Mente, Caráter e Personalidade (Vol. 1)

CAPÍTULO 29

Dependência e Independência

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Dependência de Deus, não do Homem

Absoluta Dependência de Deus

Deus quer que cada alma por quem Cristo morreu se torne uma parte da vinha, ligada com o tronco original, e dele extraia a nutrição. Nossa dependência de Deus é absoluta, e nos deve conservar bem humildes; e, por causa de nossa dependência dEle, nosso conhecimento dEle será grandemente aumentado. Deus quer que removamos toda espécie de egoísmo, e a Ele nos acheguemos, não como donos de nós mesmos, mas como uma possessão adquirida pelo Senhor. Testemunhos Para Ministros, págs. 324 e 325.

Confiança em Deus, não no Homem

Deus deseja pôr os homens em direta relação com Ele. Em todo o Seu trato com as criaturas, reconhece o princípio da responsabilidade individual. Busca estimular o senso da dependência pessoal e impressioná-los com a necessidade de direção própria, isto é, individual. Deseja pôr o humano em ligação com o divino, a fim de que os homens sejam transformados à semelhança divina. Satanás trabalha para impedir este desígnio. Procura fomentar a confiança nos homens. Quando a mente é desviada de Deus, o tentador a pode colocar sob


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seu domínio. Pode controlar a humanidade. A Ciência do Bom Viver, págs. 242 e 243.

Fazei de Deus vossa inteira dependência. Procedendo de modo diferente, é tempo, então, de vos deter. Estacai justamente onde estais e mudai a ordem das coisas. ... Sinceramente, de alma faminta, clamai a Deus. Lutai com os instrumentos celestiais até alcançardes a vitória. Ponde vosso ser inteiro nas mãos do Senhor - alma, corpo e espírito - e resolvei ser Seu amorável, consagrado instrumento, movido por Sua vontade, controlado por Sua mente, imbuído de Seu Espírito; ... então vereis claro as coisas celestiais. Filhos e Filhas de Deus (Meditações Matinais, 1956), pág. 105.

Fazer de Deus o Conselheiro

Em vez de levar a um irmão ou a um pastor vossas perplexidades, levai-as ao Senhor, em oração. Não coloqueis o pastor onde devia estar Deus, mas fazei dele o objeto de vossas orações. Neste ponto todos nós temos errado. O ministro de Cristo é como os outros homens. Certo, ele arca sob responsabilidades mais sagradas do que um comerciante comum, mas nem por isso é infalível. Ele é rodeado de fraquezas, e precisa de graça e iluminação divina. Precisa da unção celestial a fim de fazer seu trabalho com exatidão e êxito, dando plena prova de seu ministério. Há os que ignoram o caminho da vida e salvação, e esses encontrarão no pastor piedoso alguém que lhes ensinará o que fazer para ser salvos.

Os que sabem orar, que conhecem os convites do evangelho de Cristo, que conhecem a imutabilidade de Suas promessas, mostram desonrar a Deus quando depositam seus fardos sobre homens finitos. Está certo, sempre, aconselhar-se com outros. Está certo conversar uns com os outros. Está certo apresentar claramente diante dos irmãos e do pastor, as dificuldades que se apresentam em qualquer empreendimento. Mas não desonreis a Deus a ponto de confiar no homem, em busca de sabedoria. Buscai de Deus a sabedoria que vem do alto. Pedi a vossos colegas na causa que orem convosco, e o Senhor


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cumprirá Sua palavra: "Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles." Mat. 18:20. Manuscrito 23, 1899.

Dependência e Independência no

Relacionamento Mútuo dos Obreiros

Opinião de um Homem só

É erro levar os homens a crer que os obreiros de Cristo não deveriam tomar nenhuma iniciativa além daquela que foi apresentada a algum obreiro de responsabilidade. Os homens não devem ser ensinados a considerar outros homens como se fossem Deus. Conquanto seja necessário que haja um aconselhamento mútuo, e uma unidade de ação entre os obreiros, não deve ser elemento de controle a mente e o juízo de um homem só. Review and Herald, 7 de agosto de 1894.

