Conselhos Sobre Saúde

CAPÍTULO 2

Fatores de Saúde

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O Conhecimento de Princípios Elementares

Muitos me têm perguntado: Que procedimento devo seguir para preservar minha saúde? Minha resposta é: Deixai de transgredir as leis de vosso ser; deixai de condescender com o apetite depravado; ingeri alimentos simples; vesti-vos de maneira saudável, o que requererá modéstia e simplicidade; trabalhai de forma adequada; e não adoecereis.

É pecado ser doente, pois toda a doença é resultado de transgressão. Muitos sofrem em conseqüência da transgressão de seus pais. Estes não podem ser censurados pelo pecado de seus pais; não obstante, é seu dever, indagar em que seus pais violaram as leis do seu ser, que trouxeram sobre seus descendentes tão desditosa herança; e naquilo em que os hábitos de seus pais foram errados, devem eles mudar de procedimento, e guiar-se por hábitos corretos, em melhor relação para com a saúde.

Os homens e as mulheres devem informar-se no que tange à filosofia da saúde. A mente dos seres racionais parece estar imersa em escuridão no que respeita à sua própria estrutura física, e quanto a preservá-la em condições saudáveis.

A presente geração tem confiado seu corpo aos médicos e sua alma aos pastores. Não pagam eles bem aos seus pastores para estudar a Bíblia em seu lugar, a fim de que não precisem ser molestados? e não é sua obrigação dizer-lhes aquilo em que eles devem crer, e solucionar todas as questões duvidosas de teologia sem pesquisa especial de sua parte?


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Se estão doentes, vão ao médico - crêem em tudo o que ele possa dizer, e ingerem qualquer coisa que ele possa prescrever; pois não lhe pagam um liberal honorário, e não é seu dever conhecer seus males físicos, e o que prescrever para deixá-los bem, sem precisarem ser atormentados com o problema? ...

Tão estreitamente está a saúde relacionada com a nossa felicidade, que não podemos ter a última sem a primeira. É necessário um conhecimento prático da ciência da vida humana, a fim de que glorifiquemos a Deus em nosso corpo. É, por conseguinte, da mais alta importância que entre as matérias selecionadas para a infância, a fisiologia ocupe o primeiro lugar. Quão poucos sabem qualquer coisa sobre a estrutura e funções do seu próprio corpo e das leis naturais! Muitos estão sendo levados à deriva, à semelhança de um navio no mar sem bússola ou âncora; e, o que é pior, não estão interessados em aprender como conservar seu corpo em boas condições de saúde e evitar as doenças.

Indispensável Negação Própria

A condescendência com os apetites carnais tem degradado e escravizado a muitos. Renúncia e controle sobre os apetites animais são necessários, a fim de estabelecer uma condição melhorada de saúde e moralidade, e purificar a sociedade corrompida. Toda violação de princípio no comer e beber embota as faculdades de percepção, tornando-lhes impossível apreciarem ou darem o justo valor às coisas eternas. É de especial importância não permanecer a humanidade ignorante com respeito às conseqüências dos excessos. Temperança em todas as coisas é indispensável à saúde e ao desenvolvimento e crescimento de um bom caráter cristão.


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Os que transgridem as leis de Deus, existentes em seu próprio organismo, não serão menos vagarosos em violar a lei proclamada no Sinai. Aqueles que, após haverem recebido a luz, se recusam a comer e beber guiados pelo princípio em lugar de serem controlados pelo apetite, não serão perseverantes com relação a serem governados por princípio em outras coisas. A ventilação do assunto da reforma no comer e beber desenvolverá o caráter e conduzirá infalivelmente à luz aqueles que "fazem de seu ventre um deus". Filip. 3:19.

Responsabilidade dos Pais

Os pais devem despertar e, no temor de Deus, inquirir: Que é a verdade? Tremenda responsabilidade repousa sobre eles. Devem eles ser fisiólogos práticos, de maneira que possam distinguir entre os hábitos físicos corretos e os que não o são, e estejam capacitados a, por esse meio, instruir os seus filhos. A grande massa está tão ignorante e indiferente no que respeita à educação física e moral de seus filhos quanto os irracionais. E mesmo assim ousam assumir as responsabilidades de pais.

Toda mãe deve relacionar-se com as leis que governam a vida física. Deve ela ensinar a seus filhos que a condescendência com o apetite animal produz uma ação mórbida no organismo e embota suas sensibilidades morais. Devem os pais buscar a luz e a verdade como se buscassem tesouros escondidos. É atribuído aos pais o sagrado encargo de formar o caráter de seus filhos na infância. Devem eles ser para seus filhos, professores e médicos. Cumpre-lhes compreender as necessidades e as leis da Natureza. Uma cuidadosa conformidade com as leis que Deus implantou em nosso ser preservará a saúde,


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e não permitirá que haja um quebrantamento da constituição física que tente o sofredor a chamar o médico para consertá-la novamente.

Muitos parecem pensar que têm o direito de tratar o seu próprio corpo como lhes apraz, mas se esquecem de que seu corpo não é sua propriedade. Seu Criador, que os formou, tem sobre eles reivindicações das quais não podem livrar-se justamente. Toda transgressão desnecessária das leis que Deus estabeleceu em nosso ser é virtualmente uma violação da lei de Deus, e é um pecado tão grande à vista dos Céus como quebrantar um dos Dez Mandamentos. A ignorância quanto a esse importante assunto é pecado; a luz está agora a brilhar sobre nós, e estamos sem escusas, caso lhe não demos acolhida e nos tornemos sábios com relação a estas coisas, as quais deve ser do nosso mais elevado interesse terreno entender. Health Reformer, agosto de 1866.

A Sabedoria das Obras de Deus

Levai o povo a estudar as manifestações do amor e da sabedoria de Deus nas obras da Natureza. Levai-os a estudar esse maravilhoso organismo que é o corpo humano, e as leis que o regem. Os que percebem as evidências do amor de Deus, que compreendem alguma coisa da sabedoria e beneficência de Suas leis, e os resultados da obediência, virão a considerar seus deveres e obrigações sob um ponto de vista inteiramente diverso. Em vez de olhar a observância das leis da saúde como um sacrifício ou uma abnegação, considerá-la-ão, como em realidade é, uma inestimável bênção.

Todo obreiro evangélico deve sentir que o instruir o povo quanto aos princípios do viver saudável, é uma parte do trabalho que lhe é designado. Grande é a necessidade dessa obra, e o mundo está aberto para ela. A Ciência do Bom Viver, pág. 147.


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Governar o Corpo

A vida é dom de Deus. Nosso corpo nos foi dado para uso no serviço de Deus, e é Seu desejo que dele cuidemos e o prezemos. Estamos dotados de faculdades físicas e mentais. Nossos impulsos e paixões têm sua base no corpo e, por conseguinte, não deveis fazer coisa alguma que manche essa possessão entregue em confiança. Nosso corpo deve ser conservado nas melhores condições físicas possíveis, e sob as maiores influências espirituais, a fim de que possamos fazer o melhor uso dos nossos talentos. (I Cor. 6:13.)

O mau uso do corpo encurta o período de tempo que Deus designa para uso em Seu serviço. Ao permitirmos que nós mesmos formemos maus hábitos dormindo tarde da noite, satisfazendo o apetite com prejuízo da saúde, lançamos o fundamento da debilidade.

Ao negligenciarmos fazer exercício físico, ao sobrecarregarmos a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Aqueles que assim encurtam a existência, desatendendo as leis da Natureza, são culpados de roubo para com Deus. Não temos nenhum direito de negligenciar ou fazer mau uso do corpo, da mente ou das energias, os quais devem ser utilizados para oferecer a Deus um devotado serviço.

Devem todos possuir um conhecimento inteligente da estrutura humana, a fim de que possam conservar o seu corpo nas necessárias condições de fazer a obra do Senhor. Aqueles que formam hábitos que enfraquecem o poder dos nervos e diminuem o vigor da mente ou do corpo, tornam-se incapacitados para a obra que Deus lhes tem dado a fazer. Por outro lado, uma vida pura e sadia é mais propícia à perfeição do caráter cristão e ao desenvolvimento das faculdades da mente e do corpo.


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A lei da temperança deve nortear a vida de todo cristão. Deus deve estar em todas as nossas cogitações; deve-se ter sempre em vista Sua glória. Devemos fugir de toda influência que nos escravize os pensamentos e nos afaste de Deus. Achamo-nos sob as sagradas obrigações para com Deus, de dirigir o nosso corpo e reger os nossos apetites e paixões de tal modo que eles não nos afastem da pureza e santidade, ou desviem-nos a mente da obra que Deus deseja que façamos. (Rom. 12:1.) Review and Herald, 1º de dezembro de 1896.

Apego a um Regime Simples

Se já houve um tempo em que o regime alimentar devesse ser da mais simples qualidade, esse tempo é agora. Não devemos pôr carne diante de nossos filhos. Sua influência é provocar e fortalecer as mais baixas paixões, tendo a tendência de amortecer as faculdades morais. Cereais e frutas preparados sem gordura, e no estado mais natural possível, devem ser o alimento para as mesas de todos os que professam estar-se preparando para a trasladação ao Céu. Quanto menos febricitante o regime, tanto mais facilmente podem as paixões ser dominadas. A satisfação do paladar não deve ser consultada sem consideração para a saúde física, intelectual e moral.

A condescendência com as paixões inferiores levará muitíssimos a fechar os olhos à luz; pois temem ver pecados que não estão dispostos a abandonar. Todos podem ver, se quiserem. Caso prefiram as trevas em vez da luz, nem por isso será menor a sua culpa. Por que não lêem os homens e mulheres, tornando-se mais versados nessas coisas que tão decididamente afetam sua resistência física, intelectual e moral? Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 262.


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Comprados por Deus

"Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." I Cor. 6:19 e 20.

Não somos de nós mesmos. Fomos comprados por alto preço, os próprios sofrimentos e morte do Filho de Deus. Caso pudéssemos compreender isto, e o avaliássemos plenamente, experimentaríamos uma grande responsabilidade a pesar sobre nós quanto a manter-nos no melhor estado de saúde, a fim de prestar a Deus um serviço perfeito. Quando, porém, seguimos qualquer direção que nos gasta a vitalidade, diminui a força ou obscurece o intelecto, pecamos contra Deus. Ao seguirmos essa orientação não O glorificamos no corpo e no espírito, que Lhe pertencem, mas estamos cometendo grande erro aos Seus olhos.

Entregou-Se Jesus Cristo por nós? Foi um grande preço pago pela nossa redenção? É mesmo verdade que não somos de nós mesmos? É real que todas as faculdades de nosso ser, nosso corpo, espírito, tudo quanto possuímos e tudo quanto somos, pertencem a Deus? Certamente, sim. E ao compreendermos isto, sob que obrigação esse fato nos coloca para com o Senhor, de conservar-nos naquelas condições em que O possamos honrar na Terra em nosso corpo e em nosso espírito, que Lhe pertencem!

A Recompensa da Santidade

Cremos, sem nenhuma dúvida, que Cristo está para vir em breve. Isto não é uma fábula para nós; é uma realidade. Não temos dúvida, nem por anos temos duvidado uma só vez, de que as doutrinas que hoje mantemos sejam verdade presente, e de


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que nos estamos aproximando do Juízo. Estamos nos preparando para encontrar-nos com Aquele que, acompanhado por uma comitiva de santos anjos, há de aparecer nas nuvens do céu, para dar aos fiéis e justos o toque final da imortalidade. Quando Ele vier, não nos há de purificar de nossos pecados, remover de nós os defeitos que há em nosso caráter, ou curar-nos das fraquezas de nosso temperamento e disposição. Se acaso esta obra houver de ser efetuada em nós, sê-lo-á totalmente antes daquela ocasião.

Quando o Senhor vier, os que são santos serão santos ainda. Os que houverem conservado o corpo e o espírito em santidade, em santificação e honra, receberão então o toque final da imortalidade. Mas os que são injustos, não santificados e sujos, assim permanecerão para sempre. Nenhuma obra se fará então por eles para lhes tirar os defeitos, e dar-lhes um caráter santo. Então o Refinador não Se assentará para prosseguir em Seu processo de purificação, e para remover-lhes os pecados e a corrupção. Tudo isto deve ser feito nestas horas da graça. É agora que esta obra deve ser feita por nós. ...

Achamo-nos agora na oficina de Deus. Muitos de nós somos pedras rústicas da pedreira. Ao apoderar-nos, porém, da verdade de Deus, sua influência nos afeta. Eleva-nos, e tira de nós toda imperfeição e pecado, seja de que natureza for. Assim estamos preparados para ver o Rei em Sua beleza, e unir-nos afinal com os puros anjos celestes no reino da glória. É aqui que esta obra tem de ser efetuada por nós; aqui que nosso corpo e espírito devem ser habilitados para a imortalidade.

A Obra da Santificação

Achamo-nos em um mundo avesso à justiça, à pureza de caráter, e ao crescimento na graça. Para onde quer que olhemos,


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vemos corrupção e contaminação, deformidade e pecado. E qual é a obra que devemos empreender aqui antes de receber a imortalidade? É conservar nosso corpo santo, puro o nosso espírito, para que avancemos incontaminados entre as corrupções pululantes ao nosso redor nestes últimos dias. E se esta obra se há de realizar, precisamos nela empenhar-nos imediatamente, com coração e entendimento. Aí não deve entrar o egoísmo para nos influenciar. O Espírito de Deus deve ter sobre nós perfeito domínio, influenciando-nos em todas as nossas ações. Se nos apegarmos devidamente ao Céu, ao poder do alto, experimentaremos a santificadora influência do Espírito de Deus em nosso coração.

Ao procurarmos apresentar a reforma de saúde a nossos irmãos e irmãs, e lhes falarmos da importância do comerem e beberem, e fazerem tudo o que fizerem para a glória de Deus, muitos têm dito por suas ações: "Não é da conta de ninguém se comemos isto ou aquilo. Seja o que for que fizermos, nós mesmos é que temos de suportar as conseqüências." Prezados amigos, estais grandemente enganados. Não sois vós os únicos a sofrer por causa de vossa errônea maneira de viver. A sociedade em que estais, sofre em alto grau as conseqüências de vossos erros, da mesma maneira que vós.

