O Colportor Evangelista

CAPÍTULO 10

Voz e Dicção Agradáveis

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O Dom da Palavra

De todos os dons que Deus confiou aos homens, nenhum é mais precioso do que o dom da palavra. Santificado pelo Espírito Santo, é um poder para o bem. É com a língua que convencemos e persuadimos; com ela oferecemos orações e louvores a Deus; e com ela transmitimos ricos pensamentos do amor do Redentor. Mediante um reto uso do dom da palavra, o colportor pode semear as preciosas sementes da verdade em muitos corações. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 552.

Dever-se-ia dar mais atenção ao cultivo da voz. Podemos ter conhecimentos, mas a menos que saibamos como usar a voz corretamente, nossa obra será um fracasso. Se não soubermos revestir nossas idéias com a linguagem apropriada, de que valerá nossa educação? O saber de pouco proveito nos será, a menos que cultivemos o talento da palavra; ele será, entretanto, maravilhoso poder, quando unido à capacidade de proferir palavras sábias e edificantes, e proferi-las de maneira a cativar a atenção. Obreiros Evangélicos, pág. 86.

Jovens, de ambos os sexos: Pôs Deus em vosso coração o desejo de servi-Lo? Então, por todos os meios a voz, cultivai a voz o máximo que vos seja possível, de maneira que possais tornar clara a preciosa verdade para os outros. Obreiros Evangélicos, pág. 89.


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Falar Clara e Distintamente

Quando falardes, fazei com que cada palavra seja pronunciada em cheio, com clareza, cada sentença distinta, de princípio a fim. Muitos há que, ao se aproximarem do fim da sentença, abaixam o tom da voz, falando tão indistintamente, que a força do pensamento fica anulada. As palavras que valem de algum modo a pena ser proferidas, merecem ser ditas em voz clara e distinta, com acento e expressão. Nunca, no entanto, procureis palavras que dêem a impressão de serdes eruditos. Quanto maior for vossa simplicidade, mais bem compreendidas serão vossas palavras. Obreiros Evangélicos, págs. 88 e 89.

Qualificação Indispensável

O colportor que pode falar clara e distintamente acerca dos méritos do livro que vende, achará que isto lhe é grande auxílio em obter a encomenda. Ele pode ter oportunidade de ler um capítulo; e pela música de sua voz e a ênfase posta nas palavras, pode fazer com que a cena apresentada fique diante do espírito do ouvinte tão claramente como se em realidade pudesse ser vista.

A habilidade de falar clara e distintamente, em tons cheios e eufônicos, é imprescindível em qualquer ramo de trabalho. Essa habilitação é indispensável naqueles que desejam tornar-se pastores, evangelistas, obreiros bíblicos ou colportores. Os que estão planejando entrar nesses ramos, devem ser ensinados a usar a voz de tal modo que, quando falam ao povo acerca da verdade, esta cause uma decidida impressão para o bem. A verdade não deve sofrer detrimento por ser comunicada mediante pronúncia defeituosa. Manual do Colportor, págs. 29 e 30.


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Falar com Simplicidade

Homens e mulheres estão vagueando nas trevas do erro. Desejam saber qual é a verdade. Falai-lhes, não em linguagem enfatuada, mas na simplicidade dos filhos de Deus. Manual do Colportor, pág. 51.

Palavras Bem Escolhidas

Nem por estardes entre incrédulos, vos torneis descuidados em vossas palavras; porque eles estão vos avaliando. Estudai a instrução dada a Nadabe e Abiú, os filhos de Arão. Eles "trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara". Lev. 10:1. Tomando fogo comum, colocaram sobre seus incensários. "Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a Mim e serei glorificado diante de todo o povo." Lev. 10:2 e 3. Os colportores devem lembrar-se de que estão trabalhando com o Senhor para salvar almas e de que não devem trazer a Seu sagrado serviço nada de comum ou baixo. Que a mente esteja repleta de pensamentos puros e santos e que as palavras sejam bem escolhidas. Não impeçais o êxito de vosso trabalho, pronunciando palavras levianas e descuidadas. Manual do Colportor, pág. 30.

