Os dízimos e ofertas dados a Deus são um reconhecimento do direito que Deus sobre nós tem pela criação, bem como o reconhecimento desse mesmo direito que a Deus assiste pela nossa redenção. Pelo fato de todas as nossas capacidades provirem de Cristo, tais ofertas devem reverter de nós para Ele. Devem lembrar-nos sempre o direito que a Deus confere a nossa redenção, o maior de todos os direitos, e que inclui todos os demais. A compreensão do sacrifício feito por nós deve conservar-se viva em nossa mente, e exercer sempre influência sobre nossos pensamentos e planos. Cristo é, com efeito, como Alguém que está crucificado entre nós.
Não sabeis que "não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço". I Cor. 6:19 e 20. Que preço elevadíssimo foi esse que Deus por nós pagou! Olhai para a cruz e para a vítima nela dependurada. Olhai para aquelas mãos traspassadas de cravos e para aqueles pés pregados no madeiro. Cristo levou em Seu próprio corpo o nosso pecado. Aquele sofrimento, aquela agonia, representa o preço de nossa redenção. Do trono de Deus partiu a ordem: "Livra-os para que não desçam à perdição, porque achei uma propiciação."
O Reconhecimento do Amor de Deus
Não sabeis que Ele nos amou e Se deu a Si mesmo por nós, para que em troca nos entregássemos a Ele? Por que não há de o amor de Cristo ser manifestado pelos que O recebem pela fé, do mesmo modo que o Seu amor nos foi manifestado a nós, por quem Ele morreu?
Cristo é representado como Se afligindo e buscando a ovelha perdida. Seu amor nos envolve e reconduz ao redil. Seu
amor nos confere o privilégio de com Ele assentar-nos nos lugares celestiais. Quando o Sol da Justiça nos alumia a alma, e com paz e doce alegria repousamos no Senhor, louvemo-Lo então; louvemos a quem é a salvação de nossa face e nosso Deus. Louvemo-Lo, não só por nossas palavras, mas consagrando-Lhe tudo que somos e possuímos.
"Quanto deves ao meu Senhor?" Luc. 16:5. Calculá-lo não vos será possível. Se tudo quanto tendes é dEle, negareis o que de vós pede? Se Ele o requer, quereis apertá-lo egoistamente entre as mãos? Quereis retê-lo e aplicá-lo noutro fim qualquer, menos no de salvar almas? Deste modo é que milhares de almas se perdem. Como poderíamos melhor manifestar nossa apreciação do sacrifício de Deus, de Sua grande dádiva ao mundo, do que fazendo doações e ofertas, com louvor e ação de graças, pelo grande amor com que nos amou e nos atrai para Si?
Olhando para o Céu com espírito de súplica, apresentai-vos a Deus como Seus servos, e com tudo quanto tendes como pertencendo-Lhe, e dizei: "Tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos." I Crôn. 29:14. Contemplando a cruz do Calvário, e o Filho do Deus infinito nela dependurado; considerando esse amor sem mácula e essa maravilhosa manifestação de Sua graça, ansiosamente perguntai: "Senhor, que queres que eu faça?" Atos 9:6. Ele o disse: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura." Mar. 16:15.
E quando no reino de Deus virdes almas que foram salvas pelos vossos dons e vosso trabalho, porventura não se rejubilará vosso coração pelo privilégio de haverdes podido realizar tal obra?
Acerca dos apóstolos de Cristo, está escrito: "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os seguiram." Mar. 16:20. Ainda o Universo de Deus espera por instrumentos humanos pelos quais a maré da graça celestial se possa derramar por todo o mundo. O mesmo poder que operou
pelos apóstolos está pronto para assistir aos que se dispõem a fazer a obra de Deus.
O inimigo empregará toda a astúcia de que é capaz a fim de impedir que a luz resplandeça em lugares novos. Ele não quer que a verdade brilhe como tocha. Quererão os irmãos consentir em que seus planos de estorvar a obra logrem resultado?
O Tempo Passa Rapidamente
O tempo rapidamente está beirando a eternidade. Quererá alguém sonegar ainda ao Senhor aquilo que Lhe pertence? Quererá alguém recusar-Lhe aquilo que, conquanto possa ser dado sem mérito, não pode ser retido sem ruína? O Senhor nos deu a cada um a sua obra, e os santos anjos de Deus esperam que a façamos. Se trabalhardes orando e vigiando, eles estão prontos a assistir-vos em tudo. Quando a inteligência é iluminada do Espírito Santo, todas as inclinações cooperarão unidas na realização da divina vontade. Então o homem dará a Deus o que é Seu, dizendo: "Todas as coisas nos vêm de Ti, e daquilo que é Teu liberalmente Te oferecemos." Oxalá o Senhor perdoe ao Seu povo, por não haver feito isso! Irmãos e irmãs, esforcei-me por vos apresentar as coisas como são, mas a tentativa ficará sempre aquém da realidade. Quereis rejeitar a minha exortação? Não sou eu quem está apelando para vós; é o Senhor Jesus, que deu Sua vida pelo mundo. Eu somente cumpro a ordem de Deus. Quereis aproveitar a vossa oportunidade de honrar a causa de Deus, e respeitar Seus servos, por Ele enviados para cumprirem Sua vontade, guiando as almas para o Céu?
"E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em
tudo, toda a suficiência, superabundeis em toda boa obra, conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, Aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus, visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos, e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. Graças a Deus, pois, pelo Seu dom inefável." II Cor. 9:6-15.
Os que estão egoistamente retendo os seus recursos não deverão surpreender-se se a mão de Deus espalhar. O que deveria haver sido dedicado ao avançamento do trabalho e da causa de Deus, mas foi retido, poderá ser confiado a um imprudente, e ele o poderá malbaratar. Um cavalo magnífico, orgulho de um coração frívolo, pode ser encontrado morto na cavalariça. De quando em quando pode morrer uma vaca. Poderá ocorrer a perda de frutas ou outras culturas. O Senhor poderá espalhar o recurso que confiou aos Seus mordomos, caso se recusem a usá-lo para a Sua glória. Alguns, eu vi, poderão não sofrer nenhum desses prejuízos que lhes façam lembrar as negligências do dever, mas o seu caso poderá ser o mais desesperançado. 1871, vol. 2, págs. 661 e 662.