É já alto tempo de que os membros de nossas igrejas façam esforços decididos para sustentar os homens que proclamam ao mundo a última mensagem de misericórdia. Que os membros da igreja, numa manifestação de religiosidade prática, amparem a mensagem de advertência que está sendo levada ao mundo pelos mensageiros de Deus. As pessoas inteligentes estão alarmadas ante as perspectivas existentes no mundo. Se os que possuem conhecimento da verdade praticarem os princípios bíblicos, mostrando que foram santificados pela verdade, e são verdadeiros seguidores do manso e humilde Salvador, exercerão influência que ganhará almas para Cristo.
Qualquer coisa menos do que o serviço ativo e fervoroso em prol do Mestre desmente a nossa profissão de fé. Unicamente o cristianismo que se revela por meio de trabalho sincero e prático, impressionará os que estão mortos em ofensas e pecados. Cristãos de oração, humildes e crentes, que por seus atos mostrem que o seu maior desejo é comunicar a verdade salvadora que a todos provará, colherão frutos abundantes para o Mestre.
Entusiasmo na Conquista de Almas
Precisamos quebrar a monotonia de nossa atividade religiosa. Estamos fazendo um trabalho no mundo, mas não demonstramos suficiente atividade e zelo. Se fôssemos mais zelosos, convencer-se-iam os homens da verdade da nossa mensagem. A timidez e monotonia do serviço que a Deus prestamos repele muitas almas da classe mais elevada, que quer ver zelo mais profundo, sincero e santificado. A religião formal não atenderá às necessidades da época presente. É-nos possível praticar todos os atos externos de culto, e ainda assim estarmos
destituídos da influência vivificante do Espírito Santo, como do orvalho e chuva, os montes de Gilboa. Necessitamos todos da rega espiritual, bem como dos brilhantes raios do Sol da Justiça, para nos suavizar e subjugar o coração. Devemos estar sempre firmados nos princípios, como uma rocha. Os princípios bíblicos devem ser ensinados e também apoiados por santa prática.
Os que se empenham no serviço de Deus precisam mostrar ânimo e determinação no trabalho de ganhar almas. Lembrem-se que há os que hão de perecer, a menos que nós, como instrumentos de Deus, trabalhemos com uma determinação que nunca falhe nem esmoreça. O trono da graça deve ser o nosso arrimo contínuo.
Não existe desculpa para ser tão vacilante e fraca a fé de nossas igrejas. "Voltai à fortaleza, ó presos de esperança." Zac. 9:12. Há energia para nós em Cristo. Ele é o nosso Advogado perante o Pai. Ele envia a todas as partes do Seu domínio os Seus mensageiros para comunicarem ao Seu povo a Sua vontade. Anda no meio de Suas igrejas. Quer santificar, elevar e enobrecer os Seus seguidores. A influência dos que verdadeiramente nEle crêem será um cheiro de vida no mundo. Tem Ele em Sua destra as estrelas, com o propósito de que, por intermédio delas, a Sua luz irradie para o mundo. Assim pretende preparar Seu povo para o mais elevado serviço na igreja do Céu. Ele nos incumbiu da realização de uma grande tarefa. Façamo-la com exatidão e determinação. Mostremos em nossa vida o que a verdade tem feito por nós.
"Aquele ... que anda no meio dos sete castiçais de ouro." Apoc. 2:1. Este passo mostra a ligação de Cristo com as igrejas. Em todo o comprimento e largura da Terra, Ele anda no meio das Suas igrejas. Observa-as com interesse intenso a fim de ver se, espiritualmente, estão em condição tal que possam apressar o estabelecimento do Seu reino. Cristo está presente em cada reunião da igreja. Conhece pessoalmente cada pessoa que toma parte no Seu culto. Conhece aqueles cujo coração Ele pode encher do óleo santo, para o repartirem com outros.
Os que fielmente levam avante a obra de Cristo em nosso mundo, exemplificando por palavras e atos o caráter de Deus, cumprindo o propósito do Senhor para com eles, são à Sua vista muito preciosos. Cristo com eles Se compraz, como se deleita o homem num jardim bem cuidado e na fragrância das flores que plantou.
