Primeiros Escritos

CAPÍTULO 25

Esperança da Igreja

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de tudo isto, eles têm de enfrentar a incredulidade e o preconceito de oponentes e ser pisados por alguns.

Quão mais fácil seria alcançar o coração e quão mais glorificado seria Deus se Seus servos ficassem livres do desencorajamento e prova, a fim de poderem com espírito livre apresentar a verdade em sua beleza. Os que têm sido culpados de requerer tanto labor dos servos de Deus, sobrecarregando-os com provas que eles mesmos deviam solucionar, terão de dar contas a Deus por todo o tempo e recursos despendidos para satisfazê-los, satisfazendo assim também ao inimigo. Eles deviam estar em situação de ajudar a seus irmãos. Nunca deviam transferir suas provas e dificuldades para sobrecarregar toda uma reunião, ou esperar até que algum dos mensageiros venha para solucioná-las; mas deviam ir diretamente a Deus pessoalmente, tendo afastado do caminho os seus problemas, estando assim preparados quando os obreiros vierem, sustentando-lhes as mãos em vez de enfraquecê-las.

Esperança da Igreja

Ao olhar ultimamente ao redor em busca dos humildes seguidores do manso e terno Jesus, minha mente tem sido muito exercitada. Muitos que professam estar aguardando a iminente volta de Cristo estão se conformando com este mundo e buscando mais fervoroso aplauso dos que os cercam do que a aprovação de Deus. São frios e formais, como as igrejas nominais das quais estão separados apenas pouco tempo. As palavras endereçadas à igreja de Laodicéia descrevem perfeitamente sua presente condição. (Apoc. 3:14-20.) Eles não são frios "nem quentes", mas são mornos. E a menos que aceitem


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o conselho da "testemunha fiel e verdadeira", e zelosamente se arrependam e adquiram "ouro provado no fogo", "vestidos brancos", e "colírio", serão vomitados de Sua boca.

É chegado o tempo em que grande parte dos que uma vez se regozijaram e exultaram em vista da iminente volta do Senhor, estão no terreno da igreja e do mundo que outrora deles escarneceu por crerem que Jesus estava para voltar, e veicularam toda espécie de falsidade para despertar o preconceito contra eles e destruir sua influência. Ora, se alguém suspira pelo Deus vivo, sentindo fome e sede de justiça, e Deus lhe concede experimentar o Seu poder, e satisfaz seus anseios de alma derramando-lhe no coração abundantemente o Seu amor, e ele glorifica a Deus com louvores, ele é, por esses professos crentes na vinda do Senhor, muitas vezes considerado iludido, e acusado de estar sob a influência do mesmerismo ou de possuir algum espírito ímpio.

Muitos desses professos cristãos vestem-se, falam e agem como o mundo, e a única coisa pela qual podem ser conhecidos é a sua profissão. Embora professem estar aguardando a Cristo, sua conversação não está no Céu, mas nas coisas mundanas. Que pessoas convém ser "em santo trato e piedade", aqueles que professam estar "aguardando e apressando... a vinda do Dia de Deus". II Ped. 3:11 e 12. "E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro." I João 3:3. Mas é evidente que muitos que levam o nome de adventistas estudam mais para o embelezamento do corpo e para parecer bem aos olhos do mundo do que para aprender da Palavra de Deus como ser por Ele aprovados.

Como seria se o amorável Jesus, nosso modelo, fizesse Sua aparição entre eles e os seguidores de religião em geral, como em Seu primeiro advento? Ele nasceu numa manjedoura.


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Acompanhai-O através de Sua vida e ministério. Foi um homem de dores e familiar com o sofrimento. Esses professos cristãos ficariam envergonhados do manso e humilde Salvador que Se vestia com uma túnica simples, sem costura, e não tinha onde repousar a cabeça. Sua vida imaculada, altruísta, condená-los-ia; Sua santa solenidade seria uma penosa restrição ao seu riso leviano e vão; Sua conversação sem artifício seria um obstáculo a sua conversação mundana e cobiçosa; Sua maneira franca e cortante de apresentar a verdade, deixaria a descoberto o real caráter deles, e desejariam ter o manso padrão, o amorável Jesus, fora do caminho o mais depressa possível. Eles estariam entre os primeiros a procurar apanhá-Lo em Suas palavras, e levar o clamor: "Crucifica-O! Crucifica-O!" Luc. 23:21.

Sigamos a Jesus em Seu manso jornadear para Jerusalém, quando "toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz... dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no Céu e glória nas alturas! E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os Teus discípulos. E, respondendo Ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão". Luc. 19:37-40. Grande parte dos que professam estar esperando a Cristo seriam tão atrevidos como os fariseus a fim de fazer silenciar os discípulos, e sem dúvida haveriam de exclamar: "Fanatismo! Mesmerismo! Mesmerismo!" E os discípulos, estendendo os seus vestidos e folhas de palmeira no caminho, seriam considerados extravagantes e turbulentos. Mas Deus terá um povo na Terra que não será assim frio e morto, mas que O louvará e O glorificará. Ele receberá glória de algumas pessoas, e se os de Sua escolha, que guardam os Seus mandamentos, tivessem de se calar, as próprias pedras clamariam.


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Jesus vem, mas não como em Seu primeiro advento, uma criancinha nascida em Belém; não como quando jornadeou para Jerusalém, em que os discípulos louvavam a Deus em alta voz e clamavam: "Hosana"; mas na glória do Pai e com todo o séquito de santos anjos para escoltá-Lo em Seu caminho para a Terra. Todo o Céu estará vazio de anjos, enquanto os expectantes santos O estarão aguardando e com os olhos direcionados ao Céu, como os varões galileus quando Ele ascendeu do Monte das Oliveiras. Então somente os que são santos, os que seguiram inteiramente o manso Modelo, exclamarão com transportes de júbilo ao contemplá-Lo: "Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará." Isa. 25:9. E serão mudados "num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta" (I Cor. 15:52) - a trombeta que desperta os santos que dormem e chama-os de suas camas de pó, revestidos de gloriosa imortalidade e clamando: "Vitória! Vitória sobre a morte e a sepultura!" Os santos transformados são então levados para o alto juntamente com os anjos a encontrar o Senhor nos ares, para nunca mais se separarem do objeto do seu amor.

Com tal perspectiva como esta diante de nós, com tão gloriosa esperança, redenção tal como essa que Cristo comprou para nós com o Seu sangue, ficaremos calados? Louvaremos a Deus também com alta voz, como os discípulos quando Jesus viajava para Jerusalém? Não é nossa perspectiva muito mais gloriosa do que a deles? Quem ousaria então proibir-nos de glorificar a Deus, com o mesmo alto clamor, quando temos tal esperança, cheia de imortalidade e repleta de glória? Temos provado dos poderes do mundo por vir, e ansiamos por mais. Todo o meu ser clama pelo Deus vivo, e não estarei satisfeita até que esteja cheia de toda a Sua plenitude.

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