História da Redenção

CAPÍTULO 66

A Segunda Morte

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Satanás parece paralisado ao contemplar a glória e majestade de Cristo. Aquele que fora um querubim cobridor lembra-se donde caiu. Ele, serafim resplandecente, "filho da alva" - quão mudado, quão degradado! Isa. 14:12.

Satanás vê que sua rebelião voluntária o inabilitou para o Céu. Adestrou suas faculdades para guerrear contra Deus; a pureza, paz e harmonia do Céu ser-lhe-iam suprema tortura. Suas acusações contra a misericórdia e justiça de Deus silenciam agora. A culpa que se esforçou por lançar sobre Jeová repousa inteiramente sobre ele. E agora Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença.

Todas as questões sobre a verdade e o erro no prolongado conflito são agora esclarecidas. A justiça de Deus acha-se plenamente justificada. Perante o Universo foi apresentado claramente o grande sacrifício feito pelo Pai e o Filho em prol do homem. É chegada a hora em que Cristo ocupa a Sua devida posição, sendo glorificado acima dos principados e potestades, e sobre todo o nome que se nomeia.

Apesar de ter sido Satanás constrangido a reconhecer a justiça de Deus e a curvar-se à supremacia de Cristo, seu caráter permanece sem mudança. O espírito de rebelião, qual poderosa torrente, explode de novo. Cheio de delírio, decide-se a não capitular no grande conflito. É chegado o tempo para a última


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e desesperada luta contra o Rei do Céu. Arremessa-se para o meio de seus súditos e esforça-se por inspirá-los com sua fúria, incitando-os a uma batalha imediata. Mas dentre todos os incontáveis milhões que seduziu à rebelião, ninguém há agora que lhe reconheça a supremacia. Seu poder chegou ao fim. Os ímpios estão cheios do mesmo ódio a Deus, o qual inspira Satanás; mas vêem que seu caso é sem esperança, que não podem prevalecer contra Jeová. Sua ira se acende contra Satanás e os que foram seus agentes no engano. Com furor de demônios voltam-se contra eles e segue-se aí uma cena de conflito universal.

Fogo do Céu

Então serão cumpridas as palavras do profeta: "Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o Seu furor sobre todo o exército delas; Ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança." Isa. 34:2. "Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso: eis a porção do seu copo." Sal. 11:6. De Deus desce fogo do céu. A terra se fende. São retiradas as armas escondidas em suas profundezas. Chamas devoradoras irrompem de cada abismo hiante. As próprias rochas estão ardendo. É chegado o dia que arde "como forno". Mal. 4:1. Os elementos fundem-se pelo vivo calor, e também a Terra e as obras que nela há são queimadas. II Ped. 3:10. O fogo de Tofete é preparado para o rei, o líder da rebelião; a fogueira é profunda e larga, e "o assopro do Senhor como torrente de enxofre a acenderá". Isa. 30:33. A superfície da Terra parece uma massa fundida - um vasto e fervente lago de fogo. É o tempo do juízo e perdição dos homens maus _


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"o dia da vingança do Senhor, ano de retribuições pela luta de Sião". Isa. 34:8.

Os ímpios recebem sua recompensa na Terra. Eles "serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos". Mal. 4:1. Alguns são destruídos num momento, enquanto outros sofrem muitos dias. Todos são punidos segundo suas ações. Tendo sido os pecados dos justos transferidos para Satanás, o originador do mal, ele deve suportar seu castigo. Assim ele tem de sofrer não somente pela sua própria rebelião, mas por todos os pecados que fez o povo de Deus cometer. Seu castigo deve ser muito maior do que o daqueles a quem enganou. Depois que perecerem os que pelos seus enganos caíram, deve ele ainda viver e sofrer. Nas chamas purificadoras os ímpios são finalmente destruídos, raiz e ramos - Satanás, a raiz, e seus seguidores, os ramos. A justiça de Deus é satisfeita, e os santos e toda a multidão de anjos dizem em alta voz: Amém.

Enquanto a Terra está envolta nos fogos da vingança de Deus, os justos habitam em segurança na Santa Cidade. Sobre os que tiverem parte na primeira ressurreição, a segunda morte não tem poder. Apoc. 20:6. Ao mesmo tempo em que Deus é para os ímpios um fogo consumidor, é para o Seu povo tanto Sol como Escudo. Sal. 84:11.

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