O que Poderia Ter Acontecido
Tem custado abnegação, sacrifício, energia indomável e muita oração para pôr os vários empreendimentos missionários no nível em que agora estão. Existe o perigo de que alguns dos que agora entram em atividade se conformem com ser ineficientes, pensando que não há agora tanta necessidade de abnegação e diligência, tanto trabalho difícil e desagradável, como o experimentaram os líderes desta mensagem; que os tempos são outros; e que, visto haver agora mais recursos na causa de Deus, não há necessidade de se submeterem às provações a que muitos se sujeitaram no começo da mensagem.
Se, porém, a mesma diligência e abnegação fossem manifestas na fase atual da obra, como o foi no seu início, realizaríamos cem vezes mais do que agora fazemos.
Se quisermos que a obra prossiga no elevado plano de ação com que começou, não deverá haver desvio dos recursos morais. Impõe-se que se faça continuamente novo suprimento de energia moral. Se os que agora se iniciam como obreiros pensarem que podem diminuir os seus esforços, que a abnegação e a economia estrita, não apenas de meios mas de tempo também, não são necessárias agora, a obra regredirá. Os obreiros de agora devem possuir o mesmo grau de religiosidade, energia e perseverança que possuíam os nossos líderes.
A obra avançou de maneira tal que abrange agora um território vasto, e aumentou o número dos crentes. Ainda existe grande deficiência, uma vez que um trabalho maior poderia haver sido realizado se houvesse imperado o mesmo espírito
missionário dos primeiros tempos. Sem esse espírito, o obreiro somente maculará e desfigurará a causa de Deus. A obra está realmente regredindo em lugar de avançar, como Deus pretendia devesse ser. O nosso número presente e a extensão da nossa obra não têm termo de comparação com o que inicialmente foram. Devemos ponderar o que poderia haver sido feito se cada obreiro houvesse consagrado a Deus alma, corpo e espírito, como deveria tê-lo feito.
Como nunca dantes, devemos orar, não somente para que sejam enviados obreiros à grande seara, mas também para que tenhamos conceito claro da verdade, de forma tal que, quando vierem os mensageiros da verdade, aceitemos a mensagem e respeitemos o mensageiro.
Os Pastores e os Assuntos Comerciais
Os pastores evangélicos devem conservar o seu cargo livre de todas as interferências seculares ou políticas, empregando todo o seu tempo e talentos em ramos de esforço cristão. Testimonies, vol. 7, pág. 252, 1902.
Reter um pastor num lugar, dando-lhe a administração de assuntos financeiros da obra da igreja, não lhe favorece a espiritualidade. Fazer isto não está em conformidade com o plano bíblico, esboçado no capítulo seis de Atos. Estudai esse plano; pois é aprovado por Deus. Segui a Palavra. Testimonies, vol. 7, pág. 252, 1902.
Aquele que expõe a Palavra da vida não deve permitir que sobre ele sejam postos encargos demasiados. Ele precisa tomar tempo para estudar a Palavra e examinar-se a si mesmo. Se examinar rigorosamente o próprio coração e entregar-se ao Senhor, melhor saberá como entender os mistérios de Deus. 1902, vol. 7, pág. 252.
Nossos pastores devem aprender a despreocupar-se dos assuntos comerciais e financeiros. Repetidamente me tem sido comunicado que não é essa a ocupação do pastor. Não deve ele ser sobrecarregado com os pormenores comerciais, embora se trate do trabalho nas cidades, mas dispor de tempo para visitar os lugares em que se despertou interesse pela mensagem, e especialmente assistir a reuniões de assembléias. No decorrer dessas reuniões, nossos obreiros não devem pensar que lhes é preciso permanecerem na cidade para atender aos assuntos comerciais relacionados com os vários ramos do trabalho que ali é feito; nem devem à pressa abandonar as reuniões de assembléia para fazer essa espécie de trabalho.
Aqueles que têm a seu cargo as nossas Associações, devem buscar economistas para atenderem aos pormenores financeiros do trabalho nas cidades. Se não for possível encontrarem-se homens tais, providenciem-se os meios para instruir quem assuma essas responsabilidades. Testimonies, vol. 7, págs. 252 e 253, 1902.
Em vez de escolher o trabalho que mais nos agrade, e recusar-nos a fazer alguma coisa que nossos irmãos julgam devermos fazer, cumpre-nos indagar: "Senhor, que queres que eu faça?" Atos 9:6. Em vez de marcar o caminho que a inclinação natural nos dispõe a seguir, devemos orar: "Ensina-me, Senhor, o Teu caminho, e guia-me pela vereda direita." Sal. 27:11. Testimonies, vol. 7, pág. 252, 1902.