Conselhos Sobre o Regime Alimentar

Apêndice I - Experiência de Ellen White Como Reformadora de Saúde

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Apêndices

Experiência de Ellen White Como Reformadora de Saúde

A Primeira Visão Quanto à Reforma de Saúde

Foi na casa do irmão A. Hilliard, em Otsego, Michigan, a 6 de junho de 1863, que me foi exposto em visão o grande tema da reforma de saúde. Review and Herald, 8 de Outubro de 1867.

Obra Progressiva

Na revelação que me foi concedida tanto tempo atrás [1863], foi-me mostrado que a intemperança prevaleceria no mundo numa proporção alarmante e que cada um que pertence ao povo de Deus deve tomar uma elevada posição quanto à reforma dos hábitos e práticas. ... O Senhor expôs perante mim um plano geral. Foi-me mostrado que Deus daria ao Seu povo que guarda os Seus mandamentos uma reforma alimentar,


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e que quando eles a recebessem, suas enfermidades e sofrimentos deveriam diminuir grandemente. Mostrou-se-me que essa obra progrediria. Conselhos Sobre Saúde, pág. 531.

Aceitação Individual da Mensagem

Aceitei a luz quanto à reforma de saúde ao ser-me ela comunicada. Tem sido grande bênção para mim. Tenho hoje melhor saúde, não obstante achar-me com setenta e seis anos de idade, do que tinha em meus tempos juvenis. Dou graças a Deus pelos princípios da reforma de saúde. Manuscrito 50, 1904.

Após um Ano - os Benefícios

Por anos pensei que, para ter resistência, dependia de um regime cárneo. Comia três refeições ao dia até alguns meses atrás. Tem-me sido muito difícil ir de uma a outra refeição sem uma sensação de fraqueza no estômago, e vertigens na cabeça. Comer faria desaparecer essas sensações. Raramente me permitia ingerir qualquer coisa entre as refeições regulares, e tenho tornado costume deitar-me muitas vezes sem a última refeição. Tenho sofrido, porém, grandemente, por falta de alimento entre o desjejum e o almoço, desfalecendo com freqüência. O comer carne removia provisoriamente esse desfalecimento. Concluí, portanto, que no meu caso a carne era indispensável.

Mas desde que o Senhor me apresentou, em junho de 1863 a questão do comer carne em relação com a saúde, deixei o uso desse alimento. Durante algum tempo, foi bastante difícil gostar de pão, que antes pouco me apetecia. Perseverando, todavia, cheguei a consegui-lo. Tenho vivido cerca de um ano sem carne. Por quase seis meses a maior parte do pão em nossa mesa tem sido sem fermento, feito de farinha integral e água, com um pouco de sal. Usamos frutas e verduras com liberalidade. Tenho vivido por oito meses com duas refeições.

Tenho-me aplicado a escrever a maior parte do tempo por mais de um ano. Por oito meses tenho-me limitado estritamente a escrever. Meu cérebro tem sido sobrecarregado constantemente,


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e não tenho feito senão um pouco de exercício. No entanto, minha saúde nunca foi melhor que nos últimos seis meses. Meus anteriores desfalecimentos e vertigens desapareceram. Eu era afligida toda primavera com perda de apetite. Na última primavera não tive nenhuma dificuldade a esse respeito.

Nossa comida simples, ingerida duas vezes por dia, é saboreada com vivo prazer. Não temos carne, bolo, ou qualquer comida extravagante em nossa mesa. Não usamos banha, mas, em lugar disto, leite, nata e alguma manteiga. Preparamos o alimento com pouco sal apenas, e eliminamos condimentos de toda espécie. Tomamos o desjejum às sete, e almoçamos a uma. É raro eu sentir qualquer debilidade. Meu apetite fica satisfeito. Como com mais gosto que nunca. Spiritual Gifts, vol. 4, págs. 153 e 154.

A Batalha Pela Vitória

Não mudei minha conduta em nada, desde que adotei a reforma de saúde. Não voltei nem um passo atrás desde que a luz do Céu iluminou pela primeira vez o meu caminho. Rompi com tudo imediatamente - com carne e manteiga, e com as três refeições - e isto enquanto ocupada em exaustivo labor cerebral, escrevendo desde cedo, pela manhã até ao pôr do sol. Baixei para duas refeições por dia sem mudar meu trabalho.

