O Lar Adventista

CAPÍTULO 52

Governo do Lar

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XII. Normas da Vida Familiar

Governo do Lar

Princípios Para os Pais

Muitos no mundo têm as afeições postas em coisas que podem ser boas em si, mas a mente fica satisfeita com essas coisas e não busca os bens mais altos e melhores que Cristo deseja dar-lhes. Ora, não devemos procurar privá-los brutalmente do que eles apreciam. Mostrai-lhes a beleza e preciosidade da verdade. Levai-os a contemplar a Cristo e Sua amabilidade; então se afastarão de tudo que desviam dEle suas afeições. Este é o princípio sobre o qual os pais devem trabalhar na educação de seus filhos. Por vossa maneira de tratar com os pequenos podeis pela graça de Cristo modelar-lhes o caráter para a vida eterna. Manuscrito 4, 1893.

Pais e mães devem tornar a preocupação de sua vida que seus filhos possam tornar-se tão perfeitos no caráter quanto o permita o esforço humano combinado com o auxílio divino. Esta obra, com toda a sua importância e responsabilidade, eles aceitaram, desde que trouxeram filhos ao mundo. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 67.

Regras Para Governo do Lar

Todo lar cristão deve ter regras; e os pais devem, em suas palavras e comportamento de um para com o outro, dar aos filhos uma vida de precioso exemplo do que desejam que eles sejam. ... Ensinem às crianças e jovens o respeito a si mesmos, a lealdade a Deus e fidelidade ao princípio; ensinem-nos a respeitar e obedecer a lei de Deus. Então esses princípios lhes controlarão a vida e serão postos em prática em sua associação com outros. Carta 74, 1896.


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Princípios Bíblicos a Serem Seguidos

Há necessidade de constante vigilância para que os princípios que jazem no fundamento do governo da família não sejam desrespeitados. É desígnio do Senhor que as famílias na Terra sejam símbolo da família no Céu. E quando as famílias terrestres são conduzidas em linhas justas, a mesma santificação do Espírito será levada para dentro da igreja. Manuscrito 80, 1898.

Devem os pais ser eles mesmos convertidos e saber o que é estar em submissão à vontade de Deus, como criancinhas, levando cativos os pensamentos à vontade de Jesus Cristo, antes que possam representar corretamente o governo que Deus deseja exista na família. Review and Herald, 13 de março de 1894.

O próprio Deus estabeleceu as relações familiares. Sua Palavra é a única orientação segura no trato com as crianças. A filosofia humana não descobriu mais do que Deus sabe nem inventou um plano mais sábio de tratar com crianças do que o que é dado por nosso Senhor. Quem pode melhor compreender todas as necessidades das crianças do que o seu Criador? Quem pode sentir mais profundo interesse em seu bem-estar do que Aquele que as comprou com o Seu sangue? Se a Palavra de Deus fosse cuidadosamente estudada e fielmente obedecida, haveria menos angústia de alma por conduta perversa de filhos ímpios. Signs of the Times, 24 de novembro de 1881.

Respeito aos Direitos das Crianças

Lembrai-vos de que as crianças têm direitos que devem ser respeitados. Carta 47a, 1902.

Os filhos têm reivindicações que os pais devem reconhecer e respeitar. Eles têm direito a privilégios tais como educação e instrução que os farão membros úteis da sociedade, respeitados e amados aqui, e lhes darão aptidão moral para a sociedade do puro e santo porvir. Aos jovens deve ensinar-se que o seu bem-estar tanto presente como futuro depende em grande medida dos hábitos que formarem na meninice e


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na juventude. Cedo devem ser acostumados à submissão, à abnegação e respeito pela felicidade de outros. Devem ser ensinados a subjugar o temperamento rude, a conter as palavras impulsivas, a manifestar invariável bondade, cortesia e domínio próprio. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 67.

A um Pai Iludido por Enganadora Afeição

Enganadora afeição, barata manifestação de amor, conseguem muito de vossa parte. Passar o braço em torno do pescoço é fácil; mas não devíeis animar essas manifestações a menos que se provem de real valor pela perfeita obediência. Vossa complacência, vosso descaso para com os reclamos de Deus é a pior crueldade. Encorajais e desculpais a desobediência dizendo: "Meu garoto me ama." Tal amor é barato e enganador. Nem chega a ser amor. O amor, o amor genuíno, que deve ser cultivado na família é de valor porque se comprova pela obediência. ...

Se amais a alma de vossos filhos, chamai-os à ordem. Profusão de beijos e sinais de amor cegam vossos olhos, e vossos filhos o sabem. Dai menos importância a essas demonstrações externas de abraços e beijos e descei ao fundo das coisas e mostrai o que constitui amor filial. Recusai essas manifestações como fraude, como logro, a menos que sustentadas pela obediência e respeito por vossas ordens. Carta 52, 1886.

Nem Enganadora Afeição nem Severidade Excessiva

Conquanto não devamos tolerar cega afeição, também não devemos exercer indevida severidade. As crianças não podem ser levadas ao Senhor pela força. Elas podem ser guiadas, mas não empurradas. "As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as, e elas Me seguem" (João 10:27), Cristo declara. Ele não disse: As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e são forçadas a entrar no caminho da obediência. No governo dos filhos o amor deve ser manifestado.


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Nunca devem os pais levar seus filhos a sofrer por rispidez e cobranças irrazoáveis. A dureza leva a alma para a rede de Satanás. Review and Herald, 29 de janeiro de 1901.

