Satanás foi outrora um honrado anjo no Céu, o primeiro depois de Cristo. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. Sua testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, seu porte nobre e majestoso. Mas quando Deus disse a Seu Filho: "Façamos o homem à Nossa imagem" (Gên. 1:26), Satanás teve ciúmes de Jesus. Ele desejava ser consultado sobre a formação do homem, e porque não o foi, encheu-se de inveja, ciúmes e ódio. Ele desejou receber no Céu a mais alta honra depois de Deus.
Até então todo o Céu tinha estado em ordem, harmonia e perfeita sujeição ao governo de Deus. Foi o pecado máximo rebelar-se contra Sua ordem e vontade. Todo o Céu parecia estar em comoção. Os anjos foram dispostos em ordem por companhias, cada divisão com um mais categorizado anjo a sua frente. Satanás, ambicionando exaltar-se a si mesmo, e não desejando submeter-se à autoridade de Jesus, fazia insinuações contra o governo de Deus. Alguns dos anjos simpatizaram com Satanás em sua rebelião, ao passo que outros contenderam fortemente com ele atribuindo honra e sabedoria a Deus em dar autoridade a Seu Filho. Houve controvérsia entre os anjos. Satanás e seus simpatizantes estavam lutando por reformar o governo de Deus. Desejaram perscrutar Sua insondável sabedoria e descobrir o Seu propósito em exaltar a Jesus e dotá-Lo com tão ilimitado poder e comando.
Eles se rebelaram contra a autoridade do Filho. Todo o exército celestial foi convocado para comparecer perante o Pai a fim de que cada caso ficasse decidido. Aqui ficou decidido que Satanás seria expulso do Céu, com todos os anjos que a ele se haviam unido em rebelião. Houve então guerra no Céu. Anjos se empenharam em batalha; Satanás desejava derrotar o Filho de Deus e os que estavam submissos a Sua vontade. Mas os anjos bons e leais prevaleceram, e Satanás, com seus seguidores, foi expulso do Céu.
Depois que Satanás e os que caíram com ele foram expulsos do Céu, e tendo ele compreendido que perdera para sempre toda a sua pureza e glória, arrependeu-se e desejou ser reintegrado no Céu. Estava disposto a ocupar o seu próprio lugar, ou qualquer posição que lhe fosse designada. Mas não; o Céu não devia ser colocado em risco. Todo o Céu poderia vir a ser maculado se ele fosse recebido de volta; pois o pecado originou-se com ele, e dentro dele estavam as sementes da rebelião. Tanto ele como os seus seguidores choraram e imploraram para serem de novo recebidos no favor de Deus. Mas o pecado deles - o seu ódio, inveja e ciúmes - tinha sido tão grande que Deus não podia apagá-lo. Tinha de permanecer, a fim de receber sua punição final.
Quando Satanás se tornou inteiramente cônscio de que não havia possibilidade de ser de novo acolhido no favor de Deus, sua malícia e ódio começaram a ser manifestos. Ele confabulou com os seus anjos, e foi estabelecido um plano para ainda operar contra o governo de Deus. Quando Adão e Eva foram colocados no belo jardim, Satanás estava assentando planos para destruí-los. De nenhuma maneira poderia este feliz casal ser privado de sua felicidade se obedecessem a Deus. Satanás não poderia exercer o seu poder sobre eles, a não ser que eles primeiro desobedecessem a Deus e desmerecessem o Seu favor. Algum plano devia portanto ser delineado que os levasse à desobediência e os fizesse incorrer no desagrado de Deus, sendo