Crescer em Eficiência

Deus é que governa o Seu povo, e Ele ensinará aos que Lhe dedicarem a mente o devido uso do cérebro. Ao empregarem sua habilidade executiva, eles crescerão em eficiência. A herança do Senhor é composta de vasos grandes e pequenos, mas cada qual tem sua tarefa individual. A mente de um homem só, ou a mente de dois ou três homens não merece tanta confiança que para todos seja seguro adotar. Olhem todos para Deus, confiem nEle, e creiam plenamente em Seu poder. Com Cristo ponde-vos sob o jugo, e não com os homens, pois estes não têm poder para guardar-vos de cair. Carta 88, 1896.

Conselho a um Executivo

Tua confiança tem de ser posta em Deus. Não deves permitir que homens esvaziem a mente deles na tua. Não lhes deves permitir que, por suas persuasões te levem a falsos caminhos. Põe tua confiança inteiramente nAquele que declara: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Heb. 13:5. Carta 92, 1903.

Confiança em Deus Promove Confiança

Quando os homens deixam de confiar em homens, quando


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tornam Deus sua eficiência, então haverá mais demonstração de confiança um no outro. Nossa fé em Deus é completamente fraca demais, e nossa confiança um no outro também é muito pouca. Testemunhos Para Ministros, pág. 214.

Confiança Própria Leva à Tentação

Mediante oração fervorosa e confiança em Deus, Salomão obteve a sabedoria que provocou o assombro e admiração do mundo. Quando, porém, se desviou da Fonte de sua força, e passou a confiar em si mesmo, caiu presa da tentação. Então as maravilhosas faculdades concedidas ao que foi o mais sábio dos reis, apenas o tornaram um agente mais eficaz do adversário das almas. O Grande Conflito, pág. 509.

Dependência de Outros Pode Significar Imaturidade

Os homens que deviam, em todas as emergências, ser fiéis como a agulha em indicar o pólo, tornaram-se ineficientes por seus empenhos de proteger-se da censura e por esquivar-se a responsabilidades, por temor de fracasso. Homens de gigantesco intelecto são bebês na disciplina, porque são covardes quanto a tomar sobre si e levar avante os encargos que deviam assumir. Eles confiaram em um homem que planejasse por eles e fizesse o raciocínio que eles mesmos são perfeitamente capazes de fazer, no interesse da causa de Deus. Deficiências mentais vêm ao nosso encontro por toda parte.

Homens que se satisfazem em deixar outros planejarem e raciocinarem em seu lugar, não se acham plenamente amadurecidos. Se fossem deixados a planejar por si mesmos, mostrar-se-iam cuidadosos, calculistas. Mas quando se põem em contato com a causa de Deus, isto para eles é coisa completamente diversa; perdem essa faculdade quase por completo. Contentam-se com permanecer incompetentes e ineficientes, como se outros tivessem de fazer por eles o planejamento, e boa parte do arrazoado. Há homens que se mostram completamente incapazes de abrir caminho para si mesmos. Terão de sempre apoiar-se em outros para que façam seu planejamento e seus estudos, como que lhe sendo a mente e o juízo? Deus Se envergonha de semelhantes soldados. Ele não Se sente


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honrado, com terem eles uma parte a desempenhar em Sua causa enquanto forem meras máquinas. Testimonies, vol. 3, págs. 495 e 496.

Há Necessidade de Homens Independentes

São necessários homens independentes, fervorosamente esforçados, não homens maleáveis como argila. Os que querem seu trabalho ao alcance das mãos, que pretendem determinada quantidade de serviço e salário fixo, e desejam experimentar um trabalho adequado sem o incômodo da adaptação ou treino, não são os homens que Deus chama para trabalhar em Sua causa. O homem, que, se a necessidade requer, não saiba adaptar suas aptidões a quase qualquer lugar, não é homem para o tempo atual.

Os homens que Deus deseja ligar a Sua causa não são frouxos e sem fibra, sem músculos ou força moral de caráter. É só mediante continuado e perseverante esforço que os homens podem ser disciplinados para assumir uma parte na causa de Deus. Não devem esses homens desanimar se as circunstâncias e o ambiente forem os mais desfavoráveis. Não devem desistir de seu propósito como sendo completo fracasso, antes de se convencer, além de qualquer dúvida, de que não podem fazer muito para honra de Deus e benefício das almas. Testimonies, vol. 3, pág. 496.

