Os que ocupam posições de responsabilidade devem cuidar que suas palavras e exemplos sejam de modo a levar o povo a corrigir seus pontos de vista e costumes. Devem cuidar que de maneira alguma amesquinhem os reclamos de Deus. Porque o quarto mandamento é tão geralmente desconsiderado, devemos ser tanto mais zelosos e decididos em buscar honrar esse preceito da santa lei de Deus. A terceira mensagem angélica é que devemos apresentar ao mundo. Nisto tem Deus uma prova para nós, e se atingirmos a norma, seremos um povo peculiar.
Quem quer que obedeça ao quarto mandamento, verificará que está traçada uma linha divisória entre ele e o mundo. O sábado é uma prova, não uma exigência humana, mas a prova de Deus. É aquilo que distinguirá os que servem a Deus dos que não O servem; e em torno deste ponto sobrevirá o derradeiro e grande conflito da luta entre a verdade e o erro.
Geralmente, entre nosso povo, o sábado não tem ocupado a exaltada posição em que Deus o colocou. O mundo é o instrumento que peneira a igreja e prova a genuinidade de seus membros. O mundo oferece engodos que, uma vez aceitos colocam o crente de modo que sua vida não se acha em harmonia com a fé que professa.
Sociedade com os Incrédulos
Alguns de nossos irmãos empenhados em negócios, não têm guardado o sábado segundo o mandamento. Uns têm mantido
sociedade com incrédulos, e a influência desses sócios violadores do sábado tem tido sua influência sobre eles. Alguns têm sido tão cegados, que não discernem o perigo de tais ligações, mas esse perigo é simplesmente maior pelo fato de não ser percebido. Ao passo que um sócio professa observar o sábado, o outro, com os empregados no serviço, continuam com o negócio da firma. O observador do sábado, conquanto não esteja exteriormente empenhado no trabalho, não pode desviar o pensamento dos assuntos comerciais. Se bem que talvez se esforce por guardar o sábado, não o guarda. O Senhor o considera transgressor.
Mesmo em relações de negócios, não podemos, sem envolver princípios, unir-nos com os que não são leais a Deus. O que um sócio pensa ser proibido pela consciência, o outro permite. E isto, não somente em questões religiosas, mas nas transações de negócios. Um age por motivos egoístas, sem consideração para com a lei de Deus ou a salvação da alma; e se o outro ama sinceramente a Deus e a verdade, ou deve haver sacrifício de princípios, ou freqüentes e penosas desinteligências.
Exigirá contínua luta o resistir à influência mundana e ao exemplo de seu associado profano. Ele tem grandes dificuldades a enfrentar; pois colocou-se no terreno do inimigo. A única orientação segura, é dar ouvidos à inspirada recomendação: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" "Saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei." II Cor. 6:14 e 17.
Ir à Escola no Sábado
Alguns dentre nosso povo têm mandado os filhos à escola no sábado. Não eram obrigados a fazer isto, mas as autoridades escolares objetaram ao recebimento das crianças a menos que freqüentassem durante os seis dias. Em algumas dessas
escolas, os alunos são instruídos, não somente nas matérias regulares de estudo, mas em fazer várias espécies de trabalho; e os filhos de professos observadores dos mandamentos têm sido mandados ali no sábado. Alguns pais têm procurado justificar sua conduta citando as palavras de Cristo, que é lícito fazer bem no dia de sábado. Mas o mesmo raciocínio poderia demonstrar que os homens podiam trabalhar aos sábados, porque precisam ganhar o pão para os filhos; e não há limite, nenhuma linha divisória a mostrar o que deve ou não deve ser feito.
Houvessem esses prezados irmãos possuído mais espiritualidade, houvessem eles avaliado o caráter obrigatório da lei de Deus, como cada um de nós deve fazê-lo, teriam conhecido seu dever, e não estariam a andar em trevas. Bem duro lhes foi ver que deviam tomar outra direção. Mas Deus não consulta nossas conveniências no que respeita a Seus mandamentos. Espera que os obedeçamos e ensinemos a nossos filhos. Temos diante de nós o exemplo de Abraão, o pai dos fiéis. Diz o Deus do Céu: "Porque Eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor." Gên. 18:19. E foi por isto que foram proferidas tão grandes bênçãos sobre ele e sua posteridade.
Nossos irmãos não podem esperar a aprovação de Deus enquanto põem seus filhos onde lhes é impossível obedecer ao quarto mandamento. Devem esforçar-se para fazer com as autoridades arranjos pelos quais as crianças sejam dispensadas das aulas no sétimo dia. Uma vez que isto falhe, então é patente o seu dever - obedecer os mandamentos de Deus, custe o que custar. Em alguns lugares da Europa Central, há pessoas que têm sido multadas e aprisionadas por não mandarem os filhos à escola aos sábados. Em certo lugar, depois de um irmão haver declarado positivamente a fé que professava, chegou a sua porta um oficial de justiça, e obrigou as crianças a irem para a escola. Os pais deram-lhes uma Bíblia
em lugar dos habituais compêndios escolares, e passaram o tempo a estudá-la. Mas onde quer que seja possível, nosso povo deve estabelecer escolas próprias. Onde não puderem fazer, devem mudar-se quanto antes para um lugar onde possam guardar livremente os mandamentos de Deus.
