Relatório de uma Entrevista
Relatório de uma reunião do Conselho Escolar da Igreja do Sanatório [Califórnia], realizada em "Elmshaven", Sanatório, Califórnia, na quinta-feira de manhã, 14 de janeiro de 1904.
A irmã White falou durante algum tempo, como segue:
Durante anos, foram-me dadas muitas instruções a respeito da importância de manter firme disciplina no lar. Procurei escrever essas instruções por extenso e transmiti-las aos outros. Num dos próximos volumes de minha autoria [Educação] será publicada considerável matéria adicional sobre a instrução das crianças.
Os que assumem as responsabilidades da paternidade devem considerar primeiro se conseguirão cercar seus filhos de influências apropriadas. O lar é tanto uma igreja de família como uma escola de família. A atmosfera do lar deve ser tão espiritual que todos os membros da família, pais e filhos, sejam abençoados e fortalecidos por sua associação uns com os outros. As influências celestiais são educativas. Os que estão cercados de tais influências estão sendo preparados para a entrada na escola do alto.
As mães devem estar em condições de instruir sabiamente seus
filhinhos durante os primeiros anos da infância. Se toda mãe fosse capaz de fazer isso, e tomasse tempo para ensinar a seus filhos as lições que eles deviam aprender no começo da vida, todas as crianças poderiam permanecer então na escola do lar até que tivessem oito, nove ou dez anos de idade.
Muitos, porém, que entram na relação matrimonial não conseguem compreender todas as sagradas responsabilidades abrangidas pela maternidade. Lamentavelmente, muitos carecem de autoridade disciplinar. Em muitos lares há bem pouca disciplina, e as crianças têm permissão para fazer o que bem entendem. Tais crianças vagueiam duma parte para a outra; não há ninguém no lar que seja capaz de guiá-las corretamente, ninguém que com bastante tato possa ensinar-lhes como ajudar o pai e a mãe, ninguém que consiga lançar devidamente o fundamento que sirva de base para sua educação no futuro. As crianças que estão cercadas por essas condições infelizes realmente são dignas de lástima. Se não lhes for concedida uma oportunidade para adequado preparo fora do lar, ficarão privadas de muitos privilégios que, por direito, toda criança deve desfrutar. Esta é a luz que me foi apresentada.
Os que são incapazes de instruir corretamente os seus filhos nunca deviam ter assumido as responsabilidades de ser pais. Por causa de seu julgamento errôneo, não havemos de fazer, porém, nenhum esforço para ajudar seus pequeninos a formarem caráter correto? Deus deseja que lidemos sensatamente com esses problemas.
Escolas Ligadas a Hospitais
Em todos os nossos hospitais a norma deve manter-se bem alta. Com estas instituições devem estar ligados, como médicos, administradores e auxiliares, só os que mantêm suas famílias em ordem. A conduta das crianças exerce uma influência que repercute em todos os que chegam a esses hospitais. Deus deseja que essa influência seja reformadora. E pode ser assim; mas é preciso haver cuidado. O pai e a mãe devem dar especial atenção ao preparo de cada filho. Sabeis, porém, qual é a condição das famílias na encosta dessa colina. Os pacientes compreendem como são as coisas. Da maneira como isto me é apresentado, constitui uma vergonha que não haja sobre as crianças a influência que devia
haver. Cada uma delas deve ocupar-se em fazer alguma coisa que seja útil. Foi-lhes dito o que precisam fazer. Se o pai não pode estar com elas, a mãe deve ser instruída sobre como educá-las.
No entanto, desde que estou aqui, tem-me sido dada a luz de que a melhor coisa que pode ser feita é ter uma escola. Eu não tinha a intenção de que os pequeninos fossem acolhidos nessa escola - não os bem pequenos. Mas, seria melhor ter essa escola para os que podem ser instruídos e estar sob a influência refreadora que o professor deve exercer. Temos uma escola aqui porque a Palavra de Deus não podia ser ensinada na outra escola [pública]. Nosso irmão [Antônio], que leciona nessa escola, é plenamente capaz de dirigir uma escola com o ensino da Palavra. Ele é plenamente capaz de fazer isso. Tem sua posição, foi assalariado por eles, e enquanto permitirem que não seja perturbado, convém que permaneça ali.