Independência não Santificada Provém do Egoísmo

Os males da estima própria e de uma não santificada independência, que tanto prejudicam nossa utilidade e que acabarão se demonstrando nossa ruína se não forem vencidos, provêm do egoísmo. "Aconselhai-vos uns aos outros", é a mensagem que me foi dada muito repetidamente, pelo anjo de Deus. Influindo no julgamento de um homem, Satanás pode empenhar-se em controlar os assuntos à sua vontade. Pode ele ter êxito em desviar a mente de duas pessoas, mas quando vários trocam idéias juntos, há mais segurança. Cada plano será estudado mais rigorosamente, cada movimento rumo do progresso, considerado mais completamente. Daí, há menos perigo de precipitação de planos desavisados, que trariam confusão, perplexidade e derrota. Na união há força. Na divisão há fraqueza e derrota. Testimonies, vol. 5, págs. 29 e 30.


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Independência de Espírito

Riscos da Independência Pessoal

Tende sempre presente o que é devido a nossa profissão cristã como particular povo de Deus; guardai-vos, não seja que, na prática da independência pessoal vossa influência opere contra os propósitos de Deus, e vós, mediante as armadilhas de Satanás vos torneis pedra de tropeço, diretamente no caminho dos que são fracos e vacilantes. Há o perigo de dar aos nossos adversários ocasião de blasfemar de Deus e acumular escárnio sobre os crentes na verdade. Testimonies, vol. 5, págs. 477 e 478.

Independência de Espírito

Tem havido sempre na igreja os que estão constantemente inclinados à independência individual. Parecem incapazes de compreender que a independência de espírito é suscetível de levar o instrumento humano a ter demasiada confiança em si mesmo e em seu próprio discernimento, de preferência a respeitar e estimar altamente a maneira de julgar seus irmãos, especialmente os que se acham nos cargos designados por Deus para guia de Seu povo. Deus investiu Sua igreja de especial autoridade e poder, por cuja desconsideração e desprezo ninguém se, pode justificar; pois aquele que assim procede, despreza a voz de Deus. Atos dos Apóstolos, págs. 163 e 164.

Ação Combinada

Num ponto temos de estar de guarda, isto é, a independência individual. Como soldados do exército de Cristo deve haver ação combinada, nos vários departamentos da obra. ... Cada obreiro deve agir tendo em vista os demais. Os seguidores de Jesus Cristo não agirão independentemente uns dos outros. Nossa força tem de estar em Deus, e deve ser dirigida, expressando-se em ação nobre, concentrada. Não deve ser desperdiçada em movimentos destituídos de sentido. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 206.

A Presunção nos Expõe às Astúcias de Satanás

Vivemos em meio aos perigos dos últimos dias, e se tivermos


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um espírito presunçoso e independente, expor-nos-emos às astúcias de Satanás e seremos levados de vencida. Testimonies, vol. 3, pág. 66.

Independência Moral

A Lei da Dependência Mútua

Nós nos achamos todos entretecidos na grande trama da humanidade, e o que quer que possamos fazer para beneficiar e elevar a outrem, refletirá em bênçãos a nós mesmos. A lei da dependência recíproca vigora em todas as classes da sociedade. Os pobres não dependem dos ricos mais do que estes dependem daqueles. Enquanto uma classe pede participação nas bênçãos que Deus conferiu aos seus vizinhos mais ricos, a outra necessita do serviço fiel, e da força do cérebro, ossos e músculos, coisas que são o capital do pobre. Patriarcas e Profetas, págs. 534 e 535.

Dever de Obedecer a Convicções Religiosas Individuais

Muitos são os meios por que Satanás opera pela influência humana a fim de enlaçar os seus cativos. Atrai a si multidões, ligando-os pelos sedosos laços da afeição aos que são inimigos da cruz de Cristo. Seja qual for esta ligação, paternal, filial, conjugal ou social, o efeito é o mesmo; os inimigos da verdade exercem sua força no sentido de reger a consciência, e as almas postas sob o seu domínio não têm coragem ou independência suficientes para obedecer às suas próprias convicções do dever. O Grande Conflito, pág. 597.

Sufocado o Juízo Individual

Embora a razão e a consciência estejam convencidas, estas almas iludidas não ousam pensar diferentemente do pastor; e seu discernimento individual, os interesses eternos, são sacrificados à incredulidade, ao orgulho e preconceito de outros. O Grande Conflito, pág. 597.