Fui grande sofredora de enfermidades, havendo tido cinco ataques de paralisia. Estive com o braço esquerdo preso ao lado por meses, por ser tão grande a dor que tinha no coração. Ao fazer essas mudanças em meu regime, recusava-me a ceder ao paladar, deixando que ele me governasse. Ficará isto no caminho de minha obtenção de maior força, para que eu possa assim glorificar a meu Senhor? Permanecerá em meu caminho por um momento? Nunca!

Sofri intensa fome - eu era grande comedora de carne. Mas, quando desfalecida, punha os braços sobre o estômago, e dizia: "Não provarei um bocado. Hei de comer alimento simples, ou não comerei absolutamente." O pão me era insípido. Mal podia comer um pedacinho. Algumas coisas na reforma eu podia suportar muito bem; mas quando chegava ao pão, sentia-me especialmente antagônica. Ao fazer essas


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mudanças, tive combate especial a travar. As primeiras duas ou três refeições, não me foi possível comer. Disse a meu estômago: "Hás de esperar até que possas comer pão." Dentro em breve pude comê-lo, e pão integral também. Este eu não podia comer anteriormente; agora, porém, gosto dele, e não tenho tido perda de apetite.

Agir por Princípio

Quando estava escrevendo Spiritual Gifts, vols. III e IV [1863-64], ficava exausta pelo excessivo labor. Vi então que precisava mudar minha conduta, e descansando alguns dias, senti-me bem outra vez. Abandonei estas coisas por princípio. Tomei minha atitude para com a reforma de saúde por princípio, e desde então, irmãos, não me tendes ouvido propor quanto à reforma de saúde um ponto extremista, de que tenha de recuar. Não avancei coisa alguma senão o que hoje sustento. Recomendo-vos um regime saudável, nutritivo.

Não considero grande privação abandonar aquelas coisas que deixam mau odor no hálito e mau gosto na boca. É acaso abnegação abandonar esses artigos, e chegar a uma condição em que tudo é doce como mel, em que nenhum mau gosto é deixado na boca, em que não há sensações de esvaimento no estômago? Isto costumava eu experimentar muitas vezes. Desfalecia repetidamente com meu filhinho nos braços. Nada disso me acontece agora; e chamarei a isto uma privação, quando posso ficar de pé diante de vós como hoje faço? Não há uma mulher entre cem que seja capaz de suportar a soma de trabalho que eu suporto. Agi por princípio e não por impulso. Agi porque acreditei que o Céu aprovaria a conduta que estava seguindo a fim de colocar-me no melhor estado de saúde, para que pudesse glorificar a Deus em meu corpo e espírito, que são dEle. Testimonies, vol. 2, págs. 371 e 372.

Uma Batalha Contra o Hábito do Vinagre

Acabo de ler vossa carta. Parece que tendes sincero desejo de operar a vossa salvação com temor e tremor. Animo-vos a assim proceder. Aconselho-vos a abandonar tudo o que vos possa levar a fazer pela metade a obra de buscar o reino


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de Deus e Sua justiça. Afastai toda condescendência que vos estorve em vossa obra de vencer. Pedi as orações dos que podem compreender vossa necessidade de auxílio.

Houve um tempo em que me achei em alguns aspectos, em situação semelhante à vossa. Condescendera com o desejo de usar vinagre. Resolvi, porém, com o auxílio de Deus vencer isto. Combati a tentação, resolvida a não ser dominada por esse hábito.

Estive muito doente por várias semanas; mas dizia repetidamente: O Senhor sabe tudo a esse respeito. Se eu morrer, morrerei; mas não cederei a esse desejo. A luta continuou, e fui duramente afligida por muitas semanas. Todos pensavam que me era impossível viver. Podeis estar certos de que buscamos mui fervorosamente ao Senhor. Foram feitas as mais fervorosas orações por meu restabelecimento. Continuei a resistir ao desejo de usar vinagre, e venci afinal. Agora não tenho inclinação para provar qualquer coisa dessa espécie. Esta experiência me tem sido, por muitas maneiras, de grande valor. Obtive inteira vitória.

Relato-vos este incidente a fim de ajudar-vos e vos animar. Tenho fé, minha irmã, em que podeis atravessar essa prova, e revelar que Deus é o ajudador de Seus filhos em todo tempo de necessidade. Caso determineis vencer esse hábito, e o combaterdes perseverantemente, podeis obter uma experiência do mais alto valor. Quando assentardes a vontade resolutamente para romper com esta condescendência, haveis de obter a ajuda de Deus que necessitais. Experimentai-o, minha irmã.