A influência combinada de autoridade e amor tornarão possível segurar-se firmemente às rédeas do governo da família. Ter em vista a glória de Deus e o que nossos filhos Lhe devem nos livrará do desleixo e de sancionarmos o mal. Manuscrito 24, 1887.

A Dureza não é Requisito Para Obediência

Ninguém suponha... que a dureza e severidade são necessárias para assegurar obediência. Tenho visto mantido o mais eficiente governo de família sem uma palavra ou um olhar de dureza. Tenho privado com outras famílias onde as ordens são constantemente dadas num tom de voz autoritário, e duras repreensões e punições severas foram freqüentemente administradas. No primeiro caso os filhos seguiam o exemplo dos pais e raramente falavam um ao outro em tom ríspido. No segundo também o exemplo dos pais era imitado pelos filhos, e palavras ásperas de censura e de disputas eram ouvidas da manhã à noite. Signs of the Times, 11 de março de 1886.

Palavras que intimidam, criando na alma o temor e expulsando o amor, devem ser evitadas. Um pai sábio, terno, temente a Deus, levará para o lar não um escravizante temor, mas um elemento de amor. Se bebermos da água da vida, a fonte produzirá água doce, e não amarga. Carta 8a, 1896.

As palavras ásperas azedam o temperamento e ferem o coração das crianças e, em alguns casos, essas feridas são difíceis de curar. As crianças são sensíveis à mínima injustiça, e algumas ficam desanimadas ao sofrê-la, e nem darão ouvidos a alta e zangada voz de comando, nem se importarão com ameaças de castigo. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 138.

Há perigo de crítica demasiado severa em pequenas coisas. O criticismo excessivamente severo, regras demasiado rígidas,


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levam ao quebrantamento de todas as disciplinas; e mais tarde as crianças assim educadas mostrarão o mesmo desrespeito pelas leis de Cristo. Manuscrito 7, 1899.

Firmeza Uniforme e Controle Desapaixonado

As crianças têm natureza amorável e sensível. Facilmente são agradadas e facilmente sentem-se infelizes. Mediante disciplina gentil em palavras e atos de amor pode a mãe unir os filhos ao seu coração. É grande erro mostrar severidade e ser muito exigente com as crianças. Firmeza uniforme e controle desapaixonado são necessários na disciplina de toda a família. Dizei calmamente o que pretendeis, agi com consideração e ponde em prática o que dizeis sem vos desviardes.

Compensará o manifestar afeto no convívio com vossos filhos. Não os repulseis por falta de terna compreensão em seus brinquedos, alegrias e desgostos. Nunca deixeis que haja sobrancelhas carregadas em vossa fronte, ou que uma palavra áspera vos escape dos lábios. Deus escreve todas essas palavras em Seu livro de memórias. Testimonies, vol. 3, págs. 352.

Regras e Regulamentos não Bastam

Queridos irmãos, como igreja haveis desastradamente negligenciado vosso dever para com as crianças e jovens. Conquanto regras e restrições sejam postas sobre eles, deve tomar-se grande cuidado para mostrar-lhes o lado cristão de vosso caráter, e não o satânico. As crianças necessitam constante vigilância e terno amor. Ligai-as ao vosso coração, mantendo diante delas tanto o amor como o temor de Deus. Pais e mães não controlam o próprio espírito e portanto não estão em condições de governar a outros. Restringir e advertir vossos filhos não é tudo o que se requer. Tendes de aprender a praticar a justiça, a amar a misericórdia e andar humildemente com vosso Deus. Testimonies, vol. 4, pág. 621.

Conselho a Mãe de uma Criança Obstinada

Vossa filha não é propriedade vossa; não podeis fazer com ela como


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entendeis, pois ela é propriedade do Senhor. Exercei sobre ela controle firme e perseverante; ensinai-lhe que ela pertence a Deus. Com uma educação assim ela crescerá como bênção para os que a cercam. Mas será necessário discernimento claro e agudo para que possais reprimir-lhe a inclinação de governar a ambos, de ter vontade própria e fazer como lhe apraz. Carta 69, 1896.

Liderança Adequada

Tenho visto muitas famílias fracassarem por causa do autoritarismo do chefe, quando por consulta e acordo tudo podia ter caminhado harmoniosamente e bem. Testimonies, vol. 4, pág. 127.

Falta de firmeza no governo da família produz grande dano; com efeito, é quase tão mau como não haver governo nenhum. Muitas vezes se faz a pergunta: Por que os filhos de pais religiosos são não raro teimosos, desafiadores, rebeldes? A razão encontra-se na educação do lar. Muitas vezes os pais não estão unidos no governo da família. Signs of the Times, 9 de fevereiro de 1882.

Um governo inconstante - ora mantendo as linhas firmemente, ora permitindo o que havia sido condenado - é ruinoso para uma criança. Carta 69, 1896.

Lei Mútua Para Pais e Filhos

Deus é nosso Legislador e Rei, e os pais devem colocar-se sob Seu governo. Este governo proíbe toda opressão da parte dos pais e desobediência da parte dos filhos. O Senhor é cheio de longanimidade, misericórdia e verdade. Sua lei é santa, justa e boa, e deve ser obedecida por pais e filhos. As regras que devem reger a vida dos pais e dos filhos fluem do coração do infinito amor, e as ricas bênçãos de Deus repousarão sobre os pais que administrarem Sua lei em seus lares, e sobre os filhos que obedecerem a esta lei. A influência combinada da misericórdia e


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da justiça deve ser sentida. "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." Sal. 85:10 Lares que viverem sob esta disciplina andarão no caminho do Senhor, para fazer justiça e juízo. Manuscrito 133, 1898.

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