É-nos ordenado que, quer comamos quer bebamos, ou façamos outra qualquer coisa, façamo-lo para glória de Deus. Quantos têm sido conscienciosamente movidos por princípios e não por impulso, e obedecido literalmente a este mandamento? Quantos dos jovens discípulos em ______ têm feito de Deus Sua confiança e Sua porção, buscando diligentemente conhecer e fazer Sua vontade? Muitos há que são servos de Cristo em nome, mas não em verdade.
Onde os princípios religiosos governam, pequeno é o risco de se cometerem grandes erros; pois o egoísmo, que sempre cega e engana, fica subordinado. O sincero desejo de fazer bem aos outros predomina, de maneira que o próprio eu é esquecido. A posse de firmes princípios religiosos é um inestimável tesouro. É a mais pura, mais elevada e nobre influência que os mortais possam possuir. Os que a possuem têm uma âncora. Todo ato é bem considerado, não seja seu efeito prejudicial a outro, e o desvie de Cristo. A contínua indagação do espírito, é: Senhor, como Te servirei melhor, e glorificarei Teu nome na Terra? Como dirigirei minha vida para fazer de Teu nome na Terra um louvor, e induzir outros a Te amarem, servirem e honrarem? Permite que eu deseje apenas e escolha a Tua vontade. Que as palavras e exemplo de meu Redentor sejam a luz e a força de meu coração. Enquanto O sigo e confio nele, não me deixará perecer. Ele será minha coroa de regozijo.
Se confundirmos a sabedoria do homem com a de Deus, somos transviados pela loucura da sabedoria humana. Aí está o grande perigo de muitos em ______. Não possuem experiência por si mesmos. Não têm formado o hábito de considerar
por si mesmos, com oração, com juízo despreconcebido, imparcial, questões e assuntos novos para eles, os quais podem sempre surgir. Esperam para ver o que os outros pensam. Se estes discordam, é quanto basta para fazê-los convencer-se de que o assunto em consideração não é de nenhum valor. Conquanto seja grande essa classe, isto não altera o fato de eles serem inexperientes e fracos de mente em conseqüência de cederem longamente ao inimigo, e serão sempre tão débeis como criancinhas, andando segundo a luz dos outros, vivendo de sua experiência religiosa, sentindo como os outros sentem e agindo como os outros agem. Procedem como se não tivessem individualidade. Sua identidade é absorvida em outras; são meras sombras daqueles que eles julgam andarem mais ou menos direito.
A menos que estes se apercebam de seu caráter vacilante, e o corrijam, perderão todos a vida eterna; serão incapazes de resistir aos perigos dos últimos dias. Não têm fibra para resistir ao diabo; pois não sabem que é ele. É preciso que esteja alguém ao seu lado para adverti-los se é um inimigo ou um amigo que se aproxima. Não são espirituais, portanto não discernem as coisas espirituais. Não são sábios nas coisas que se relacionam com o reino de Deus. Nem jovem nem velho é escusável em confiar a outro o ter por ele uma experiência religiosa. Disse o anjo: "Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço." Jer. 17:5. É necessário na vida e na luta cristãs, uma nobre confiança em si mesmo.
Pedir com Fé
Homens, mulheres e jovens, Deus requer que possuais valor moral, firmeza de propósito, fortaleza e perseverança, mentes que não podem aceitar as afirmações de outros, mas que pesquisam por si mesmas antes de receber ou rejeitar, que estudam e pesam as provas, e levam-nas ao Senhor em oração. "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada." Agora, a condição: "Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o
que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa." Tia. 1:5-7. Esta petição de sabedoria não deve ser uma oração sem sentido, que desaparece da mente apenas concluída. É uma prece que exprime o forte, sincero desejo do coração, partido da consciência de falta de sabedoria para determinar a vontade de Deus.
Uma vez feita a oração, caso a resposta não venha imediatamente, não vos canseis de esperar, nem fiqueis instáveis. Não vacileis. Apegai-vos à promessa: "Fiel é O que vos chama, o qual também o fará." I Tess. 5:24. Qual a viúva importuna, insisti em vosso caso, ficando firme em vosso desígnio. É o objeto de grande importância e conseqüência para vós? Certamente o é. Então, não vacileis; pois talvez vossa fé seja provada. Se o que desejais é de valor, merece um vigoroso e diligente esforço. Tendes a promessa; vigiai e orai. Sede firmes, e a oração será atendida; pois não foi Deus que o prometeu? Se vos custa alguma coisa o alcançá-la, haveis de prezá-la mais, uma vez obtida. É-vos dito positivamente que se duvidardes, não precisais pensar em receber qualquer coisa do Senhor. Uma advertência é aí dada para não se cansar, mas firmemente descansar na promessa. Se pedis, Ele vos dará liberalmente, e o não lança em rosto.
