Vi o terno amor que Deus tem por Seu povo, e é muito grande. Vi anjos com as asas estendidas sobre os santos. Cada santo tinha um anjo de guarda. Se os santos choravam de desânimo, ou estavam em perigo, os anjos que sempre os assistiam, voavam rapidamente para cima a fim de levar as novas; e os anjos na cidade cessavam de cantar. Então Jesus comissionava outro anjo para descer a fim de animá-los, vigiar sobre eles e procurar impedi-los de abandonar o caminho estreito, mas se não davam atenção ao cuidado vigilante dos anjos e não queriam ser por eles consolados, antes continuavam a se desgarrar, os anjos pareciam ficar tristes e choravam. Levavam as notícias para cima, e todos os anjos na cidade choravam, e então com grande voz diziam: "Amém." Se, porém, os santos fixavam os olhares no prêmio que diante deles estava e glorificavam a Deus, louvando-O, então os anjos levavam as alegres novas à cidade, e os outros que ali estavam tocavam suas harpas de ouro e cantavam em alta voz: "Aleluia", e as abóbadas celestiais ressoavam com seus belos cânticos.
Há perfeita ordem e harmonia na cidade santa. Todos os anjos comissionados para visitar a Terra, levam um cartão de ouro e, ao entrarem e saírem, apresentam-no aos anjos que ficam às portas da cidade. O Céu é um lugar agradável. Anseio ali estar, e contemplar meu amorável Jesus, que por mim deu Sua vida, e achar-me transformada a Sua imagem gloriosa. Oh! quem me dera possuir linguagem para exprimir as glórias do resplandecente mundo vindouro! Estou sedenta das águas vivas que alegram a cidade de nosso Deus.
O Senhor me proporcionou uma vista de outros mundos. Foram-me dadas asas, e um anjo me acompanhou da cidade a um lugar brilhante e glorioso. A relva era de um verde vivo, e os pássaros
gorjeavam ali cânticos suaves. Os habitantes do lugar eram de todas as estaturas; nobres, majestosos e formosos. Ostentavam a expressa imagem de Jesus, e seu semblante irradiava santa alegria, que era uma expressão da liberdade e felicidade do lugar. Perguntei a um deles por que eram muito mais formosos que os da Terra. A resposta foi: "Vivemos em estrita obediência aos mandamentos de Deus, e não caímos em desobediência, como os habitantes da Terra." Vi então duas árvores. Uma se assemelhava muito à árvore da vida, existente na cidade. O fruto de ambas tinha belo aspecto, mas o de uma delas não era permitido comer. Tinham a faculdade de comer de ambas, mas era-lhes vedado comer de uma. Então meu anjo assistente me disse: "Ninguém aqui provou da árvore proibida; se, porém, comessem, cairiam." Então fui levada a um mundo que tinha sete luas. Vi ali o bom e velho Enoque, que tinha sido trasladado. Em sua destra tinha uma palma resplendente, e em cada folha estava escrito: "Vitória." Pendia-lhe da cabeça uma grinalda branca, deslumbrante, com folhas, e no meio de cada folha estava escrito: "Pureza", e em redor da grinalda havia pedras de várias cores que resplandeciam mais do que as estrelas, e lançavam um reflexo sobre as letras, aumentando-lhes o volume. Na parte posterior da cabeça havia um arco em que rematava a grinalda, e nele estava escrito: "Santidade." Sobre a grinalda havia uma linda coroa que brilhava mais do que o Sol. Perguntei-lhe se este era o lugar para onde fora transportado da Terra. Ele disse: "Não é; minha morada é na cidade, e eu vim visitar este lugar." Ele percorria o lugar como se realmente estivesse em sua casa. Pedi ao meu anjo assistente que me deixasse ficar ali. Não podia suportar o pensamento de voltar a este mundo tenebroso. Disse então o anjo: "Deves voltar e, se fores fiel, juntamente com os 144.000 terás o privilégio de visitar todos os mundos e ver a obra das mãos de Deus."