A Prova da Lealdade
Alguns argumentarão que o Senhor não é tão exigente em Seus preceitos; que não é seu dever guardar o sábado estritamente com tão grande prejuízo, ou se colocarem em conflito com as leis da Terra. É porém, justamente aí o ponto em que sobrevirá a prova, a ver se honraremos a lei de Deus acima das exigências dos homens. Isto é o que fará distinção entre os que honram a Deus e os que O desonram. É nisto que devemos provar nossa lealdade. A história do trato de Deus com Seu povo em todos os séculos, mostra que Ele exige exata obediência.
Quando o anjo destruidor estava para passar pela terra do Egito, e ferir o primogênito, tanto do homem como dos animais, os israelitas foram instruídos a pôr seus filhos consigo dentro de casa, e pôr sangue nas ombreiras da porta, e ninguém devia sair de casa; pois todos quantos fossem encontrados entre os egípcios seriam destruídos com eles. Imaginemos que um israelita houvesse negligenciado pôr o sinal do sangue na porta, dizendo que o anjo de Deus poderia distinguir entre os hebreus e os egípcios; haveriam as sentinelas celestes parado para guardar aquela morada? Devemos tomar para nós essa lição.
Outra vez deve o anjo destruidor passar pela Terra. Deve haver um sinal sobre o povo de Deus, e esse sinal é a observância de Seu santo sábado. Não podemos seguir a própria vontade e juízo, e lisonjear-nos de que Deus satisfará às condições que impomos. Ele prova nossa fé dando-nos alguma parte a desempenhar em relação com Sua interposição em nosso favor. Aos que satisfazem as condições, serão
cumpridas Suas promessas; mas todos quantos se arriscam a afastar-se de Suas instruções para seguir o caminho de sua escolha, perecerão juntamente com os ímpios quando a Terra for visitada por Seus juízos.
Caso os pais permitam seus filhos se educarem com o mundo, e tornarem o sábado um dia comum, então o selo de Deus não pode ser colocado sobre eles. Serão destruídos com o mundo; e não cairá seu sangue sobre os pais? Mas se ensinamos fielmente os mandamentos de Deus a nossos filhos, se os trazemos à sujeição da autoridade paterna, e depois, com fé e oração os confiamos a Deus, Ele cooperará com os nossos esforços; pois assim o prometeu. E ao passar o dilúvio do açoite pela Terra, juntamente conosco eles se poderão ocultar no secreto do pavilhão do Senhor.
Cuidadosa Observância do Sábado
Deus tirou Seu povo Israel do Egito a fim de poderem observar o Seu sábado, e deu-lhes especiais direções quanto à maneira de o guardar. Os Dez Mandamentos proferidos por Sua própria voz no Sinai, e as instruções dadas a Moisés, foram registradas para benefício de todos quantos vivessem na Terra até ao fim do tempo. Deus deu ao homem seis dias de trabalho, mas reservou o sétimo para Si, e proferiu uma bênção sobre os que o guardam e santificam.
O dia anterior ao sábado deve ser feito dia de preparação, para que tudo esteja pronto para suas horas sagradas. "O que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água." "Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor." Êxo. 16:23.
A misericórdia divina deu direção para que os doentes e sofredores fossem cuidados; o trabalho exigido para lhes prover conforto, é um trabalho de necessidade, e não violação do sábado. Mas todo serviço desnecessário deve ser evitado. Muitos adiam negligentemente até ao começo do sábado pequeninas coisas que deviam ter sido feitas no dia de preparação. Isto não se deve fazer. Todo trabalho negligenciado até ao começo
do sábado deve ficar por fazer até que ele haja passado.
Cumpre guardar palavras e pensamentos. Os que discutem assuntos de negócios e fazem planos no sábado, são considerados por Deus como se se empenhassem em reais transações de negócios. Para santificar o sábado, não devemos sequer permitir que nossa mente se detenha em coisas de caráter secular.
O domingo é geralmente tornado um dia de festa e de busca de prazer; mas o Senhor quer que Seu povo dê ao mundo exemplo mais elevado e santo. No sábado deve haver uma solene consagração da família a Deus. O mandamento inclui todos quantos se encontram dentro de nossas portas; todos os moradores da casa devem pôr de parte suas ocupações seculares, e empregar as horas sagradas em devoção. Unam-se todos para honrar a Deus em um culto deleitoso em Seu santo dia.