Mensagens Escolhidas - Volume 2

CAPÍTULO 6

Nossa Salvaguarda Contra as Fraudes

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Só a Sinceridade não Salvará

A fé em uma mentira não terá influência santificadora sobre a vida ou o caráter. Nenhum erro é verdade, nem pode tornar-se verdade pela repetição, ou por fé nele. A sinceridade nunca salvará a alma das conseqüências de crer num erro. Sem sinceridade não há genuína religião, mas a sinceridade numa religião falsa jamais salvará o homem. Posso ser perfeitamente sincera em seguir um caminho errado, mas isto não torna o caminho certo, nem me levará ao lugar a que eu desejava chegar. O Senhor não quer que tenhamos cega credulidade, e chamemos isto fé que santifica. A verdade é o princípio santificador, e portanto cabe-nos conhecer o que é a verdade. Precisamos comparar as coisas espirituais com as espirituais. Precisamos provar tudo, mas reter somente aquilo que é bom, aquilo que apresenta as credenciais divinas, que põe diante de nós os verdadeiros motivos e princípios que nos prontificam à ação. Carta 12, 1890.

Uma Transformação Exterior de Caráter

Enquanto os indivíduos estiverem satisfeitos com uma teoria de verdade, e faltar-lhes ainda a diária operação do Espírito de Deus no coração, a qual se manifesta em transformação exterior do caráter, estão se separando da qualificação que os


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habilitaria para maior eficiência na obra do Mestre. Os que se acham vazios do Espírito Santo não podem ser vigias fiéis sobre os muros de Sião; pois estão cegos quanto à obra que deve ser feita, e não dão à trombeta um sonido certo.

O batismo do Espírito Santo como no dia de Pentecoste levará a um reavivamento da verdadeira religião e à operação de muitas obras maravilhosas. Seres celestes entrarão em nosso meio, e homens falarão segundo forem movidos a fazê-lo pelo Espírito de Deus. Operasse, porém, o Senhor sobre homens como fez no dia de Pentecoste e posteriormente, muitos que hoje professam crer na verdade conheceriam tão pouco da operação do Espírito Santo que haviam de clamar: "Acautelai-vos do fanatismo." Diriam dos que estivessem cheios do Espírito: "Estão cheios de mosto." Atos 2:13.

Não está longe o tempo em que os homens queiram muito mais estreita relação com Cristo, mais achegada união com Seu Santo Espírito, do que jamais tiveram ou terão, a não ser que abandonem sua própria vontade e seu caminho, e se submetam à vontade e ao caminho de Deus. O grande pecado dos que professam ser cristãos é não abrirem o coração para receber o Espírito Santo. Quando almas anseiam por Cristo, e buscam tornar-se um com Ele, então os que estão satisfeitos com a forma de piedade, exclamam: "Tome cuidado, não vá a extremos." Quando os anjos do Céu vierem ao nosso meio, e operarem mediante instrumentos humanos, haverá conversões sólidas, substanciais, segundo a ordem das conversões depois do dia de Pentecoste.

Ora, irmãos, sede cautelosos e não entreis em agitação humana nem procureis suscitá-la. Mas ao passo que devemos ser cuidadosos de não entrar em agitação humana, não devemos encontrar-nos entre os que levantam indagações e nutrem dúvidas relativamente à obra do Espírito de Deus; pois haverá pessoas que porão em dúvida e criticarão quando o Espírito de Deus tomar posse de homens e mulheres, porque seu próprio coração não é movido, mas se acha frio e insusceptível à impressão. Carta 27, 1894.


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Necessidade de Compreender a Doutrina

A rebelião e a apostasia acham-se no próprio ar que respiramos. Seremos afetados por elas a menos que, pela fé, apeguemos nossa alma desamparada a Cristo. Se os homens são tão facilmente desencaminhados, como subsistirão quando Satanás personificar a Cristo, e operar milagres? Quem ficará inabalável ante suas falsas apresentações, pretendendo ser Cristo quando é simplesmente Satanás personificando a Cristo, e operando aparentemente as obras de Cristo? Que impedirá o povo de Deus de dar sua aliança aos falsos cristos? "Não vades ... após eles." Luc. 21:8.

