II. Suplemento
Explanação
Queridos Amigos Cristãos: Como apresentei um breve esboço de minhas experiências e visões, publicado em 1851, parece ser meu dever ressaltar alguns pontos dessa pequena obra, tendo em vista também dar as visões mais recentes.
1. Na pág. 33 é dito o seguinte: "Vi que o santo sábado é, e será o muro de separação entre o verdadeiro Israel de Deus e os incrédulos, e que o sábado é o grande fator que une os corações dos queridos de Deus, os expectantes santos. Vi que Deus tinha filhos que não reconheciam o sábado e não o guardavam. Eles não haviam rejeitado a luz sobre este ponto. E ao início do tempo de angústia fomos cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente."
Esta visão foi dada em 1847, quando havia apenas poucos dentre os irmãos do advento observando o sábado, e desses somente uns poucos supunham que sua observância era de suficiente importância para constituir uma linha de separação entre o povo de Deus e os incrédulos. Agora o cumprimento desta visão está começando a ser visto. O "início do tempo de angústia" ali mencionado, não se refere ao tempo em que as pragas começarão a ser derramadas, mas a um breve período, pouco antes, enquanto Cristo está no santuário. Nesse tempo, enquanto a obra de salvação está se encerrando, tribulações virão sobre a Terra, e as nações ficarão iradas, embora contidas para não
impedir a obra do terceiro anjo. Nesse tempo a "chuva serôdia", ou o refrigério pela presença do Senhor, virá, para dar poder à grande voz do terceiro anjo e preparar os santos para estarem de pé no período em que as sete últimas pragas serão derramadas.
2. A visão de "A Porta Aberta e a Porta Fechada", das págs. 42-45, foi dada em 1849. A aplicação de Apocalipse 3:7 e 8, ao santuário celestial e ao ministério de Cristo era inteiramente nova para mim. Jamais eu ouvira a idéia expressa antes por alguém. Agora que o assunto do santuário está sendo claramente compreendido, a aplicação é vista em sua força e beleza.
3. A visão de que o Senhor "havia estendido a Sua mão pela segunda vez para reaver o remanescente do Seu povo", que se encontra na pág. 74, refere-se unicamente à união e força outrora existente entre os que aguardavam a Cristo, e ao fato de que Ele tinha começado a unir e erguer o Seu povo outra vez.
4. Manifestações Espíritas. Na pág. 43 lemos o seguinte: "Vi que as batidas misteriosas em Nova Iorque e outros lugares eram o poder de Satanás, e que essas coisas seriam cada vez mais comuns, abrigadas em vestes religiosas, a fim de distrair os enganados e fazê-los sentirem-se em segurança maior, e a atrair a mente do povo de Deus tanto quanto possível para essas coisas e levá-lo a duvidar dos ensinos e poder do Espírito Santo." Esta visão foi dada em 1849, cerca de cinco anos decorridos. Então as manifestações espíritas estavam confinadas principalmente à cidade de Rochester, conhecidas como "as batidas de Rochester". A partir de então a heresia tem se espalhado para além das expectativas de qualquer pessoa.
Grande parte da visão da página 59, intitulada "As Batidas Misteriosas", dada em agosto de 1850, tem se cumprido a partir de então, e está se cumprindo agora. Eis aqui uma parte dessa visão: "Vi que logo seria considerado blasfêmia falar contra as "pancadas", que isso se espalharia mais e mais, que o poder
de Satanás aumentaria e alguns de seus dedicados seguidores teriam poder para operar milagres, e mesmo fazer descer fogo do céu à vista dos homens. Foi-me mostrado que, por essas pancadas e pelo magnetismo, estes mágicos modernos procurariam ainda explicar todos os milagres operados por nosso Senhor Jesus Cristo, e que muitos creriam que todas as poderosas obras do Filho de Deus, realizadas quando esteve na Terra, foram executadas pelo mesmo poder."
Vi o engano das pancadas - o progresso que estava fazendo - e que se fosse possível enganaria os próprios escolhidos. Satanás terá poder para trazer perante nós o aparecimento de formas que pretendem ser nossos parentes ou amigos que agora dormem em Jesus. Far-se-á parecer como se esses amigos estivessem efetivamente presentes; as palavras que proferiram enquanto estiveram aqui, com as quais estamos familiarizados, serão pronunciadas, e o mesmo tom de voz que tinham quando vivos, cairá em nossos ouvidos. Tudo isso visa enganar os santos e enlaçá-los na crença deste engano.