Palavras Cativantes, Cortesia

Os que trabalham para Cristo devem ser retos e fidedignos, firmes como uma rocha aos princípios, e ao mesmo tempo, bondosos e corteses. A cortesia é uma das graças do Espírito. Lidar com o espírito humano é a maior obra já confiada ao homem; e quem deseja encontrar acesso aos corações precisa ouvir a recomendação: "Sede... misericordiosos e afáveis." I Ped. 3:8.


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O amor fará aquilo que o argumento deixar de realizar. Mas a petulância de um momento, uma só resposta áspera, uma falta de polidez cristã em qualquer pequenina questão, pode dar em resultado a perda de amigos, bem como de influência.

O que Cristo era na Terra, o obreiro cristão se deve esforçar por ser. Ele é nosso exemplo, não somente em Sua imaculada pureza, como na paciência, amenidade e disposição cativante. Sua vida é uma ilustração da verdadeira cortesia. Tinha sempre um olhar bondoso e uma palavra de conforto para o necessitado e o oprimido. Sua presença levava aos lares uma atmosfera mais pura. Sua vida era qual fermento operando entre os elementos da sociedade. Puro e incontaminado, andava entre os inconsiderados, os rudes, os descorteses; entre injustos publicanos, ímpios samaritanos, soldados pagãos, rústicos camponeses e a multidão mista. ...

A religião de Cristo abranda quanto há de duro e rude num temperamento, e suaviza tudo que é áspero e escabroso nas maneiras. Torna as palavras brandas, e atraente a conduta. Aprendamos de Cristo a maneira de harmonizar o alto sentimento de pureza e integridade com a disposição feliz. O cristão bondoso, cortês, é o mais poderoso argumento que se pode apresentar em favor do cristianismo.

As palavras bondosas são como o orvalho e brandos chuveiros para alma. Diz a Escritura a respeito de Cristo, que nos Seus lábios se derramou a graça, para que soubesse "dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado". Isa. 50:4. E o Senhor nos pede: "A vossa palavra seja sempre agradável" (Col. 4:6), "para que dê graça aos que a ouvem". Efés. 4:29.


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Alguns daqueles com quem entrais em contato, podem ser rudes e descorteses; mas nem por isso, mostreis de vossa parte menos cortesia. Aquele que deseja manter o respeito próprio, deve ter cautela de não ferir desnecessariamente o dos outros. Essa regra deve ser sagradamente observada para com o mais néscio, o mais imprudente. Obreiros Evangélicos, págs. 121 e 122.

A Voz do Salvador

A voz do Salvador era qual música aos ouvidos dos que se achavam habituados à pregação monótona e sem vida dos escribas e fariseus. Ele falava devagar e de modo impressivo, acentuando as palavras a que desejava que os ouvintes dessem especial atenção. ... De grande valor é o poder da linguagem, e a voz deve ser cultivada para benefício daqueles com quem nos pomos em contato. Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 240.

Suas Palavras Atraíam os Corações

Devemos falar de Cristo aos que O não conhecem. Devemos fazer o que Cristo fez. Onde quer que estivesse, na sinagoga, à beira do caminho, no barco um tanto arredado da margem, no banquete do fariseu ou à mesa do publicano, falava aos homens das coisas pertinentes à vida mais elevada. As coisas da Natureza, os acontecimentos da vida diária eram por Ele relacionados com as palavras da verdade. O coração dos ouvintes era atraído para Ele; porque lhes curara as enfermidades, confortara os aflitos, e tomara nos braços seus filhinhos e os abençoara. Quando abria os lábios para falar, a atenção deles se voltava para Ele, e toda palavra era para alguém um cheiro de vida para vida.


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Assim deve ser conosco. Onde quer que estejamos, devemos vigiar as oportunidades de falar do Salvador a outros. Se seguirmos o exemplo de Cristo em fazer o bem, os corações nos estarão abertos, como estiveram para Ele. Não abruptamente, mas com o tato oriundo do amor divino poderemos falar-lhes dAquele que "traz a bandeira entre dez mil", e é "totalmente desejável". Cant. 5:10 e 16. Essa é a mais elevada obra em que podemos empregar o talento da linguagem. Foi-nos dado para que pudéssemos apresentar a Cristo como Salvador que perdoa os pecados. Parábolas de Jesus, págs. 338 e 339.

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