudesse fazer todos compreenderem sua obrigação para com Deus quanto a conservar a estrutura mental e física nas melhores condições a fim de prestarem serviço perfeito a seu Criador! Refreie-se a esposa cristã, tanto por palavras como por atos, de despertar as paixões animais do marido. Muitos não têm absolutamente forças para desperdiçarem nessa direção. Desde sua juventude têm enfraquecido o cérebro e minado sua constituição em virtude da satisfação dos apetites animais. Abnegação e temperança, eis o que devia constituir sua divisa na vida conjugal. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 272.

Estamos sob solenes obrigações a Deus de conservar puro o espírito e sadio o corpo, para que possamos ser um benefício para a humanidade e render a Deus perfeito serviço. O apóstolo pronuncia estas palavras de advertência: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências." Rom. 6:12. Ele nos anima a avançar dizendo que "todo aquele que luta de tudo se abstém". I Cor. 9:25. Exorta todos que se dizem cristãos a apresentarem o seu corpo como "sacrifício vivo, santo e agradável a Deus". Rom. 12:1. Diz ainda: "Subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado." I Cor. 9:27. Testimonies, vol. 4, pág. 381.

Não é um amor puro o que leva um homem a tornar sua esposa instrumento para servir a sua carnalidade. É a paixão animal que clama por satisfação. Quão poucos os homens que manifestam seu amor na maneira indicada pelo apóstolo: "Como também Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela, para [não poluí-la, mas] a santificar, purificando-a" ... para a apresentar... santa e irrepreensível."Efés. 5:25-27. Tal é, nas relações conjugais, o amor que Deus reconhece como santo. O amor é um princípio puro e santo; a paixão luxuriosa, porém, não admitirá restrição, e não será


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ditada pela razão ou por ela controlada. É cega às conseqüências; não raciocina de causa para efeito. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 268.

Por que Busca Satanás Debilitar o Autocontrole

Satanás procura rebaixar a norma de pureza e enfraquecer o autocontrole dos que se casam, porque sabe que enquanto as paixões subalternas estão em ascendência, as faculdades morais se tornam seguramente mais fracas, e ele não precisa preocupar-se com o seu crescimento espiritual. Ele sabe também que de nenhuma outra maneira pode estampar melhor a sua própria imagem odiosa na descendência deles, e que assim pode moldar mais facilmente o caráter dos filhos do que o caráter dos pais. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 130.

Resultados do Excesso

Homens e mulheres, um dia aprendereis o que seja a concupiscência e os frutos de a satisfazer. Pode-se encontrar no casamento paixão de tão baixa qualidade, como fora dele. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 268.

Qual o resultado de dar livre curso às paixões inferiores? ... O leito conjugal, onde anjos de Deus devem estar presentes, é profanado por práticas perversas. E porque domina deprimente animalismo, os corpos são corrompidos; práticas abomináveis levam a enfermidades abomináveis. O que Deus deu como uma bênção tem-se feito uma maldição. Manuscrito 1, 1888.

O excesso sexual destruirá com efeito o amor para com os cultos devocionais, tirará do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, vindo positivamente a debilitar a vitalidade. Mulher alguma deve ajudar o marido nesta obra de autodestruição. Ela não o fará caso esteja esclarecida, e tenha por ele verdadeiro amor.

Quanto mais condescendência houver com as paixões animais, tanto mais fortes se tornarão elas, e mais violentos


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serão seus reclamos quanto à satisfação. Que os homens e mulheres tementes a Deus despertem para o seu dever. Muitos professos cristãos sofrem de paralisia de nervos e cérebro, devido a sua intemperança neste sentido. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 272.

Os Maridos Devem Mostrar Consideração

Os maridos devem ser cuidadosos, atenciosos, constantes, fiéis e compassivos. Devem manifestar amor e simpatia. Se cumprirem as palavras de Cristo, seu amor não será de baixa natureza, terreno; de caráter sensual que leve à destruição do próprio corpo, e debilidade e enfermidade à esposa. Não serão condescendentes para com a satisfação de baixas paixões, fazendo ouvir a esposa que ela deve ser sujeita ao marido em tudo. Quando o esposo tem a nobreza de caráter, a pureza de coração, a elevação de espírito que cada cristão deve possuir, isto se revelará na associação matrimonial. Se ele tem a mente de Cristo, não será um destruidor do corpo, mas estará cheio de terno amor, procurando alcançar a mais elevada norma em Cristo. Manuscrito 17, 1891.