Privilégios Escolares Para Crianças Mais Novas
Aqui há, porém, uma obra que precisa ser efetuada em prol das famílias e das crianças que tenham sete, oito e nove anos de idade. Devíamos ter uma divisão inferior, isto é, uma segunda divisão, na qual pudessem ser instruídas essas crianças. Elas aprenderiam na escola o que freqüentemente não aprendem fora dela, a não ser por associação. ...
Pois bem, parece que a questão é acerca dessas crianças irem para a escola. Desejo saber dos pais, de cada um deles, quem é que se sente perfeitamente satisfeito com seus filhos, assim como eles são, sem enviá-los para a escola - para uma escola que tenha aulas de Bíblia, ordem, disciplina, e que procure prover alguma coisa para elas fazerem, a fim de aproveitarem o tempo. Não creio que haja alguém que tenha objeções, se chegar a compreender isso.
O Contexto do Conselho Inicial
Quando eu ouvi, porém, quais eram as objeções, a saber, que as crianças não podiam ir a escola até que tivessem dez anos de idade, eu quis dizer-vos que não havia uma escola na qual se observasse o sábado quando
me foi dada a luz de que as crianças não deviam freqüentar a escola até que tivessem idade suficiente para ser instruídas. Elas deviam ser educadas em casa para saber quais eram as maneiras apropriadas quando fossem à escola, e para não ser desencaminhadas. A iniqüidade que campeia pelas escolas comuns quase é inconcebível.
É assim que é, e meu espírito tem sido muito agitado quanto à idéia: "Ora, a irmã White disse assim e assim, e a irmã White falou isto ou aquilo; e, portanto, procederemos exatamente de acordo com isso."
Deus quer que todos nós tenhamos bom senso, e deseja que raciocinemos movidos pelo senso comum. As circunstâncias alteram as condições. As circunstâncias modificam a relação das coisas.
Uma Escola de Igreja e Deficiente Liderança no Lar
Aqui há um hospital, e esse hospital deve exercer a mais elevada influência possível, tanto interna como externamente. Então, se eles vêem as crianças que chegam ali - de olhar penetrante, com olhos de lince, vagueando de um lugar para outro, sem ter o que fazer, fazendo travessuras e todas essas coisas - isso é constrangedor para as sensibilidades dos que desejam manter a boa reputação da escola. Por conseguinte, de acordo com a luz que Deus me tem dado, [declaro que] se houver uma família que não tem a capacidade de educar, nem disciplina e governo sobre seus filhos, requerendo obediência, a melhor coisa é colocá-los nalgum lugar em que obedeçam. Colocai-os nalgum lugar em que seja requerido que obedeçam, porque a obediência é melhor do que o sacrifício. A boa conduta deve ser desenvolvida em toda família.
Estamos educando os pequeninos de Deus em nossos lares. Pois bem, que espécie de educação estamos dando para eles? Nossas palavras, são elas dissolutas, descuidadas e frívolas? Há uma disposição arbitrária? Há repreensões e atritos porque os pais não têm o poder de dirigir? O Senhor quer que levemos todas as coisas em consideração. Todo pai e toda mãe têm em mãos um problema a ser resolvido: Como vão os meus filhos? Onde estão eles? Estão crescendo para Deus ou para o diabo? Todas estas coisas devem ser consideradas.
O livro que está para sair terá muito que dizer sobre os grandes
princípios que devem ser postos em execução no preparo das crianças, desde o próprio bebê nos braços. O inimigo trabalhará precisamente por meio dessas crianças, se elas não forem disciplinadas. Alguém as disciplina. Se a mãe ou o pai não o fizer, o diabo o fará. É exatamente assim. Ele tem o domínio. ...
Não direi muita coisa agora, porque desejo compreender devidamente sobre o que devo falar. Quero que sejam apresentadas as objeções indicando por que as crianças não devem ter uma educação.
