Mente, Caráter e Personalidade (Vol. 1)

CAPÍTULO 30

Egoísmo e Egolatria

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Por Natureza, Somos Egocêntricos

Somos por natureza egocêntricos e opiniosos. Mas, ao aprendermos as lições que Cristo nos deseja ensinar, tornamo-nos participantes de Sua natureza; daí em diante, vivemos a Sua vida. O maravilhoso exemplo de Cristo, a incomparável ternura com que compreendia os sentimentos dos outros, chorando com os que choravam e Se regozijando com os que se regozijavam, deve exercer profunda influência sobre o caráter de todos quantos O seguem em sinceridade. Mediante palavras e atos bondosos, procurarão facilitar o trilho aos pés cansados. A Ciência do Bom Viver, págs. 157 e 158.

O Egoísmo Contrai o Intelecto

O interesse egoísta deve sempre ser subordinado; pois se lhe for dado lugar para agir, tornar-se-á um poder controlador que contrai o intelecto, endurece o coração e enfraquece o poder moral. Então vem a decepção. O homem separou-se de Deus e se vendeu a atividades indignas. Não pode ser feliz, pois não pode respeitar-se a si mesmo. Inferiorizou-se em sua própria estima. É um fracasso intelectual. Manuscrito 21, 1899.

Egoísmo, Causa da Culpabilidade Humana

O egoísmo é a ausência da humildade como a de Cristo, e sua existência


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é a ruína da felicidade humana, a causa da culpabilidade humana, e leva os que abrigam, ao naufrágio da fé. Carta 28, 1888.

Confunde os Sentidos

Hoje, como nos dias de Cristo, Satanás governa a mente de muitos. Oh, se sua temível e temerosa obra pudesse ser discernida e resistida! O egoísmo tem pervertido os princípios, tem confundido os sentidos e nublado o juízo. Parece tão estranho que, não obstante toda a luz que brilha da bendita Palavra de Deus se mantivessem tantas idéias estranhas, tal afastamento do espírito e da prática da verdade.

O desejo de alcançar grandes salários, com a determinação de impedir outros dos direitos que Deus lhes deu, tem sua origem no espírito de Satanás; e pela sua obediência à vontade e maneiras dele, colocam-se os homens sob sua bandeira. Pouca confiança se pode depositar nos que têm caído nessa cilada, a menos que se convertam e se renovem completamente, pois foram levedados pelos princípios maus, que não podiam perceber serem de efeito deletério. Testemunhos Para Ministros, págs. 392 e 393.

Falar Menos de Si

Deixa que teu coração se abrande sob a divina influência do Espírito de Deus. Não deverias falar tanto em ti mesmo, pois isso não dará forças a ninguém. Não deves fazer de ti o centro, imaginando que devas constantemente cuidar de ti, e levando outros a cuidarem de ti. Afasta teu pensamento de ti mesmo para um conduto mais sadio. Fala em Jesus, e deixa que se vá o próprio eu; seja ele submerso em Cristo, e seja essa a linguagem de teu coração: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim." Gál. 2:20. Jesus será para ti um socorro bem presente em todo tempo de necessidade. Ele não te deixará a lutar sozinho com os poderes das trevas. Oh, não! Ele depôs auxílio em Alguém que é poderoso para salvar perfeitamente. Testimonies, vol. 2, págs. 320 e 321.


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Guardar-se da Autocompaixão

Deixai de ter pena de vós mesmos, e lembrai-vos do Redentor do mundo. Considerai o infinito sacrifício feito em favor do homem, e pensai no Seu desapontamento porque, depois de ter feito tamanho sacrifício pelo homem, este preferisse aliar-se com os que odeiam a Cristo e a justiça, unindo-se intimamente com eles na condescendência com o apetite pervertido, causando eterna ruína a sua alma. Testimonies, vol. 5, pág. 508.

Viver Para Si Desonra a Deus

Os perigos dos últimos dias estão a alcançar-nos. Os que vivem para agradar-se e satisfazer-se a si mesmos estão desonrando ao Senhor. Ele não pode operar por intermédio deles, pois O representariam mal perante os que são ignorantes da verdade. ... Deus talvez veja que estais nutrindo o orgulho. Talvez veja que é necessário retirar de vós bênçãos que, em vez de aproveitar, tendes usado para satisfação de orgulho egoísta. Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 87.

