A parábola da ovelha perdida deve ser prezada como uma divisa em todo lar. O divino Pastor deixa as noventa e nove, e vai ao deserto em busca da que se perdeu. Há mato cerrado, há atoleiros, há perigosas cavidades nas rochas, e o Pastor sabe que, se a ovelha se encontra em qualquer desses lugares, é preciso que uma mão amiga a ajude a sair. Ao ouvir-lhe de longe o balido, afronta Ele toda e qualquer dificuldade a fim de salvar Sua ovelha perdida. Ao descobri-la não lhe dirige censuras. Alegra-Se simplesmente por havê-la encontrado com vida. Com mão firme e delicada ao mesmo tempo, afasta os espinhos ou tira-a do lamaçal; ergue-a ternamente e põe-na ao ombro, levando-a de volta ao redil. O puro e imaculado Redentor, conduz o pecaminoso, o impuro.
O Portador do Pecado carrega a enlameada ovelha; tão precioso no entanto é o Seu fardo, que Se regozija, cantando: "Achei a Minha ovelha perdida." Luc. 15:6. Cada um de vós considere que, individualmente, fostes assim levados aos ombros de Cristo. Que ninguém alimente um espírito arrogante, um espírito de justiça própria e de crítica; pois ovelha alguma haveria jamais entrado no aprisco, não houvesse o Pastor empreendido a penosa busca no deserto. O fato de uma ovelha se haver perdido, foi suficiente para despertar a compaixão do Pastor, e compeli-Lo a ir em sua procura.
Esta mancha de mundo foi cenário da encarnação e sofrimento do Filho de Deus. Cristo não foi a mundos não caídos, mas a este mundo, todo ressequido e arruinado pela maldição. Não era favorável a perspectiva, antes por demais desanimadora. Todavia, "não faltará nem será quebrantado, até que
ponha na Terra o juízo". Isa. 42:4. Precisamos ter em mente a grande alegria manifestada pelo Pastor ao reaver a perdida. Convoca os Seus amigos: "Regozijai-vos comigo, porque já achei a Minha ovelha perdida." Luc. 15:6. E o Céu inteiro ecoa a nota da alegria. O próprio Pai, com cânticos Se regozija pela salva. Que santo êxtase de júbilo é expresso nesta parábola! E dessa alegria tendes o privilégio de partilhar.
Estais vós, que tendes ante os olhos esse exemplo, cooperando com Aquele que deseja salvar o perdido? Sois colaboradores de Cristo? Não podeis, por amor a Ele, suportar o sofrimento, o sacrifício e a provação? Há oportunidade de fazer bem aos jovens e aos errantes. Se vedes alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não o censureis. Não vos compete a obra de condená-lo, antes ponde-vos a seu lado a fim de o ajudar. Considerai a humildade de Cristo, Sua mansidão, e trabalhai como Ele trabalhava, coração pleno de santificada ternura. "Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as gerações de Israel, e elas serão o Meu povo. Assim diz o Senhor: O povo que escapou da espada achou graça no deserto; Israel mesmo, quando Eu o fizer descansar. Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí." Jer. 31:1-3.
Para que trabalhemos como Cristo trabalhava, importa que o eu seja crucificado. É uma dolorosa morte; é, porém, vida, vida para a alma. "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos." Isa. 57:15.