eles a chamavam. Não compreenderam que estiveram a rejeitar o conselho de Deus, contra si mesmos, e que estavam agindo em união com Satanás e seus anjos para tornar perplexo o povo de Deus, que vivia seguindo a mensagem enviada pelo Céu.
Os crentes nesta mensagem eram oprimidos nas igrejas. Durante algum tempo, aqueles que não quiseram receber a mensagem foram impedidos pelo medo, de agir de acordo com os sentimentos de seu coração; porém, a mensagem do tempo revelou seus verdadeiros sentimentos. Desejavam silenciar o testemunho que os expectantes se sentiam compelidos a dar de que o período profético se estendia até 1844. Com clareza os crentes explicavam o seu engano e davam as razões por que esperavam seu Senhor em 1844. Seus oponentes não puderam juntar argumentos contra as poderosas razões que se ofereciam. Contudo a ira das igrejas se acendeu; estavam decididas a não dar ouvidos às provas, e de excluir de seu meio o testemunho, de modo que os outros não o pudessem ouvir. Os que não ousaram privar os outros da luz que Deus lhes dera, foram excluídos das igrejas; mas Jesus estava com eles, e estavam alegres ante a luz de Seu semblante. Estavam preparados para receber a mensagem do segundo anjo.
A Mensagem do Segundo Anjo
Como as igrejas se recusassem a receber a mensagem do primeiro anjo, rejeitaram a luz do Céu, e caíram do favor de Deus. Confiaram em sua própria força, e, opondo-se à primeira mensagem, colocaram-se onde não poderiam ver a luz da mensagem do segundo anjo. Mas os amados de Deus, que eram oprimidos, aceitaram a mensagem: "Caiu Babilônia" (Apoc. 14:8), e deixaram as igrejas.
Próximo do final da mensagem do segundo anjo, vi uma grande luz do Céu resplandecendo sobre o povo de Deus. Os raios desta luz pareciam brilhantes como o Sol. Ouvi as vozes dos anjos, clamando: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" Mat. 25:6.
Este foi o clamor da meia-noite, que deveria dar poder à mensagem do segundo anjo. Foram enviados anjos do Céu a fim de estimular os santos desanimados, e prepará-los para a grande obra que diante deles estava. Os homens mais talentosos não foram os primeiros a receber esta mensagem. Foram enviados anjos aos humildes, dedicados, e os constrangeram a levantar o clamor: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" Mat. 25:6. Os que estavam encarregados deste clamor apressaram-se, e no poder do Espírito Santo fizeram soar a mensagem, e despertaram seus desanimados irmãos. Esta obra não se mantinha pela sabedoria e erudição de homens, mas pelo poder de Deus, e Seus santos que ouviam o clamor não podiam resistir a ele. Os mais espirituais recebiam esta mensagem em primeiro lugar, e os que tinham anteriormente tomado parte na chefia do trabalho eram os últimos a receber e ajudar a avolumar o clamor: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" Mat. 25:6.
Em toda a parte do país, foi proporcionada luz acerca da mensagem do segundo anjo, e o clamor amoleceu o coração de milhares. Foi de cidade em cidade, e de vila em vila, até que o povo expectante de Deus ficasse completamente desperto. Em muitas igrejas não foi permitido dar-se a mensagem, e uma grande multidão que tinha o vívido testemunho deixou essas igrejas decaídas. Uma poderosa obra foi realizada pelo clamor da meia-noite. A mensagem era de natureza a promover o exame do coração, levando os crentes a buscar por si mesmos uma vívida experiência. Sabiam que não poderiam buscar apoio uns nos outros.
Os santos esperaram ansiosamente pelo seu Senhor, com jejuns, vigílias, e oração quase constante. Mesmo alguns pecadores olhavam para aquele tempo com terror; mas a grande
maioria manifestou o espírito de Satanás em sua oposição à mensagem. Zombavam e caçoavam, repetindo em toda a parte: "Ninguém sabe o dia nem a hora." Anjos maus com eles insistiam para que endurecessem o coração e rejeitassem todo raio de luz do Céu, a fim de ficar seguros na cilada de Satanás. Muitos que professavam estar à espera de Cristo, não tinham parte na obra da mensagem. A glória de Deus que haviam testemunhado, a humildade e profunda devoção dos expectantes, e o peso esmagador das provas, faziam-nos ter a profissão de receber a verdade; mas não se haviam convertido; não estavam preparados para a vinda de seu Senhor.
Um espírito de solene e fervorosa oração era por toda parte sentido pelos santos. Uma santa solenidade repousava sobre eles. Anjos estavam a observar com o mais profundo interesse o efeito da mensagem, e estavam a enobrecer aqueles que a recebiam, e a retirá-los das coisas terrestres para obterem grande suprimento da fonte da salvação. O povo de Deus era então aceito por Ele. Jesus olhava para eles com prazer, pois Sua imagem neles se refletia. Haviam feito um amplo sacrifício, uma completa consagração, e esperavam ser transformados à imortalidade. Mas estavam de novo destinados a ser tristemente decepcionados. O tempo para o qual tinham eles olhado, na expectação de livramento, passou-se; ainda se achavam sobre a Terra, e os efeitos da maldição nunca pareceram mais visíveis do que então. Haviam posto suas afeições no Céu, e com doce antegozo provaram o livramento imortal; suas esperanças, porém, não se realizaram.
O medo que repousara sobre muitos do povo não desapareceu de pronto; não triunfaram imediatamente sobre os que foram desapontados. Mas como nenhum sinal visível da ira de Deus aparecesse, refizeram-se do temor que haviam experimentado, e começaram a ridicularizar e escarnecer. De novo foi o povo de Deus experimentado e provado. O mundo ria-se,