Vi que os santos precisam alcançar completa compreensão da verdade presente, a qual serão obrigados a sustentar pelas Escrituras. Precisam compreender o estado dos mortos; pois os espíritos de demônios lhes aparecerão, pretendendo ser amigos e parentes amados, os quais lhes declararão que o sábado foi mudado, bem como outras doutrinas não bíblicas. Eles farão tudo ao seu alcance para despertar simpatia e operarão milagres diante deles para confirmar o que declaram. O povo de Deus deve estar preparado para enfrentar esses espíritos com a verdade bíblica, segundo a qual, os mortos não sabem coisa nenhuma, e que aqueles que lhes aparecem são espíritos de demônios. Não deve a nossa mente ser absorvida com as coisas ao nosso redor, mas ocupar-se com a verdade presente e o preparo para dar a razão de nossa esperança com mansidão e temor. Devemos buscar sabedoria do alto
a fim de podermos estar firmes nestes dias de erro e engano.
Devemos examinar bem o fundamento de nossa esperança, pois teremos de dar a razão dela pelas Escrituras. Este engano se espalhará, e com ele teremos de lutar face a face; e, a menos que estejamos preparados para isto, seremos enredados e vencidos. Mas se fizermos o que pudermos, pela nossa parte, a fim de estarmos prontos para o conflito que se acha precisamente diante de nós, Deus fará a Sua parte, e Seu braço Todo-poderoso nos protegerá. Mais depressa enviaria Ele todos os anjos da glória para fazerem uma barreira em redor dos fiéis, do que consentir que sejam enganados e desencaminhados pelos prodígios de mentira de Satanás.
Vi a rapidez com que este engano se propagava. Foi-me mostrado um comboio, avançando com a velocidade do relâmpago. O anjo ordenou-me olhar cuidadosamente. Fixei os olhos nesse trem. Parecia que o mundo inteiro ia embarcado nele, que não faltava ninguém. Disse o anjo: "Eles estão se reunindo em feixes, prontos para serem queimados." Mostrou-me então o chefe do trem, uma pessoa formosa e imponente, para quem todos os passageiros olhavam e a quem reverenciavam. Fiquei perplexa e perguntei a meu anjo assistente quem era. Disse ele: "É Satanás. Ele é o chefe na forma de um anjo de luz. Ele leva cativo o mundo. Eles se entregaram à operação do erro a fim de crerem na mentira e serem condenados. O seu mais elevado agente abaixo dele, pela sua categoria, é o maquinista, e outros dos seus agentes estão empregados em diferentes cargos conforme deles necessita, e todos vão indo para a perdição, com a velocidade do relâmpago."
Perguntei ao anjo se ninguém havia escapado. Ele me mandou olhar em direção oposta, e vi um pequeno grupo viajando por um caminho estreito. Todos pareciam estar firmemente unidos, ligados pela verdade, em companhia ou grupo. Disse o
anjo: "O terceiro anjo está unindo-os, ou selando-os em grupos para o celeiro celestial." Este pequeno grupo parecia atribulado, como se tivesse passado por duras provas e conflitos. E parecia assim como se o sol tivesse surgido por trás de uma nuvem, iluminando-lhes o rosto e dando-lhes um aspecto triunfante, como se sua vitória estivesse quase alcançada.
Vi que o Senhor tem dado ao mundo a oportunidade de descobrir a cilada. Esta única coisa é prova suficiente para o cristão, se não houvessem outras; não se faz diferença entre o que é precioso e o que é vil. Tomás Paine, cujo corpo está hoje desfeito em pó, e que deve ser chamado no fim dos mil anos, por ocasião da segunda ressurreição, para receber sua recompensa e sofrer a segunda morte, é apresentado por Satanás como estando no Céu, e altamente exaltado ali. Satanás fez uso dele na Terra tanto quanto pôde, e agora está continuando com a mesma obra mediante a pretensão de estar sendo Tomás Paine sobremodo exaltado e honrado no Céu; assim como ensinou aqui, Satanás gostaria de fazer crer que está ensinando no Céu. Há alguns que têm olhado com horror para sua vida e morte e seus ensinos corruptos quando vivia, mas agora se submetem a ser ensinados por ele, um dos homens mais vis e corruptos, alguém que desprezou a Deus e Sua lei.