Se sofreis por causa de vossa intemperança no comer e beber, nós que nos achamos ao redor de vós ou a vós associados, também somos afetados por vossas enfermidades. Temos de sofrer por causa da maneira errônea em que viveis. Se isto tem o efeito de prejudicar-vos as faculdades mentais ou físicas, nós sentimos isto quando em convívio convosco, e somos assim afetados. Se, em vez de ter um espírito bem disposto, estais sombrios, lançais uma nuvem sobre o espírito de todos os que vos rodeiam. Se estamos tristes e deprimidos, e perturbados, poderíeis, caso vos encontrásseis na devida condição de saúde,


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ter um cérebro claro para nos mostrar uma porta de escape, e dirigir-nos uma palavra de conforto. Mas se vosso cérebro está tão nublado pela errônea maneira de viver que seguis, que não vos é possível dar-nos o justo conselho, não sofremos nós um prejuízo? Não nos afeta seriamente a influência que exerceis? Talvez tenhamos certo grau de confiança em nosso próprio juízo, todavia queremos ter conselheiros; pois "na multidão de conselheiros, há segurança". Prov. 11:14.

Desejamos que nosso procedimento pareça coerente àqueles a quem amamos, e desejamos buscar-lhes o conselho e que eles estejam capazes de no-lo dar com um cérebro esclarecido. Mas que nos importa vosso juízo, se a capacidade de vosso cérebro foi sobrecarregada ao máximo, e a vitalidade retirada do mesmo para atender às comidas impróprias introduzidas em vosso estômago ou à enorme quantidade de alimento, mesmo que seja saudável? Que nos importa o juízo de tais pessoas? Eles vêem através de uma massa de comida indigesta. Portanto, vossa maneira de viver nos afeta. Impossível vos é seguir qualquer direção errônea, sem causar a outros sofrimento.

A Carreira Cristã

"Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado." I Cor. 9:24-27. Aqueles que se empenhavam na carreira para obter um laurel que era considerado honra especial, eram temperantes em todas as coisas, de modo que os


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músculos, o cérebro e todo o seu corpo se achassem nas melhores condições para correr. Caso eles não fossem temperantes em todas as coisas, não teriam aquela elasticidade que desfrutavam. Temperantes, poderiam correr com mais êxito aquela corrida; estariam mais seguros de obter a coroa.

Mas não obstante toda a sua temperança - todos os seus esforços para se submeterem a um cuidadoso regime de modo a estar nas melhores condições - os que corriam a carreira terrestre corriam simplesmente ao acaso. Poderiam fazer o melhor que lhes fosse possível e, afinal de contas, não receber o penhor da honra; pois outro poderia estar um pouquinho adiante deles e alcançar o prêmio. Um apenas receberia a recompensa. Na carreira celeste, porém, podemos correr todos, e todos receberem o prêmio. Não há incerteza nem risco a esse respeito. Cumpre revestir-nos das graças celestes e, com olhos voltados para a coroa da imortalidade, manter o Modelo sempre diante de nós. Ele foi um homem de dores, e experimentado nos trabalhos. A vida humilde, abnegada de nosso divino Senhor, devemos conservar sempre em vista. E então, ao buscarmos imitá-Lo, olhos fitos na recompensa, podemos correr com segurança essa carreira, sabendo que, se fizermos o melhor ao nosso alcance, conseguiremos o prêmio com certeza.

Os homens se submetiam à abnegação e à disciplina a fim de correr e obter uma coroa corruptível, daquelas que um dia perecem, e que era apenas um sinal de honra da parte dos mortais aqui. Nós, porém, temos de correr a corrida a cujo fim se acha uma coroa de imortalidade e vida eterna. Sim, um peso eterno de glória mui excelente, ser-nos-á outorgado como prêmio quando o fim da carreira chegar.


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"Nós", diz o apóstolo, "uma incorruptível." I Cor. 9:25. E se aqueles que se empenham nesta carreira aqui na Terra por uma coroa temporal, podiam ser temperantes em tudo, não o podemos nós, que temos em vista uma coroa incorruptível, um eterno peso de glória e vida que se compara à de Deus? Tendo diante de nós tão grande incentivo, não podemos correr "com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé"? Heb. 12:1 e 2. Ele indicou-nos o caminho, e assinalou-o em toda a sua extensão com as próprias pegadas. É a vereda por onde andou e, com Ele, podemos experimentar a abnegação e o sofrimento, e trilhar essa vereda marcada com Seu próprio sangue. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 181-185.

Desenvolver a Habilidade

Não vos contenteis em atingir um ideal baixo. Não somos o que poderíamos ser e o que Deus quer que sejamos. Deus concedeu-nos faculdades de raciocínio, não para que fiquem inativas ou sejam pervertidas por ocupações terrenas e sórdidas, mas para que sejam desenvolvidas ao máximo, refinadas, santificadas, enobrecidas e empregadas no avanço dos interesses de Seu reino.

Ninguém deve consentir em ser uma simples máquina acionada pelo espírito de outro homem. Deus concedeu-nos poder, para pensar e agir, e é agindo com cuidado, pedindo-Lhe sabedoria, que podemos tornar-nos aptos a desempenhar posições de responsabilidade. Mantende-vos na personalidade que recebestes de Deus. Não sejais a sombra de outra pessoa. Esperai que o Senhor opere em vós, convosco e por vós. A Ciência do Bom Viver, págs. 498 e 499.


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Temperança em Todas as Coisas

A reforma da saúde é parte importante da mensagem do terceiro anjo; e, como um povo que professa esta reforma, não devemos recuar, mas fazer contínuos progressos. É grande coisa manter a saúde, colocando-nos em correta relação para com as leis da vida, e muitos não têm feito isto. Grande parte das doenças e sofrimentos existentes entre nós é o resultado da transgressão de lei física, e é trazido sobre os indivíduos em virtude de seus próprios hábitos maus.

Nossos antepassados legaram-nos costumes e apetites que estão enchendo o mundo de doenças. Os pecados dos pais, através de desejos pervertidos, são, com poder assustador, visitados sobre os filhos até a terceira e quarta geração. A maneira incorreta de alimentar-se de muitas gerações, a glutonaria e os hábitos de condescendência própria das pessoas, estão enchendo os hospitais, as prisões e os hospícios. A intemperança, a ingestão de chá, café, vinho, cerveja, rum e conhaque, e o uso do fumo, ópio e outros narcóticos têm resultado em grande degeneração física e mental, e esta degenerescência está em constante crescimento.

São esses males trazidos sobre a raça por determinação divina? Não; eles existem pelo fato de as pessoas agirem contrariamente às Suas determinações e ainda continuarem a menosprezar imprudentemente as Suas leis. Nas palavras do apóstolo, suplico àqueles que não estão cegados e paralisados pelos ensinos e práticas errôneos, àqueles que desejam prestar a Deus o melhor serviço de que sejam capazes: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para


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que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Rom. 12:1 e 2. Não temos o direito de arbitrariamente violar um único princípio da lei da saúde. Os cristãos não devem seguir os costumes e práticas do mundo.

A história de Daniel é posta em realce para nosso benefício. Escolheu ele seguir um procedimento que o tornaria singular na corte real. Não se conformou com os hábitos dos cortesãos, quanto a comer e beber, mas propôs em seu coração que não tomaria da alimentação do rei nem beberia de seus vinhos. Não foi este um propósito formado apressadamente e vacilante, mas foi um propósito feito inteligentemente, e resolutamente posto em execução. Daniel honrou a Deus; e cumpriu-se a seu respeito a promessa: "Porque aos que Me honram honrarei." I Sam. 2:30. O Senhor deu-lhe "conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria", e ele teve "entendimento em toda visão e sonhos" (Dan. 1:17); dessa forma, foi ele mais sábio do que todos nas cortes reais, mais sábio do que todos os astrólogos e mágicos do reino.

Os que servem a Deus em sinceridade e verdade devem ser um povo peculiar, diferentes do mundo e dele separados. Seu alimento será preparado não com vistas a estimular à glutonaria ou satisfazer o paladar pervertido, mas para assegurar-lhes maior força física e, conseqüentemente, melhores condições mentais. ...

A excessiva condescendência no comer e beber é pecado. Nosso Pai celestial outorgou-nos a grande bênção da reforma da saúde, para que possamos glorificá-Lo, atendendo as reivindicações que Ele tem sobre nós. É dever de todos os que receberem luz sobre esse importante assunto manifestar maior interesse para com aqueles que ainda estão sofrendo por falta de conhecimento. Os que estão aguardando o breve


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aparecimento de seu Salvador devem ser os últimos a manifestar falta de interesse nesta grande obra de reforma. A ação harmoniosa e salutar de todas as energias do corpo e da mente resulta em felicidade; quanto mais elevadas e aprimoradas as energias, tanto mais pura e perfeita a felicidade. Uma vida sem objetivo é uma vida morta. A mente deve deter-se sobre assuntos relacionados com nossos interesses eternos. Isso conduzirá à saúde do corpo e da mente.

Nossa fé requer que elevemos o padrão da reforma e demos passos avançados. A condição de nossa aceitação para com Deus é uma separação prática do mundo. O Senhor nos chama como um povo: "Saí do meio deles, e apartai-vos", "e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei." II Cor. 6:17. O mundo poderá desprezar-vos por não satisfazerdes suas normas, tomardes parte em seus divertimentos desregrados e seguirdes seus perniciosos caminhos; mas o Deus dos Céus promete receber-vos e ser o vosso Pai. "E vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso." II Cor. 6:18. Review and Herald, 29 de junho de 1884.

O Mundo não Serve de Norma

O mundo não deve servir de modelo para nós. É moda condescender com o apetite em alimentos requintados e estímulos artificiais, fortalecendo as propensões animais e frustrando o crescimento e desenvolvimento das faculdades morais. Não existe encorajamento dado a qualquer dos filhos e filhas de Adão, para que eles possam tornar-se vitoriosos na luta cristã, a não ser que decidam praticar a temperança em todas as coisas. Se fizerem isto, eles não combaterão como aqueles que combatem no ar. Testimonies, vol. 4, pág. 35.


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Exercício Físico

Outra bênção preciosa é o exercício apropriado. Há muitos indolentes e inativos que são avessos a trabalho físico ou exercício, porque este os fatiga. Que mal há em que se fatiguem? A razão de se cansarem é que não revigoram seus músculos pelo exercício, e por isso se ressentem ao mínimo esforço. Mulheres e moças inválidas sentem-se mais satisfeitas por ocuparem-se com trabalhos leves, como fazer crochê, bordar ou fazer renda, do que empenhar-se em atividade física. Se os inválidos desejam recobrar a saúde, não devem eles deixar de fazer exercício físico; pois do contrário aumentarão a fraqueza muscular e a debilidade geral. Atai um braço e deixai-o permanecer sem uso, mesmo que seja por umas poucas semanas; libertai-o depois de seu cativeiro, e notareis que ele está mais enfraquecido do que o que estivestes usando moderadamente durante o mesmo espaço de tempo. A inatividade produz o mesmo efeito sobre o sistema muscular todo. O sangue não é tão capaz de expelir as impurezas como seria se a circulação ativa fosse produzida pelo exercício.

Quando a temperatura permitir, todos os que puderem assim fazer devem andar ao ar livre cada dia, tanto no verão como no inverno. Mas a roupa deve ser apropriada para o exercício, e os pés devem estar bem protegidos. Uma caminhada, ainda que seja no inverno, será mais benéfica à saúde do que todos os remédios que os médicos possam prescrever. Para os que podem fazê-lo, o andar a pé é preferível a andar de condução. Os músculos e veias tornam-se mais capacitados a desempenhar seu trabalho. Haverá aumento de vitalidade, tão necessária à saúde. Os pulmões realizarão a atividade indispensável; pois é impossível sair ao ar revigorante de uma manhã de inverno sem encher os pulmões.


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As riquezas e a ociosidade são tidas por alguns como bênçãos de fato. Mas, quando alguma pessoa adquiriu fortuna, ou a herdou inesperadamente, seus ativos hábitos foram interrompidos, seu tempo é mal-empregado, ela vive ociosamente e sua utilidade parece chegar a um fim; torna-se inquieta, ansiosa e infeliz, e sua vida logo se encerra. Aqueles que estão sempre ocupados e vão alegremente ao desempenho de suas tarefas diárias, são os mais felizes e vigorosos. O repouso e a tranqüilidade da noite traz ao seu corpo cansado repouso ininterrupto. ...

O exercício auxiliará o trabalho da digestão. Andar ao ar livre após a refeição, conservando a cabeça erguida, pondo os ombros para trás, e fazer exercícios moderados, será um grande benefício. A mente se desprenderá de si mesma para as belezas da Natureza. Quanto menos a atenção é atraída para o estômago após a refeição, tanto melhor. Se estiverdes em constante temor de que o vosso alimento vos prejudique, certamente o fará. Esquecei-vos de vós mesmos, e pensai em alguma coisa alegre.

Resfriados e Ar Frio

Muitos laboram sob a falsa idéia de que, se apanharam resfriado, devem evitar cuidadosamente o ar do lado de fora e aumentar a temperatura de seus quartos até que estes estejam excessivamente quentes. O organismo poderá ser desarranjado, os poros poderão fechar-se pelas substâncias residuais, e os órgãos internos sofrerem até certo ponto inflamações, porque o sangue que se resfriou refluiu da superfície e foi lançado sobre eles. Nessa ocasião, mais do que em qualquer outra, os pulmões não devem ser privados de ar puro e fresco. Se ar puro alguma vez é necessário, o é quando alguma parte do organismo, como os pulmões ou o estômago, está doente. O exercício inteligente levará o sangue para a superfície, e aliviará assim os órgãos internos. O exercício ativo, embora não violento, ao ar livre, com espírito alegre, estimulará a


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circulação, dando à pele um rubor salutar, e enviando o sangue, vitalizado pelo ar puro, às extremidades. O estômago doente encontrará alívio por meio do exercício. Os médicos freqüentemente aconselham os enfermos a visitarem países estrangeiros, a irem a estações balneárias ou viajar pelo oceano, a fim de reaver a saúde; quando em nove, de cada dez casos, eles recobrariam a saúde e poupariam tempo e dinheiro, se se alimentassem com temperança e se dedicassem a exercícios saudáveis com um espírito alegre. Exercício, e o livre e abundante uso do ar e luz solar - bênçãos que o Céu tem outorgado a todos nós livremente - dará vida e força ao enfermo pálido. ...

