XIII. O Uso do Dinheiro
Mordomos de Deus
Reconhecer a Soberania de Deus
Aquilo que se acha na base da integridade comercial e do verdadeiro êxito, é o reconhecimento da propriedade de Deus. O Criador de todas as coisas, é o seu proprietário original. Somos Seus mordomos. Tudo que temos foi confiado por Ele, para ser usado de acordo com Sua direção.
Esta é uma obrigação que repousa sobre todo ser humano. Afeta toda esfera da atividade humana. Quer o reconheçamos quer não, somos mordomos, supridos por Deus com talentos e recursos e colocados no mundo para realizar uma obra indicada por Ele. Educação, pág. 137.
O dinheiro não nos pertence; não nos pertencem casas e terras, quadros e mobiliário, vestidos e luxos. Somos peregrinos, somos forasteiros, e temos apenas asseguradas as coisas necessárias à saúde e à vida. ... Nossas bênçãos temporais são-nos dadas em confiança, a fim de se provar se nos podem ser confiadas as riquezas eternas. Se somos achados fiéis a Deus, então receberemos aquela adquirida possessão que deve ser nossa própria: glória, honra e imortalidade. Carta 8, 1889.
Temos que Dar Conta
Se nosso povo tão-somente entregasse à causa de Deus o dinheiro que lhes tem sido entregue em depósito, aquela porção que despendem em satisfação egoísta, em idolatria, acumulariam um tesouro no Céu, e estariam fazendo exatamente a obra que Deus deles requer. Mas como o homem rico da parábola, eles vivem suntuosamente. O dinheiro que Deus lhes entregou em confiança, a fim de ser usado para glória de Seu nome, eles o gastam
extravagantemente. Não se detêm para considerar sua responsabilidade diante de Deus. Não consideram que haverá um dia de ajuste não muito distante, quando terão que dar conta de sua mordomia. Carta 21, 1898.
Devemos sempre lembrar que no juízo havemos de enfrentar o registro da maneira como usamos o dinheiro de Deus. Grande parte é usada na satisfação própria, no próprio interesse, e que não produz nenhum bem real, mas positivo dano. Se nos compenetramos de que Deus é o doador de todo o bem, que o dinheiro Lhe pertence, então exerceremos sabedoria no despendê-lo, na conformidade com Sua Santa vontade. O mundo, seus costumes, suas modas, não serão nossa norma. Não teremos o desejo de conformar-nos com suas práticas; não permitiremos que nossa própria inclinação nos controle. Carta 8, 1889.
Em nosso uso do dinheiro podemos torná-lo um instrumento de progresso espiritual, considerando-o como sagrado depósito, não para ser empregado de molde a promover o orgulho, a vaidade, o apetite ou a paixão. Carta 8, 1889.
Foi-me mostrado que o anjo relator faz um registro fiel de toda a oferta feita a Deus, e posta no tesouro, bem como dos resultados finais dos meios assim doados. Os olhos do Senhor tomam conhecimento de todo o níquel consagrado a Sua causa, e da boa vontade ou relutância do doador. O motivo por que se dá também é registrado. Serviço Cristão, pág. 221.
A Família Dando Sistematicamente
"Cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade." I Cor. 16:2. Cada membro da família, do mais velho ao mais jovem, pode tomar parte nesta obra de beneficência. ... O plano de beneficência sistemática se provará uma salvaguarda a cada família contra as tentações de despender meios para
coisas desnecessárias, e especialmente se provará uma bênção para os ricos, guardando-os de condescenderem com extravagâncias.
Cada semana os reclamos de Deus a cada família são levados à mente por cada um dos membros que executam totalmente o plano; e ao negarem a si mesmos alguma superfluidade a fim de ter meios que levar ao tesouro, sobre o coração foram impressas lições de valor em abnegação para glória de Deus. Uma vez por semana cada um é posto face a face com os fatos da semana passada - a renda que ele poderia ter tido se tivesse sido econômico, e os meios que não possui em virtude da condescendência. Sua consciência é desperta, por assim dizer, diante de Deus, e acusa-o ou louva-o. Ele aprende que se quiser possuir paz de mente e o favor de Deus, deve comer, beber e vestir para Sua glória. Testimonies, vol. 3, pág. 412.