A Autocomplacência Indica Necessidade Espiritual

Alguns não estão dispostos a fazer trabalho que exija abnegação. Demonstram verdadeira impaciência quando instados a assumir alguma responsabilidade. "Que necessidade há", dizem eles, "de maior conhecimento e experiência?"

Isto explica tudo. Julgam-se ricos e abastecidos, e de nada terem falta, quando o Céu os pronuncia pobres, miseráveis, cegos e desnudos. A esses diz a Testemunha Fiel: "Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas." Apoc. 3:18. Vossa autocomplacência mostra que estais em necessidade de tudo. Estais espiritualmente doentes e necessitais de Jesus para vosso médico. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 98.

Perigos da Autolisonja

É difícil compreender-nos a nós mesmos, ter um correto


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conhecimento de nosso próprio caráter. A Palavra de Deus é clara, mas muitas vezes erramos ao aplicá-la a nós mesmos. Há a possibilidade de nos enganarmos, julgando que suas advertências e repreensões não se referem a nós. "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" Jer. 17:9. A autolisonja pode insinuar-se nas emoções e no zelo cristão. O amor e a confiança em si mesmo podem dar-nos a certeza de que estamos certos, quando na verdade estamos longe de cumprir as exigências da Palavra de Deus. Testimonies, vol. 5, pág. 332.

Destrutiva Influência da Exaltação Própria

Tão profunda é a impressão da exaltação própria no coração humano, tão grande o desejo de poder humano, que com muitos, mente, coração e alma se tornam obcecados com a idéia de mandar e comandar. Coisa nenhuma pode destruir essa má influência sobre a mente humana, exceto buscar do Senhor o colírio celestial. Unicamente o poder da graça divina pode fazer o homem compreender sua real posição e realizar por ele a obra essencial a ser feita no coração. Carta 412, 1907.

Evitar Extremos de Confiança

Se formares de ti mesmo uma opinião demasiado alta, concluirás que teus esforços são de mais real conseqüência do que na verdade são, e pleitearás uma independência individual que chega aos limites da arrogância. Se fores ao outro extremo e formares de ti mesmo uma opinião demasiado baixa, sentir-te-ás inferior e deixarás uma impressão de inferioridade que muito limitará a influência para o bem que poderias exercer. Deves evitar qualquer dos extremos. Não te deixes controlar pelo sentimento; nem devem as circunstâncias afetar-te. Podes formar um conceito correto de ti mesmo - conceito que se demonstrará uma salvaguarda contra ambos os extremos. Podes ter atitude dignificada sem vã autoconfiança; podes condescender e contemporizar sem sacrificar o respeito próprio ou a independência pessoal, e tua vida pode ser de grande influência junto aos de classe alta como os de condição social humilde. Testimonies, vol. 3, pág. 506.


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O Egocentrismo Fomenta a Doença

Teus esforços devem ser fervorosos e exatos e perseverantes, a fim de teres êxito. Como seguidor de Cristo, deves aprender a controlar toda e qualquer expressão de impaciência e paixão. Tua mente se concentra demasiado em ti mesmo. Falas demais em ti, em tuas fraquezas físicas.

Teu procedimento, no dia-a-dia, está te causando enfermidade, devido a teus maus hábitos. O apóstolo insiste com os irmãos que consagrem a Deus o corpo. "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Rom. 12:1 e 2. Carta 27, 1872.

O Egocentrismo Afeta a Percepção

Podes ajudar-nos, meu irmão, por muitas maneiras. Mas estou comissionada pelo Senhor a dizer-te que não deves centralizar-te em ti mesmo. Atenta para a maneira por que ouves, por que compreendes e por que te apoderas da Palavra de Deus. O Senhor te abençoará no puxares ombro a ombro com teus irmãos. Aqueles a quem Ele enviou a proclamar a terceira mensagem angélica têm estado trabalhando em uníssono com os seres celestes. O Senhor não põe sobre ti a responsabilidade de proclamares uma mensagem que leve discórdia nas fileiras dos crentes. Repito: Ele não está dirigindo ninguém por Seu Espírito Santo a arquitetar uma teoria que vai perturbar a fé nas solenes mensagens que deu a Seu povo para apresentar ao nosso mundo. Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 115.