Aí está onde muitos cometem um erro. Vacilam em seu desígnio, e sua fé desfalece. Eis a razão por que não recebem nada do Senhor, nossa fonte de força. Ninguém precisa de andar em trevas, tropeçando pelo caminho como um cego; pois o Senhor tem providenciado luz, caso eles a aceitem segundo a maneira por Ele designada, não procurando seu próprio caminho. Ele exige de todos diligente cumprimento dos deveres de cada dia. Isto é especialmente exigido de todos os que se acham empenhados na solene, importante obra no escritório de publicações, tanto daqueles sobre quem repousam as mais pesadas responsabilidades da obra, como dos que têm as menores. Isto
se pode fazer olhando a Deus em busca de capacidade para habilitar a cumprir fielmente o que é direito aos olhos do Céu, fazendo todas as coisas como quem é regido por motivos abnegados, como se os olhos de Deus fossem visíveis a todos, a todos olhando, e investigando os atos de todos.
A Mancha do Egoísmo
O pecado com que mais se condescende, e que nos separa de Deus e produz tantas contagiosas perturbações espirituais, é o egoísmo. Não pode haver retribuição ao Senhor, a não ser por meio da abnegação. Não podemos fazer coisa alguma de nós mesmos, mas mediante a força que Deus nos comunica, podemos viver para fazer bem aos outros, esquivando-nos assim ao mal do egoísmo. Não necessitamos de ir para terras pagãs para manifestar nosso desejo de consagrar a Deus tudo, em uma vida útil, abnegada. Devemos fazer isto no círculo familiar, na igreja, entre aqueles com quem convivemos, e com quem temos negócios. Justamente nas ocupações comuns da vida, é que nos cumpre negar-nos a nós mesmos e manter o eu em sujeição. Paulo podia dizer: "Cada dia morro." I Cor. 15:31. É o morrer diário para o próprio eu nos pequeninos tratos da vida, que nos torna vencedores. Devemos esquecer o próprio eu no desejo de fazer bem aos outros. Há por parte de muitos decidida falta de amor para com os outros. Em vez de cumprirem fielmente seu dever, buscam de preferência o próprio prazer.
Deus prescreve positivamente a todos os Seus seguidores o dever de beneficiar os outros com sua influência e seus meios, e buscarem dele aquela sabedoria que os habilite a fazerem tudo ao seu alcance para elevarem os pensamentos e afeições dos que lhes chegam ao alcance da influência. No fazer bem aos outros, experimentarão uma doce satisfação, uma paz interior que lhes será suficiente recompensa. Quando impelidos por elevado e nobre desejo de fazer o bem aos outros, encontrarão verdadeira felicidade num fiel desempenho dos múltiplos deveres da vida. Isso trará mais que uma recompensa terrestre; pois todo cumprimento fiel, abnegado do dever, é notado pelos
anjos e se destaca no registro da vida. No Céu, ninguém pensará em si mesmo, nem buscará o próprio prazer; mas todos, movidos por puro e genuíno amor, buscarão a felicidade dos seres celestes que os rodeiam. Caso desejemos fruir a sociedade celeste na Terra renovada, precisamos ser aqui regidos por princípios celestes.
Todo ato de nossa vida afeta a outros para bem ou para mal. Nossa influência tende para elevar ou para rebaixar; ela é experimentada, posta em prática e, em maior ou menor escala, reproduzida por outros. Caso por nosso bom exemplo ajudemos outros no desenvolvimento de bons princípios, damos-lhes poder para fazer o bem. Por sua vez, eles exercem a mesma influência benéfica sobre outros, e assim centenas e milhares são afetados por nossa inconsciente influência. Se, por nossos atos, fortalecemos ou impelimos à atividade as faculdades más dos que nos rodeiam, partilhamos de seu pecado, e teremos de dar contas pelo bem que lhes poderíamos ter feito e não fizemos, porque não tornamos Deus a nossa força, nosso guia e conselheiro.