Enquanto reconhecerdes esse hábito pela condescendência com ele, Satanás manterá seu domínio sobre a vossa vontade, levando-a a obediência a ele próprio. Mas se determinardes vencer, o Senhor vos curará, e dar-vos-á força para resistir a toda tentação. Lembrai sempre que Cristo é vosso Salvador e Protetor. Carta 70, 1911.

Regime Simples, mas Apropriado

Como o suficiente para satisfazer às necessidades da natureza; quando me levanto da mesa, porém, meu apetite é tão bom como quando me sentei. E ao chegar a próxima refeição,


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estou pronta para tomar minha porção, e nada mais. Comesse eu dobrada porção de quando em quando porque é saborosa, como me poderia curvar e pedir a Deus que me ajudasse em meu trabalho de escrever, quando não me fosse possível desenvolver uma idéia em razão de minha gulodice? Poderia eu pedir a Deus que cuidasse daquele irrazoável peso em meu estômago? Isto ser-Lhe-ia desonroso. Seria pedir para desperdiçar sobre minha concupiscência. Agora eu como apenas o que penso ser correto, e então posso pedir que Ele me dê força para efetuar a obra que me deu a fazer. E conheço que o Céu tem atendido a minha oração, quando Lhe peço. Testimonies, vol. 2, págs. 373 e 374.

Uma Mesa Bem Provida

Tenho em todas as ocasiões uma mesa bem provida. Não faço mudanças para visitas, sejam crentes ou incrédulos. Pretendo nunca ser tomada de surpresa pelo despreparo em receber de uma a seis pessoas que chegarem de improviso. Tenho bastante comida simples e saudável pronta para satisfazer a fome e nutrir o organismo. Se alguém quiser mais que isto, está na liberdade de procurá-la noutra parte. Nem manteiga nem alimentos cárneos de qualquer espécie vêm à minha mesa. Raramente aí se encontra bolo. Tenho geralmente ampla provisão de frutas, bom pão e verduras. Nossa mesa é sempre bem freqüentada, e todos os que participam do alimento passam bem e melhoram com ele. Todos se sentam sem apetite desmedido, e desfrutam com prazer as bênçãos fornecidas por nosso Criador. Testimonies, vol. 2, pág. 487.

Nos Vagões

Enquanto pais e filhos estavam comendo suas iguarias, meu marido e eu participávamos de nosso singelo alimento, na hora habitual - uma hora da tarde - pão integral sem manteiga, e abundante provisão de frutas. Tomamos nossa refeição com vivo prazer, e coração agradecido por não sermos obrigados a carregar conosco uma mercearia popular a fim de prover a um apetite obstinado. Comemos com apetite e não tivemos nenhuma


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sensação de fome até à manhã seguinte. O menino com suas laranjas, nozes, pipocas e doces, achou-nos maus fregueses. Health Reformer, dezembro de 1870.

Enfrentando Dificuldade e as

Resultantes Transigências

Há mais de trinta anos, eu me encontrava muitas vezes em grande fraqueza. Muitas orações eram feitas em meu favor. Pensava-se que o alimento cárneo me daria vitalidade, e este era, portanto, meu principal artigo de alimentação. Em vez de adquirir forças, porém, tornei-me cada vez mais fraca. Desmaiava muitas vezes de exaustão. Veio-me luz, mostrando o dano que homens e mulheres estavam causando às faculdades mentais, morais e físicas pelo uso da carne. Foi-me mostrado que toda a estrutura humana é afetada por esse regime, que por ele o homem fortalece as propensões animais e o desejo de bebidas alcoólicas.

Cortei imediatamente a carne de meu cardápio. Depois disto fui por vezes colocada em situações em que me senti compelida a comer um pouco de carne. Carta 83, 1901.

Lamento por Falta de uma Cozinheira - 1892

Estou agora sofrendo mais pela falta de uma pessoa experimentada no ramo culinário - que prepare coisas que eu possa comer. ... O alimento é preparado de tal maneira que não é apetecível, mas tem a tendência de tirar o desejo de comer. Eu pagaria mais alto preço por uma cozinheira do que por qualquer outra parte de meu trabalho. Carta 19c, 1892.


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Final Compromisso Quanto à Total Abstinência de Carne

Desde a reunião campal de Brighton (janeiro de 1894) bani absolutamente a carne de minha mesa. Está entendido que, quer eu esteja em casa quer lá fora, nada dessa espécie deve ser usado em minha família, ou vir à minha mesa. Este assunto tem sido repetidas vezes apresentado a minha mente, nas caladas da noite. Carta 76, 1895.