Inatividade e Fraqueza

Aqueles que deixam de fazer uso de seus membros cada dia, perceberão um enfraquecimento ao procurarem exercitar-se. As veias e músculos não estarão em condições de desempenhar o seu trabalho e conservar todo o mecanismo vital em atividade sadia, cada órgão do corpo fazendo sua parte. Os membros serão fortalecidos pelo uso. O exercício moderado cada dia comunicará energia aos músculos, os quais sem exercício se tornam flácidos e debilitados. Por meio de exercício ativo ao ar livre, todos os dias, o fígado, os rins e os pulmões também serão fortalecidos para desempenharem sua obra. Trazei em vosso auxílio o poder da vontade, o que resistirá o resfriado e comunicará energia ao sistema nervoso. Em pouco tempo notareis de tal maneira os resultados benéficos do exercício e do ar puro que não mais desejareis viver sem essas bênçãos. Vossos pulmões, privados de ar, seriam semelhantes a uma pessoa faminta com falta de alimento. Na verdade, podemos viver mais tempo sem alimento do que sem ar - o alimento provido por Deus para os pulmões. Por conseguinte, não o considereis como um inimigo, mas como uma preciosa bênção divina. Testimonies, vol. 2, págs. 528 e 533.


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Ar Puro e Luz Solar

Sob hipótese alguma deve-se privar os doentes de um completo suprimento de ar fresco, em condições atmosféricas agradáveis. Seus dormitórios nem sempre poderão ser construídos de maneira a permitirem que as janelas ou portas sejam abertas sem atraírem a corrente de ar diretamente sobre eles, expondo-os assim a apanharem resfriado. Em tais casos, as janelas e portas devem ser abertas em um aposento contíguo, permitindo assim que o ar fresco penetre no quarto ocupado pelo doente. O ar fresco proporcionará muito maior benefício às pessoas enfermas do que medicamentos, e é muito mais necessário a elas do que o seu alimento. Elas passarão melhor, e se recuperarão mais depressa, quando privadas de alimento, do que quando privadas de ar.

Muitos doentes têm sido confinados por semanas e até meses em quartos fechados, sem contato com a luz e o puro e revigorante ar exterior, como se o ar fosse um inimigo mortal, quando este é exatamente o remédio de que necessitam para torná-los curados. ... Esses remédios valiosos, que o Céu providenciou, sem dinheiro e sem preço, foram postos de lado e, não somente considerados inúteis, mas até como inimigos perigosos, enquanto venenos, prescritos por médicos, foram tomados com cega confiança.

Milhares têm perecido por falta de água e ar puro para que pudessem continuar vivos. E milhares de sofredores, que constituem um fardo para si mesmos e para os outros, pensam que sua vida dependa da ingestão de remédios dos médicos. Estão constantemente precavendo-se contra o ar e a evitar o uso de água. Necessitam eles dessas bênçãos, a fim de que possam tornar-se bons. Se eles fossem esclarecidos e deixassem os remédios de lado, e se acostumassem ao exercício ao ar livre e à entrada de ar em suas casas, no verão e no inverno,


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e usassem água pura para beber e banhar-se, sentir-se-iam relativamente melhores e mais felizes, em lugar de levarem uma existência deplorável.

A Saúde da Enfermeira

É dever das atendentes e enfermeiras dispensarem cuidado especial à sua própria saúde, de modo especial em casos graves de febre e debilidade. Não deve a mesma pessoa ser rigorosamente confinada ao quarto dos enfermos. É mais seguro ter duas ou três em quem confiar-se, que sejam enfermeiras cuidadosas e entendidas, revezando-se estas e participando do cuidado e confinamento dos pacientes. Cada uma deve fazer exercício físico ao ar livre tanto quanto lhes seja possível. Isto é importante para as atendentes de pessoas enfermas, especialmente se os amigos do doente se acham entre a classe que continua a considerar como inimigo o ar, quando admitido no quarto dos pacientes, e não permitem que as vidraças sejam levantadas ou as portas abertas. Em tais casos o doente e as atendentes são obrigados a respirar o ar venenoso de dia para dia, em virtude da indesculpável ignorância dos amigos do doente.

Em não poucos casos as atendentes são ignorantes das necessidades do organismo, e da relação que o respirar ar puro mantém para com a saúde, e da influência destruidora sobre a vida, da inalação do ar impuro, do quarto de um paciente. Em casos tais a vida do doente é posta em perigo, e as próprias atendentes estão sujeitas a contrair a enfermidade, perderem a saúde, e talvez a vida. ...

O quarto dos doentes deve ter, se possível, uma corrente de ar a passar-lhe pelo interior, dia e noite. A corrente não deve vir diretamente sobre o enfermo. Enquanto as febres ardentes estão em ação, há bem pouco perigo de apanhar resfriado. Mas é necessário cuidado especial quando a crise vem e a febre passa. Nesse caso talvez seja necessário constante vigilância, a fim de manter a vitalidade do organismo.


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Deve-se proporcionar ao doente ar puro revigorante. Se nenhum outro meio puder ser providenciado, na medida do possível deve o doente ser removido para outro quarto e outra cama, enquanto o seu quarto, sua cama e objetos com ela relacionados estão sendo purificados pela ventilação. Se aqueles que estão com saúde necessitam dos benefícios da luz e do ar, e precisam observar hábitos higiênicos, a fim de continuarem sãos, maior ainda é a necessidade do doente, em relação à sua condição debilitada.

Algumas casas são dispendiosamente aparelhadas, mais para satisfazer o orgulho e receber visitas do que para conforto e conveniência da saúde e da família. Os melhores quartos são mantidos no escuro. A luz e o ar são impedidos de entrar, para que aquela não prejudique os custosos móveis, os tapetes não se desbotem ou se estrague a pintura dos quadros. Ao estarem assentados nesses compartimentos, os visitantes acham-se em perigo de resfriar-se por causa da sombria atmosfera que os cerca. Salas e quartos de dormir são conservados fechados igualmente por razões idênticas. E quem quer que ocupe essas camas, que não foram expostas livremente à luz e ao ar, o faz com prejuízo da saúde, e muitas vezes da própria vida.

Os quartos que não são expostos à luz e ao ar, tornam-se abafados. As camas e seus objetos acumulam umidade e a atmosfera desses quartos torna-se venenosa por não ter sido renovada pela luz e o ar. ...

De modo especial os dormitórios devem ser bem ventilados, e sua atmosfera tornada saudável pela luz e o ar. As persianas devem ser mantidas suspensas por várias horas todos os dias, e as cortinas afastadas, e os quartos completamente arejados. Coisa alguma deve permanecer, mesmo que seja por pouco tempo, que impeça a purificação da atmosfera. ...

Os dormitórios devem ser amplos, e dispostos de forma a permitir a circulação do ar pelo seu interior dia e noite. Aqueles que têm omitido o ar dos seus quartos de dormir devem começar a modificar o seu procedimento imediatamente.


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Devem permitir a entrada do ar por etapa e aumentar a sua circulação o quanto possam suportá-lo, tanto no inverno como no verão, sem nenhum perigo de se resfriarem. A fim de que possam manter-se sadios, devem os pulmões ter ar puro.

Aqueles que não tiveram ar puro a circular-lhes pelo quarto à noite, em geral despertam sentindo-se cansados e febris e desconhecem a causa. Foi o ar, ar vital, que todo o organismo exigiu, mas que não obteve. Ao despertarem pela manhã, a maioria das pessoas seriam beneficiadas friccionando-se com uma esponja ou, se preferirem, com a mão, usando apenas uma bacia com água. Isso removerá as impurezas da pele. Depois as roupas de cama devem ser removidas peça por peça, e expostas ao ar. As janelas devem ser abertas, presas as cortinas, e deve-se permitir ao ar circular livremente por várias horas, senão o dia todo, pelos dormitórios. Dessa forma a cama e as roupas serão completamente arejadas, e as impurezas serão removidas do quarto.

Árvores sombrias e arbustos muito perto e densos em volta da casa são prejudiciais à saúde; pois impedem a livre circulação do ar e interceptam os raios solares. Em conseqüência, a umidade se acumula na casa. Especialmente na estação chuvosa, os dormitórios tornam-se úmidos, e aqueles que os ocupam são perturbados com reumatismo, nevralgia e enfermidades do pulmão, as quais em geral findam em tuberculose. As numerosas árvores frondosas deixam cair grande quantidade de folhas, as quais, se não forem removidas imediatamente, decompõem-se e envenenam a atmosfera. Um belo jardim com árvores e arbustos, a uma distância apropriada da casa, traz uma feliz e agradável influência sobre a família; e, se bem cuidado, não trará nenhum prejuízo à saúde. As moradias devem, na medida do possível, ser construídas em terreno elevado e seco. Se uma casa é construída onde as águas


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se lhe param ao redor, permanecendo por algum tempo e, em seguida, escoando-se até terminar, desprendem-se venenos, e o resultado será febre, malária, garganta inflamada, enfermidades pulmonares e outras doenças.

Muitos têm esperado que Deus os guarde das doenças simplesmente por Lhe haverem pedido que assim o fizesse. Deus, porém, lhes não considera as orações, pois sua fé não fora aperfeiçoada pelas obras. Deus não operará um milagre para proteger das enfermidades aqueles que não têm cuidado de si mesmos, mas estão continuamente a violar as leis da saúde e nenhum esforço fazem para proteger-se da doença. Quando fazemos tudo o que podemos de nossa parte para ter saúde, então podemos esperar que os resultados benéficos se sigam, e podemos pedir a Deus que abençoe os nossos esforços para a preservação da saúde. Ele então responderá à nossa prece, caso o Seu nome possa, por esse meio, ser glorificado. Mas fazei com que todos entendam que têm uma obra a fazer. Deus não operará de maneira miraculosa para preservar a saúde de pessoas que, por sua falta de atenção para com as leis da saúde, estão seguindo um caminho seguro para se tornarem doentes. How to Live, parte 4, págs. 55-62.

Respiração Profunda

Para possuir bom sangue, é preciso respirar bem. Plena e profunda respiração de ar puro, que encha os pulmões de oxigênio, purifica o sangue. Isto comunica ao mesmo uma cor viva, enviando-o, qual corrente vitalizadora, a todas as partes do corpo. Uma boa respiração acalma os nervos; estimula o apetite, e faz mais perfeita a digestão, o que conduz a um sono profundo e refrigerante. A Ciência do Bom Viver, pág. 272.

Superstições com Relação ao Ar Noturno

Muitos foram ensinados desde a infância a crer que o ar noturno é positivamente prejudicial à saúde, e, por conseguinte,


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deve ser excluído de seus quartos. Para seu próprio prejuízo fecham eles as janelas e portas de seus dormitórios, a fim de proteger-se do ar noturno, o qual, dizem, é muito perigoso para a saúde. Nisto estão enganados. No frescor do anoitecer talvez seja necessário proteger-se do esfriamento com agasalhos extras; mas as pessoas devem proporcionar ar aos seus pulmões. ... Muitos estão sofrendo enfermidades por recusarem receber em seus quartos o puro ar noturno. O ar livre e puro do espaço é uma das mais ricas bênçãos das quais podemos desfrutar. Testimonies, vol. 2, págs. 527 e 528.

A Influência do Ar Puro

Ar, ar, a preciosa dádiva do Céu, que todos podem ter, beneficiar-vos-á com sua revigorante influência, caso lhe não recuseis a penetração. Dai-lhe as boas-vindas, tende-lhe afeição e ele se revelará um precioso calmante dos nervos. O ar deve estar em constante circulação para manter-se puro. O efeito do ar puro e fresco é fazer com que o sangue circule de maneira saudável através do organismo. Ele refresca o corpo e tende a comunicar-lhe força e saúde, ao mesmo tempo que sua influência é claramente sentida sobre a mente, comunicando uma espécie de calma e serenidade. Desperta o apetite, torna mais perfeita a digestão dos alimentos e conduz a sono saudável e tranqüilo. Testimonies, vol. 1, pág. 702.


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Higiene Escrupulosa

Quando uma doença grave penetra numa família, há grande necessidade de cada um dos membros dar estrita atenção ao asseio pessoal, e ao regime alimentar, para se conservarem em estado sadio e, assim fazendo, se fortalecerem contra a doença. É também de suma importância que o quarto do doente, desde o princípio, tenha ventilação adequada. Isto será benéfico para o doente, e grandemente necessário para conservar sãos os que são obrigados a permanecer bastante tempo no quarto. ...

Grande quantidade de sofrimento poder-se-ia poupar se todos trabalhassem para evitar a doença, obedecendo estritamente às leis da saúde. Estritos hábitos de asseio devem ser observados. Muitos, enquanto se acham bem, não se dão ao trabalho de manter-se com saúde. Negligenciam o asseio pessoal, e não são cuidadosos em manter limpa sua roupa. Impurezas estão constante e imperceptivelmente saindo do corpo, pelos poros, e se a superfície da pele não for conservada em estado sadio, o organismo se sobrecarrega com substâncias impuras. Se a roupa usada não é lavada freqüentemente, e muitas vezes arejada, torna-se imunda com as impurezas que são expelidas do corpo pela perspiração sensível e insensível. E se a roupa usada não é limpa freqüentemente dessas impurezas, os poros da pele reabsorvem a matéria gasta expelida. As impurezas do corpo, se não se permitir que saiam, são devolvidas ao sangue e impostas aos órgãos internos. A natureza, para aliviar-se das impurezas tóxicas, faz um esforço por livrar o organismo - esforço que produz febres, e que se denomina doença.


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Mas mesmo então, se os doentes ajudassem a Natureza em seus esforços, mediante o uso de água pura, branda, muito sofrimento seria evitado. Muitos, porém, em vez de isso fazer, e procurar remover do organismo a matéria tóxica, nele introduzem um veneno mais mortífero, para remover um tóxico já ali presente.

Se toda família reconhecesse os benéficos resultados de um asseio completo, fariam esforços especiais para remover toda impureza, de si e de sua casa, e estenderiam seus esforços aos arredores. Muitos deixam matéria vegetal em decomposição na proximidade de sua casa. Não estão alerta aos efeitos dessas coisas. Dessas substâncias em decomposição desprendem-se constantemente gases que intoxicam o ar. Inalando o ar impuro, intoxica-se o sangue, os pulmões ficam afetados, e todo o organismo adoece. Doenças de quase todas as descrições são causadas pela inalação do ar afetado por essas substâncias em decomposição.