O Jardim da Infância em Battle Creek
Poderíamos fazer o mesmo que eles têm em Battle Creek. Eles me levaram de um lugar para outro no orfanato [Haskell Home] em Battle Creek. Ali estavam suas mesinhas, ali estavam suas criancinhas de cinco anos de idade para cima. Elas estavam sendo educadas no sistema do jardim da infância: como agir e como portar-se. Dispunham de um montão de areia de boa qualidade, e eles estavam ensinando às crianças como trabalhar juntas, como construir a arca de Noé, e como fazer os animais que entram nessa arca. Todas elas estavam realizando esse tipo de trabalho. Isso requer alguma coisa. ...
Pois bem, tenho plena confiança no ensino da irmã Peck; mas, se ela levar avante o que está efetuando - e estou convencida de que é exatamente aquilo que deve ser feito - terá de haver uma professora adicional; não acha?
Irmã Peck: Acho que se realizarmos o trabalho de maneira satisfatória e se tivermos mais algumas crianças, precisaremos de ajuda adicional.
A Luz Dada Sobre "Essas Coisas"
Irmã White: Minhas idéias têm aparecido de maneira incipiente, um pouco aqui e um pouco ali. Tenho escrito sobre isso, mas não tudo. Preciso escrever mais. Desejo que atenteis para
o que eu disse. Em primeiro lugar, compreendei isto: Esta é a luz que me tem sido dada a respeito dessas coisas.
Aqui há crianças que são espertas. Há crianças de cinco anos de idade que podem ser educadas assim como muitas crianças de dez anos de idade, pelo que diz respeito às capacidades para captar as questões e os assuntos da mãe.
Ora, eu quero que enquanto os filhos de Willie estiverem aqui e morarem aqui, eu quero que eles tenham a disciplina de uma escola. Se puder estar ligada com esta escola por um acréscimo ao edifício - de uma sala, digamos - para tais alunos, cada um de nós deve sentir a responsabilidade de prover essa sala. Quanto às mães que quiserem manter os filhos em casa, e são plenamente competentes e preferem educá-los por si mesmas, ninguém tem alguma objeção contra isso. Elas podem fazer isso. Mas devem ser tomadas providências para que os filhos de todos os que têm alguma ligação com esta fábrica de alimentos e com este hospital, e com estas coisas que estão sendo levadas avante aqui, sejam educados. Precisamos fazer com que atinjam as normas mais elevadas.
Pastor C. L. Taylor: Irmã White, há uma pergunta que eu gostaria de fazer a respeito da responsabilidade dos pais e da relação dessa responsabilidade para com a escola de igreja. Pois bem, suponhamos que eu tenha um menininho - e tenho um - de sete anos de idade. Nós somos perfeitamente capazes de educá-lo; estamos habilitados para realizar esse trabalho. Suponhamos agora que resolvamos não assumir essa responsabilidade, negligenciando o menino e deixando que vagueie por aí. Torna-se, então, a responsabilidade da igreja fazer o que eu poderia fazer se quisesse? Essa é a questão. Se eu não cuido do meu menino quando posso, quando sou capaz de fazê-lo, devo pedir que a igreja o faça em meu lugar?
Irmã White: O irmão pode cuidar deles, mas está fazendo isso?
Pastor G. C. White: Ela recusa considerar sua experiência isolada.
Irmã White: A igreja aqui nesta colina é uma igreja responsável.
Ela está ligada a influências exteriores. Essas influências são constantemente apresentadas para testificar de nós. A pergunta é: Estará ela unida e, se for necessário, preparará uma sala - a qual não custará sempre tanto assim - uma sala a que essas crianças possam vir e receber educação, e ter uma professora e ser instruídas de tal modo que estejam preparadas para a escola superior? A questão agora é essa.
A Espécie de Educação que as Crianças Necessitam
Digo que essas criancinhas que são pequenas devem ter educação, e é exatamente o que receberiam na escola. Devem desfrutar a disciplina da escola sob uma pessoa que saiba como lidar com as crianças de acordo com os seus temperamentos diferentes. Eles devem procurar fazer com que essas crianças compreendam suas responsabilidades de uns para com os outros e sua responsabilidade para com Deus. Devem ser incutidos em sua mente os próprios princípios que irão habilitá-las para a série mais elevada e para a escola superior.
