Primeiros Escritos

CAPÍTULO 27

Fidelidade em Reuniões Sociais

PE - Pag. 114  

consumador de nossa fé, o qual, pelo gozo que Lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta. Ele suportou a contradição dos pecadores contra Si mesmo. Por nossos pecados foi uma vez o Cordeiro manso, morto, ferido, moído, esmagado e afligido.

Soframos, pois, alegremente, alguma coisa pelo amor de Jesus, crucificando diariamente o eu, e sejamos participantes das aflições de Cristo aqui, a fim de podermos ser participantes de Sua glória, sendo igualmente coroados com glória, honra, imortalidade e vida eterna.

Fidelidade em Reuniões de Testemunhos

O Senhor tem-me mostrado que grande interesse devia ser tomado pelos guardadores do sábado em conservar suas reuniões e torná-las interessantes. Há grande necessidade de manifestar-se mais interesse e energia nesta direção. Todos devem ter algo para dizer ao Senhor, pois em assim fazendo serão abençoados. Um livro de memórias é escrito com respeito àqueles que não desertam das reuniões, mas falam muitas vezes um ao outro. O remanescente deve vencer pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho. Alguns esperam vencer apenas pelo sangue do Cordeiro, sem qualquer esforço especial de sua parte. Vi que Deus foi misericordioso ao nos dar o poder da fala. Ele nos deu uma língua, e somos responsáveis diante dEle por seu uso. Devemos glorificar a Deus com nossa boca, falando em honra da verdade e de Sua ilimitada misericórdia, e vencer pela palavra de nosso testemunho através do sangue do Cordeiro.


PE - Pag. 115  

Não devemos reunir-nos para ficar em silêncio; os únicos que são lembrados do Senhor são os que se reúnem para falar de Sua honra e glória e de Seu poder; sobre esses repousará a bênção de Deus, e eles serão refrigerados. Se todos procedessem como deviam, nenhum tempo precioso seria desperdiçado, e nenhuma reprovação seria necessária por causa de longas orações e exortações; todo o tempo seria ocupado por testemunhos e orações breves, diretos. Pedi, crede, recebei. Há demasiado escarnecer do Senhor, muita oração que não é oração e que cansam os anjos e desagradam a Deus, muita petição vã, sem significado. Primeiro precisamos sentir a necessidade, e então pedir a Deus exatamente o que necessitamos, crendo que Ele nos dá. Já mesmo quando estamos pedindo; e então nossa fé crescerá, todos serão edificados, o fraco será fortalecido e o desanimado e desalentado é levado a olhar para cima e crer que Deus é o galardoador de todo que diligentemente O busca.

Alguns se retraem nas reuniões porque nada de novo têm a dizer, e se falarem terão que repetir a mesma história. Vi que o orgulho era o fundamento disto, que Deus e os anjos atentavam para o testemunho dos santos e Se alegravam e eram glorificados por serem repetidos cada semana. O Senhor ama a simplicidade e humildade, mas Se desgosta e os anjos são ofendidos quando professos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus permitem que o precioso tempo se escoe gasto em suas reuniões.

Se os irmãos e irmãs estivessem no lugar devido, não ficariam sem saber o que dizer em honra de Jesus, que esteve suspenso na cruz do Calvário por seus pecados. Se anelassem mais do compreensivo senso da condescendência de Deus em dar o Seu amado unigênito Filho para morrer em sacrifício por nossos pecados e transgressões, e dos sofrimentos e angústia de Jesus para abrir um caminho de escape ao homem culpado, a fim de que ele


PE - Pag. 116  

pudesse receber perdão e vida, seriam mais prontos a exaltar e magnificar a Jesus. Não se calariam, mas com reconhecimento e gratidão falariam de Sua glória e de Seu poder. E bênçãos de Deus cairiam sobre eles por assim fazer. Ainda que a mesma história fosse repetida, Deus seria glorificado. Mostrou-me o anjo os que não cessavam dia e noite de clamar: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso." Apoc. 4:8. "Repetição contínua", disse o anjo, "contudo Deus é glorificado." Embora repitamos a mesma história sempre, ela honra a Deus e mostra que não nos temos esquecido de Sua bondade e misericórdia para conosco.

Vi que as igrejas nominais têm caído; que a frieza e a morte reinam em seu meio. Se seguissem a Palavra de Deus, ela os faria humildes. Mas eles se põem acima da obra do Senhor. É-lhes demasiado humilhante repetir a mesma simples história da bondade de Deus quando se reúnem, e estudam para conseguir algo novo, algo de vulto, e estar na posse das palavras exatas para os ouvidos e o gosto do homem, e o Espírito de Deus deixa-os. Quando seguirmos o humilde caminho da Bíblia, teremos a influência do Espírito de Deus. Tudo estará em doce harmonia, se seguirmos os humildes canais da verdade, dependendo inteiramente de Deus, e não haverá perigo de sermos afetados pelos anjos maus. É quando as almas passam por alto o Espírito de Deus, movendo em sua própria força, que os anjos cessam de vigiar sobre elas, e são deixadas aos ataques de Satanás.

Encontram-se na Palavra de Deus deveres cujo cumprimento guardaria o povo de Deus humilde e separado do mundo, da apostasia, como as igrejas nominais. O lava-pés e a participação da Ceia do Senhor seriam mais freqüentemente praticados. Jesus deu-nos o exemplo e mandou-nos que fizéssemos como Ele fizera. Vi que Seu exemplo devia ser seguido tão exatamente quanto


PE - Pag. 117  

possível; contudo os irmãos e irmãs nem sempre têm agido tão cuidadosamente quanto deviam na questão do lava-pés, e tem havido confusão. Isto devia ser introduzido em novos lugares com cuidado e sabedoria, especialmente onde o povo não está informado quanto ao exemplo e ensinos de nosso Senhor sobre este ponto, e onde haja preconceito contra. Muitas almas honestas, pela influência de antigos mestres em quem tinham confiança, estão muito carregadas de preconceitos contra este claro dever, e o assunto devia ser-lhes introduzido no tempo e maneira apropriados.

Não há na Palavra nenhum exemplo para que irmãos lavem os pés de irmãs; mas há um exemplo para que irmãs lavem os pés a irmãos. Maria lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e enxugou-os com os cabelos. (Ver também I Tim. 5:10.) Vi que o Senhor havia impressionado irmãs a lavar pés de irmãos, e que isto estava em harmonia com a ordem evangélica. Todos devem agir compreensivamente, e não tornar tediosa a cerimônia do lava-pés.

A santa saudação mencionada no evangelho de Jesus Cristo pelo apóstolo Paulo deve ser considerada no seu verdadeiro caráter. Trata-se de um ósculo santo. Deve ser considerada como um sinal de amizade para cristãos amigos quando partem, e quando se encontram de novo após semanas ou meses de separação. Paulo diz: "Saudai a todos os irmãos com ósculo santo." I Tess. 5:26. No mesmo capítulo ele diz: "Abstende-vos de toda forma de mal." Pode não haver aparência de mal quando o ósculo santo é dado no tempo e em lugar próprios.

Vi que a forte mão do inimigo está colocada contra a obra de Deus, e o auxílio e força de cada um que ama a causa da verdade deve ser angariado; grande interesse deve ser manifestado por eles em sustentar as mãos dos que advogam a verdade, a

<< Capítulo Anterior Próximo Capítulo >>