Famílias têm sido afligidas com febres, alguns membros têm morrido e os restantes da família quase murmuraram contra seu Criador por causa da triste perda, quando a causa única de toda a sua doença e morte foi resultado de seu próprio descuido. A sujeira em volta de sua casa acarretara-lhes doenças contagiosas, e as tristes aflições de que acusam a Deus. Toda a família que preze a saúde deve limpar sua casa e arredores de toda substância em decomposição.

Deus ordenou que os filhos de Israel em caso algum tolerassem a impureza em sua pessoa ou sua roupa. Os que tinham qualquer impureza pessoal eram excluídos do acampamento até à tarde, e então tinham que lavar-se e a sua roupa, antes


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de poderem entrar no acampamento. Também lhes ordenou Deus que não tivessem sujeira em seus arredores até grande distância do acampamento, para que o Senhor, passando, não visse sua imundícia.

Com respeito ao asseio, Deus não requer menos de Seu povo hoje, do que em relação ao Israel antigo. A negligência da limpeza induz a doença. Doença e morte prematura não vêm sem causa. Febres obstinadas e graves doenças têm prevalecido em comunidades e cidades anteriormente consideradas salubres, e alguns têm morrido, enquanto outros foram deixados com a constituição alquebrada, mutilados por toda a vida, pela doença. Em muitos casos seu próprio quintal contém o agente de destruição, que despediu veneno letal para a atmosfera, para ser inalado pela família e a vizinhança. A lerdeza e negligência testemunhada às vezes é animalesca, e a ignorância dos efeitos dessas coisas sobre a saúde é assombrosa. Esses lugares devem ser limpos, especialmente no verão, com auxílio de cal, ou cinza, ou pelo enterramento diário. Publicado inicialmente em How to Live, parte 4, págs. 54-61; reproduzido em Review and Herald, de 5 a 12 de dezembro de 1899.

Usar Alimento Simples

A fim de poderdes apresentar a Deus serviço perfeito, deveis possuir claras concepções de Seus reclamos. Deveis usar os alimentos mais simples, preparados da maneira mais natural, para que os delicados nervos do cérebro não sejam enfraquecidos, entorpecidos ou paralisados, tornando-se-vos impossível discernir as coisas sagradas, e avaliar a expiação, o sangue purificador de Cristo, como de valor inestimável. Testimonies, vol. 2, pág. 46.


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Hábitos Físicos e Saúde Espiritual

O caráter de Daniel é apresentado ao mundo como um admirável exemplo do que a graça de Deus pode fazer de homens caídos por natureza e corrompidos pelo pecado. O registro de sua vida nobre, abnegada, é uma animação para a humanidade em geral. Dela podemos reunir força para resistir nobremente à tentação e, firmemente e na graça da mansidão, suster-nos pelo direito sob a mais severa provação.

A Experiência de Daniel

Daniel poderia haver encontrado uma desculpa plausível para desviar-se de seus estritos hábitos de temperança; mas a aprovação de Deus era para ele mais cara do que o favor do mais poderoso potentado terreno - mais cara mesmo do que a própria vida. Havendo, por sua conduta cortês, obtido o favor de Melzar - o oficial que tinha a seu cargo os jovens hebreus - Daniel pediu que lhes concedesse não precisarem comer o manjar da mesa do rei, nem beber de seu vinho. Melzar temia que, condescendendo com esse pedido, poderia incorrer no desagrado do rei, e assim pôr em perigo sua própria vida. Semelhante a muitos presentemente, ele pensava que um regime moderado faria que estes jovens se tornassem pálidos, de aparência doentia e deficientes na força muscular, ao passo que o abundante alimento da mesa do rei os tornaria corados e belos, promovendo as atividades física e mental.

Daniel pediu que a questão se decidisse por uma prova de dez dias, sendo permitido aos jovens hebreus, durante esse breve período, comer um alimento simples, enquanto seus companheiros participavam das guloseimas do rei. A petição foi, finalmente, deferida e, então, Daniel sentiu-se seguro de que


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havia ganho sua causa. Conquanto jovem, havia visto os danosos efeitos do vinho e de um viver luxuoso sobre a saúde física e mental.

Ao fim dos dez dias achou-se ser exatamente o contrário das expectativas de Melzar. Não somente na aparência pessoal, mas em atividade física e vigor mental, aqueles que haviam sido temperantes em seus hábitos exibiram uma notável superioridade sobre seus companheiros que condescenderam com o apetite. Como resultado desta prova, a Daniel e seus companheiros foi permitido continuarem seu regime simples durante todo o curso de seu preparo para os deveres do reino.

O Senhor recompensou com aprovação a firmeza e renúncia destes jovens hebreus, e Sua bênção os acompanhou. Ele lhes "deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos". Dan. 1:17. Ao expirarem os três anos de preparo, quando sua habilidade e seus conhecimentos foram examinados pelo rei, "entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino". Dan. 1:19 e 20.

Há aqui uma lição para todos, mas especialmente para os jovens. Uma estrita concordância com os reclamos divinos é benéfica à saúde do corpo e da mente. Para atingirmos o mais elevado padrão de conhecimentos morais e intelectuais, é necessário pedir a Deus sabedoria e força, e observar estrita temperança em todos os hábitos da vida. Na experiência de Daniel e seus companheiros temos um exemplo do triunfo do


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princípio sobre a tentação para condescender com o apetite. Isso nos mostra que por meio de princípios religiosos os jovens podem triunfar sobre os desejos da carne e permanecer leais aos reclamos divinos, mesmo que isso lhes custe grande sacrifício.

Que seria, se Daniel e seus companheiros se tivessem comprometido com aqueles funcionários pagãos, e tivessem cedido à pressão do momento, comendo e bebendo como era costumeiro entre os babilônios? Esse único exemplo de desvio do princípio ter-lhes-ia enfraquecido o senso da justiça e sua aversão ao mal. A condescendência com o apetite teria implicado no sacrifício do vigor físico, da clareza do intelecto e do poder espiritual. Um só passo errado, provavelmente teria levado a outros, até que, cortada sua ligação com o Céu, tivessem sido arrebatados pela tentação. ...

A vida de Daniel é uma ilustração inspirada do que constitui um caráter santificado. A santificação bíblica tem que ver com o homem todo. ... É impossível as pessoas apreciarem as bênçãos da santificação enquanto são egoístas e glutonas. Essas gemem sob um fardo de enfermidades, por causa dos maus hábitos no comer e beber, os quais fazem violência às leis da vida e da saúde. Muitos estão debilitando seus órgãos digestivos ao condescenderem com o apetite pervertido. O poder da constituição humana para resistir os abusos que se lhe impõem é maravilhoso; mas os persistentes maus hábitos no excessivo comer e beber enfraquecerão cada função do corpo. Fazei com que esses fracos considerem o que poderiam ter sido, tivessem eles vivido temperantemente e promovido a saúde, em lugar de abusar dela. Ao condescenderem com o apetite e as paixões pervertidos, até os professos cristãos frustram a natureza em sua obra e reduzem o poder físico, mental e moral. Alguns que estão fazendo isso, pretendem estar santificados


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para Deus; mas tal pretensão é sem fundamento. ...

A Santificação, um Princípio Vivo

Devemos considerar as palavras do apóstolo Paulo, nas quais apela ele a seus irmãos, pela compaixão de Deus, para que apresentem seus corpos "em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus". ... A santificação não é apenas uma teoria, uma emoção ou uma forma de palavras, mas um princípio vivo e ativo, que faz parte da vida diária. Demanda que nossos hábitos no comer, beber e vestir sejam de molde a assegurar a preservação da saúde física, mental e moral, para que possamos apresentar ao Senhor os nossos corpos - não uma oferta corrompida por hábitos maus - mas um "sacrifício vivo, santo e agradável a Deus". Rom. 12:1.

Ninguém que professe piedade considere com indiferença a saúde do corpo, e se iluda com o pensamento de que a intemperança não é pecado e não afetará sua espiritualidade. Existe uma estreita afinidade entre a natureza física e a moral. O padrão de virtude é elevado ou rebaixado por meio dos hábitos físicos. O excesso na ingestão do melhor alimento produzirá um estado mórbido dos sentimentos morais. E, se o alimento não for o mais saudável, os efeitos serão ainda mais danosos. Qualquer hábito que não promova o perfeito funcionamento saudável do organismo humano degrada as mais elevadas e nobres faculdades. Os maus hábitos no comer e beber conduzem a erros no pensamento e ação. A condescendência com o apetite fortalece as tendências animais, dando-lhes ascendência sobre as faculdades mental e espiritual.

"Que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma" (I Ped. 2:11), é o apelo do apóstolo


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Pedro. Muitos consideram esta admoestação como sendo aplicável apenas aos licenciosos; ela, porém, tem um significado mais amplo. Preserva de toda transigência danosa do apetite ou paixão. É uma advertência muito enérgica contra o uso de estimulantes tais como chá, café, fumo, álcool e morfina. Essas condescendências podem ser classificadas entre as concupiscências que exercem uma influência perniciosa sobre o caráter. Quanto mais cedo esses hábitos nocivos são contraídos, tanto mais firmemente mantêm eles suas vítimas em servidão à concupiscência, e tanto mais certamente rebaixarão elas o padrão de espiritualidade.

O ensino bíblico não exercerá senão uma tênue impressão sobre aqueles cujas faculdades estão entorpecidas pela condescendência com o apetite. Milhares sacrificarão não somente a saúde e a vida, mas sua esperança de um Céu, de preferência a moverem guerra contra seu próprio apetite depravado. Uma senhora, que por muitos anos pretendia estar santificada, fez a declaração de que, se devesse escolher entre seu cachimbo e o Céu, ela diria: "Adeus, Céu; não posso vencer meu apego por meu cachimbo." Esse ídolo fora abrigado na alma, reservando-se a Jesus um lugar secundário. Não obstante, aquela mulher pretendia ser inteiramente do Senhor!

Onde quer que estejam, aqueles que são verdadeiramente santificados elevarão a norma moral preservando os hábitos físicos corretos e, à semelhança de Daniel, apresentando a outros um exemplo de temperança e renúncia própria. Todo apetite pervertido torna-se um desejo adverso. Tudo que é incompatível com a lei natural cria uma condição doentia da alma. A condescendência com o apetite produz um estômago dispéptico, um fígado entorpecido, um cérebro embotado e, por conseguinte, perverte a índole e o espírito do homem. E essas faculdades debilitadas são oferecidas a Deus, que recusava aceitar


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as vítimas em sacrifício a menos que estas estivessem sem defeito. É nosso dever pôr nosso apetite e nossos hábitos de vida em conformidade com a lei natural. Se os corpos oferecidos sobre o altar de Cristo fossem examinados com o mesmo rigoroso escrutínio a que eram submetidos os sacrifícios judaicos, quem seria aceito com os nossos hábitos presentes?

Com que cuidado devem os cristãos reger os seus hábitos, a fim de que possam conservar o pleno vigor de cada faculdade para entregar ao serviço de Cristo! Se estivermos santificados em alma, corpo e espírito, devemos viver em conformidade com a lei divina. O coração não pode manter a consagração a Deus enquanto se condescende com os apetites e paixões a expensas da saúde e da vida. ...

As inspiradas advertências de Paulo contra a condescendência própria soam desde então até o nosso tempo. ... Apresenta ele para o nosso encorajamento a liberdade desfrutada pelo verdadeiramente santificado: "Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito." Rom. 8:1. Ele exorta os gálatas: "Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne." Gál. 5:16 e 17. Menciona algumas formas de concupiscências carnais - a idolatria, bebedices e coisas semelhantes. Depois de mencionar os frutos do Espírito, entre os quais está a temperança, acrescenta: "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências." Gál. 5:24.

Hoje há entre os professos cristãos muitos que haveriam de julgar que Daniel era por demais esquisito, e o pronunciariam como mesquinho e fanático. Eles consideram a questão do comer e beber como de muito pequena importância para exigir tão decidida resistência - tal que poderia envolver o


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provável sacrifício de todas as vantagens terrenas. Mas aqueles que assim raciocinam, notarão no dia do juízo que se desviaram das expressas exigências de Deus e se apoiaram em sua própria opinião como norma para o certo e para o errado. Descobrirão que aquilo que lhes parecera sem importância não fora assim considerado por Deus. Suas exigências deveriam ter sido sagradamente obedecidas. Aqueles que aceitam e obedecem a um de Seus preceitos porque lhes convém, ao passo que rejeitam a outro porque sua observância haveria de requerer sacrifício, rebaixam a norma do direito e, por seu exemplo, levam outros a considerarem levianamente a lei de Deus. "Assim diz o Senhor", deve ser nossa regra em todas as coisas. Review and Herald, 25 de janeiro de 1881.

Abstinência de Alimentos Cárneos

Há de o povo que se está preparando para tornar-se santo, puro e enobrecido, a fim de poder ser introduzido na sociedade dos anjos celestes, continuar a tirar a vida das criaturas de Deus e viver de sua carne, deliciando-se com ela como uma iguaria? Do que o Senhor me tem mostrado, esta ordem de coisas se há de mudar, e o povo peculiar de Deus exercerá temperança em tudo. ...

A possibilidade de adquirir doenças é dez vezes aumentada pelo uso da carne. As faculdades intelectuais, morais e físicas são prejudicadas pelo uso habitual de alimentos cárneos. Esse uso desarranja o organismo, obscurece o intelecto e embota as sensibilidades morais. ... O caminho mais seguro para vós, é deixar de lado a carne. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 195 e 196.


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Fugir da Glutonaria

Alguns não exercem controle sobre o apetite, mas transigem com o paladar a expensas da saúde. Como resultado, o cérebro é obscurecido, seus pensamentos tornam-se vagarosos e não conseguem executar o que poderiam se fossem abnegados e abstêmios. Esses roubam a Deus a energia física e mental que poderia ser dedicada ao Seu serviço, caso a temperança fosse observada em tudo. ...

A Palavra de Deus coloca o pecado da glutonaria na mesma lista em que está a embriaguez. Tão ofensivo era este pecado aos olhos de Deus que Ele deu instruções a Moisés no sentido de que o filho que não se dominasse quanto ao apetite, mas se empanturrasse com qualquer coisa que seu paladar pedisse, deveria ser trazido por seus pais à presença dos juízes de Israel a ser apedrejado até morrer. A condição do glutão era considerada desesperadora. Era inútil aos outros e uma maldição para si mesmo. Não se podia confiar nele em coisa alguma. Sua influência estaria sempre contaminando outros, e o mundo seria melhor sem tais pessoas, pois seus terríveis defeitos seriam perpetuados.