Temos abundância de bom leite, fruta e pão. Já consagrei minha mesa. Livrei-a de todos os alimentos cárneos. É melhor para a sanidade física e mental refrear-nos de viver da carne de animais. Devemos, o quanto possível, voltar ao plano original de Deus. Daqui em diante minha mesa estará livre de carne de animais mortos, e sem aqueles artigos de sobremesa que levam muito tempo e energias para preparar. Podemos usar abundantemente frutas, e em maneiras variadas, e não incorrer no risco de contrair as doenças adquiridas pelo uso de carne de animais doentes. Devemos pôr sob controle nosso apetite, de maneira que fruamos a comida simples, saudável, e tenhamos abundância dela a fim de que ninguém sofra fome. Manuscrito 25, 1894.

Um Ano Após o Avançado Passo

Temos uma família grande, e além disto, muitos hóspedes, mas nem carne nem manteiga é posta na mesa. Usamos a nata do leite de vacas que nós mesmos alimentamos. Compramos manteiga para fins culinários de leiterias onde as vacas se acham em condições saudáveis, e têm bom pasto. Carta 76, 1895.

Dois Anos Após o Avançado Passo

Tenho uma grande família, que chega muitas vezes a dezesseis pessoas. Há nela homens que trabalham no arado e que derrubam árvores. Esses têm mais vigoroso exercício, mas nem uma partícula de carne é posta em nossa mesa. A carne não


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tem sido usada por nós desde a reunião campal de Brighton. Não era meu desígnio tê-la a minha mesa em qualquer tempo, mas instantes alegações foram feitas de que alguém não podia comer isto ou aquilo, e que seu estômago podia digerir carne melhor que qualquer outra coisa. Assim fui incitada a pô-la em minha mesa. ...

Todos os que chegam à minha mesa são bem-vindos, mas diante deles não ponho carne. Cereais, verduras, e frutas frescas ou em conserva, constituem nosso cardápio. Temos atualmente fartura das melhores laranjas, e de limões. São estas as únicas frutas frescas que podemos obter nesta estação do ano. ...

Escrevi isto a fim de dar-vos uma idéia da maneira como vivemos. Jamais desfrutei melhor saúde e nunca escrevi mais do que agora. Ergo-me às três da manhã, e não durmo durante o dia. Muitas vezes estou de pé a uma hora, e quando minha mente está especialmente impressionada, levanto-me à meia-noite para escrever os assuntos que, com insistência, são apresentados a minha mente. Louvo ao Senhor de alma, coração e voz por Sua grande misericórdia para comigo. Carta 73a, 1896.

Uso Moderado de Alimentos com Nozes

Não comemos carne nem manteiga, e usamos muito pouco leite no preparo da comida. Não há frutas frescas nesta estação. Temos boa safra de tomates, mas nossa família dá muito valor aos pratos preparados com nozes em variedade de maneiras. Usamos um quinto das nozes especificadas nas receitas. Carta 73, 1899.

Um Regime Apropriado - sem Carne

Quando me achava em Cooranbong, vieram a minha família muitas pessoas que eram grandes comedoras de carne, e ao sentarem-se à mesa em que nem uma partícula de carne era servida, costumavam dizer: "Bem, se tendes comida assim, eu poderia passar sem carne." Acho que nossa comida satisfaz nossa família. Digo a esta: "Seja o que for que façais, não tenhais um regime pobre. Ponde à mesa o suficiente para nutrir o organismo. Precisais fazer isto. Precisais inventar, e inventar e estudar


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sempre, e arranjar os melhores pratos que vos seja possível, de modo a não ter um regime empobrecido." Manuscrito 82, 1901.

Chá e Café

Há anos que não compro um centavo de chá. Conhecendo seus efeitos, não ousaria usá-lo, exceto em casos de severo vômito, quando o tomo como remédio, mas não como bebida. ...

Não sou culpada de tomar qualquer chá exceto o chá de trevo vermelho, e se eu gostasse de vinho, chá e café, não usaria esses narcóticos destruidores da saúde, pois prezo a saúde e prezo um exemplo sadio em todas estas coisas. Quero ser um modelo de temperança e de boas obras aos outros. Carta 12, 1888.

Alimento Simples

Minha saúde é boa. Excelente o apetite. Verifico que, quanto mais simples a comida, e quanto menos variedades eu como, tanto mais forte me sinto. Carta 150, 1903.