Aquele que é o pai da mentira, cega e engana o mundo, enviando os seus anjos para falarem pelos apóstolos, e fazerem parecer que estes contradizem o que escreveram pela orientação do Espírito Santo, quando estiveram na Terra. Esses anjos mentirosos fazem os apóstolos deturparem os seus próprios ensinos e declararem que estes estão adulterados. Assim fazendo, Satanás se deleita em lançar cristãos professos, e o mundo todo, na incerteza quanto à Palavra de Deus. Aquele Santo Livro se atravessa em seu caminho e contradiz os seus planos; portanto leva os homens a duvidarem da origem divina da Bíblia. Então apresenta o incrédulo Tomás Paine como se tivesse sido introduzido no Céu quando morreu, e agora, unido com os santos apóstolos a quem ele odiou na Terra, estivesse empenhado em ensinar o mundo.
Satanás designa a cada um de seus anjos uma parte a desempenhar. Exige de todos que sejam dissimulados, astutos, ardilosos. Instrui alguns deles a desempenharem o papel dos apóstolos e a falar por eles, enquanto outros devem desempenhar o papel de homens incrédulos e ímpios que morreram blasfemando de Deus, mas que agora aparecem como muito religiosos. Não se faz diferença entre o mais santo dos apóstolos e o mais vil dos infiéis. Ambos são apresentados como ensinando a mesma coisa. Não importa quem Satanás faz falar, desde que seu objetivo seja alcançado. Ele esteve tão intimamente ligado a Paine na Terra, ajudando-o em seu trabalho, que lhe é coisa fácil saber as próprias palavras que Paine usou e até mesmo a caligrafia de quem o serviu tão fielmente e executou os seus propósitos tão bem. Satanás ditou muitos dos escritos de Paine, e coisa fácil é agora para ele, por intermédio de seus anjos, ditar seus próprios sentimentos e fazer parecer que
vieram por intermédio de Tomás Paine que, enquanto viveu, foi um devotado servo do maligno. Esta é a mistificação máxima de Satanás. Todo este ensino que se diz ser dos apóstolos, santos, e homens ímpios que morreram, vem diretamente de sua majestade satânica.
O fato de Satanás pretender que alguém que ele amara tanto, e que tanto odiara a Deus, agora se encontrava com os santos apóstolos e anjos, na glória, deveria ser bastante para remover o véu de todas as mentes e pôr a descoberto as obras obscuras e misteriosas de Satanás. Virtualmente ele diz ao mundo e aos incrédulos: Não importa quão ímpios sejais; não importa que creiais ou não em Deus ou na Bíblia; vivei como vos agradar; o Céu é vosso lar; pois todos sabem que se Tomás Paine está no Céu, e tão exaltado, certamente também chegarão ali. Este erro é tão manifesto que todos podem ver, se quiserem. Satanás agora está fazendo por intermédio de pessoas semelhantes a Tomás Paine o que ele tem procurado fazer desde sua queda. Ele está, mediante o seu poder e prodígios de mentira, demolindo o fundamento da esperança cristã e obscurecendo o Sol que deve iluminá-los no estreito caminho para o Céu. Está fazendo o mundo crer que a Bíblia não é inspirada, nem melhor que qualquer livro de histórias, enquanto apresenta alguma coisa que lhe ocupe o lugar, isto é, o que se intitula manifestações espiritualistas!
Aqui está um meio que lhe é inteiramente dedicado e sob o seu controle, e Satanás pode fazer o mundo crer o que quiser. O livro que deve julgá-lo, e aos seus seguidores, ele o pôs na sombra, onde bem queria. O Salvador do mundo ele faz parecer não mais que um homem comum; e como a guarda romana que vigiava a tumba de Jesus espalhou a falsa notícia que os principais sacerdotes e anciãos lhe puseram nos lábios, assim os pobres, iludidos seguidores dessas pretensas manifestações espiritualistas repetirão e procurarão fazer parecer que nada há de miraculoso no
nascimento, morte e ressurreição de nosso Salvador. Depois de haverem colocado Jesus num segundo plano, atraem a atenção do mundo para si mesmos e para os seus milagres e prodígios de mentira, os quais, declaram, excedem em muito as obras de Cristo. Assim o mundo é apanhado na cilada e conduzido a um enganador sentimento de segurança, para não descobrir seu terrível engano até que sejam derramadas as sete últimas pragas. Satanás ri ao ver seu plano tão bem-sucedido, e o mundo inteiro apanhado no engano.