Ninguém que tenha senso de sua responsabilidade para com Deus permitirá que as tendências naturais controlem a razão. Os que isto fazem não são cristãos, quem quer que sejam eles e por mais exaltada que seja a sua profissão. A recomendação de Cristo é: "Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos Céus." Mat. 5:48. Mostra-nos Ele aqui que podemos ser tão perfeitos em nossa esfera de ação como Deus o é na Sua. Testimonies, vol. 4, págs. 454 e 455.


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Lições da Experiência de João Batista

Durante anos tem o Senhor estado a chamar a atenção de Seu povo para a reforma da saúde. Este é um dos grandes ramos da obra da preparação para a vinda do Filho do homem.

João Batista surgiu no espírito e poder de Elias para preparar o caminho do Senhor e converter as pessoas à prudência dos justos. Era ele um representante daqueles que estariam vivendo nos últimos dias, aos quais Deus confiara sagradas verdades para serem apresentadas perante o povo, a fim de preparar o caminho para o segundo aparecimento de Cristo. João era um reformador. O anjo Gabriel, enviado do Céu, instruiu os pais de João sobre a reforma da saúde. Disse-lhes ele que o menino não deveria beber vinho, nem bebida forte, e que ele seria cheio do Espírito Santo desde o nascimento.

João separou-se dos amigos e das ostentações da vida. A simplicidade de sua vestimenta, uma peça de vestuário tecida de pêlos de camelo, era uma reprovação direta à extravagância e pompa dos sacerdotes judaicos, e do povo em geral. Seu regime, puramente vegetariano, composto de gafanhotos e mel silvestre, era uma censura à condescendência com o apetite e a glutonaria que prevalecia por toda parte.

Declara o profeta Malaquias: "Eis que Eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais." Mal. 4:5 e 6. Aqui o profeta descreve o


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caráter da obra. Os que devem preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo, são representados pelo fiel Elias, assim como João veio no espírito de Elias para preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo. O grande assunto da reforma deve ser agitado, e despertada a mente do público. A temperança em tudo deve ser associada com a mensagem, para converter o povo de Deus de sua idolatria, de sua glutonaria e de sua extravagância no vestir-se e em outras coisas. A negação própria, a humildade e a temperança requeridas dos justos, aos quais Deus guia e abençoa de modo especial, devem ser apresentadas ao povo em contraste com os hábitos extravagantes e destruidores da saúde daqueles que vivem nesta era degenerada.

Deus tem mostrado que a reforma da saúde está tão estreitamente ligada com a mensagem do terceiro anjo como a mão o está ao corpo. Em parte alguma poderá ser encontrada causa tão grande de degeneração física e moral como a negligência deste importante assunto. Os que transigem com o apetite e as paixões e fecham os olhos à luz por temor de verem as condescendências pecaminosas que estão relutando em abandonar, são culpados diante de Deus. Aqueles que repelem a luz em algum ponto, endurecem o coração para menosprezar a luz sobre outros assuntos. O que viola as obrigações morais no que tange ao comer e beber, prepara o caminho para violar os reclamos divinos com respeito a interesses eternos.

Nosso corpo não é nossa propriedade. Deus exige que cuidemos da habitação que Ele nos confiou, a fim de que possamos apresentar-Lhe o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável. Nosso corpo pertence Àquele que o fez, e estamos no dever de tornar-nos inteligentes com relação aos melhores meios de preservá-lo da ruína. Se enfraquecermos o corpo pela condescendência própria, pela transigência com o


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apetite, e pelo vestir-nos de acordo com as modas destruidoras da saúde, a fim de estar em harmonia com o mundo, tornamo-nos inimigos de Deus. ...

A Providência tem estado a guiar o povo de Deus para longe dos hábitos extravagantes do mundo, para longe dos apetites e paixões, a fim de que ocupem o seu lugar na plataforma da renúncia e da temperança em todas as coisas. O povo ao qual está Deus guiando será peculiar. Não se assemelhará ao mundo. Mas, se seguirem a orientação divina, executarão Seus desígnios e submeterão sua vontade à dEle. Cristo habitará no coração. O templo de Deus será santo. Vosso corpo, diz o apóstolo, é o templo do Espírito Santo. Deus não pede que Seus filhos se sacrifiquem com prejuízo das energias físicas. Pede-lhes que obedeçam à lei natural, que preservem a saúde física. O caminho da Natureza é a senda que Ele aponta, e esta é bastante larga para qualquer cristão. Com mão generosa, tem-nos Deus provido de ricas e variadas generosidades para nossa manutenção e deleite. Contudo, para que possamos desfrutar do apetite natural, que preservará a saúde e prolongará a vida, restringe Ele o apetite. Diz Ele: Acautelai-vos; restringi, negai o apetite pervertido. Se desenvolvermos um apetite desvirtuado, violaremos as leis do nosso ser, e assumiremos a responsabilidade pelo abuso do nosso corpo e por trazermos doenças sobre nós mesmos. ...

A abnegação é indispensável à religião genuína. Aqueles que não aprenderam a negar-se a si mesmos estão destituídos de piedade vital e prática. Nada mais podemos esperar senão que os reclamos da religião entrem em contato com as afeições naturais e os interesses mundanos. Há trabalho para todos na vinha do Senhor. Testimonies, vol. 3, págs. 61-64.


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Bondade e Retidão na Vida Conjugal

Os que se professam cristãos não devem entrar nas relações matrimoniais, enquanto o assunto não houver sido considerado com cuidado e oração, sob um elevado ponto de vista a ver se Deus pode ser glorificado por essa união. Cumpre-lhes ponderar então devidamente o resultado de todo privilégio das relações conjugais, fundamentando cada ação em santificado princípio.

Antes de aumentar a família, devem pensar se Deus é glorificado ou desonrado com o trazerem filhos ao mundo. Devem buscar glorificar a Deus por sua união desde o princípio, e durante todo o tempo de sua vida de casados. Devem considerar com calma as providências a serem tomadas para os filhos. Não têm direito de os porem no mundo para servirem de carga a outros. Têm eles um meio de vida em que podem confiar quanto ao sustento da família, de maneira a não se tornarem pesados aos outros? Se o não têm, cometem um crime em trazer filhos ao mundo para sofrerem por falta do necessário cuidado, alimento e vestuário.

Nesta época de pressa e corrupção, estas coisas não são consideradas. As concupiscentes paixões têm o domínio, não se submetendo ao controle, embora a fraqueza, a miséria e a morte sejam o resultado. As mulheres são forçadas a uma vida de privações, dores e sofrimentos, devido às indomáveis paixões de homens que usam o nome de - marido - devendo mais apropriadamente serem chamados - animais. As mães arrastam miserável existência, carregando quase o tempo todo um filho nos braços, manejando todos os meios para lhes pôr na boca um pedaço de pão e um trapo sobre os ombros. Tal é a acumulada miséria que enche o mundo.


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Paixão não é Amor

Amor real, genuíno, devotado e puro, bem pouco existe. É muito raro esse precioso artigo. A paixão é denominada amor. Muita mulher tem sido ultrajada em suas tenras, delicadas sensibilidades, porque as relações conjugais permitiam àquele a quem chamavam marido ser brutal em seu tratamento para com ela. Seu amor, verificou ela ser tão baixo, que lhe causou aversão.

Muitas, muitas famílias estão a viver no mais infeliz estado, por permitir o marido e pai que o instinto animal de sua natureza predomine sobre o intelecto e a moral. O resultado é a sensação freqüente de abatimento e depressão; mas a causa raramente é atribuída à conseqüência de seu impróprio modo de proceder. Achamo-nos sob solene obrigação diante de Deus quanto a guardar puro o espírito e o corpo saudável, a fim de podermos ser um benefício à humanidade, rendendo a Deus um serviço perfeito. Profere o apóstolo estas palavras de advertência: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências." Rom. 6:12. Exorta-nos ele mais adiante ao dizer-nos que "todo aquele que luta de tudo se abstém". I Cor. 9:25. Admoesta a todos que se chamam cristãos a apresentarem seu corpo "em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus". Rom. 12:1. Diz ele: "Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado." I Cor. 9:27.

Cuidado da Esposa

É erro generalizado não fazer diferença na vida de uma mulher antes do nascimento de seus filhos. Neste importante período o trabalho da mãe deve ser aliviado. Grandes mudanças


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se estão efetuando em seu organismo. Este requer maior quantidade de sangue, e portanto mais alimento da qualidade mais nutriente, para se transformar em sangue. A menos que tenha suprimento abundante de alimento nutriente, não poderá reter sua força física, e sua prole é privada de vitalidade. Sua roupa também precisa de atenção. Deve ter cuidado em proteger o corpo da sensação de frio. Não deve desnecessariamente chamar a vitalidade para a superfície, a fim de suprir a falta de suficiente roupa. Se a mãe se priva de abundância de alimento saudável e nutritivo, sofrerá falta de sangue, na qualidade e na quantidade. Sua circulação será deficiente e ao filho faltarão os mesmos elementos. Os filhos serão incapazes de assimilar alimento que se possa converter em bom sangue, para nutrir o organismo. O bem-estar da mãe e do filho depende muito de roupa boa e quente, assim como de bastante alimento nutritivo. O saque extra sobre a vitalidade da mãe deve ser considerado e atendido.

O Controle do Apetite

Mas, por outro lado, a idéia de que a mulher, por causa de seu estado especial, possa deixar o apetite de rédeas soltas, é um erro baseado no costume, mas não no são raciocínio. O apetite da mulher nesse estado pode ser instável, caprichoso, e difícil de ser satisfeito; e os costumes permitem-lhe qualquer coisa que ela imagine, sem consultar a razão quanto a poder tal alimento suprir-lhe nutrição ao corpo e o crescimento de seu filho. O alimento deve ser nutriente, mas não de qualidade estimulante. Diz o costume que se ela deseja alimentos cárneos, picles, pratos condimentados ou pastéis de carne, que os coma; o apetite, tão-somente, é que deve ser consultado. É este um grande erro, e causa muito dano. Este dano não pode ser


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calculado. Se há ocasião em que seja necessária a simplicidade no regime alimentar, e cuidado especial quanto à qualidade do alimento tomado, é isso durante esse período importante.

As mulheres dirigidas por princípio, e bem instruídas, não se desviarão da simplicidade do regime alimentar, nesse tempo sobretudo. Considerarão que há outra vida que delas depende, e serão cuidadosas em todos os seus hábitos, e especialmente no regime alimentar. Não devem comer o que não nutra e seja estimulante, simplesmente por ter bom gosto. Há demasiados conselheiros, prontos a persuadi-las a fazerem coisas que a razão lhes diz que não devem fazer.

Nascem crianças doentias por causa da satisfação do apetite por parte dos pais. O organismo não requeria a variedade de alimentos nos quais demoravam o pensamento. Pensar que, por estarem no pensamento devam também estar no estômago, é um grande erro que as mulheres cristãs devem rejeitar. Não deve ser permitido à imaginação controlar as necessidades do organismo. Os que permitem que o paladar os domine, sofrerão a pena da transgressão das leis de seu ser. E a questão não termina aí; sofrerá também sua inocente prole. ...

Ambiente Agradável

Deve exercer-se grande cuidado para tornar alegre e feliz o ambiente que circunda a mãe. O esposo e pai está sob a especial responsabilidade de fazer tudo que estiver em seu poder para aliviar a carga da esposa e mãe. Deve levar, tanto quanto possível, o fardo que representa a sua condição. Deve ser afável, cortês, bondoso, terno, e especialmente atencioso para com todos os seus desejos. Testimonies, vol. 2, págs. 380-383.


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Conselhos Relacionados com a Maternidade

Toda mulher prestes a tornar-se mãe, seja qual for o seu ambiente, deve animar constantemente uma disposição feliz, alegre, contente, sabendo que por todos os seus esforços postos nesta direção será ela recompensada dez vezes mais no caráter tanto físico como moral do seu rebento. E isto não é tudo. Ela pode, pelo hábito, acostumar-se a pensamentos alegres, e assim encorajar um feliz estado de espírito e lançar agradável reflexo de sua própria felicidade de espírito na família e nos que com ela se associam.

E em grande medida sua saúde física melhorará. Um poder será comunicado às forças vitais, e o sangue não circulará lentamente, como seria o caso se ela se entregasse ao desânimo e tristeza. Sua saúde mental e moral é revigorada pela leveza de seu espírito. O poder da vontade pode resistir a impressões da mente e provar-se-á grande tranqüilizador dos nervos. Os filhos que são privados desta vitalidade que deviam herdar dos pais devem receber o máximo cuidado. Por cerrada atenção às leis de seu ser, melhor condição destas coisas pode ser estabelecida.

A Alimentação da Criança

O período em que o infante recebe nutrimento da mãe é crítico. Muitas mães, enquanto amamentando o filho, têm-se entregue a excessivo trabalho, sofrendo aquecimento do sangue enquanto cozinham; e o lactente tem sido seriamente afetado, não somente com o alimento febril do seio materno, mas também o seu sangue fica envenenado pelo insalubre regime da mãe, que lhe elevou a temperatura de todo o organismo, afetando assim o alimento do infante. Este é também afetado


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pelo estado de espírito da mãe. Se ela se sente infeliz, se se agita facilmente ou é irascível, dando expansão a explosões de paixão, o nutrimento que o infante recebe de sua mãe fica inflamado, não raro produzindo cólicas, espasmos, causando por vezes convulsões e desmaios.

Também o caráter da criança é mais ou menos afetado pela natureza do nutrimento que recebe da mãe. Quão importante então que a mãe, no período de amamentação, preserve um feliz estado mental, controlando perfeitamente seu espírito. Em assim fazendo, o alimento da criança não fica prejudicado; e o procedimento calmo e seguro da mãe no cuidado do filho tem muito que ver em modelar-lhe o caráter. Se a criança é nervosa e facilmente agitável, a conduta cuidadosa, tranqüila da mãe terá uma influência suavizante e controladora, e a saúde do infante poderá ser muito melhorada.

As crianças têm sido grandemente prejudicadas por tratamento impróprio. Se impertinentes, são geralmente alimentadas para calar-se, quando na maioria dos casos, a verdadeira razão é o haverem recebido demasiado alimento, havendo ficado prejudicadas pelos hábitos errôneos da mãe. Mais alimento apenas piora a situação, pois seu estômago já está abarrotado. ...