Seguindo a Luz em 1903

Temos em nossa família o desjejum às seis e meia, e o almoço a uma e meia. Não ceamos. Mudaríamos um pouco nossas horas de refeição não fosse serem essas as horas mais convenientes para alguns membros da família.

Como apenas duas refeições por dia, e sigo ainda a luz a mim comunicada trinta e cinco anos atrás. Não uso carne. Quanto a mim, assentei a questão da manteiga. Não a uso. Este ponto deve ser facilmente assentado em todo lugar em que não se pode obter o artigo mais puro. Temos duas boas vacas leiteiras, uma Jersey e uma Holandesa. Usamos nata, e todos estão satisfeitos com isto. Carta 45, 1903.

Estou com setenta e cinco anos; mas escrevo tanto como sempre escrevi. Tenho boa digestão, e meu cérebro é claro.


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Nosso cardápio é simples e saudável. Não temos à mesa manteiga, nem carne, nem queijo, nem misturas gordurosas de alimento. Por alguns meses um jovem incrédulo, que comera carne toda a sua vida, esteve hospedado em nossa casa. Não fizemos mudança em nosso regime por causa dele; e enquanto ele esteve conosco engordou cerca de dez quilos. A alimentação que lhe proporcionamos era muito melhor para ele do que aquela a que estivera habituado. Todos quantos se sentam à minha mesa manifestam sua satisfação com a comida que lhes servimos. Carta 62, 1903.

A Família não Obrigada por Rígidas Regras

Como o alimento mais simples, preparado pela mais simples maneira. Por meses meu principal artigo de alimentação tem sido macarrão bem fino e tomates em conserva, cozidos juntamente. Como isto com torradas. E então como também frutas cozidas, e às vezes torta de limão. Milho seco, cozido com leite ou um pouco de nata, é outro prato que uso às vezes.

Mas os outros membros de minha família não comem as mesmas coisas que eu. Não me ponho como critério para eles. Deixo cada um seguir suas idéias quanto ao que é melhor para si. Não obrigo a consciência de outros pela minha. Uma pessoa não pode ser critério para outros em questão de comida. Impossível é fazer uma regra para ser seguida por todos. Há em minha família pessoas muito amantes de feijão, ao passo que, para mim, ele é veneno. Manteiga nunca é posta à minha mesa, mas há membros da família que preferem usar um pouco desse artigo fora da mesa; estão na liberdade de fazê-lo. Nossa mesa é posta duas vezes por dia, mas se há pessoas que desejem alguma coisa à noitinha, não há nenhuma regra que os proíba de obtê-la. Ninguém se queixa nem sai da mesa insatisfeito. Uma variedade de comida simples, saudável e apetitosa é sempre proporcionada. Carta 127, 1904.

Uma Declaração Para os que Têm Dúvidas Quanto à Maneira de Comer da Sra. White

É contado por alguns que não tenho vivido segundo os princípios da reforma de saúde, tal como os tenho defendido pela pena.


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Mas posso dizer que, ao que sei, não me tenho apartado desses princípios. Os que têm comido à minha mesa sabem que não tenho posto carne diante deles. ...

Já faz muitos anos que tive carne à mesa em meu lar. Nunca usamos chá ou café. Tenho usado acidentalmente chá de flor de trevo vermelho como bebida quente, mas poucos de minha família tomam qualquer líquido às refeições. Há na mesa nata em vez de manteiga, mesmo se temos visitas. Não tenho usado manteiga por muitos anos.

Todavia não temos um regime pobre. Temos abundância de frutas secas e conservadas. Caso nossa colheita de frutas seja pequena, compramos no mercado. A irmã Gray manda-me as uvas sem sementes, e estas, cozidas no vapor, dão um prato muito saboroso. Cultivamos nossas próprias framboesas, e usamo-las à vontade. Morangos não dão bem nesta localidade, mas compramos dos vizinhos amoras e outras variedades delas, maçãs e pêras. Temos também abundância de tomates. Cultivamos ainda uma boa variedade de milho doce, e secamos grande quantidade para uso durante os meses de inverno. Perto de nós há uma fábrica de alimentos, onde nos podemos abastecer de cereais industrializados.

Esforçamo-nos para usar de bom discernimento no determinar que combinações de alimento se nos adaptam melhor. É nosso dever agir prudentemente no que concerne a nossos hábitos de comer, ser temperantes, e aprender a raciocinar de causa para efeito. Caso façamos nossa parte, o Senhor fará a Sua em conservar-nos a energia cérebro-nervosa.