Fazer Primeiro a Vontade de Deus
As reivindicações de Deus têm a primazia. Não fazemos Sua vontade quando Lhe consagramos aquilo que resta de nossas reais ou supostas necessidades. Antes de gastarmos uma só parcela de nossos rendimentos, devemos separar e oferecer a Deus a parte que de nós requer. Na velha dispensação uma oferta em ações de graças era conservada sempre queimando sobre o altar, evidenciando assim a eterna obrigação em que estamos para com Deus. Se somos prósperos em nossos negócios materiais, é porque Deus nos abençoa. Uma parte de nossa renda deve ser consagrada aos pobres e uma grande parte à causa de Deus. Se dermos a Deus o que Ele pede, o restante será santificado e abençoado em proveito nosso. Porém, se um homem rouba a Deus retendo a parte que Ele requer, a maldição recai sobre tudo que possui. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 554 e 555.
Lembrar-se das Necessidades dos Pobres
Se representamos o caráter de Cristo, cada partícula de egoísmo deve ser expelida da alma. Promovendo a obra que Ele pôs em nossas mãos, é necessário que demos cada jota e cada til de nossos meios que pudermos economizar. Pobreza e sofrimento em famílias virão ao nosso conhecimento, e criaturas aflitas e sofredoras terão de ser socorridas. Pouco sabemos do sofrimento humano que existe em toda parte em torno de nós; mas quando temos a oportunidade devemos estar prontos para oferecer imediata assistência aos que estão sob severa opressão. Manuscrito 25, 1894.
O dispêndio de dinheiro em artigos de luxo priva os pobres dos meios necessários para supri-los com alimento e roupas. Aquilo que se gasta na satisfação do orgulho, seja em vestuário, em casas, em mobiliário ou em decorações poderia aliviar o sofrimento de muita família sofredora e arruinada. Os mordomos de Deus devem ministrar aos necessitados. Review and Herald, 8 de dezembro de 1896.
O Remédio de Deus Para o Egoísmo e a Cobiça
O dar que é fruto da abnegação é um maravilhoso auxílio ao doador. Promove uma educação que nos capacita a mais amplamente compreender a obra dAquele que andou fazendo o bem, aliviando o sofrimento, suprindo às necessidades dos que nada possuíam. The Youth"s Instructor, 10 de setembro de 1907.
Beneficência constante e abnegada é o remédio que Deus propõe para os ulcerosos pecados do egoísmo e da cobiça. Deus dispôs sistemática beneficência para o sustento de Sua causa e ajuda ao necessitado e sofredor. Ele ordenou que dar deve tornar-se um hábito, para que possa contrapor-se ao perigoso e enganador pecado da cobiça. O dar continuamente faz que a cobiça morra de inanição. A beneficência sistemática
destina-se no plano de Deus a arrancar tesouros dos cobiçosos tão depressa são ganhos, e a consagrá-los ao Senhor a quem pertencem. ...
A constante prática do plano de Deus em sistemática beneficência enfraquece a cobiça e fortalece a beneficência. Se a riqueza aumenta, os homens, mesmo os que professam a piedade, põem nelas o coração; e quanto mais têm, menos dão para o tesouro do Senhor. Assim a riqueza torna egoístas os homens, e o entesouramento alimenta a cobiça; e esses males se fortalecem pelo ativo exercício. Deus conhece o perigo que nos rodeia, e nos protegeu com meios que nos permitem prevenir nossa ruína. Ele requer o constante exercício da beneficência, a fim de que a força do hábito em boas obras quebre a força do hábito em sentido contrário. Testimonies, vol. 3, pág. 548.