A mãe muitas vezes faz planos para umas tantas tarefas durante o dia; e quando as crianças a incomodam, em vez de tomar tempo para amenizar-lhes suas pequenas mágoas, e distraí-las, dá-lhes às vezes de comer para que se aquietem, o que responde ao propósito por algum tempo, mas torna conseqüentemente a coisa pior. O estômago das crianças foi sobrecarregado com alimento, quando não tinha dele a mínima necessidade. Tudo o que se necessitava era um pouco do tempo e atenção da mãe. Review and Herald, 25 de julho de 1899.


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Recusar o Vício de Fumar

O fumo, seja qual for a forma em que for usado, afeta a constituição física. É um veneno lento. Afeta o cérebro e embota as sensibilidades, de maneira que a mente não pode discernir com clareza as coisas espirituais, em particular as verdades que teriam a tendência de corrigir essa satisfação sórdida. Os que usam o fumo em qualquer forma não se acham inocentes diante de Deus. Com tão sórdido costume é impossível glorificarem a Deus no corpo e no espírito que Lhe pertencem. E enquanto estiverem usando venenos tão lentos mas seguros, que lhes vão consumindo a saúde e rebaixando as faculdades mentais, o Senhor não os pode aprovar. Ele pode ser misericordioso para com eles enquanto condescendem com esse pernicioso hábito na ignorância do dano que lhe está causando, mas quando o assunto lhes é exposto em seu verdadeiro aspecto, então, acham-se culpados para com Deus caso continuem a condescender com essa grosseira satisfação.

Deus requeria que os filhos de Israel observassem hábitos de completa higiene. Em qualquer caso de impureza, por mínima que fosse, deviam eles permanecer fora do acampamento até a tarde, depois lavar-se e entrar no acampamento. Não havia um consumidor de fumo naquele vasto exército. Caso houvesse, ter-se-lhe-ia exigido escolher entre permanecer fora do acampamento ou abandonar o uso da erva imunda. E, após purificar a boca do mínimo dos seus repugnantes vestígios, ter-se-lhe-ia permitido misturar-se com a congregação de Israel.

O Uso do Fumo: uma Ofensa a Deus

Os sacerdotes, que ministravam nas coisas sagradas, eram mandados lavar os pés e as mãos antes de entrarem no tabernáculo, na presença de Deus, para interceder por Israel, a fim


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de que não profanassem o santuário. Houvessem os sacerdotes entrado no santuário com a boca suja de fumo, teriam eles participado da sorte de Nadabe e Abiú. Entretanto, mesmo professos cristãos se curvam na presença de Deus, em seus lares, para orarem, tendo a boca profanada pela imundícia do fumo. ...

Requerida Limpeza Rigorosa

Os homens que foram separados pela imposição das mãos, para ministrarem nas coisas sagradas, vão, muitas vezes, ao púlpito com a boca poluída, os lábios manchados e o hálito contaminado pelo vício de fumar. Falam eles ao povo em lugar de Cristo. Como pode tal culto ser aceitável a um Deus santo, que requeria que os sacerdotes de Israel fizessem preparativos tão especiais antes de chegarem à Sua presença, para que Sua santidade os não consumisse por desonrarem-nO, como no caso de Nadabe e Abiú? Podem eles estar certos de que o poderoso Deus de Israel ainda é um Deus de limpeza. Professam estar servindo a Deus, enquanto estão praticando a idolatria, ao fazerem do seu apetite um deus. O fumo é seu acariciado ídolo. A ele deve submeter-se toda sublime e sagrada consideração. Professam estar adorando a Deus, ao passo que estão violando o primeiro mandamento. Têm eles outros deuses diante do Senhor. "Purificai-vos, vós que levais os utensílios do Senhor." Isa. 52:11.

Exige Deus pureza de coração e higiene pessoal agora, assim como o fazia ao dar instruções especiais aos filhos de Israel. Se Deus foi tão minucioso ao prescrever limpeza para aqueles que jornadeavam pelo deserto, que se achavam ao ar livre quase todo o tempo, não requer Ele menos de nós, que vivemos em casas forradas, onde as impurezas são mais observadas e têm influência mais insalubre. Spiritual Gifts, vol. 4, págs. 126-128.


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O Uso do Fumo Contrário à Piedade

Ao ver homens que pretendem desfrutar as bênçãos de inteira santificação, embora sendo escravos do vício de fumar, cuspindo e contaminando tudo ao seu redor, penso: Como seria o Céu com fumantes lá dentro? Os lábios que proferissem o precioso nome de Cristo estariam contaminados pela saliva de fumo; o hálito estaria poluído pelo mau cheiro, e mesmo a roupa estaria contaminada; a pessoa que amasse essa sujeira e apreciasse essa atmosfera envenenada estaria também contaminada. Haveria no exterior o sinal testificando o que havia dentro.

Homens que professam piedade oferecem seu corpo sobre o altar de Satanás, e queimam o incenso do fumo a sua majestade satânica. Parece severa essa declaração? A oferta deve ser apresentada a alguma divindade. Como Deus é puro e santo, e não aceitará coisa alguma maculada em si mesma, recusa Ele este dispendioso, desasseado e profano sacrifício; por conseguinte, concluímos que Satanás é quem exige a honra.

O Homem, Propriedade de Cristo

Cristo morreu para resgatar o homem das garras de Satanás. Ele veio tornar-nos livres por meio do sangue de Seu sacrifício expiatório. O homem que se tornou propriedade de Jesus Cristo, e cujo corpo é templo do Espírito Santo, não se deixará escravizar pelo pernicioso hábito de fumar. Suas energias pertencem a Cristo, que as comprou com o preço de sangue. Sua propriedade pertence ao Senhor. Como, pois, pode ele ficar impune ao gastar cada dia o capital que o Senhor lhe confiou para satisfazer um apetite que não tem base na Natureza?


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Mau Emprego dos Recursos

Uma enorme soma é esbanjada anualmente por essa condescendência, enquanto almas estão a perecer por falta da palavra da vida. Como podem cristãos, que estão esclarecidos sobre esse assunto, prosseguir em roubar a Deus nos dízimos e ofertas utilizados para manter o evangelho, enquanto oferecem sobre o altar da concupiscência destruidora, no uso do fumo, mais do que dão para auxiliar os pobres ou para suprir as necessidades da causa de Deus? Estivessem eles verdadeiramente santificados, todo desejo prejudicial seria dominado. Então todos esses condutos de gastos desnecessários se voltariam para o tesouro do Senhor, e os cristãos tomariam a dianteira em abnegação, sacrifício próprio e temperança. Então eles seriam a luz do mundo. ...

As Sensibilidades Naturais São Amortecidas

Para o fumante, tudo é insípido e sem graça, sem o estimado vício. O uso do fumo amorteceu as sensibilidades naturais do corpo e da mente e ele já não é susceptível à influência do Espírito de Deus. Na ausência do estimulante habitual, tem ele um anseio e desejo ardente tanto do corpo como da alma, não por justiça, nem por santidade, nem da presença de Deus, mas por seu acariciado ídolo. Ao condescenderem com desejos prejudiciais, professos cristãos estão esgotando diariamente suas energias, impossibilitando-as de glorificar a Deus. Review and Herald, 25 de janeiro de 1881.

Veneno Ardiloso

O fumo é um dos mais ardilosos e malignos tipos de veneno, o qual exerce uma estimuladora e, em seguida, paralisante influência sobre os nervos do corpo. É tanto mais perigoso, pois seus efeitos sobre o organismo são muito lentos, e a princípio vagamente perceptíveis. Multidões têm-se tornado vítimas de sua maligna influência. Spiritual Gifts, vol. 4, pág. 128.


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Abstinência de Narcóticos

Nosso povo está sempre a retroceder quanto à reforma de saúde. Satanás vê que não poderia exercer poder mais controlador sobre eles do que lhe seria possível se condescendessem com o apetite. Sob a influência de alimentos impróprios para a saúde, a consciência torna-se entorpecida, a mente obscura e sua sensibilidade às impressões se embota. Mas embora a consciência violentada esteja entorpecida e se torne insensível, nem por isso a culpa do transgressor é diminuída.

Satanás está corrompendo as mentes e destruindo as almas por meio de suas sutis tentações. Não verá nem sentirá nosso povo o pecado de condescender com o apetite pervertido? Não abandonará o chá, café, alimentos cárneos e toda alimentação estimulante, devotando os meios expendidos com esses hábitos nocivos à expansão da verdade? Esses estimulantes só trazem prejuízo, e contudo vemos que um grande número dos que professam ser cristãos estão usando fumo. Esses mesmos homens deplorarão o mal da intemperança, e ao mesmo tempo que falam contra o uso de bebidas alcoólicas, estão cuspindo suco de fumo. Visto que o estado saudável da mente depende da condição normal das forças vitais, que cuidado precisa ser exercido para não se usarem narcóticos nem estimulantes!

O fumo é um veneno lento, perigoso, e seus efeitos são mais difíceis de desaparecer do organismo do que os do álcool. Que resistência tem o adepto do fumo para deter o progresso da intemperança? Deve haver em nosso mundo uma revolução acerca do fumo, antes que o machado seja posto à raiz da árvore. Tornamos o assunto mais íntimo: O chá e o café estão fomentando a sede que se desenvolve quanto a estimulantes mais fortes, como o fumo e as bebidas alcoólicas. E chegamos


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ainda mais perto de nosso lar, às refeições diárias, às mesas postas em lares cristãos: É porventura a temperança praticada em tudo? São as reformas essenciais à saúde e à felicidade aí postas em prática?

Todo verdadeiro cristão regerá o apetite e as paixões. A menos que esteja livre da servidão do apetite, não pode ser um genuíno e obediente servo de Cristo. É a condescendência com o apetite e as paixões que torna a verdade sem efeito para o coração. Impossível é ao espírito e ao poder da verdade santificarem o homem - alma, corpo e espírito - quando ele é dominado pelo apetite e a paixão. Testimonies, vol. 3, págs. 569 e 570.

Abnegação e Oração

Quando Cristo Se via mais tenazmente assaltado pela tentação, não comia nada. Confiava-Se a Deus, e mediante fervorosa oração e perfeita submissão à vontade de Seu Pai, saía vencedor. Os que professam a verdade para estes últimos dias, acima de todas as outras classes de professos cristãos, devem imitar o grande Modelo na oração. ...

Jesus buscava diligentemente força de Seu Pai. Isto, o divino Filho de Deus considerava de maior valor, mesmo para Si, do que sentar-se à mesa mais rica e variada. Ele nos deu provas de que a oração é essencial a fim de receber forças para lutar contra os poderes das trevas, e realizar a obra que nos foi designada. Nossa própria força é fraqueza, mas a que Deus dá é poder, e fará a todo o que a receba mais que vencedor. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 221 e 222.


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Efeitos do Chá e do Café

O uso de chá e café também é prejudicial ao organismo. O chá, até certo ponto, produz intoxicação. Entra na circulação, e desequilibra gradualmente a energia do corpo e da mente. Estimula, excita e aviva o movimento da máquina viva, forçando-a a uma ação fora do natural, dando assim ao que ingere a impressão de que lhe está prestando grande serviço, comunicando-lhe força. É engano. O chá saca das energias nervosas deixando-as grandemente debilitadas. Ao desaparecer sua influência e o aumento de ação ocasionado por ele diminuir, qual é o resultado então? Abatimento e fraqueza proporcionais à vivacidade artificial comunicada pelo chá.

Quando o organismo já se encontra sobrecarregado e precisando de repouso, o uso de chá fustiga a natureza pelo estímulo para realizar uma ação indesejada e não natural, diminuindo-lhe por esse modo a capacidade de trabalho e de resistência; e suas faculdades se esgotam muito antes do tempo designado pelo Céu. O chá é venenoso para o organismo. Os cristãos devem deixá-lo em paz.

A influência do café é, até certo ponto, a mesma do chá, mas o efeito sobre o organismo é ainda pior. Sua influência é estimulante, e justo na medida em que ele eleva acima do normal, debilita e ocasiona depressão abaixo do normal também. Os bebedores de chá e de café, apresentam no rosto os seus vestígios. A pele torna-se pálida, tomando um aspecto sem vida. Não se lhes vê no semblante o brilho da saúde.

O Chá e o Café não Alimentam

O chá e o café não nutrem o organismo. O alívio deles é


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súbito, antes de o estômago ter tempo de os digerir. Isto indica que aquilo que adeptos desses estimulantes chamam energia, é recebido unicamente mediante provocação dos nervos estomacais, que transmitem a irritação ao cérebro, o qual é por sua vez despertado para comunicar acrescida atividade ao coração, e passageira energia a todo o organismo. Tudo isto é falso vigor, que nos deixa pior. Eles não comunicam uma partícula de energia natural. Outro efeito de tomar chá é dor de cabeça, insônia, palpitação do coração, indigestão, tremor dos nervos e muitos outros males. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 196 e 197.

Condescendência Desagrada a Deus

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." Rom. 12:1. Deus pede um sacrifício vivo, não um sacrifício morto ou agonizante. Quando compreendermos os reclamos divinos veremos que Ele pede que sejamos temperantes em tudo. O objetivo de nossa criação é glorificar a Deus em nosso corpo e espírito os quais Lhe pertencem. Como podemos fazer isso, quando condescendemos com o apetite em prejuízo das energias físicas e morais? Deus requer que apresentemos nosso corpo em sacrifício vivo. Assim sendo, o dever que se nos é imposto é conservar este corpo na melhor condição de saúde, para que possamos cumprir os Seus desígnios. "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus." I Cor. 10:31. Testimonies, vol. 2, pág. 65.


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Evitar o Uso de Drogas Venenosas

Um costume que está deitando bases a vasta soma de doenças e males mais sérios ainda, é o livre uso de drogas venenosas. Quando atacados pela enfermidade, muitos não se darão ao trabalho de observar a causa do mal. Sua principal ansiedade é verem-se livres da dor e dos desconfortos. Recorrem portanto a panacéias, cujas reais propriedades eles mal conhecem, ou recorrem a um médico para neutralizar os efeitos de seu mau proceder, mas sem nenhuma idéia de mudar seus nocivos hábitos. Caso não sintam benefícios imediatos, experimentam outro remédio, e depois outro. Assim continua o mal.

As Drogas não Curam

O povo precisa que se lhes ensine que as drogas não curam as doenças. É verdade que elas por vezes proporcionam temporário alívio, e o paciente parece restabelecer-se em resultado de havê-las usado; isto se dá porque a natureza possui bastante força vital para expelir o veneno, e corrigir as condições ocasionadoras do mal. A saúde é recuperada a despeito da droga. Mas na maioria dos casos ela apenas muda a forma e o local da doença. Muitas vezes o efeito do veneno parece ser vencido por algum tempo, mas os resultados permanecem no organismo, operando grande dano posteriormente.

