Testemunhos Seletos - Volume 1

CAPÍTULO 72

O Poder da Oração nas Tentações

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Quão benigna e ternamente trata o Pai celeste a Seus filhos! Guarda-os de mil perigos que lhes são ocultos, preserva-os das artes sutis de Satanás, para que não sejam destruídos. Como o protetor cuidado de Seus anjos não é manifesto a nossa imperfeita visão, não procuramos considerar e apreciar o sempre vigilante interesse nutrido por nosso bondoso e benévolo Criador para com a obra de Suas mãos; e não somos gratos pela multidão de Suas misericórdias, a nós dia a dia concedidas.

Os jovens ignoram os muitos perigos a que se acham diariamente expostos. Jamais os poderão conhecer a todos; se são vigilantes, porém, se oram sempre, Deus lhes conservará sensível a consciência e a percepção clara para poderem discernir a operação do inimigo, e serem fortalecidos contra seus ataques. Muitos dos jovens, todavia, têm por tanto tempo seguido as próprias inclinações, que dever é para eles palavra sem significação. Não compreendem os elevados e santos deveres que têm a cumprir para benefício de outros e para glória de Deus; e negligenciam por completo esses deveres.

Caso os jovens tão-somente despertassem para sentir profundamente sua necessidade de forças vindas de Deus para resistirem às tentações de Satanás, obteriam preciosas vitórias, bem como valiosa experiência na luta cristã. Quão poucos jovens pensam na exortação do inspirado apóstolo Pedro: "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Ao qual resisti firmes na fé." I Ped. 5:8 e 9. Na visão dada a João ele viu o poder de Satanás sobre os homens, e exclamou:


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"Ai dos que habitam na Terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo." Apoc. 12:12.

A única segurança para os jovens é incessante vigilância e humilde oração. Não se devem lisonjear de que podem ser cristãos sem isso. Satanás oculta suas tentações e seus ardis sob uma cobertura de luz, como quando se aproximou de Cristo no deserto. Então, era aparentemente como um anjo celeste. O adversário de nossas almas aproximar-se-á de nós como um hóspede celeste; e o apóstolo recomenda sobriedade e vigilância como nossa única salvaguarda. Os jovens que condescendem com uma atitude descuidosa e leviana, e negligenciam os deveres cristãos, estão continuamente caindo sob as tentações do inimigo, em vez de vencerem como Cristo venceu.

O serviço de Cristo não é penosa labuta para a alma completamente consagrada. A obediência a nosso Salvador não prejudica nossa felicidade e o verdadeiro prazer nesta vida, mas possui uma força refinadora sobre o caráter, elevando-o. O estudo diário das preciosas palavras de vida encontradas nas Escrituras, revigora o intelecto, promovendo o conhecimento das grandes e gloriosas obras de Deus na Natureza. Mediante o estudo da Bíblia aprendemos a viver de maneira a fruir a maior soma de pura felicidade. O estudioso da Bíblia acha-se também provido de argumentos escriturísticos de modo a poder enfrentar as dúvidas dos incrédulos, removendo-as pela brilhante luz da verdade. Os que pesquisam as Escrituras podem estar sempre fortalecidos contra as tentações de Satanás; é-lhes possível estar cabalmente preparados para toda boa obra, e apercebidos para dar a quem quer que os interrogue, a razão da esperança que os possui. ...

Ao orardes, queridos jovens, para que não sejais induzidos à tentação, lembrai-vos de que vossa parte não se limita a orar. Cumpre-vos então responder o mais possível a vossa oração, com o resistir às tentações, e deixai ao cuidado de Jesus o que não vos é possível fazer em vosso benefício. Não podeis guardar-vos demasiado em palavras e comportamento, de


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modo a não convidardes o inimigo a tentar-vos. Muitos de nossos jovens, devido a sua descuidosa desconsideração para com as advertências e reprovações que lhes são feitas, abrem de par em par a porta a Satanás. Tendo a Palavra de Deus como nosso guia, e Jesus como nosso Mestre divino, não precisamos ignorar-Lhe as reivindicações nem os ardis do inimigo, sendo vencidos por suas tentações. Não será desagradável a tarefa de obedecer à vontade de Deus, quando nos entregamos inteiramente à direção de Seu Espírito.

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