Encerrando-se o ministério de Jesus no lugar santo, e passando Ele para o lugar santíssimo e ficando em pé diante da arca, a qual contém a lei de Deus, enviou um outro anjo poderoso com uma terceira mensagem ao mundo. Um pergaminho foi posto na mão do anjo, e, descendo ele à Terra com poder e majestade, proclamou uma dura advertência, com a mais terrível ameaça que já foi feita ao homem. Esta mensagem estava destinada a pôr os filhos de Deus de sobreaviso, mostrando-lhes a hora de tentação e angústia que diante deles estava. Disse o anjo: "Serão trazidos em cerrado combate com a besta e sua imagem. Sua única esperança de vida eterna consiste em permanecer firmes. Posto que sua vida esteja em jogo, deverão reter com firmeza a verdade." O terceiro anjo encerra sua mensagem assim: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." Apoc. 14:12. Ao dizer ele estas palavras, aponta para o santuário celeste. A mente de todos os que abraçam esta mensagem, é dirigida ao lugar santíssimo, onde Jesus está em pé diante da arca, fazendo Sua intercessão final por todos aqueles por quem a misericórdia ainda espera, e pelos que ignorantemente têm violado a lei de Deus. Esta expiação é feita tanto pelos justos mortos como pelos justos vivos. Inclui todos os que morreram confiando em Cristo, mas que, não tendo recebido a luz sobre os mandamentos de Deus, têm, por ignorância, pecado, transgredindo seus preceitos.
Depois que Jesus abriu a porta do lugar santíssimo, viu-se a luz a respeito do sábado, e o povo de Deus foi provado, como o foram os filhos de Israel antigamente, para se ver se guardariam
a lei de Deus. Vi o terceiro anjo apontando para cima, mostrando aos desapontados o caminho do lugar santíssimo do santuário celestial. Entrando eles pela fé no lugar santíssimo, encontram a Jesus e a esperança e alegria brotam de novo. Vi-os olhar para trás, revendo o passado, desde a proclamação do segundo advento de Jesus, através de sua experiência, até a passagem do tempo em 1844. Vêem eles seu desapontamento explicado, e a alegria e a certeza de novo os animam. O terceiro anjo iluminou o passado, o presente e o futuro, e eles sabem que na verdade Deus os tem guiado por Sua misteriosa providência.
Representou-me que os remanescentes seguiram pela fé a Jesus ao lugar santíssimo, viram a arca e o propiciatório, e ficaram encantados com sua glória. Jesus levantou então a tampa da arca, e eis as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos sobre elas escritos. Examinam os vívidos oráculos, mas a tremer recuam quando vêem o quarto mandamento entre os dez santos preceitos, com uma luz a resplandecer sobre ele, mais brilhante do que havia sobre os outros nove, e uma auréola de glória em redor dele. Nada acham ali que os informe de que o sábado fora abolido, ou mudado para o primeiro dia da semana. O mandamento afirma como quando fora falado pela voz de Deus, em grandiosidade solene e terrível, sobre o monte enquanto os relâmpagos reluziam e os trovões ribombavam; é o mesmo que era quando fora escrito com Seu próprio dedo nas tábuas de pedra: "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus." Êxo. 20:9 e 10. Ficam admirados vendo o cuidado que é tido com os Dez Mandamentos. Vêem-nos colocados junto a Jeová, sob a sombra e proteção de Sua santidade. Vêem que têm estado a desprezar o quarto mandamento do Decálogo, e têm observado
um dia legado pelos pagãos e católicos, em vez de o dia santificado por Jeová. Humilham-se diante de Deus e lamentam suas transgressões passadas.
Vi no incensário o cheiro suave sendo exalado quando Jesus oferecia as confissões e orações deles a Seu Pai. E, subindo esse incenso, uma luz brilhante repousava sobre Jesus e sobre o propiciatório; e aqueles que, com fervor e oração estavam perturbados por terem descoberto ser transgressores da lei de Deus, foram abençoados e seus rostos se iluminaram de esperança e alegria. Uniram-se à obra do terceiro anjo e alçaram suas vozes para proclamar a solene advertência. Poucos, porém, a receberam a princípio; contudo, os fiéis continuaram a proclamar a mensagem com energia. Vi então muitos abraçarem a mensagem do terceiro anjo, e unir suas vozes com aqueles que primeiro tinham dado a advertência e honrado a Deus observando Seu dia de descanso santificado.
Muitos que abraçaram a terceira mensagem não tinham tido experiência nas duas mensagens anteriores. Satanás compreendeu isto, e seu olho mau estava sobre eles para os transtornar; porém o terceiro anjo lhes estava apontando o lugar santíssimo, e aqueles que tinham tido experiência nas mensagens passadas estavam a apontar-lhes o caminho para o santuário celestial. Muitos viram a perfeita cadeia de verdades nas mensagens do anjo, e alegremente as receberam em sua ordem, e pela fé seguiram a Jesus no santuário celestial. Estas mensagens foram-me representadas como uma âncora para o povo de Deus. Aqueles que as compreendem e recebem serão preservados de ser varridos pelos muitos enganos de Satanás.
Depois do grande desapontamento em 1844, Satanás e seus anjos estiveram ativamente empenhados em armar laços para abalar a fé da comunidade. Ele afetou a mente das pessoas que
haviam tido alguma experiência na mensagem e possuíam uma humildade aparente. Alguns indicavam o futuro para o cumprimento da primeira e da segunda mensagens, enquanto outros apontavam o passado, declarando que elas já haviam sido cumpridas. Esses estavam ganhando influência sobre a mente dos inexperientes e perturbando sua fé. Alguns estavam examinando a Bíblia para edificar sua fé, independente da corporação. Satanás exultou com tudo isso; pois ele sabia que os que se livravam da âncora podiam por ele ser afetados por diferentes erros e levados à roda por diversos ventos de doutrinas. Muitos que tinham sido líderes na primeira e na segunda mensagens, agora negavam-nas, e houve divisão e confusão no corpo da comunidade.
Minha atenção foi então chamada para Guilherme Miller. Ele parecia perplexo e estava quebrantado por ansiedade e angústia por seu povo. O grupo que havia estado unido em amor em 1844 estava perdendo o seu amor, opondo-se uns aos outros, e caindo num frio estado de apostasia. Ao contemplar isto, o sofrimento consumiu-lhe as forças. Eu vi líderes observando-o, temerosos de que ele aceitasse a mensagem do terceiro anjo e os mandamentos de Deus. E quando ele se inclinava para a luz do Céu, esses homens elaboravam algum plano para afastar-lhe a mente. Uma influência humana foi exercida para conservá-lo em trevas e reter sua influência entre os que se opunham à verdade. Finalmente Guilherme Miller levantou a sua voz contra a luz do Céu. Falhou ao não receber a mensagem que teria explicado plenamente o seu desapontamento e lançado luz e glória sobre o passado, o que lhe teria restaurado as energias perdidas, iluminado sua esperança e o levado a glorificar a Deus. Ele se apoiou na humana sabedoria em vez da sabedoria divina; mas, enfraquecido por árduos esforços na causa do