Com o uso de drogas venenosas, muitos trazem sobre si doença para toda a vida, e perdem-se muitos que poderiam ser salvos com o emprego de métodos naturais. Os venenos contidos em muitos dos chamados remédios, formam hábitos e apetites que importam em ruína tanto para o corpo como para a alma. Muitos dos populares remédios patenteados, e mesmo


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algumas drogas receitadas por médicos, desempenham seu papel em deitar bases para o hábito da bebida, do ópio, da morfina, os quais são uma tão terrível maldição para a sociedade.

O Poder Restaurador da Natureza

A única esperança de coisas melhores está na educação do povo nos verdadeiros princípios. Ensinem os médicos ao povo que o poder restaurador não se encontra em drogas, porém na Natureza. A doença é um esforço da Natureza para libertar o organismo de condições resultantes da violação das leis da saúde. Em caso de doença, convém verificar a causa. As condições insalubres devem ser mudadas, os maus hábitos corrigidos. Então se auxilia a Natureza em seu esforço para expelir as impurezas e restabelecer as condições normais no organismo. A Ciência do Bom Viver, págs. 126 e 127.

Remédios Naturais

Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino - eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de os aplicar. É essencial, tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente, como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente este conhecimento.

O uso dos remédios naturais requer certo cuidado e esforço que muitos não estão dispostos a exercer. O processo da Natureza para curar e construir, é gradual, e isso parece vagaroso ao impaciente. Demanda sacrifício e abandono das nocivas condescendências. Mas no fim se verificará que a Natureza, não sendo estorvada, faz seu trabalho sabiamente e bem. Aqueles que perseveram na obediência a suas leis, ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma. A Ciência do Bom Viver, pág. 127.


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Roupas Saudáveis

Em todos os aspectos as roupas devem contribuir para a saúde. Acima de tudo Deus quer que tenhamos saúde (III João 2) - saúde de corpo e de alma. E devemos ser coobreiros Seus tanto para a saúde de um como da outra. Ambas são promovidas pelo vestuário saudável. ...

Foi o adversário de todo o bem, que instigou a invenção das sempre mutáveis modas. Coisa alguma deseja ele tanto como ocasionar a Deus pesar e desonra mediante a miséria e a ruína dos seres humanos. Um dos meios por que ele consegue mais eficazmente, são as invenções da moda, que enfraquecem o corpo da mesma maneira que debilitam a mente e amesquinham a alma.

As mulheres são sujeitas a sérias enfermidades, e seus sofrimentos são grandemente aumentados por sua maneira de vestir. Em lugar de conservar a saúde para as emergências que certamente hão de vir, elas, por seus hábitos errôneos, sacrificam, muitas vezes, não somente a saúde, mas a vida, deixando a seus filhos um legado de sofrimento numa constituição arruinada, em hábitos pervertidos e numa falsa idéia da vida.

Uma das invenções extravagantes e nocivas da moda, são as saias que varrem o chão. Desasseadas, desconfortáveis, inconvenientes, anti-higiênicas - tudo isto e mais ainda se verifica quanto às saias que arrastam. É extravagante, tanto pelo desperdício de material exigido como pelo desnecessário gasto, devido ao comprimento. E quem quer que tenha visto uma senhora com uma saia de cauda, mãos cheias de embrulhos, tentando subir ou descer uma escada, entrar num bonde, atravessar uma multidão, andar na chuva ou num enlameado caminho, não necessita outras provas de sua inconveniência e incômodo.

Outro sério dano é o usar saias de modo que seu peso


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recaia sobre os quadris. Este excesso de peso, fazendo-se sentir sobre os órgãos internos, puxa-os para baixo, causando fraqueza do estômago, e uma sensação de lassitude, fazendo com que a pessoa que a traz se incline, o que mais ainda comprime os pulmões, tornando mais difícil a respiração correta.

Nos últimos anos se tem discutido tanto os perigos resultantes da compressão da cintura, que poucas pessoas os podem ignorar; todavia, tão grande é o poder da moda, que o mal continua. Por esta prática estão as senhoras e moças trazendo sobre si indizível dano. É essencial à saúde que o peito tenha margem para expandir-se à sua máxima plenitude, a fim de os pulmões poderem inspirar amplamente. Quando os pulmões são restringidos, é diminuída a quantidade de oxigênio que recebem. O sangue não é devidamente vivificado, e são retidos os resíduos, matéria venenosa que devia ser expelida pelos pulmões. Além disto, a circulação é estorvada; e os órgãos internos são por tal forma apertados e impelidos para fora do lugar, que não podem realizar devidamente o seu trabalho.

Espartilhos apertados não melhoram a forma do corpo. Um dos principais elementos da beleza física, é a simetria, a harmônica proporção de suas várias partes. E o modelo correto quanto ao desenvolvimento físico se pode encontrar, não nos modelos exibidos pelos modistas franceses, mas no corpo humano desenvolvido segundo as leis de Deus na Natureza. Ele é o autor de toda a beleza, e unicamente ao nos conformarmos com Seus ideais, havemos de aproximar-nos da verdadeira norma de beleza.

Outro mal fomentado pelo uso, é a desigual distribuição do vestuário, de modo que, enquanto algumas partes do corpo estão mais agasalhadas do que precisam, outras se acham insuficientemente vestidas. Os pés e os membros, estando afastados dos órgãos vitais, devem ser especialmente protegidos do


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frio por suficiente roupa. É impossível desfrutar saúde quando as extremidades estão habitualmente frias; pois se há muito pouco sangue nelas, terá de haver em excesso noutras partes do corpo. Saúde perfeita requer perfeita circulação; isto, porém, não se pode ter, quando três ou quatro vezes mais agasalho é usado sobre o corpo, onde se encontram os órgãos vitais, do que nos membros.

Multidões de mulheres são nervosas e gastas de preocupações, porque se privam do puro ar que lhes proporcionaria um sangue puro, e da liberdade de movimentos que impeliria o mesmo através das veias, dando-lhes vida, saúde e energia. Muitas mulheres se têm tornado inválidas confirmadas, quando poderiam haver fruído boa saúde, e muitas têm morrido de tuberculose e outras doenças, quando lhes teria sido possível viver o determinado termo da vida, houvessem elas se vestido de acordo com os princípios da saúde, fazendo abundante exercício ao ar livre.

A fim de prover-se do mais saudável vestuário, é preciso estudar cuidadosamente as necessidades de cada parte do corpo. O clima, o ambiente, as condições da saúde, a idade e as ocupações, tudo deve ser considerado. Cada peça de vestuário deve ser facilmente ajustada, não obstruindo nem a circulação do sangue, nem a livre, plena e natural respiração. Cada peça deve ser tão ampla que, ao erguer os braços, a roupa se erga correspondentemente.

As senhoras de saúde precária podem fazer muito em benefício próprio, vestindo-se e exercitando-se judiciosamente. Quando vestidas de maneira adequada a desfrutar o ar livre, façam elas aí exercício, a princípio com cautela, mas em progressiva quantidade, à medida que o puderem suportar. Assim fazendo, muitas poderiam recuperar a saúde, e viver de modo a desempenhar a sua parte na tarefa do mundo. A Ciência do Bom Viver, págs. 288 a 294.


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O Poder da Vontade

O poder da vontade, não é estimado como devia ser. Permaneça a vontade desperta e devidamente dirigida, e ela comunicará energia a todo o ser, sendo maravilhoso auxiliar na manutenção da saúde. Também é uma potência no tratar a doença. Exercida na devida direção, dominaria a imaginação, e seria poderoso meio de resistir e vencer tanto a doença da mente como a do corpo. Pelo exercício da força de vontade no se colocar na justa relação para com a existência, o enfermo muito pode fazer para cooperar com os esforços médicos em favor de seu restabelecimento. Há milhares que, se quiserem, poderão recuperar a saúde. O Senhor não quer que estejam doentes. Deseja que sejam sadios e felizes, e devem dirigir a mente no sentido de ficar bons. Muitas vezes os inválidos podem resistir à doença, simplesmente recusando entregar-se às doenças e deixar-se ficar num estado de inatividade. Erguendo-se acima de suas dores e incômodos, empenhem-se em útil ocupação, adequada a suas forças. Por tal ocupação e o livre uso do ar e da luz do Sol, muito inválido enfraquecido haveria de recuperar a saúde e as forças. A Ciência do Bom Viver, pág. 246.

Ocupação Adequada

A inatividade é a maior desgraça que poderia sobrevir à maioria desses enfermos. Ocupação leve em trabalho útil ao passo que não sobrecarrega a mente e o corpo, tem uma benéfica influência sobre ambos. Fortalece os músculos, promove melhor circulação, ao mesmo tempo que dá ao inválido a satisfação de saber que não é inteiramente inútil neste atarefado mundo. Talvez não seja capaz de fazer senão pouco a princípio, mas em breve verificará que suas forças aumentam, e pode proporcionalmente aumentar a quantidade de trabalho. A Ciência do Bom Viver, págs. 239 e 240.


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Controlar a Imaginação

Ao criar o homem, pretendia o Senhor que ele fosse ativo e útil. Contudo, muitos vivem neste mundo como máquinas sem uso, como se mal existissem. Não iluminam eles o caminho de ninguém; não são uma bênção para ninguém. Vivem apenas para serem pesados aos outros. Até onde sua influência ao lado do direito se acha envolvida, são eles meras cifras; entretanto, falam com peso sobre o lado negativo. Examine-se-lhes a vida bem de perto, e dificilmente se pode encontrar um ato de benevolência desinteressada. Quando morrem, sua memória desaparece com eles. Seu nome logo perece; pois não podem viver, nem mesmo na lembrança de seus amigos, por meio da verdadeira bondade e de atos virtuosos. Para tais pessoas a vida foi uma farsa. Elas não foram fiéis despenseiras. Esqueceram-se de que seu Criador possui reivindicações sobre elas, e de que espera que sejam ativas na prática do bem e em abençoar a outros por sua influência. Os interesses egoístas atraem a mente e conduzem ao esquecimento de Deus e do propósito de seu Criador.

Todos os que professam ser seguidores de Jesus sentirão que pesa sobre eles o dever de manter o corpo no melhor estado de saúde, para que a mente possa ser clara na compreensão das coisas celestiais. A mente precisa ser controlada; pois exerce ela uma poderosíssima influência sobre a saúde. A imaginação muitas vezes se extravia e, quando com ela se condescende, traz graves tipos de doenças sobre o aflito. Muitos morrem de enfermidades que são em sua maioria imaginária. ...

Alguns têm tanto receio do ar, que cobrem a cabeça e o corpo de tal maneira que se parecem múmias. Sentam-se dentro de casa, geralmente inativos, temendo fatigar-se e contrair


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doença, se fizerem exercício dentro de casa, ou ao ar livre. Eles poderiam fazer exercícios habituais ao ar livre em todos os dias favoráveis, se tão-somente quisessem. A inatividade contínua é uma das maiores causas de debilidade do corpo e fraqueza da mente. Muitos que estão doentes poderiam estar com boa saúde, e dessa forma na posse de uma das mais ricas bênçãos que poderiam desfrutar.

Foi-me mostrado que muitos que se acham visivelmente fracos, e sempre a lamentar-se, não estão tão mal como se imaginam estar. Alguns desses possuem uma poderosa vontade, a qual, uma vez exercitada na direção correta, será potente meio de controlar a imaginação e resistir dessa forma as doenças. Mas são muito freqüentes os casos em que a vontade é exercitada em direção errada, e se recusa obstinadamente render-se à razão. Isso terá decidido o assunto; eles são inválidos, e devem receber a atenção dispensada aos inválidos sem levar em conta o juízo de outros.

Foram-me mostradas mães que são governadas por uma imaginação doentia, a influência da qual é sentida pelo marido e filhos. As janelas devem ser conservadas fechadas, pois a mãe é sensível ao ar. Se está sentindo qualquer frio, e é efetuada alguma mudança em suas roupas, pensa ela que seus filhos devem ser tratados da mesma maneira, e assim toda a família se priva de vigor físico. Todos são afetados por uma mente, e física e mentalmente prejudicados pela imaginação doentia de uma mulher que se considera padrão de julgamento para toda a família. O corpo é agasalhado de acordo com os caprichos de uma imaginação enferma, e abafado sob um amontoado de agasalhos que debilitam o organismo. A pele não pode realizar seu trabalho; o hábito premeditado de impedir o ar e evitar o exercício, fecha os poros, os pequenos orifícios através


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dos quais o corpo respira - tornando-lhe impossível lançar fora as impurezas através desses condutos. A sobrecarga de trabalho é lançada sobre o fígado, os pulmões, os rins, etc., e esses órgãos internos são forçados a fazer o trabalho da pele.

Dessa forma, as pessoas trazem doenças sobre si mesmas, por causa de seus maus hábitos; mesmo em face da luz e do conhecimento, preferem eles seguir os seus próprios caminhos. Raciocinam da seguinte forma: "Não temos experimentado o assunto? e não o entendemos por experiência?" Mas a experiência de uma pessoa, cuja imaginação é deficiente, não deve ter muito peso para ninguém.

A estação do ano que mais deve ser temida por quem vai para o meio desses inválidos é o inverno. É, de fato, inverno, não somente do lado de fora, mas dentro, para aqueles que são forçados a viver na mesma casa e dormir no mesmo quarto. Essas vítimas de uma imaginação doentia fecham-se dentro de casa e fecham as janelas; pois o ar lhes ataca os pulmões e a cabeça. A imaginação é fértil; temem eles ficar resfriados, e resfriados ficarão. Nenhuma parcela de arrazoado é capaz de convencê-los de que não entendem toda a filosofia do assunto. Não o provaram eles? argüirão. É verdade que provaram um lado da questão - persistindo em seus próprios caminhos - e contudo apanham resfriado, caso se exponham o mínimo que seja. Frágeis como os bebês, não podem eles suportar coisa alguma; todavia continuam vivendo, e persistindo em fechar portas e janelas, e a aquecer-se junto a estufa, e se regozijam de sua miséria. Com certeza têm verificado que o seu caminho não lhes tem feito bem, e sim aumentado as suas dificuldades. Por que não permitir que a razão influencie o raciocínio e controle a imaginação? Por que não seguir agora um caminho oposto e, de maneira criteriosa, conseguir exercício e ar fora das portas? Testimonies, vol. 2, págs. 522-525.