5. Na pág. 55 afirmei que uma nuvem de gloriosa luz cobria o Pai e que Sua pessoa não podia ser vista. Afirmei também que vi o Pai erguer-Se do trono. O Pai estava envolvido num corpo de luz e glória, de maneira que Sua pessoa não podia ser vista; todavia eu vi que era o Pai e que de Sua pessoa provinha essa luz e glória. Quando vi este corpo de luz e glória erguer-Se do trono, sabia que era porque o Pai Se movia, portanto disse: Vi o Pai erguer-Se. A glória, ou excelência, de Sua forma eu nunca vi; ninguém poderia contemplá-la e viver; entretanto o corpo de luz e glória que envolvia a Sua pessoa podia ser visto.
Eu afirmei também que "Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus". Darei outra sentença da mesma página: "Voltei-me para ver o grupo que estava ainda curvado perante o trono." Ora, este grupo em oração estava em seu estado mortal, na Terra, contudo representado a mim como estando perante o trono. Jamais eu tivera a idéia de que esses indivíduos estivessem em realidade na Nova Jerusalém. Nem nunca pensei que qualquer mortal pudesse supor que eu cria estivesse Satanás realmente na Nova Jerusalém. Mas João não viu o grande dragão vermelho no Céu? Sem dúvida. "Viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão,
vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres." Apoc. 12:3. Que monstro presente no Céu! Aqui parece haver tão boa oportunidade para ridículo como na interpretação que alguns têm dado a minhas afirmações.
6. Nas págs. 48-52 há uma visão que me foi dada em janeiro de 1850. Aquela parte da visão que se relaciona com os meios que são negados aos mensageiros, aplicava-se mais particularmente àquele tempo. A partir de então, amigos da causa da verdade presente têm sido despertados, e esses têm estado atentos a oportunidades de fazer o bem com os seus recursos. Alguns têm dado tão liberalmente que causam dano aos beneficiados. Durante cerca de dois anos tem-me sido mostrado mais a respeito do uso descuidado e demasiado liberal do dinheiro do Senhor, do que sobre a falta dele.
O que se segue é de uma visão recebida em Jackson, Michigan, em 2 de junho de 1853. Ela se refere principalmente aos irmãos deste lugar: "Vi que os irmãos começaram a sacrificar suas propriedades e a se desfazerem delas sem ter diante de si o verdadeiro objetivo - a Causa necessitada - e muitas e muitas vezes abriram mão delas demasiado liberalmente. Vi que os mestres deviam ter permanecido em posição de corrigir este erro e exercer boa influência na igreja. O dinheiro tem sido considerado de pouca importância; quanto antes gasto tanto melhor. Mau exemplo tem sido dado por alguns em aceitar grandes doações e não fazer a menor advertência aos que obtiveram recursos para não os usarem tão liberal e descuidadamente. Aceitando tão grande soma de meios, sem procurar saber se Deus tinha feito dever dos irmãos dar tão liberalmente, tem-se autorizado demasiada beneficência.
"Os que deram também erraram, não examinando com cuidado o caso, para saber se havia ou não real necessidade. Os que possuíam meios foram deixados em grande perplexidade. Um irmão sofreu grande dano pela enorme quantidade de recursos
confiados em suas mãos. Ele não considerou o fator economia, mas viveu extravagantemente, e em suas viagens aqui e ali pôs dinheiro fora sem nenhuma utilidade. Ele espalhou uma influência maléfica pelo uso indiscriminado do dinheiro do Senhor, e dizia a outros e em seu coração: "Há recursos bastantes em J______, mais do que pode ser usado antes da vinda do Senhor." Alguns foram muito prejudicados por semelhante conduta e vieram para a verdade com pontos de vista errôneos, não compreendendo que era o dinheiro do Senhor que estavam usando, não sentindo assim a importância dele. As pobres almas que apenas acabam de abraçar a terceira mensagem angélica e têm diante de si um exemplo dessa ordem terão muito que aprender para se negarem a si mesmas e sofrerem por amor de Cristo. Terão de aprender a desprezar o comodismo, a não considerar as suas conveniências e conforto, tendo sempre em mente o valor das almas. Os que sentem sobre si o "ai" não farão grandes preparativos para viajar folgada e confortavelmente. Alguns sem vocação têm sido animados a ir para o campo. Outros têm sido afetados por essas coisas e não têm sentido a necessidade de fazer economia, de se negarem, de reforçar o tesouro do Senhor. Eles sentem e dizem: "Há outros que têm recursos bastante; eles darão para o sustento da revista. Eu não preciso fazer nada. A revista será mantida sem o meu auxílio.""
