A Voz de Deus na Obra de Suas Mãos
Ouvimos, para onde quer que nos tornemos, a voz de Deus, e contemplamos-Lhe a obra das mãos.
Desde o solene ribombar do trovão profundo e do bramir contínuo do velho oceano, até os alegres cantos que fazem as florestas ressoarem de melodia, os milhares de vozes da Natureza Lhe proclamam o louvor. Na terra, no mar e nos céus, com seus maravilhosos matizes e cores, variando em esplendoroso contraste ou confundindo-se harmoniosamente, contemplamos Sua glória. As colinas eternas falam de Seu poder; as árvores que balançam seu estandarte verdejante à luz do Sol e as flores em sua delicada beleza apontam para o Criador. A vívida relva, que cobre o solo escuro, fala do cuidado de Deus pelas Suas mais humildes criaturas. As cavernas do mar e as profundidades da Terra revelam-Lhe os tesouros. Aquele que colocou as pérolas no oceano, e a ametista e o crisólito entre as rochas, é amante do belo. O Sol, elevando-se nos céus, é representação dAquele que é a vida e a luz de tudo que Ele fez. Todo o brilho e beleza que adornam a Terra e iluminam os céus falam de Deus.
Esquecer-nos-emos, pois, do Doador, no uso de Suas dádivas? Antes, levem-nos elas a contemplar-Lhe a bondade e o amor. Tudo que é belo em nosso lar terrestre lembra-nos do rio de cristal e dos verdes campos, das árvores que balançam e das fontes vivas, da cidade resplandecente e dos cantores de vestes brancas de nosso lar celestial - mundo de beleza que nenhum artista pode desenhar, nem língua mortal descrever.
"As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que O amam." I Cor. 2:9. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, págs. 54 e 55.
Do Amor e do Caráter de Deus
As mães não devem estar tão preocupadas com o artificial e sobrecarregadas de cuidados que não possam ter tempo para educar os filhos no grande livro de Deus da Natureza, impressionando-lhes a jovem mente com as belezas dos botões e flores que desabrocham. As árvores altaneiras, os amoráveis pássaros, entoando seus alegres cantos de louvor ao Criador, falam-lhes aos sentidos da bondade, misericórdia e benevolência de Deus. Cada folha e flor com seus variados matizes, perfumando o ar, ensina-lhes que Deus é amor. Tudo o que é bom, amável e belo neste mundo fala-lhes do amor de nosso Pai celestial. Em Suas obras criadas, eles podem discernir o caráter de Deus. Signs of the Times, 5 de agosto de 1875.
Da Perfeição de Deus
Como as coisas da Natureza mostram sua apreciação pelo Artífice Mestre fazendo o máximo para embelezar a Terra e representar a perfeição de Deus, assim devem os seres humanos esforçar-se em sua esfera para representar a perfeição de Deus, permitindo-Lhe operar por meio deles Seus propósitos de justiça, misericórdia e bondade. Carta 47, 1903.
Do Criador e do Sábado
Quem nos deu a luz do Sol que faz a terra brotar e produzir? E quem os aguaceiros produtivos? E quem nos deu os céus em cima e o Sol e as estrelas nos céus? Quem vos deu vossa razão, e quem vos vigia dia a dia? ... Cada vez que olhamos para o mundo somos relembrados da poderosa mão de Deus que o chamou à existência.
A abóbada sobre vossa cabeça e a terra embaixo coberta com um tapete verde trazem à lembrança o poder de Deus e também a Sua amorável bondade. Poderia ter feito a relva marrom ou preta, mas Deus ama o belo, e portanto nos dá belas coisas para contemplar. Quem poderia pintar as flores com o delicado matiz com que Deus as vestiu? ...
Não podemos ter melhor manual que a Natureza. "Olhai para os lírios do campo; ... não trabalham, nem fiam. E Eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles." Mat. 6:28 e 29. Seja a mente de nossos filhos conduzida para Deus. Para isso foi que Ele nos deu o sétimo dia e deixou como um memorial de Suas obras. Manuscrito 16, 1895.
