Há pessoas de imaginação doentia, para quem a religião é um tirano, governando-as como com vara de ferro. Essas pessoas estão continuamente lamentando sua depravação, e gemendo por um suposto mal. Não há amor em seu coração; têm sempre um semblante carregado. Ficam frias ao inocente riso da juventude ou de quem quer que seja. Consideram toda recreação ou diversão pecado, e pensam que a mente deve estar constantemente trabalhando no mesmo grau de severa tensão. Isto é um extremo. Outras acham que a mente deve estar de contínuo em tensão para inventar entretenimentos e diversões a fim de obter saúde. Aprendem a depender da estimulação, e ficam desassossegadas quando sem isso. Tais pessoas não são verdadeiros cristãos. Vão ao outro extremo.
Os verdadeiros princípios do cristianismo abrem a todos uma fonte de felicidade, cuja altura e profundidade, comprimento e largura são incomensuráveis. É Cristo em nós, uma fonte de água que salta para a vida eterna. Fonte contínua da qual o cristão pode beber à vontade, sem nunca a esgotar.
O que traz doença ao corpo e à mente de quase todos, são os sentimentos de descontentamento, e as murmurações de quem está mal satisfeito. Não têm a Deus, não têm aquela esperança que penetra para além do véu, que é como a âncora da alma segura e firme. Todos os que possuem essa esperança hão de purificar-se a si mesmos assim como Ele é puro. Estes se acham livres de desassossegados anseios, murmurações e descontentamento; não estão continuamente esperando o mal e aninhando emprestadas aflições. Vemos, porém, muitos que estão passando antecipadamente por um tempo de angústia; a
ansiedade estampa-se em cada feição; parecem não encontrar consolo, e apresentam um aspecto de contínuo temor na expectativa de algum terrível mal.
Essas pessoas desonram a Deus, e desacreditam a religião de Cristo. Não possuem verdadeiro amor para com Deus, nem por seus companheiros e filhos. Suas afeições tornaram-se doentias. Vãos divertimentos, porém, jamais hão de corrigir a mente dos que são assim. Para serem felizes, eles necessitam a influência transformadora do Espírito de Deus.
A afinidade que existe entre a mente e o corpo, é muito grande. Se um é afetado, o outro se ressente. O estado da mente tem muito que ver com a saúde física. Se a mente está despreocupada e contente, sob a consciência do dever cumprido e com certo senso de satisfação por proporcionar felicidade a outros, isto criará uma alegria que reagirá sobre todo o organismo, produzindo mais perfeita circulação do sangue, o fortalecimento de todo o corpo. A bênção de Deus é um remédio; e os que são generosos em beneficiar a outros, experimentarão essa maravilhosa bênção no próprio coração e vida. Testimonies, vol. 4, págs. 60 e 61, 1876.
A religião da Bíblia não é prejudicial à saúde do corpo, ou do espírito. A influência do Espírito de Deus é o melhor remédio que um homem ou mulher possa receber, quando doente. O Céu é todo saúde; e quanto mais profundamente se experimentarem as influências celestes, tanto mais certa será a cura do crente inválido. Testimonies, vol. 3, pág. 172, 1872.
Satanás é o originador da doença; e o médico luta contra sua obra e poder. Enfermidades mentais prevalecem por toda
parte. Nove décimos das doenças de que sofrem os homens, têm aí sua base. Talvez algum vivo problema doméstico esteja, como um câncer, roendo a própria alma e debilitando as forças vitais. O remorso do pecado por vezes mina a constituição e desequilibra a mente. Existem também doutrinas errôneas, como a de um inferno eternamente ardente, e o tormento sem fim dos ímpios, as quais dando uma visão exagerada e desvirtuada do caráter de Deus, têm produzido os mesmos resultados sobre espíritos sensíveis. Incrédulos têm explorado ao máximo esses casos infelizes, atribuindo a insanidade à religião; mas é esta uma acusação grosseira, e que não terão prazer em enfrentar, afinal. A religião de Cristo, longe de ser causa de insanidade, é um de seus mais eficazes remédios, pois é poderoso calmante dos nervos. Testimonies, vol. 5, pág. 444, 1885.
O fardo do pecado, com seu desassossego e desejos não satisfeitos, jaz mesmo à base de grande parte das doenças sofridas pelos pecadores. Cristo é o poderoso comunicador de cura à alma enferma de pecado. Esses pobres sofredores precisam ter um conhecimento mais claro daquele a quem conhecer devidamente, é vida eterna. Eles precisam ser paciente e bondosa mas diligentemente ensinados quanto à maneira de abrir completamente as janelas da alma, deixando entrar o Sol do amor de Deus, para iluminar os obscurecidos recantos do espírito. Testimonies, vol. 4, pág. 579, 1881.