As doutrinas precisam ser claramente compreendidas. Os homens aceitos para ensinar a verdade precisam estar ancorados; então sua nau resistirá à tempestade, porque a âncora os segura firmemente. Aumentarão os enganos. Carta 1, 1897.

Satanás acha-se agora mais ansiosamente empenhado em jogar a partida da vida por almas que em qualquer tempo anterior; e a não ser que estejamos constantemente em guarda, ele estabelecerá em nosso coração orgulho, amor-próprio, amor do mundo, e muitos outros traços maus. Empregará também todo ardil possível para inquietar nossa fé em Deus e nas verdades de Sua Palavra. Caso não tenhamos experiência profunda nas coisas de Deus, se não tivermos inteiro conhecimento de Sua Palavra, seremos iludidos, para nossa ruína, pelos erros e sofismas do inimigo. Falsas doutrinas minarão o fundamento de muitos, porque eles não aprenderam a discernir a verdade do erro. Nossa única salvaguarda contra as astúcias de Satanás é estudar as Escrituras diligentemente, possuir inteligente compreensão das razões de nossa fé, e cumprir fielmente todo dever conhecido. A indulgência com um pecado conhecido causará fraqueza e trevas, e sujeita-nos a ardente tentação. Review and Herald, 19 de novembro de 1908.

Olhar Constantemente a Jesus

Sob os aguaceiros da chuva serôdia as invenções do homem, o humano mecanismo, serão por vezes assolados, os limites da


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autoridade do homem serão qual cana quebrada, e o Espírito Santo falará com poder convincente por meio do vivo instrumento humano. Ninguém observará então a ver se as sentenças estão bem torneadas, se a gramática está impecável. A água viva fluirá nos próprios condutos de Deus.

Sejamos, porém cuidadosos agora para não exaltar os homens, seus ditos e feitos; e ninguém considere grande ponto ter um emocionante episódio a relatar; pois isso é terreno frutífero em que se dará crédito a pessoas que o não merecem. Jovens de ambos os sexos serão enaltecidos, e considerar-se-ão maravilhosamente favorecidos, chamados a fazer alguma grande coisa. Haverá conversões muitas, segundo uma ordem particular, mas não apresentarão a assinatura divina. Penetrará imoralidade, e extravagância, e muitos naufragarão na fé.

Nossa única segurança está em manter-nos firmemente agarrados a Jesus. Nunca devemos perdê-Lo de vista. Ele diz: "Sem Mim nada podeis fazer." João 15:5. Precisamos cultivar permanente senso de nossa própria ineficiência e desamparo, e apoiar-nos inteiramente em Jesus. Isto nos deve conservar individualmente calmos e firmes em palavras e conduta. Exaltação no orador não é poder, mas fraqueza. Ardor e energia são essenciais no apresentar a verdade bíblica, o evangelho, que é o poder de Deus para salvação. ...

Há areias movediças nas quais muitos estão em perigo de submergir-se. É sempre seguro buscar o fervor do Espírito de Deus, caso com ele não mesclemos uma força e presunção não de origem celeste. Há necessidade de precaução em nossas declarações, não seja que algumas pobres almas de temperamento ardente se animem a um zelo não segundo a sabedoria. Agirão como se lhes pertencesse a prerrogativa de usar o Espírito Santo em vez de deixar que Ele os use, e os modele e afeiçoe segundo o modelo do divino. Há risco de correr adiante de Cristo. Devemos honrar o Espírito Santo seguindo aonde Ele nos levar. "Não te estribes no teu próprio entendimento." Prov. 3:5. Este é um perigo dos que ensinam a outros a verdade. Seguir aonde Cristo guia é uma senda segura para nossos pés.