Há uma escola superior para a qual todos nós estamos indo, e a menos que essas crianças sejam educadas com hábitos e pensamentos corretos, e com a devida disciplina, pergunto a mim mesma como entrarão algum dia na escola do alto? Onde está sua reverência? Onde estão suas primorosas idéias que deviam cultivar? E todas essas coisas. Isto precisa ser uma experiência diária.
A mãe, ao empenhar-se em seus afazeres, não deve ficar irritada, ralhar e dizer: "Você está me estorvando, e gostaria que fosse embora, gostaria que fosse lá fora", ou algo parecido com isso. Ela deve tratar seus filhos assim como Deus trata a Seus filhos de mais idade. Ele nos considera como filhos em Sua família. Quer que sejamos educados e instruídos de acordo com os princípios da Palavra de Deus. Quer que essa educação comece com os pequeninos. Se a mãe não tem tato e habilidade, se ela não sabe como lidar com mentes humanas, ela deve colocá-los sob a tutela de alguém que os discipline, e molde e modele sua mente.
Pois bem, apresentei o assunto de tal modo que seja compreendido? Há algum ponto, Guilherme, que eu tenho no livro, que não abordei aqui?
G. C. White: Não sei. Acho, Mãe, que nosso povo em todas as partes dos Estados Unidos e, devo dizer, de todo o mundo, às vezes faz deduções de mui longo alcance baseadas numa declaração isolada.
Ora, em meu estudo da Bíblia e em meu estudo de seus escritos, passei a crer que há um princípio fundamental para todo preceito, e que não podemos compreender devidamente o preceito sem entender o princípio.
Creio que nalgumas das declarações que suscitaram muita controvérsia - como os seus conselhos a respeito do uso da manteiga, e sua declaração sobre o único professor que a criança devia ter até os oito ou dez anos de idade - era nosso privilégio discernir o princípio. Creio que no estudo dessas declarações devemos reconhecer que todo preceito de Deus é dado com misericórdia, e em consideração das circunstâncias.
Deus disse: "O que Deus ajuntou não o separe o homem"; no entanto, Cristo explica que a lei do divórcio foi dada por causa da dureza dos seus corações. Devido à degeneração das pessoas foi permitida a lei do divórcio que não estava no plano original de Deus. Creio que o princípio deve ser compreendido em relação com tais declarações isoladas como o seu protesto contra o uso da manteiga e a declaração de que a criança não deve ter outro professor que não seja a mãe, até os oito ou dez anos de idade.
Pois bem, quando lhe foi dada aquela visão sobre a manteiga, foi-lhe apresentada a condição das coisas - pessoas usando manteiga cheia de microrganismos. Elas estavam fritando e cozendo nela, e seu uso era deletério. Mais tarde, porém, quando nosso povo estudou o princípio das coisas, eles verificaram que, embora a manteiga não seja o melhor, talvez não seja tão má como alguns outros males; e assim, nalguns casos, eles a estão usando.
Suponho que essa questão da escola era idêntica. O plano ideal é que a mãe seja a professora - uma professora inteligente como a que a senhora descreveu esta manhã. Acho, porém, que foi uma grande desdita para a nossa causa, do Maine à Califórnia, e de Manitoba à Flórida, que nosso povo interpretasse essa declaração de que a criança não deve ter outra professora senão a mãe, até que tenha oito ou dez anos de idade, como uma categórica proibição de que essas crianças desfrutem os privilégios da escola. No meu entender, essa é realmente a questão diante de nós esta manhã.
Quando os irmãos estudam este assunto do ponto de vista do bem da criança, do ponto de vista da justiça para com os pais, pelo que eu posso ver, todos eles reconhecem que há condições nas quais seria melhor que a criança tivesse algum privilégio escolar, em vez de ser excluída. Há, porém, o preceito: A criança não deve ter outro professor senão os pais até os oito ou dez anos de idade; isso resolve a questão. ...