Quando se Instala a Desconfiança

Homem algum amará verdadeiramente a sua esposa quando ela se submete pacientemente a tornar-se sua escrava, e servir a suas depravadas paixões. Em sua passiva submissão, ela perde o valor que outrora possuía aos olhos dele. Ele a vê degradada de tudo quanto era elevado, para um baixo nível; e não demora a que suspeite que ela se submeta com a mesma passividade a ser degradada por outro assim como por ele. Duvida-lhe da constância e pureza, cansa-se dela, e busca novos objetos para despertar e intensificar suas paixões infernais. A lei de Deus não é considerada. Tais homens são piores que os animais; são demônios em forma humana. Não conhecem os elevados, enobrecedores princípios do amor verdadeiro e santificado.


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Também a esposa fica ciumenta do marido, e suspeita que, em havendo oportunidade, ele com a mesma prontidão dirigiria a outra, da mesma maneira que a ela, suas atenções amorosas. Vê que ele não é regido pela consciência ou o temor de Deus; todas essas santas barreiras são derribadas pelas paixões concupiscentes; tudo quanto é no marido semelhante a Deus, torna-se servo da concupiscência embrutecedora e vil. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 269 e 270.

Solicitações Irrazoáveis

A questão a ser assentada agora, é: Há de a esposa sentir-se obrigada a ceder implicitamente às exigências do marido, quando ela vê que coisa alguma senão a paixão vil o domina, e quando sua razão e discernimento se acham convencidos de que ela o faz com dano do próprio corpo que Deus lhe ordenou possuir em santificação e honra, conservar como um sacrifício vivo para Deus?

Não é amor puro e santo o que leva a esposa a satisfazer às propensões animais do esposo, com prejuízo da saúde e da vida. Caso ela tenha verdadeiro amor e sabedoria, procurará desviar-lhe a mente da satisfação das paixões impuras para assuntos elevados e espirituais, falando sobre assuntos espirituais interessantes. Talvez seja necessário insistir humilde e afetuosamente, mesmo com risco de o desagradar, em que ela não pode desonrar seu corpo, cedendo a excessos sexuais. Deve, bondosa e ternamente, lembrar-lhe que Deus tem direitos mais altos, acima de todos os outros direitos, sobre todo o seu ser, e que ela não pode desrespeitar esses direitos, pois será por isto responsável no grande dia de Deus. ...

Caso ela eleve suas afeições, e em santificação e honra conserve sua pura dignidade de mulher, poderá por sua judiciosa influência, fazer muito para santificar o marido, cumprindo


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assim sua alta missão. Por esta maneira de agir, ela pode salvar tanto o marido, como a si mesma, realizando uma dupla obra. Nesta questão, tão delicada e tão difícil de manejar, são necessárias muita sabedoria e paciência, bem como ânimo e fortaleza morais. Graça e resistência podem ser obtidas na oração. O amor sincero deve ser o princípio dominante do coração. O amor para com Deus e para o esposo unicamente, pode ser a justa norma de procedimento. ...

Quando a mulher sujeita o corpo e o espírito ao domínio do marido, sendo passiva diante da vontade dele em tudo, sacrificando sua consciência, dignidade e mesmo personalidade, perde a oportunidade de exercer aquela poderosa influência que deveria possuir para o bem, a fim de elevar o marido. Ela podia abrandar-lhe a natureza áspera, e sua santificadora influência poderia ser usada de modo a purificar e polir, levando-o a esforçar-se zelosamente por governar as próprias paixões, e ser mais espiritual, para que sejam juntamente participantes da divina natureza, havendo escapado à corrupção que pela concupiscência há no mundo. Grande pode ser o poder da influência no conduzir a mente a assuntos elevados e nobres, acima das baixas condescendências sensuais naturalmente buscadas pelo coração não renovado pela graça. Caso a esposa ache que, a fim de agradar ao marido, deve descer à norma por ele mantida, quando a paixão animal é a principal base de seu amor e lhe rege as ações, ela desagrada a Deus; pois deixa de exercer uma santificadora influência sobre o marido. Se ela acha dever submeter-se a suas paixões animais sem uma palavra de admoestação, não compreende seu dever para com ele e para com o seu Deus. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 270 e 271.

Nosso Corpo Foi Comprado

As mais baixas paixões têm sua sede no corpo e por seu intermédio operam. As palavras "carne" ou "carnal" ou ainda "concupiscência da carne" envolvem a natureza inferior, corrupta; a carne por si mesma não pode agir contrariamente à vontade de Deus. É-nos


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ordenado crucificar a carne com suas afeições e concupiscências. Como o faremos? Devemos infligir sofrimento ao corpo? Não; mas dar morte à tentação do pecado. Os pensamentos corruptos devem ser expulsos. Todo o pensamento deve ser levado cativo a Jesus Cristo. Toda propensão animal deve ser sujeita às faculdades mais altas da alma. O amor de Deus deve reinar supremo; Cristo deve ocupar um trono não dividido. Nosso corpo deve ser considerado como havendo sido comprado. Os membros do corpo devem tornar-se instrumentos de justiça. Manuscrito 1, 1888.

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