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Sua obra permanecerá. Tudo quanto Deus diz é verdade.

Mas os ministros que levam a última mensagem de misericórdia aos homens caídos precisam não proferir palavras impensadas; precisam não abrir portas pelas quais Satanás encontre acesso à mente humana. Não é nossa obra experimentar, estudar para descobrir algo novo e sensacional que venha a suscitar agitação. Satanás está alerta a sua oportunidade para se aproveitar de qualquer coisa dessa espécie que possa introduzir em seus elementos para iludir. A atuação do Espírito Santo nos instrumentos humanos guardará a mente bem equilibrada. Não haverá suscitada agitação, para ser seguida de reação.

Satanás usará toda expressão extravagante para dano, não somente do orador, mas dos que pegam o mesmo espírito e o infundem em outros para seu prejuízo. Devem cultivar-se calma e solenidade; as solenes verdades em que demoramos nos levarão a manifestar profunda seriedade. Como podemos proceder diversamente quando carregados da mais sagrada mensagem para levar às almas a perecer - carregados do senso da proximidade da vinda de nosso Salvador!

Se estivermos olhando continuamente a Jesus e recebendo Seu Espírito, teremos clareza de visão. Discerniremos então os perigos a cada lado, e cuidaremos de cada palavra que proferirmos, não encontre Satanás ocasião de tecer os seus enganos. Não queremos que a mente do povo seja trabalhada para a agitação. Não devemos animar a expectação de ver coisas estranhas e maravilhosas. Mas ensiná-los a seguir a Jesus passo a passo. Pregai a Jesus Cristo, em quem se centraliza nossa esperança de vida eterna. Carta 102, 1894.


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II. Movimentos Errôneos e Subversivos

Têm surgido no decorrer dos anos vários movimentos errôneos ou subversivos, baseados em má interpretação das Escrituras ou suposta iluminação divina, entre os adventistas do sétimo dia. Esses foram firme e francamente tratados pelos conselhos do Espírito de Profecia, dados para enfrentar essas situações ao surgirem. Alguns desses conselhos são incluídos nesta seção.

Intimamente ligada com a pseudonova iluminação, achava-se de ordinário uma mensagem de condenação da igreja e de seus dirigentes, e muitas vezes, algum aspecto de fixação de data. Um desses movimentos, conhecido como O Alto Clamor do Terceiro Anjo, dirigido por um Sr. Stanton, foi enfrentado por uma série de artigos publicados em 1893 na Review and Herald sob o título de "A Igreja Remanescente não é Babilônia" (que se acha agora em Testemunhos Para Ministros, págs. 32-62, e também em The Remnant Church, págs. 23-53). As matérias reunidas nesta seção fazem outras referências a esse movimento, e tratam de maneira consideravelmente detalhada de vários movimentos idênticos.

Dois casos preeminentes, envolvendo pretensões ao dom profético, são aqui apresentados também em forma de conselho dado pela Sra. White aos direta ou indiretamente interessados. Ela se achava em posição extremamente delicada ao lidar com situações dessa natureza, mas no cumprimento de seu ofício como mensageira de Deus, foram-lhe dadas instruções que protegiam a igreja desses pretendentes ao ofício profético. Ela acentuou o ponto de que a genuína manifestação do dom profético devia apresentar as próprias credenciais, acompanhadas por prova amplamente clara, convincente.

Enquanto houver um adversário à verdade, surgirão movimentos subversivos e errôneos e precisam ser enfrentados. A descrição de vários desses movimentos com seus ensinos característicos feita por Ellen G. White, e o conselho dado no analisar a obra e seus ensinos, oferece muito que se possa demonstrar de grande utilidade em identificar e enfrentar outra vez fácil e claramente tal situação quando aparecer. (Depositários do Patrimônio Literário White.)

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