Irmã White: Bom, se os pais não se compenetraram disso, você pode parar onde está. Portanto, temos de tomar providências, porque há muitos pais que não resolveram disciplinar-se a si mesmos. ...
Creio que as pessoas aqui por volta que têm vantagens podem, cada qual, fazer alguma coisa para sustentar uma escola para os outros. Eu estou disposta a fazer isso. Não acho que isso seja algo que deva ser levado em consideração. [Falamos de] "despesas", "despesas", "despesas" - não é absolutamente nada ter um pouquinho de despesas.
Estabelecendo um Padrão
G. C. White: Como meus filhos foram mencionados, eu gostaria de dizer uma palavra sobre isso. Meu interesse no resultado desta entrevista não é agora, absolutamente, no tocante a meus próprios filhos. Meu interesse no resultado desta entrevista é no tocante a sua influência sobre nossa obra em todas as partes do mundo. Meu interesse por esta escola,
desde o começo até agora, não tem sido principalmente com referência a meus filhos. ...
É do conhecimento de todos que a Irmã Peck possui ampla experiência no ensino, e que ela teve quatro anos de experiência com Mamãe, lidando com os seus escritos, ajudando a preparar o livro Educação. O meu maior interesse pela escola não tem sido minha própria família, nem simplesmente a igreja de Santa Helena.
O meu interesse nesta escola reside no fato de que é nosso privilégio estabelecer um padrão. Os êxitos e os fracassos e as decisões desta escola influirão sobre a obra de nossas escolas por toda a parte da Califórnia e muito além, devido à longa experiência da irmã Peck como professora e ao seu trabalho com a senhora, Mamãe, ajudando a preparar o livro sobre educação. Todas estas coisas têm colocado esta escola onde ela é uma cidade edificada sobre um monte.
Pois bem, meu pesar com a decisão sobre as crianças mais novas não ocorreu principalmente porque meus filhos foram excluídos, mas para bloquear uma decisão que considero muito cruel. Ela está sendo usada de modo a causar grande dano a nossas crianças mais novas.
A Questão do Jardim de Infância
O mundo está realizando uma grande obra pelas crianças por meio dos jardins de infância. Nas localidades em que temos instituições e ambos os pais se acham empregados, eles enviariam de bom grado os filhos a um jardim de infância. Estou persuadido de que em muitas de nossas igrejas um jardim de infância devidamente dirigido, durante algumas horas por dia, seria uma grande bênção. Não encontrei nada em seus ensinos ou determinações, Mamãe, ou nos conselhos ao nosso povo, que seja contrário a isso. Mas as decisões dos superintendentes de nossa escola destruíram, destruíram completamente, na maioria das partes do país, todo esforço no sentido de prover a obra do jardim de infância para nossos filhos.
Há alguns casos em que eles persistem em levá-la avante. O Dr. Kellogg o faz em sua escola para órfãos, que a senhora viu e enalteceu, e eles o estão fazendo nalguns outros lugares.
Em Berrien Springs, no último verão, eles se aventuraram a introduzir uma professora do jardim de infância e permitir que essa parte da obra tenha um pouco de consideração; mas, em geral, em uns nove décimos do Campo, essa decisão dos superintendentes de nossa escola destrói completamente essa parte da obra.
Irmã White: Bom, terá de haver uma reforma nesse sentido.
G. C. White: E a decisão nesta escola aqui, e as razões que sempre me têm sido dadas para essa decisão, baseiam-se na sua declaração de que a mãe de uma criança deve ser sua única professora até que tenha oito ou dez anos de idade. Creio que para os melhores interesses de nossa obra escolar em todas as partes do mundo é o nosso privilégio termos essa entrevista que tivemos esta manhã e também de considerar o princípio que constitui a base dessas coisas.
Irmã White: Sim, é bom que isso fique bem claro diante do povo. Pois bem, nunca encontrareis melhor oportunidade para fazer com que a irmã Peck tenha a supervisão até mesmo das crianças mais novas. Terá de haver uma fusão nalgum sentido.