Obediência à Lei
O mesmo poder que mantém a Natureza opera também no homem. As mesmas grandes leis que guiam tanto a estrela como o átomo dirigem a vida humana. As leis que presidem à ação do coração, regulando o fluxo da corrente da vida do corpo são as leis da Inteligência todo-poderosa, as quais presidem às funções da alma. DEle procede toda a vida. Unicamente em harmonia com Ele poderá ser achada a verdadeira esfera daquelas funções. Para todas as coisas de Sua criação, a condição é a mesma: uma vida que se mantém pela recepção da vida de Deus, uma vida exercida de acordo com a vontade do Criador. Transgredir Sua lei, física, mental ou moral, corresponde a colocar-se o transgressor fora da harmonia do Universo, ou introduzir discórdia, anarquia e ruína.
Para aquele que assim aprende a interpretar Seus ensinos, toda a Natureza se ilumina; o mundo é um livro, e a vida uma escola. A unidade do homem com a Natureza e com Deus, o domínio universal da lei, os resultados da
transgressão, não podem deixar de impressionar o espírito e moldar o caráter. Nossos filhos necessitam aprender essas lições. Educação, págs. 99 e 100.
Outras Lições das Leis da Natureza
No cultivo do solo, o obreiro ponderado descobrirá que se apresentam diante dele tesouros de que pouco suspeitava. Ninguém poderá ser bem-sucedido na agricultura ou na jardinagem, sem a devida atenção às leis envolvidas nesses trabalhos. Devem ser estudadas as necessidades especiais de cada variedade de planta. Variedades diferentes requerem solo e cultura diferentes; e conformidade com as leis que regem a cada uma dessas variedades é a condição para o êxito.
A atenção exigida na transplantação, para que nem mesmo uma pequena raiz fique comprimida ou mal colocada; o cuidado das mudas, a poda e a rega, o abrigo da geada à noite e do sol ao dia, a remoção das plantas daninhas, das doenças e pragas de insetos; a disposição geral - todo esse trabalho não somente ensina lições importantes relativas ao desenvolvimento do caráter, mas é em si mesmo um meio para aquele desenvolvimento. O cultivo da cautela, paciência, atenção aos detalhes, obediência às leis, transmite um ensino muitíssimo essencial.
O contato constante com o mistério da vida e o encanto da Natureza, bem como a ternura suscitada com o servir a essas belas coisas da criação de Deus, tendem a despertar o espírito, purificar e elevar o caráter; e as lições ensinadas preparam o obreiro para tratar com mais êxito com outras mentes. Educação, págs. 111 e 112.
Lições da Semeadura
A parábola do semeador e da semente comunica uma profunda lição espiritual. A semente representa os princípios semeados no coração e seu crescimento, ou desenvolvimento do caráter. Tornai prático o ensino a esse respeito. As crianças podem preparar o terreno e
semear a semente; e, enquanto elas trabalham, os pais, o professor, podem explicar-lhes o jardim do coração com a boa ou a má semente ali semeada; e, assim como o jardim deve ser preparado para a semente natural, o coração deve ser preparado para a semente da verdade. À medida que a planta cresce, a relação entre a semeadura natural e a espiritual pode continuar. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 142.
Ao ser a semente lançada no solo, poderão ensinar a lição da morte de Cristo; e ao surgir a erva, a verdade da ressurreição. Educação, pág. 111.
Cultivar o Jardim do Coração
Do cultivo do solo, podem-se aprender constantemente lições. Ninguém se estabelece em um trecho de terra virgem com a expectativa de que de pronto ela forneça uma colheita. Deve-se empregar no preparo do solo um trabalho diligente, perseverante, bem como na semeadura e cultura da plantação. Semelhantemente deve ser na semeadura espiritual. O jardim do coração deve ser cultivado. O terreno deve ser lavrado pelo arrependimento. As plantas daninhas que abafam o bom grão devem ser arrancadas. Assim como o solo de que se apoderaram os espinhos só se pode readquirir mediante trabalho diligente, assim as más tendências do coração só se podem vencer por um esforço decidido em nome e no poder de Cristo. Educação, pág. 111.
