Primeiros Escritos

CAPÍTULO 72

A Terra Desolada

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pranto; tampouco haverá mais dor." Vi a multidão dos remidos prostrar-se e lançar suas coroas brilhantes aos pés de Jesus; e então, levantando-os com Sua mão adorável, tocaram as harpas de ouro, e encheram o Céu todo com sua rica música e com cânticos ao Cordeiro.

Vi então Jesus levando Seu povo à árvore da vida, e novamente ouvimos Sua adorável voz, mais preciosa do que qualquer música que já tenha caído em ouvidos mortais, dizendo: "As folhas da árvore são para a saúde das nações." Apoc. 22:2. Comei todos dela. Na árvore da vida havia belíssimo fruto, do qual os santos poderiam participar livremente. Na cidade havia um trono gloriosíssimo, do qual provinha um rio puro de água da vida, claro como cristal. Em cada lado desse rio estava a árvore da vida, e nas margens do rio havia outras belas árvores, produzindo fruto que era bom para alimento.

A linguagem é demasiadamente fraca para tentar uma descrição do Céu. Apresentando-se diante de mim aquela cena, fico inteiramente absorta. Enlevada pelo insuperável esplendor e excelente glória, deponho a pena e exclamo: "Oh, que amor! que amor maravilhoso!" A linguagem mais exaltada não consegue descrever a glória do Céu, ou as profundidades incomparáveis do amor de um Salvador.

A Terra Desolada

Minha atenção foi de novo dirigida à Terra. Os ímpios tinham sido destruídos e seus corpos mortos jaziam em sua superfície. A ira de Deus, nas sete últimas pragas, fora derramada sobre os habitantes da Terra, fazendo-os morder a língua de dor e amaldiçoar a Deus. Os falsos pastores foram objeto especial da ira de Jeová. Os olhos se lhes consumiram nas órbitas, e a língua


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na sua boca, enquanto estavam em pé. Depois que os santos tiveram livramento pela voz de Deus, a multidão dos ímpios volveu sua ira, de uns contra os outros. A Terra parecia ser inundada com sangue, e havia cadáveres de uma extremidade dela a outra.

A Terra tinha a aparência de um deserto solitário. Cidades e vilas, derrubadas pelo terremoto, jaziam em montões. Montanhas tinham sido removidas de seus lugares, deixando grandes cavernas. Enormes pedras, lançadas pelo mar, ou arrancadas da própria terra, estavam espalhadas por toda a sua superfície. Grandes árvores tinham sido desarraigadas, e se espalhavam pela terra. Aqui deve ser a morada de Satanás com seus anjos maus, durante mil anos. Aqui estará ele circunscrito, para errar para cá e acolá, sobre a revolvida superfície da Terra, e para ver os efeitos de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante mil anos, ele poderá consumir o fruto da maldição, que ele determinou. Restrito apenas à Terra, Satanás não terá o privilégio de percorrer outros planetas para tentar e molestar os que não caíram. Durante esse tempo, Satanás sofre extremamente. Desde a queda, suas más características têm estado em constante exercício. Mas deve ele então ser despojado de seu poder e deixado a que refletir na parte que desempenhou desde sua queda, e aguardar com tremor e terror o terrível futuro, em que deverá sofrer por todo o mal que perpetrou, e ser castigado por todos os pecados que fez com que fossem cometidos.

Ouvi aclamações de vitória dos anjos e dos santos remidos, os quais ressoando como dez milhares de instrumentos musicais, porque não mais deveriam ser molestados e tentados por Satanás, e porque os habitantes de outros mundos estavam livres de sua presença e tentações.

Vi então tronos, e Jesus e os santos remidos sentarem-se sobre eles; e os santos reinaram como reis e sacerdotes para


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Deus. Cristo, em união com o Seu povo, julgou os ímpios mortos, comparando seus atos com o código - a Palavra de Deus - e decidindo cada caso segundo as obras feitas no corpo. Então designaram aos ímpios a parte que deverão sofrer, segundo suas obras; e isto foi escrito defronte de seus nomes no livro da morte. Satanás também e seus anjos, foi julgado por Jesus e os santos, juntamente com seus anjos. O castigo de Satanás deveria ser muito maior do que o daqueles a quem ele enganara. Seu sofrimento excederia ao deles a ponto de não haver comparação. Depois que todos aqueles a quem ele enganara houverem perecido, Satanás deverá ainda viver e sofrer muito mais tempo.

Depois que se concluiu o juízo dos ímpios, no fim dos mil anos, Jesus deixou a cidade; e os santos, bem como um cortejo do exército angélico, O acompanharam. Jesus desceu sobre uma grande montanha, a qual se abriu de alto a baixo, tão logo Seus pés a tocaram, e se tornou uma grande planície. Então, olhamos para cima e vimos a grande e bela cidade, com doze fundamentos e doze portas, três de cada lado e um anjo em cada porta. Exclamamos: "A cidade! a grande cidade! vem descendo de Deus, do Céu!" E ela desceu em todo o seu esplendor e deslumbrante glória, e fixou-se na grande planície que, para ela, Jesus havia preparado.

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