História da Redenção

CAPÍTULO 19

O Santuário

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O tabernáculo foi feito de acordo com a ordem de Deus. O Senhor suscitou homens e os habilitou com aptidões mais do que naturais para realizarem tão engenhoso trabalho. Nem a Moisés nem àqueles artífices foi permitido planejar a forma e a arte da construção. Deus mesmo idealizou o plano e deu-o a Moisés, com instruções particulares quanto ao seu tamanho, forma e o material a ser usado, e especificou cada peça do mobiliário que nela devia haver. Apresentou a Moisés um modelo em miniatura do santuário celestial e ordenou-lhe que fizesse todas as coisas segundo o exemplar que lhe fora mostrado no monte. Moisés escreveu todas as instruções num livro e as leu para as pessoas mais influentes.

Então, o Senhor solicitou ao povo que trouxesse uma oferta espontânea, para fazer-Lhe um santuário, a fim de que Ele habitasse no meio deles. "Então toda a congregação dos filhos de Israel saiu de diante de Moisés, e veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os vestidos santos. E assim vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração: trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes,


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todo o vaso de ouro; e todo o homem oferecia oferta de ouro ao Senhor." Êxo. 35:20-22.

Foram necessários grandes e dispendiosos preparativos. Caro e precioso material devia ser coletado. Mas o Senhor aceitou somente ofertas voluntárias. Devoção ao trabalho de Deus e sacrifício de coração foram os primeiros requisitos ao preparar-se um lugar para Deus. Enquanto a edificação do santuário estava caminhando, e o povo trazia suas ofertas a Moisés, e ele as apresentava aos artífices, todos os sábios que trabalhavam na obra examinaram as ofertas e concluíram que o povo tinha trazido o suficiente, e até mais do que podia ser usado. Moisés proclamou através do acampamento: "Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais. Êxo. 36:6.

Registrado Para Gerações Futuras

As repetidas murmurações dos israelitas, e as visitações da ira de Deus por causa de suas transgressões, ficam registradas na história sagrada para benefício do povo de Deus que posteriormente vivesse sobre a Terra e, especialmente para servir de advertência aos que vivessem próximo ao tempo do fim. Também seus atos de devoção, sua energia e liberalidade em trazer ofertas voluntárias a Moisés são registrados para benefício do povo de Deus. Seu exemplo, em preparar jubilosamente o material para o tabernáculo, é um exemplo para todos os que verdadeiramente amam o culto a Deus. Aqueles que estimam a bênção da sagrada presença de Deus, ao prepararem um edifício em que Ele possa encontrar-Se com eles, devem manifestar maior interesse e zelo na obra sagrada, na mesma proporção em que consideram as bênção celestiais superiores ao seu conforto terreno. Devem compreender


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que estão preparando uma casa para Deus.

Claro que um edifício preparado expressamente para que Deus Se encontre com Seu povo, deva ser planejado cuidadosamente - feito confortável, asseado e conveniente, pois é para ser dedicado a Deus e apresentado a Ele, e Ele deve ser convidado a habitar nessa casa e torná-la sagrada por Sua santa presença. Deve-se dar suficiente e voluntariamente ao Senhor para que liberalmente se conclua o trabalho, e então os artífices possam dizer: não tragam mais ofertas.

De Acordo com o Modelo

Depois que a construção do tabernáculo foi completada, Moisés examinou todo o trabalho, e o comparou com o modelo e com as instruções recebidas de Deus, e viu que cada parte estava de acordo com o modelo; e abençoou o povo.

Deus deu o modelo da arca a Moisés, e instruções especiais de como devia ser feita. A arca era para conter as tábuas de pedra, nas quais Deus gravara, com Seu próprio dedo, os Dez Mandamentos. Tinha a forma igual à de um cofre, e estava coberta e marchetada de ouro puro. Era ornamentada com coroas de ouro na parte superior. A cobertura desta caixa sagrada era o propiciatório, feito de ouro maciço. De cada lado do propiciatório estava fixado um querubim de ouro puro e sólido. Suas faces estavam voltadas uma na direção da outra, e olhavam reverentemente para baixo na direção do propiciatório, o que representava todos os anjos celestiais olhando com interesse e reverência para a lei de Deus depositada na arca no santuário celestial. Estes querubins tinham asas. Uma asa de cada anjo estendia-se para o alto, enquanto a outra asa de cada anjo cobria seu corpo. A arca do santuário terrestre


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era o modelo da verdadeira arca no Céu. Lá, ao lado da arca celestial, permanecem anjos vivos, um em cada extremidade, e cada um deles, com uma asa estendida para o alto, cobre o propiciatório, enquanto a outra asa se dobra sobre o corpo, em sinal de reverência e humildade.

Foi requerido de Moisés que colocasse as tábuas de pedra na arca terrestre. Foram chamadas tábuas do testemunho; e a arca foi chamada a arca do testemunho, porque continha o testemunho de Deus nos Dez Mandamentos.

