IX. Os Mais Pobres
Há uma obra a ser feita em favor de muitos para quem não seria de nenhum bem dizer a verdade, pois não a entenderiam. Mas podeis alcançá-los por meio de atos desinteressados de benevolência. Há os desprezados, homens que perderam a semelhança de Deus, dos quais primeiro é preciso cuidar, alimentar, higienizar e vestir decentemente. Então nada devem ouvir a não ser Cristo, Seu grande amor e boa vontade para salvá-los. Sintam essas pessoas que correm perigo que tudo quanto por elas tendes feito o fizestes porque as amais.
O Senhor utiliza instrumentos humanos. O divino e o humano devem unir-se, tornando-se colaboradores na obra de reerguer o homem e nele restaurar a imagem moral de Deus. ... Agi inteligente e perseverantemente. Não vos desanimeis se desde logo não tendes toda a simpatia e cooperação que esperáveis. Se trabalhais fazendo do Senhor vossa dependência, estai certos de que o Senhor sempre ajuda o humilde, manso e simples. Mas necessitais a operação do Espírito Santo sobre vosso próprio coração e mente, a fim de saber como prestar ajuda cristã. Orai muito por aqueles que estais procurando ajudar. Vejam eles que vossa dependência é de um poder mais alto, e assim os ganhareis para Cristo. Carta 24, 1898.
Trabalhando Pelos Mais Pobres
E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; e salvai alguns arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne. Jud. 22 e 23.
O Evangelho é um Convite a Todas as Classes
Cristo ilustra as bênçãos espirituais do evangelho por meio de uma festa secular: o convite para a Ceia. Ele pôs em destaque a maravilhosa condescendência de Deus no fervente convite do senhor para que viessem à festa todos que pudessem. O chamado especial do evangelho a ser feito próximo do fim da história da Terra é também apresentado.
O convite devia ser feito primeiro aos das vias públicas, chamando todos para as bodas da ceia do Cordeiro. Esta mensagem ao povo tão altamente favorecido foi rejeitada.
Em seguida foi levada a mensagem aos da classe pobre - os aleijados, os cegos, os coxos. Esses não estavam exaltados por ambiciosos projetos. Se aceitassem o convite, podiam vir. Esta mensagem foi dada, e o servo trouxe o resultado: "Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar." Luc. 14:22.
Então o senhor disse ao servo: "Sai pelos caminhos e atalhos e força-os a entrar, para que a minha casa se encha." Luc. 14:23. Manuscrito 81, 1899.
"Sai pelos caminhos e atalhos, e força-os a entrar", ordena-nos Cristo, "para que a Minha casa se encha." Luc. 14:23. Em obediência a esta palavra, devemos ir aos não-convertidos que se acham perto de nós, e aos que estão distantes. Os "publicanos e as meretrizes" (Mat. 21:31) devem ouvir o convite do Salvador.
Por meio da bondade e da longanimidade de Seus mensageiros, o convite se torna um poder para erguer os que se acham imersos nas maiores profundezas do pecado. A Ciência do Bom Viver, pág. 164.
Cristo Anseia por Renovar o Caráter
Não importa quão baixo, quão caídos, quão desonrados e vis os outros possam ser, não devemos desprezá-los e passá-los por alto com indiferença; mas devemos considerar o fato de que Cristo morreu por eles. ... Cristo anseia por renovar o maculado caráter humano, restaurar nos homens a imagem moral de Deus. Review and Herald, 15 de outubro de 1895.
Ele os Considera Preciosos
Cada pessoa é objeto do amorável interesse dAquele que deu Sua vida a fim de levar homens de volta a Deus. Esse interesse perseverante, fervente, manifestado por nosso Pai celestial ensina-nos que os desamparados e os mais pobres não devem ser passados por alto com indiferença. Eles são do Senhor pela criação e pela redenção. Se fôssemos deixados a julgar por nós mesmos, poderíamos considerar muitos que são degradados como casos sem esperança. Mas o Senhor vê neles o valor da prata. Embora não procurem ajuda, Ele os considera preciosos. Aquele que vê sob a superfície sabe como tratar com mentes humanas. Sabe como levar homens ao arrependimento. Sabe que se eles se virem a si mesmos como pecadores, arrepender-se-ão e se converterão à verdade. Esta é a obra em que nos devemos empenhar. Carta 80, 1898.
Não Perguntar: "São Dignos?"
Ante o apelo do tentado, do errante, das míseras vítimas da necessidade e do pecado, o cristão não pergunta: São eles dignos? mas: Como os posso eu beneficiar? Nos mais indignos, mais degradados, vê almas para cuja salvação Cristo
morreu, e para quem Deus deu a Seus filhos o ministério da reconciliação. O Maior Discurso de Cristo, pág. 22.