Por mais de quarenta anos não tenho tomado senão duas refeições por dia. E se tenho um trabalho especialmente importante a fazer, limito a quantidade de alimento que tomo. Considero como dever recusar-me a pôr no estômago qualquer comida que tenho razão de crer que vá causar perturbação. Minha mente precisa ser santificada para Deus, e preciso guardar-me cuidadosamente contra qualquer hábito que tenda a diminuir-me as faculdades do intelecto.

Estou agora em meus oitenta e um anos de idade, e posso testificar que, como uma família, não ansiamos as panelas de


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carne do Egito. Tenho conhecido alguma coisa dos benefícios a serem recebidos mediante o viver os princípios da reforma de saúde. Considero um privilégio, bem como um dever, ser adepta da reforma de saúde.

Sinto todavia, que haja tantos entre nosso povo que não seguem estritamente a luz sobre a reforma de saúde. Aqueles que, em seus hábitos, transgridem os princípios da saúde, e não dão atenção à luz que o Senhor lhes deu, sofrerão certamente as conseqüências.

Eu vos escrevo esses detalhes para que saibais como responder a qualquer pessoa que ponha em dúvida minha maneira de comer. ...

Considero que uma das razões por que tenho sido capaz de fazer tanto trabalho no falar e no escrever, é ser estritamente temperante na comida. Se põem diante de mim vários pratos, esforço-me por escolher apenas os que sei que me vão bem. Sou assim habilitada a conservar claras as faculdades mentais. Recuso-me a pôr no estômago, sabendo, qualquer coisa que ocasione fermentação. Este é o dever de todo adepto da reforma de saúde. Precisamos raciocinar de causa para efeito. É nosso dever ser temperantes em tudo. Carta 50, 1908.

Princípios Gerais de Reforma

Tenho tido do Senhor grande luz acerca do assunto da reforma de saúde. Não busquei essa luz; não estudei a fim de obtê-la; ela me foi dada pelo Senhor para comunicá-la aos outros. Apresento esses assuntos ao povo, demorando nos princípios gerais, e por vezes, quando me fazem perguntas à mesa a que fui convidada, respondo segundo a verdade. Nunca fiz, porém, um ataque a ninguém quanto à mesa ou a seu conteúdo. Eu não consideraria absolutamente esse proceder cortês ou apropriado. Manuscrito 29, 1897.

Tolerância Para com Outros

Não me faço critério para nenhuma outra pessoa. Coisas há que não posso comer sem experimentar grande sofrimento.


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Procuro aprender o que é melhor para mim, e depois, sem dizer coisa alguma a ninguém, participo das coisas que posso comer, que muitas vezes constituem duas ou três variedades que não me causam perturbações ao estômago. Carta 45, 1903.

Há grande diferença entre constituições e temperamentos, e as exigências do organismo diferem grandemente nas diferentes pessoas. O que seria alimento para um, seria veneno para outro; assim, não se podem estabelecer regras precisas que se ajustem a todos os casos. Não posso comer feijão, pois para mim é um veneno; mas dizer eu por isto que ninguém deve comê-lo, seria ridículo. Não posso comer uma colher de molho branco, ou pão torrado com leite sem sofrer as conseqüências; outros membros de minha família, no entanto, podem comer essas coisas, e nada sentem; tomo portanto o que me vai bem, ao estômago, e eles fazem o mesmo. Não trocamos palavras, não há discussões; tudo corre harmoniosamente em minha grande família, porque não tento ditar o que eles hão de comer ou não comer. Carta 19ª, 1891.

"Tenho Sido Fiel Observadora da Reforma de Saúde"

Quando pela primeira vez me veio a mensagem da reforma de saúde, eu era fraca e muito débil, sujeita a desmaios freqüentes. Roguei a Deus que me auxiliasse, e Ele me apresentou a grande questão da reforma de saúde. Revelou-me que os que estão guardando os Seus mandamentos, deverão ser postos em relação sagrada com Ele e, por meio da temperança observada no comer e no beber, conservar o espírito e o corpo nas condições mais favoráveis para o Seu serviço. Essa luz me tem sido uma grande bênção. Tomei posição como praticante da reforma de saúde, sabendo que o Senhor me fortaleceria. Tenho hoje melhor saúde do que na juventude, apesar da minha idade.

Houve quem alegasse que não tenho seguido os princípios de saúde, tais como os defendo com a pena; posso, entretanto, dizer que tenho sido fiel a essa reforma. Os membros da minha família sabem que isso é verdade. Testimonies, vol. 9, págs. 158 e 159.

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