Graça do Esquecimento Próprio Ensinada à Criança

Uma das características que devem ser especialmente acariciadas e cultivadas em toda criança, é aquele esquecimento de si mesmo que comunica à vida certa graça inconsciente. De


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todas as excelentes qualidades de caráter, esta é uma das mais belas, e para todo verdadeiro trabalho é uma das qualificações essenciais. Educação, pág. 237.

A Base da Verdadeira Grandeza

Não bastava aos discípulos de Jesus o serem instruídos quanto à natureza de Seu reino. O que necessitavam era, uma mudança de coração que os pusesse em harmonia com seus princípios. Chamando a Si uma criancinha, Jesus a colocou no meio deles; e, envolvendo ternamente o pequenino nos braços, disse: "Em verdade vos digo que, se vos não converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus." Mat. 18:3. A simplicidade, o esquecimento de si mesma e o confiante amor de uma criancinha são os atributos estimados pelo Céu. São essas as características da verdadeira grandeza. O Desejado de Todas as Nações, pág. 437.

Expiação Individual, o Princípio da Oração nas Religiões Falsas

Os pagãos consideravam suas orações como possuidoras em si mesmas do mérito de expiar pecados. Assim, quanto mais longas as orações, tanto maiores os merecimentos. Se se pudessem tornar santos por seus esforços, teriam em si mesmos, alguma coisa de que se regozijar, algo de que se vangloriar. Essa idéia da oração é fruto do princípio de expiação individual, o qual jaz na base de todos os falsos sistemas religiosos. Os fariseus haviam adotado essa idéia pagã acerca da oração, a qual não se acha de modo algum extinta em nossos dias, mesmo entre os que professam o cristianismo. A repetição de frases feitas, habituais, quando o coração não sente nenhuma necessidade de Deus, é da mesma espécie que as "vãs repetições" dos pagãos. Mat. 6:7. O Maior Discurso de Cristo, pág. 86.

Nenhuma Consideração Pessoal na Vida de Cristo

Em Sua vida nenhuma consideração pessoal devia estar. A honra que o mundo atribui a posição, riqueza e talento, devia ser estranha ao Filho de Deus. Nenhum dos meios que os homens empregam para receber submissão ou requerer homenagem, devia o Messias usar. Sua completa renúncia do eu foi


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prefigurada nas palavras: "Não clamará, não Se exaltará, nem fará ouvir a Sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega." Isa. 42:2 e 3. Profetas e Reis, págs. 692 e 693.

O Remédio de Deus Para o Egoísmo e a Exaltação Própria

Existe no homem a disposição de se estimar em mais alta conta do que a seu irmão, de trabalhar para si mesmo, de procurar o mais alto lugar; e muitas vezes isso dá em resultado ruins suspeitas e amargura de espírito. A ordenança que precede a ceia do Senhor, deve remover esses desentendimentos, tirar o homem de seu egoísmo, fazê-lo baixar de seus tacões de exaltação própria à humildade de coração que o levará a servir a seu irmão.

O Santo Vigia do Céu acha-Se presente nesses períodos para torná-los uma ocasião de exame de consciência, de convicção de pecado, e de bendita segurança de pecados perdoados. Cristo, na plenitude de Sua graça, acha-Se aí para mudar a corrente dos pensamentos que têm seguido direções egoístas. O Espírito Santo aviva as sensibilidades dos que seguem o exemplo de seu Senhor.

Ao ser lembrada a humilhação do Salvador por nós, pensamento liga-se a pensamento; evoca-se uma cadeia de lembranças, a recordação da grande bondade de Deus e do favor e ternura dos amigos terrestres. Bênçãos esquecidas, misericórdias de que se abusou, bondades menosprezadas são trazidas à memória. Patenteiam-se raízes de amargura que expulsaram a preciosa planta do amor. São trazidos à lembrança defeitos de caráter, negligência de deveres, ingratidão para com Deus, frieza para com nossos irmãos. O pecado é visto sob o aspecto por que o vê o próprio Deus. Nossos pensamentos não são de complacência com nós mesmos, mas de severa censura ao próprio eu, e de humilhação. Fortalece-se a mente para derrubar toda barreira que tem causado separação. O pensar e falar mal são postos de lado. São confessados os pecados e perdoados. Penetra na alma a subjugante graça de Cristo, e Seu amor liga os corações numa bendita unidade. O Desejado de Todas as Nações, págs. 650 e 651.

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