Descobertos Pela Obra Médico-Missionária
Fui instruída de que a obra médico-missionária descobrirá, nas próprias profundezas da degradação, homens que, se bem que se hajam entregue à intemperança e hábitos dissolutos, corresponderão a um trabalho feito pela devida maneira. Precisam, porém, ser reconhecidos e animados. Serão necessários esforços firmes, pacientes e sinceros a fim de erguê-los. Eles não se podem recuperar a si mesmos. Podem ouvir o chamado de Cristo, mas têm o ouvido por demais embotado para lhe apreender o significado; seus olhos se acham demasiado obscurecidos para ver qualquer coisa boa a eles reservada. Acham-se mortos em ofensas e pecados. Todavia mesmo estes não devem ser excluídos do banquete evangélico. Devem receber o convite: "Vinde." Embora se sintam indignos, o Senhor diz: "Forçai-os a entrar." Luc. 14:17 e 23. Não deis ouvidos a nenhuma desculpa. Com amor e bondade, apoderai-vos deles. ...
Devidamente dirigida, essa obra salvará muitos pobres pecadores negligenciados pelas igrejas. Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 517 e 518.
Muitos penosos esforços serão necessários nessa obra de restauração. Não se devem fazer chocantes comunicações de doutrinas estranhas a essas almas; à medida, porém, que são ajudadas materialmente, cumpre apresentar a verdade para este tempo. Homens, mulheres e jovens precisam ver a lei de Deus com suas reivindicações de vasto alcance. Não são as vicissitudes, a labuta ou a pobreza que degradam a humanidade; é o pecado, a transgressão da lei de Deus. Os esforços desenvolvidos para salvar os párias e os degradados não terão proveito algum, a menos que o espírito e o coração sejam impressionados com os reclamos da lei de Deus e a necessidade de lealdade para com Ele. Deus não exige coisa alguma que
não seja precisa para ligar a humanidade com Ele. "A lei do Senhor é perfeita, e converte a alma. ... O mandamento do Senhor é puro, e esclarece os olhos." Sal. 19:7 e 8, Trad. Trinitariana. "Pela palavra dos Teus lábios", diz o salmista, "me guardei das veredas do destruidor." Sal. 17:4.
Os anjos estão ajudando nesta obra de restaurar os caídos e levá-los de volta Àquele que deu a vida para os redimir, e o Espírito Santo está cooperando com o ministério dos instrumentos humanos a fim de despertar as faculdades morais mediante Sua obra no coração, convencendo do pecado, da justiça e do juízo. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 497.
Trabalhando Pelos Intemperantes
Há por toda parte uma obra a ser feita por aqueles que caíram devido à intemperança. Entre as igrejas, as instituições religiosas, e lares supostamente cristãos, muitos jovens estão seguindo o caminho da ruína. Por hábitos de intemperança, trazem sobre si mesmos a enfermidade, e pela ganância de obter dinheiro para pecaminosas transigências, caem em práticas desonestas. Arruínam a saúde e o caráter. Alienados de Deus, rejeitados pela sociedade, essas pobres pessoas se sentem sem esperança tanto para esta vida como para outra, por vir. O coração dos pais fica quebrantado. As pessoas falam desses extraviados como casos sem esperança; assim não os considera Deus. Ele compreende todas as circunstâncias que os têm tornado o que são, e os contempla com piedade. Essa é uma classe que demanda auxílio. Nunca lhes deis ocasião de dizer "Ninguém se importa comigo."
Acham-se entre as vítimas da intemperança indivíduos de todas as classes e profissões. Pessoas de elevada posição, de notáveis talentos, de grandes realizações, têm cedido aos apetites a ponto de se tornarem incapazes de resistir à tentação. Alguns que eram antes possuidores de fortuna, encontram-se sem lar, sem amigos, em sofrimento e miséria, enfermidade e degradação. Perderam o domínio de si mesmos. A menos que uma mão ajudadora lhes seja estendida, hão de cair mais e mais baixo. A Ciência do Bom Viver, págs. 171 e 172.
Uma Batalha que se Renova
Nenhuma obra casual, negligente, desorganizada, deve ser feita. Manter com firmeza a posse das almas prestes a perecer significa mais que orar por um viciado na bebida e então, porque ele derrama lágrimas e confessa a poluição de sua alma, declará-lo salvo. Renovadamente a batalha tem de ser travada. Testimonies, vol. 8, pág. 196.
Deveis apegar-vos firmemente àqueles a quem buscais ajudar, do contrário jamais obtereis a vitória. Eles serão continuamente tentados para o mal. Serão repetidamente quase vencidos pelo intenso desejo da bebida forte; aqui e ali poderão cair; não cesseis, entretanto, por isso, os vossos esforços. A Ciência do Bom Viver, pág. 173.