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Defender o Direito, Independentemente

São necessários coragem e independência para erguer-se acima da norma religiosa do mundo cristão. Eles não seguem o exemplo do Salvador, de abnegação; não fazem sacrifício; buscam constantemente esquivar-se da cruz, que Cristo declara ser o sinal do discipulado. Testimonies, vol. 5, pág. 78.

Independência Moral Quando o Mundo se Opõe

A independência moral será totalmente adequada quando se opõe ao mundo. Sujeitando-nos inteiramente à vontade de Deus, seremos colocados em posição vantajosa e veremos a necessidade de decidida separação dos costumes e práticas do mundo. Não devemos elevar nossa norma só bem pouco acima do mundo; e, sim, tornar a linha demarcatória decididamente manifesta. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 289.

Independência Moral, uma Virtude

Nossa única segurança está em postar-nos como povo particular de Deus. Não devemos ceder uma polegada de terreno aos costumes e modas desta época degenerada, mas sim ficar moralmente independentes, sem nos comprometermos com suas práticas corruptas e idólatras. Testimonies, vol. 5, pág. 78.

Independência Mental

A Verdadeira Independência não é Obstinação

Verdadeira independência mental não é obstinação. Ela incentiva os jovens a formar suas próprias opiniões sobre a Palavra de Deus, sem levar em conta o que outros possam dizer ou fazer. Se estiverem em companhia de descrentes, ateus ou incrédulos, ela os incentiva a reconhecer e defender sua crença nas sagradas verdades do evangelho, em oposição às cavilações e aos gracejos de seus perversos companheiros. Se estiverem em presença dos que pensam ser virtude alardear as faltas de professos cristãos e zombar então da religião, moralidade e virtude, a verdadeira independência mental os


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incentivará a mostrar, de maneira cortês, mas audaz, que o ridículo é um péssimo substituto para o sólido argumento. Ela os habilitará a olhar, além do cavilador, para aquele que o influencia o adversário de Deus e do homem, e a resistir-lhe na pessoa de seu agente. Fundamentos da Educação Cristã, págs. 88 e 89.

É Necessária a Independência Individual

Homens há que se lisonjeiam de que poderiam fazer algo de grande e bom, se tão-somente as circunstâncias fossem outras, ao passo que não fazem uso das faculdades que já têm, trabalhando nos encargos que a providência lhes proveu. O homem pode criar suas circunstâncias, mas as circunstâncias nunca devem criar o homem. O homem deve aproveitar as circunstâncias como instrumentos seus para seu trabalho. Deve ele dominar as circunstâncias, mas jamais permitir que as circunstâncias o dominem. A independência individual e o poder individual são as qualidades agora necessárias. O caráter individual, não precisa ser sacrificado, mas deve ser ajustado, cultivado, enobrecido. Obreiros Evangélicos, pág. 133.

Até Onde Deve Ir a Independência

Deus deseja que Seu povo seja disciplinado e posto em harmonia de ação, para que se possam ter o mesmo ponto de vista e os mesmos sentimentos e o mesmo critério. Para conseguir este estado de coisas, muito há que ser feito. ... O Senhor não deseja que renunciemos a nossa individualidade. Mas, que homem é juiz competente do limite até aonde deva ser levada essa independência individual? ...

Pedro exorta seus irmãos: "Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a Sua graça." I Ped. 5:5. O apóstolo Paulo também exorta seus irmãos filipenses a que sejam unidos e humildes: "Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma,


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tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo." Filip. 2:1-3. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 343 e 344.

Confiança no Poder de Deus

Irmãos, rogo-vos que procedais tendo em vista unicamente a glória de Deus. Seja Seu poder vossa confiança, Sua graça vossa força. Pelo estudo das Escrituras e fervorosa oração, buscai obter clara compreensão de vosso dever, e então cumpri-o fielmente. É essencial que cultiveis a fidelidade em coisas pequenas, e em assim fazendo adquirireis hábitos de integridade em responsabilidades maiores. Os pequenos incidentes da vida diária muitas vezes passam sem os notarmos, mas são, essas coisas pequeninas que formam o caráter. Todo acontecimento da vida é de grande importância para o bem ou para o mal. A mente tem de ser educada mediante provas diárias, para que adquira vigor para resistir em qualquer situação difícil. Nos dias de provação e perigo, precisareis achar-vos fortalecidos para vos ficar firmes ao lado do direito, a despeito de qualquer influência contrária. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 580 e 581.

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