Crescimento na Graça
Falai às vossas crianças a respeito do poder de Deus de operar milagres. Estudando elas o grande livro da Natureza, Deus lhes impressionará a mente. O lavrador ara a terra e lança a semente; mas ele não pode fazer com que a semente cresça. Deve confiar em que Deus fará aquilo que poder humano algum é capaz de fazer. O Senhor põe Seu poder vital na semente, fazendo-a brotar à vida. Sob Seu cuidado, o germe da vida irrompe através da crosta dura que envolve, e cresce para produzir frutos.
Primeiro aparece a folha, depois a espiga, e então o grão cheio na espiga. Contando-se às crianças a obra que Deus faz com a semente, elas aprendem o segredo do crescimento na graça. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, págs. 124 e 125.
Elevando-se Acima do Ambiente
Temos na América do Norte os viçosos lírios aquáticos. Esses belos lírios surgem puros, imaculados, perfeitos, sem uma única mancha. Irrompem através de uma massa de resíduos. Disse a meu filho: "Quero que se esforce por me trazer uma haste daquele lírio, tão perto da raiz quanto possível. Quero que compreenda algo a seu respeito."
Ele arrancou uma mão cheia de lírios e eu os contemplei. Estavam cheios de canais abertos e as hastes retiravam as propriedades da areia pura embaixo, e estas se estavam transformando no lírio puro e imaculado. Recusavam todo o resíduo. Recusavam toda a coisa desagradável à vista, e ali se desenvolveram em sua pureza.
Ora, essa é exatamente a maneira em que devemos educar nossa juventude neste mundo. Sejam sua mente e coração instruídos sobre quem é Deus, quem é Cristo Jesus e o sacrifício que Este fez em nosso favor. Retirem a pureza, a virtude, a graça, a cortesia, o amor, a clemência; extraiam-nas da Fonte de todo o poder. Manuscrito 43a, 1894.
Lições de Confiança e Perseverança
"Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber; ... até os peixes do mar to contarão." Jó 12:7 e 8. "Vai ter com a formiga; ... olha para os seus caminhos." Prov. 6:6. "Olhai para as aves." Mat. 6:26. "Considerai os corvos." Luc. 12:24.
Não devemos meramente falar às crianças a respeito dessas criaturas de Deus. Os próprios animais devem ser seus professores.
As formigas nos ensinam lições de paciente operosidade, perseverança em superar obstáculos, providência para o futuro. E os pássaros são ensinadores da suave lição da confiança. Nosso Pai celestial lhes provê alimento; mas devem eles recolhê-lo, construir o ninho e criar a prole. A cada instante se acham expostos a inimigos que procuram destruí-los. Entretanto quão animosamente prosseguem com o seu trabalho! Quão repletos de alegria são os seus pequeninos hinos!
Quão bela é a descrição que o salmista faz do cuidado de Deus pelas criaturas dos bosques.
"Os altos montes são um refúgio para as cabras monteses,
E as rochas, para os coelhos." Sal. 104:18.
Ele envia as fontes a correrem entre as colinas, onde os pássaros têm a sua habitação, "cantando entre os ramos". Sal. 104:12. Todas as criaturas dos bosques e colinas fazem parte de Sua grande família. Abre a Sua mão e satisfaz "os desejos de todos os viventes". Sal. 145:16. Educação, págs. 117 e 118.
Os Insetos Ensinam Sobre o Trabalho
A laboriosa abelha dá um exemplo aos homens inteligentes que bem fariam em imitar. Esses insetos observam perfeita ordem e não admitem nenhum ocioso em sua colmeia. Executam o trabalho que lhes foi designado com uma inteligência e atividade além da nossa compreensão. ... O sábio chama nossa atenção para as pequenas coisas da Terra: "Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento." Prov. 6:6-8. "As formigas são um povo impotente; todavia, no verão preparam a sua comida." Prov. 30:25. Desses pequeninos professores, podemos aprender uma lição de fidelidade. Caso melhorássemos com a mesma diligência as faculdades que um Criador todo sabedoria nos tem
concedido, quão grandemente aumentaria nossa aptidão para a utilidade. Os olhos de Deus estão sobre a menor de Suas criaturas; não considera Ele então o homem formado à Sua imagem, e dele requer correspondentes juros por todas as vantagens que lhe tem concedido? Testimonies, vol. 4, págs. 455 e 456.