Dois Compartimentos

O tabernáculo era composto de dois compartimentos, separados por uma cortina ou véu. Todo o mobiliário do tabernáculo era feito de ouro maciço, ou recoberto de ouro. As cortinas do tabernáculo tinham variedade de cores, em belíssimo arranjo, e nestas cortinas foram trabalhados, com fios de ouro e prata, querubins, que deviam representar o exército angelical, que se acha relacionada com o trabalho do santuário celestial e que são anjos ministradores aos santos na Terra.

Além do segundo véu estava colocada a arca do testemunho, e uma cortina bela e rica estendia-se diante da arca sagrada. Esta cortina não alcançava o topo da construção. A glória de Deus, que estava sobre o propiciatório, podia ser vista de ambos os compartimentos, mas em menor grau do primeiro.

Diretamente defronte a arca, porém separado por uma cortina, estava o altar de ouro, de incenso. O fogo sobre este altar fora aceso pelo próprio Senhor, e era conservado religiosamente, alimentado com santo incenso, o qual enchia o santuário com uma nuvem fragrante,


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dia e noite. Esta fragrância se estendia por quilômetros ao redor do tabernáculo. Quando o sacerdote oferecia o incenso diante do Senhor, olhava para o propiciatório. Muito embora não pudesse vê-lo, sabia que ele ali estava, e enquanto o incenso subia qual nuvem, a glória do Senhor descia sobre o propiciatório e enchia o santíssimo. Era visível no lugar santo, e freqüentemente enchia ambos os compartimentos, de modo que o sacerdote era incapaz de oficiar e obrigava-se a permanecer à porta do tabernáculo.

O sacerdote, no lugar santo, dirigindo pela fé sua oração ao propiciatório, ao qual não podia ver, representa o povo de Deus dirigindo suas orações a Cristo diante do propiciatório no santuário celestial. Eles não podem ver seu Mediador com a vista natural mas, com os olhos da fé, vêem a Cristo diante do propiciatório, dirigem-Lhe suas orações e confiantemente reclamam os benefícios de Sua mediação.

Estes sagrados compartimentos não possuíam janelas para admitir luz. O castiçal, feito de puríssimo ouro, era conservado ardendo noite e dia, e proporcionava luz a ambos os compartimentos. A luz das lâmpadas do castiçal refletia sobre as tábuas chapeadas de ouro dos lados do edifício, sobre os sagrados móveis e sobre as cortinas de belas cores com querubins trabalhados com fios de ouro e prata, e a cena era gloriosa e indescritível. Nenhuma linguagem pode descrever a beleza, a graça, e a santa glória que estes compartimentos apresentavam. O ouro do santuário refletia as cores das cortinas, semelhantes às diferentes cores do arco-íris.

Somente uma vez por anos podia o sumo sacerdote entrar no lugar santíssimo, depois de muito cuidadoso e solene preparo. Nenhuma vista mortal, que não a do sumo


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Sacerdote, podia olhar à sagrada grandeza deste compartimento, porque era o lugar especial de habitação da visível glória de Deus. O sumo sacerdote sempre entrava tremente, enquanto o povo aguardava seu retorno com solene silêncio. Seus ferventes desejos eram para Deus, em busca de Sua bênção. Diante do propiciatório Deus Se comunicava com o sumo sacerdote. Se ele permanecia tempo incomum no santíssimo, o povo ficava muitas vezes terrificado, temendo que, por causa de seus pecados ou algum pecado do sacerdote, a glória do Senhor o tivesse fulminado. Mas quando o sonido das campainhas de suas vestes era ouvido, ficavam grandemente aliviados. Ele então saía e abençoava o povo.

Depois que o trabalho do tabernáculo se concluiu, "então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo. Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo". Êxo. 40:34 e 35. Pois "a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas". Êxo. 40:38.

O tabernáculo fora construído de modo a poder ser desmontado e levado com eles em todas as suas jornadas.

A Nuvem Guia

O Senhor dirigiu os israelitas em todas as suas viagens através do deserto. Quando era para o bem do povo e a glória de Deus que armassem suas tendas num certo lugar e ali habitassem, Deus lhes indicava Sua vontade pela coluna de nuvem repousando diretamente sobre o tabernáculo. E aí permanecia até que Deus quisesse que jornadeassem outra vez. Então, a nuvem de glória se erguia sobre o tabernáculo e eles jornadeavam novamente.


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Em todas as suas jornadas eles observavam perfeita ordem. Cada tribo levava um estandarte, com o sinal da casa de seu pai, e cada tribo era ordenada a acampar junto a seu próprio estandarte. Quando viajavam, as diferentes tribos marchavam em ordem, cada tribo sob seu próprio estandarte. Quando descansavam de suas jornadas, o tabernáculo era construído, e então as diferentes tribos armavam suas tendas em ordem, precisamente na posição que Deus ordenara, ao redor do tabernáculo, a certa distância dele.

Quando o povo jornadeava, a arca do concerto era levada adiante deles. "A nuvem do Senhor ia sobre eles de dia, quando partiam do arraial. Era pois que, partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-Te, Senhor, e dissipados sejam os Teus inimigos, e fujam diante de Ti os aborrecedores. E, pousando ela, dizia: Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel." Núm. 10:34-36.

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