Não tem sido para mim pequena prova ver que alguns têm tomado essa parte de minhas visões que se referia a sacrificar propriedades para sustentar a Causa e têm dela feito mau uso; eles utilizam os recursos extravagantemente ao passo que negligenciam promover os princípios de outras porções. Também, na pág. 50 lê-se o seguinte: "Vi que a causa de Deus tem sido prejudicada e desonrada por alguns que viajavam mas não têm mensagem de Deus. Esses terão de dar conta a Deus por todo dinheiro que gastaram em viagem aonde não era seu dever ir, porque esse dinheiro podia ter ajudado na causa de
Deus." Ainda na pág. 50: "Vi que os que têm forças para trabalhar com suas próprias mãos e ajudar a sustentar a Causa eram tão responsáveis por sua força como outros o eram por sua propriedade."
Eu chamaria a atenção especialmente aqui para a visão sobre este assunto apresentada na pág. 57. Aqui está um breve extrato: "O objetivo das palavras de nosso Salvador não tem sido claramente apresentado." Vi que "o objetivo de vender não é dar aos que podem trabalhar e sustentar-se a si mesmos, mas para espalhar a verdade. É um pecado sustentar e favorecer a indolência dos que podem trabalhar. Alguns têm sido zelosos em assistir a todas as reuniões, não para glorificar a Deus, mas por causa de "pão e peixe". Muito melhor seria que tais pessoas ficassem em casa trabalhando com as próprias mãos, "porque isto é bom", a fim de suprir as necessidades de suas famílias e terem alguma coisa para dar para o sustento da preciosa causa da verdade presente". Tem sido desígnio de Satanás em tempos passados levar alguns de espírito apressado a fazerem uso demasiado liberal de meios, influenciando os irmãos a disporem depressa de sua propriedade, a fim de que mediante abundância de recursos utilizados apressadamente e com descuido, fossem as almas prejudicadas e perdidas, de maneira que agora, quando a verdade deve ser espalhada mais extensamente, a falta seja sentida. Seu desígnio tem, em certa medida, sido alcançado.
O Senhor tem mostrado o erro de muitos em considerar apenas os que têm propriedade como obrigados a sustentar a publicação de revistas e folhetos. Todos devem desempenhar sua parte. Os que têm capacidade para trabalhar com as próprias mãos e conseguir recursos para sustentar a Causa são tão responsáveis por ela como os que são por suas propriedades. Cada filho de Deus que professa crer na verdade presente deve ser zeloso no desempenho de sua parte nesta causa.
Em julho, 1853, vi que não estava sendo como devia ser, que a revista, propriedade de Deus e por Ele aprovada, saísse tão raramente. A Causa, no tempo em que estamos vivendo,
necessita da revista semanalmente, bem como a publicação de muito maior quantidade de folhetos que exponham os crescentes erros deste tempo; mas a obra é embaraçada pela carência de meios. Vi que a verdade precisa ir avante e que não devemos ter tanto medo, que seria melhor que revistas e folhetos fossem a três desnecessariamente do que deixar um privado deles, que os apreciaria e ficaria beneficiado. Vi que os sinais dos últimos dias devem ser expostos claramente, pois as manifestações de Satanás estão aumentando. As publicações de Satanás e seus agentes estão prosperando, seu poder está aumentando, o que temos de fazer para pôr a verdade perante outros precisa ser feito depressa.
Foi-me mostrado que a verdade uma vez publicada agora, resistirá, pois é a verdade para os últimos dias; ela viverá, e pouco necessitará dizer-se sobre ela no futuro. Não é necessário pôr na revista inumeráveis palavras para justificar o que se justifica por si mesmo e brilha em sua luz. A verdade é retilínea, clara, explícita, e coloca-se ousadamente em sua própria defesa; mas não é assim com o erro. Ele é tão sinuoso e dúplice que se necessita de uma multidão de palavras para explicá-lo em sua forma tortuosa. Vi que toda a luz que haviam recebido em alguns lugares tinha vindo da revista; que almas tinham recebido a verdade desta maneira, e então falado a outros; e que agora em lugares onde há vários, haviam sido despertados por este mensageiro silencioso. Ela foi o seu único pregador. A causa da verdade não deve ser embaraçada em seu progresso por falta de meios.