O Trabalho não é vão
Quando alguns, unidos os seus esforços humanos com os divinos, procuram alcançar as profundezas dos ais e misérias humanos, sobre eles repousará ricamente a bênção de Deus. Mesmo que apenas poucos aceitem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, sua obra não será vã; pois uma vida é preciosa, muito preciosa, aos olhos de Deus. Cristo teria morrido por uma só pessoa, a fim de que ela pudesse viver pelos séculos eternos. ...
Muitas pessoas estão sendo resgatadas, arrancadas, das mãos de Satanás, pelos fiéis obreiros. É preciso que
alguém sinta um anseio de almas para encontrar para Cristo os que se têm perdido. O resgate de uma vida sobre a qual Satanás triunfou produz alegria entre os anjos celestiais. Há os que destruíram em si mesmos a imagem moral de Deus. A rede do evangelho precisa colher esses pobres excluídos. Anjos de Deus cooperarão com os que se encontram empenhados nesta obra, que fazem todo esforço para salvar pessoas que estão a perecer, dando-lhes oportunidade que muitos nunca tiveram. Nenhuma outra maneira senão a de Cristo é capaz de alcançá-los. Ele sempre trabalhou para aliviar os sofrimentos e ensinar a justiça. Somente assim podem os pecadores ser erguidos das profundezas da degradação. Testimonies, vol. 8, págs. 72 e 73.
Trabalhar em Amor
Os obreiros devem trabalhar em amor, alimentando, lavando e vestindo os que necessitam do seu auxílio. Dessa maneira, esses carentes são preparados para saber que alguém cuida deles. O Senhor mostrou-me que muitas dessas pessoas, mediante o trabalho de seres humanos, cooperarão com o poder divino e procurarão restaurar a imagem moral de Deus em outros pelos quais Cristo pagou o preço do Seu sangue. Eles serão chamados eleitos de Deus, preciosos, e estarão próximo do trono de Deus. ...
O Senhor está operando para alcançar os mais depravados. Muitos saberão o que significa ser atraído a Cristo, mas não terão coragem moral para guerrear contra os apetites e paixões. Mas os obreiros não devem ficar desencorajados por isto, pois está escrito: "Nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios." I Tim. 4:1. São apenas os que foram tirados das profundezas que apostatarão? Há no ministério os que tiveram luz e conhecimento da verdade e que não serão vencedores.
Não reprimem os apetites e paixões nem se negam a si mesmos por amor de Cristo. Muitos pobres, mesmo publicanos e pecadores, apegar-se-ão à esperança no evangelho que está diante deles, e entrarão no reino do Céu antes daqueles que tiveram grandes oportunidades e grande luz, mas têm andado nas trevas. ... Meus irmãos e irmãs, tomai posição ao lado do Senhor e sede fervorosos, ativos, corajosos coobreiros de Cristo, trabalhando com Ele em buscar e salvar o perdido. Testimonies, vol. 5, págs. 74 e 75.
Não Seguir os Métodos do Exército de Salvação
O Senhor traçou nossa maneira de agir. Como povo não devemos imitar nem harmonizar-nos com os métodos do Exército de Salvação. Essa não é a obra que o Senhor nos mandou fazer. Também não é nossa obra condená-los nem falar duramente contra eles. Há no Exército de Salvação pessoas preciosas, abnegadas. Devemos tratá-las com bondade. Há entre elas pessoas honestas, que estão sinceramente servindo ao Senhor, e que verão maior luz, chegando à aceitação de toda a verdade. Os obreiros do Exército de Salvação estão procurando salvar os negligenciados, espezinhados. Não os desencorajeis. Deixai-os fazer esta classe de trabalho pelos seus próprios métodos e a sua própria maneira. Mas a obra que os Adventistas do Sétimo Dia devem fazer o Senhor indicou claramente. Testimonies, vol. 8, págs. 184 e 185.
Ajudando os Excluídos a Encontrar uma Nova Carreira
Ao se consagrarem os filhos de Deus a essa obra, muitos se hão de agarrar à mão que lhes é estendida para os salvar. São constrangidos a se desviar dos maus caminhos. Alguns dentre os libertados podem-se erguer, por meio da fé em Cristo, a elevadas posições de serviço, sendo-lhes confiadas responsabilidades na obra de salvar almas. Conhecem por experiência as necessidades
daqueles por quem trabalham, e sabem como os podem auxiliar; sabem quais os meios melhores a serem usados para recuperar os que se acham prestes a perecer. Enchem-se de gratidão para com Deus pelas bênçãos recebidas; o coração é-lhes avivado pelo amor, e suas energias fortalecidas para erguerem outros que jamais o poderiam fazer sem auxílio. Tomando a Bíblia como guia, e o Espírito Santo como ajudador e consolador, vêem abrir-se diante deles uma nova carreira. Cada uma dessas almas acrescentadas ao corpo de obreiros, provida de facilidades e de instrução quanto à maneira de salvar almas para Cristo, torna-se uma colaboradora dos que lhe trouxeram a luz da verdade. Assim Deus é honrado, e promovida Sua verdade. Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 497 e 498.