Quanto à sala, e deve haver uma sala, pergunto o que é melhor: que ela esteja diretamente ligada ao edifício ou que esteja separada? Tenho a impressão de que poderia ser um edifício isolado. Não sei o que seria melhor. Isso precisa ser considerado - as vantagens e as desvantagens. Penso que a irmã Peck, tão bem ou melhor do que qualquer de nós outros, pode dizer como isso deve ser. ...
Pode a Escola Ser um Obstáculo?
C. L. Taylor: Falamos sobre isto: Que a escola de igreja não será uma bênção para a comunidade quando ela assume uma responsabilidade com que os próprios pais podem arcar. E quando pomos avante e investimos nosso dinheiro num edifício, não faz qualquer diferença se é um edifício ou uma sala. Mas, quando assumimos a responsabilidade que os pais poderiam tomar sobre si, a escola de igreja se torna uma maldição ou um empecilho,
e não uma bênção. Ora, isso foi tudo que eu já ouvi quando chegamos ao momento decisivo. ...
Irmã Peck: Tem havido uma interrogação em minha mente sobre esse ponto, irmã White, de qual é o nosso dever como professores - se é procurar ajudar os pais a ver e assumir sua responsabilidade, ou retirá-la deles admitindo seus filhos na escola.
Irmã White: Se eles não sentiram sua responsabilidade diante de todos os livros, artigos e sermões, podeis lançá-la sobre eles de ora em diante até que o Senhor venha, e eles não se preocuparão com isso. Não adianta falar de responsabilidade quando eles nunca a sentiram.
Uma Escola que Causa uma Impressão Favorável
Precisamos ter uma escola em conexão com o hospital. Foi-me apresentado que onde quer que haja um hospital deve haver uma escola, e essa escola precisa ser dirigida de tal modo que cause uma boa impressão sobre todos os que visitarem o hospital. As pessoas entrarão nessa escola. Elas verão como é dirigida. Ela não deve estar longe do hospital, para que possam conhecê-la.
Na direção da escola deve haver a melhor espécie de disciplina. Ao aprender, os alunos não podem fazer o que bem entendem. Terão de submeter sua própria vontade à disciplina. Esta é uma lição que ainda tem de ser aprendida por muitas famílias. Ouvimos dizer, porém: "Oh! deixem que eles façam isso. São apenas crianças! Eles aprenderão quando forem mais velhos."
Bom, assim que uma criança aos meus cuidados começasse a tornar-se impertinente, jogando-se no chão, digo-vos que ela só o faria uma vez. Eu não permitia que o diabo agisse por meio dessa criança e se apoderasse dela.
O Senhor quer que compreendamos as coisas. Ele diz: Abraão ordenou a seus filhos e a sua casa depois dele, e precisamos compreender o que significa ordenar, e precisamos compreender que temos de pôr mãos à obra se resistimos ao diabo.
Bom, eu não sei se estamos mais adiantados do que quando começamos.
C. L. Taylor: Sim, eu acho que estamos.
Irmã White: Mas foram ditas algumas coisas.
L. M Bowen: Penso que sabemos o que teremos de fazer.
Irmã Gotzian: Foi dito o suficiente para fazer-nos pensar e realizar alguma coisa.
Irmã White: O Senhor está lidando conosco com seriedade. Sim; temos de ser um exemplo. E podeis ver agora que há tantos sanatórios e tantas escolas, que precisam estar ligadas a eles. Temos de enfrentar a realidade e reconhecer que precisamos exercer uma influência - isto é, uma influência no tocante às crianças. ...
Vossa escola deve ser uma escola que sirva de amostra. Não deve ser uma amostra segundo as escolas da atualidade. Não deve ser semelhante coisa. Vossa escola deve estar de acordo com um plano que se encontre muito à frente dessas outras escolas. Deve ser uma coisa prática. As lições têm de ser postas em prática, e não ser meramente uma recitação teórica.
C. L. Taylor: Estou convencido de que quando começarmos a avançar nessa direção, veremos a chegada de verdadeira luz. Manuscrito 7, 1904.