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Moderação no Trabalho

A fim de ganharem um pouco de dinheiro, muitos organizam deliberadamente seus assuntos comerciais de tal maneira que estes trazem fatalmente uma grande parcela de trabalho árduo sobre aqueles que trabalham fora de casa, bem como sobre seus familiares no lar. Ossos, músculos e cérebro são sobrecarregados ao máximo: está perante eles uma grande quantidade de trabalho para ser feito, e o argumento é, que devem executar precisamente tudo quanto puderem, pois do contrário haverá prejuízo; alguma coisa será desperdiçada. Tudo deve ser poupado, sejam quais forem os resultados.

Que têm os tais lucrado? Talvez tenham sido capazes de conservar o capital e aumentá-lo. Mas, por outro lado, que não perderam eles! Sua reserva de saúde, o qual é inestimável, tanto para o pobre quanto para o rico, foi invariavelmente diminuída. A mãe e as crianças fizeram constantes saques em sua reserva de saúde e energia, imaginando que tão extravagante gasto jamais esgotasse seu capital, até serem finalmente surpreendidos ao descobrirem que sua vitalidade se esgotou. Eles nada deixaram para sacar em caso de emergência. Os encantos e as alegrias da vida são amargurados pelos torturantes sofrimentos e as noites insones. Tanto o vigor físico como o mental desapareceram. O marido e pai que, no interesse do ganho, tornou imprudente o arranjo dos seus negócios, talvez com o pleno consentimento da esposa e mãe, pode, como resultado, perder a mãe e um ou mais dos filhos. A saúde e a vida foram sacrificadas pelo amor ao dinheiro. (I Tim. 6:10.) Testimonies, vol. 1, pág. 478.


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Temperança no Trabalho

Existe por todos os lados intemperança no comer e no beber, intemperança no trabalho, intemperança em quase todas as coisas. Aqueles que fazem grandes esforços para realizar determinada quantidade de trabalho em dado espaço de tempo, e continuam a trabalhar quando seu discernimento lhes diz que deveriam repousar, jamais lucrarão. Eles estão vivendo com capital emprestado. Estão gastando as forças vitais de que irão necessitar no futuro. E, quando a energia que eles têm tão imprudentemente usado é requerida, fracassam por falta dela. Foi-se a força física, as faculdades mentais falham. Percebem que se depararam com uma perda, mas não sabem qual. Seu tempo de necessidade surgiu, mas seus recursos físicos acham-se esgotados. Todos os que violam as leis da saúde deverão a qualquer tempo tornar-se sofredores em maior ou menor grau. Deus nos proveu da energia indispensável, a qual deve ser utilizada em diferentes períodos de nossa vida. Se negligentemente esgotarmos essas forças pela contínua sobrecarga, teremos sofrido perdas em algum tempo. Nossa utilidade será diminuída, quando não destruída a nossa própria vida.

Como regra, o trabalho do dia não deve ser prolongado noite a dentro. Se todas as horas do dia forem bem aproveitadas, o trabalho que se estende pela noite é demasiado extra, e o organismo sobrecarregado sofrerá com o fardo a ele imposto. Foi-me mostrado que, os que isso fazem, perdem às vezes muito mais do que ganham, pois suas energias são esgotadas, e eles trabalham sob provocação nervosa. Talvez não percebam qualquer dano imediato, mas com certeza estão abalando sua constituição.


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Que os pais dediquem as primeiras horas da noite à sua família. Deixem eles o cuidado e a perplexidade com os labores do dia. O esposo e pai muito lucrará se tomar como norma não estragar a felicidade de sua família ao trazer suas preocupações comerciais para casa, a fim de com elas se afligir e inquietar. Ele poderá necessitar do conselho da esposa em assuntos difíceis, e obterem ambos auxílio em suas perplexidades ao buscarem juntos sabedoria divina; mas, ao conservar a atenção constantemente presa aos assuntos comerciais, prejudicará a saúde tanto da mente como do corpo.

Sejam as noites passadas na maior felicidade possível. Seja o lar um lugar em que existam a alegria, a cortesia e o amor. Isto se tornará atrativo às crianças. Se os pais estão sempre a tomar emprestada a preocupação, se são irritáveis e críticos, as crianças participam do mesmo espírito de insatisfação e contenda, e o lar torna-se o lugar mais infeliz do mundo. As crianças encontram mais prazer entre os estranhos, em companhias imprudentes, ou nas ruas, do que no lar. Tudo isso pode ser evitado se a temperança em todas as coisas for praticada, e exercida a paciência. O domínio próprio da parte de todos os membros da família tornará o lar quase um paraíso. Tornai vossas salas o mais alegre possível. Fazei com que as crianças considerem o lar o lugar mais atrativo da Terra. Cercai-as de tal influência que elas não procurem companhias de rua, nem pensem nos antros do vício senão com horror. Se a vida no lar for aquela que deve ser, os hábitos aí formados serão uma forte defesa contra os assaltos da tentação ao deixar o jovem a proteção do lar para enfrentar o mundo. Christian Temperance, págs. 64-66.


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Ordem e Limpeza

A ordem é a primeira lei do Céu, e o Senhor deseja que Seu povo ofereça em seus lares uma imagem da ordem e harmonia que predomina nas cortes celestiais. A verdade nunca coloca seus delicados pés no caminho da imundícia ou impureza. A verdade não torna os homens e mulheres rústicos nem grosseiros e descuidados. Eleva a todos os que a aceitam a um alto nível. Sob a influência de Cristo, a obra de constante refinamento prossegue.

Instruções especiais foram dadas aos exércitos de Israel, para que todas as coisas que se encontravam em suas tendas e ao redor delas se achassem limpas e em ordem, a fim de que o anjo do Senhor, ao passar pelo seu acampamento, não visse suas imundícias. Seria Deus tão minucioso a ponto de mencionar essas coisas? Sim; pois está relatado o fato: para que ao ver as suas impurezas, não deixe Ele de sair com os seus exércitos para a batalha.

Aquele que era tão específico quanto aos filhos de Israel cultivarem hábitos de higiene, não sancionará qualquer impureza nos lares de Seu povo hoje. Deus olha com desagrado para qualquer espécie de impureza. Como podemos convidá-Lo para os nossos lares, a menos que tudo esteja bem arranjado, limpo e asseado?

Reflexo de Impureza Interior

Devem os crentes ser ensinados que, embora sejam pobres, não precisam ser desasseados nem descuidados em seu corpo e em suas casas. Deve ser dado auxílio nesse sentido aos que parecem não ter nenhuma idéia do significado e importância da higiene. Deve-se-lhes ensinar que, os que se acham no dever de representar o Deus alto e santo, precisam manter a alma pura e incontaminada, e que essa pureza deve estender-se ao seu vestuário, bem como a tudo o que existe em seu lar,


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a fim de que os anjos ministradores possam ter evidência de que a verdade operou uma mudança na vida, purificando a alma e refinando o gosto. Aqueles que, após terem aceitado a verdade, não efetuam nenhuma mudança na palavra ou na conduta, no vestuário ou ambiente, estão vivendo para si mesmos, e não para Cristo. Não foram de novo gerados em Cristo Jesus em pureza e santidade.

Alguns são muito descuidados com sua pessoa. Precisam eles ser guiados pelo Espírito Santo no preparo para um Céu puro e santo. Deus declarou que ao irem os filhos de Israel ao monte, para ouvirem a proclamação da lei, deviam ir com o corpo puro e as roupas limpas. Hoje Seu povo deve honrá-Lo por hábitos de escrupuloso asseio e pureza.

Os cristãos serão julgados pelos frutos que apresentam. O verdadeiro filho de Deus deve ser asseado e limpo. Ao mesmo tempo em que devemos guardar-nos contra adornos e ostentação desnecessários, de modo algum devemos ser descuidados e indiferentes no que tange à aparência exterior. Tudo o que se relaciona com nossa pessoa e nossos lares deve ser limpo e atrativo. Deve-se ensinar aos jovens quanto à importância de apresentarem uma aparência que esteja acima da crítica, uma aparência que honre a Deus e a verdade.

O Exemplo da Mãe

O vestuário da mãe deve ser simples, mas limpo e de bom gosto. A mãe que usa roupas rasgadas e sujas, que pensa em qualquer roupa é suficientemente boa para usar no lar, não importa quão suja ou estragada esteja ela, dá aos seus filhos um exemplo que os incentiva ao desleixo. E mais do que isto, perde ela sua influência sobre eles. Não podem eles deixar de notar a diferença entre a sua aparência e a daqueles que se trajam com bom gosto; e seu respeito por ela é diminuído.


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Mães, tornai-vos atrativas, não pelo uso de roupas trabalhosamente enfeitadas, mas pelo uso das que são simples e apropriadas. Fazei com que a vossa aparência ensine uma lição de simplicidade. Não podeis dar-vos o luxo de perder o respeito dos vossos filhos.

Devem-se ensinar às crianças lições de pureza desde a sua infância. Nunca é cedo demais para as mães começarem a encher a mente de seus filhos de pensamentos puros e santos. E uma das maneiras de fazer isso é conservar todas as coisas ao seu redor puras e asseadas. Mães, se desejais que os pensamentos de vossos filhos sejam puros, tornai puro seu ambiente. Sejam seus dormitórios escrupulosamente asseados e limpos. Ensinai-lhes a cuidar de suas próprias roupas. Cada criança deve ter um lugar próprio para guardar suas roupas. Poucos pais são tão pobres que não possam prover para esta finalidade uma grande caixa, a qual pode ser provida de prateleiras e atrativamente coberta.

Ensinando Verdades Espirituais

Exigirá algum tempo cada dia o ensinar hábitos de ordem às crianças. Esse tempo, porém, não é perdido. No futuro, a mãe será mais do que recompensada por seus esforços neste sentido.

Cuidai para que as crianças tomem banho diariamente, acompanhado de fricção até que seu corpo fique avermelhado. Dizei-lhe que Deus não aprecia ver Seus filhos de corpo sujo e roupas rasgadas. Depois ide mais adiante, e falai da pureza interior. Seja vosso constante esforço elevar e enobrecer vossos filhos.

Estamos vivendo nos últimos dias. Logo Cristo virá para levar o Seu povo para as mansões que Ele lhes está preparando. Mas nada que contamine poderá entrar nessas mansões. O Céu é puro e santo, e os que entrarem pelos portões da Cidade de Deus devem estar vestidos de pureza interior e exterior. Review and Herald, 10 de junho de 1902.


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Banhos Freqüentes

As pessoas que estão com saúde não devem de maneira alguma negligenciar o banho. Devem elas fazer o possível para tomar pelo menos dois banhos por semana. As que não estão com saúde têm impurezas no sangue e a pele não está em boas condições de saúde. A multidão de poros, ou pequenos orifícios, através dos quais o corpo respira, tornam-se obstruídos e cheios de matéria residual. A pele precisa ser cuidadosa e perfeitamente limpa, a fim de que os poros possam desempenhar o seu trabalho de libertar o corpo das impurezas; por isso as pessoas fracas, que enfermam, necessitam com certeza das vantagens e bênçãos do banho pelo menos duas vezes por semana, e com freqüência mais ainda do que isto é certamente necessário.

Quer a pessoa esteja enferma ou bem de saúde, a respiração torna-se mais livre e fácil se o banho for praticado. Por meio dele, os músculos tornam-se mais flexíveis, a mente e o corpo são igualmente revigorados, o intelecto torna-se mais lúcido e mais vigorosa cada faculdade. O banho é um calmante dos nervos. Promove a transpiração, estimula a circulação, neutraliza as obstruções do organismo e age beneficamente sobre os rins e órgãos urinários. O banho auxilia os intestinos, o estômago e o fígado, comunicando energia e nova vida a cada um. Também estimula a digestão, e, em lugar de enfraquecer-se, o organismo é fortalecido. Em lugar de aumentar a possibilidade de resfriado, um banho, convenientemente tomado, protege contra ele, pois a circulação é aumentada, e os órgãos relacionados com o útero, que são mais ou menos congestionados, são aliviados; pois o sangue é levado à superfície, e se consegue um mais livre e mais regular fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos. Testimonies, vol. 3, págs. 70 e 71.


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Como Preservar a Sensibilidade

Deus criou o homem um pouco menor do que os anjos e lhe conferiu os atributos que, convenientemente usados, torná-lo-iam uma bênção ao mundo e o levariam a refletir a glória do Doador. Mas, embora feito à imagem de Deus, violou o homem, através da intemperança, o princípio e a lei de Deus em sua natureza física. A intemperança de qualquer espécie insensibiliza os órgãos da percepção e enfraquece de tal maneira o poder dos nervos cerebrais que as coisas eternas não mais são apreciadas, mas são colocadas no mesmo nível das comuns. As mais elevadas faculdades da mente, que visavam os mais alevantados propósitos, são trazidas em servidão às paixões mais baixas.

Se os nossos hábitos físicos não forem corretos, nossas energias mentais e morais não podem ser fortes; pois existe grande afinidade entre o físico e o moral. O apóstolo Pedro compreendia isto e ergueu a voz de advertência aos seus irmãos: "Amados, peço-vos como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma." I Ped. 2:11. ...

Os que obtiveram luz sobre os assuntos do comer e vestir-se com simplicidade, em obediência às leis físicas e morais, e que abandonaram a luz que lhes aponta o dever, eximir-se-ão ao dever em outras coisas. Se eles insensibilizarem a consciência para evitar a cruz que devem tomar para estarem em harmonia com a lei natural, também violarão os Dez Mandamentos, a fim de eximir-se à reprovação. Há decidida relutância da parte de alguns em suportar a cruz e desprezar a afronta. Alguns serão ridicularizados por seus princípios. A conformidade com o mundo está conquistando terreno entre o povo de Deus, que professa ser peregrino e estrangeiro, que espera o aparecimento do Senhor.


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Muitos há, entre os professos guardadores do sábado em ______ que estão mais firmemente apegados às modas e desejos mundanos do que a corpo sadio, mente sã ou coração santificado. ...

Por meio de verdades familiares e apropriadas para estes últimos dias, está o Senhor separando um povo do mundo e purificando-o para Si mesmo. O orgulho e as modas prejudiciais à saúde, o amor à ostentação, o amor à aprovação - tudo deve ser deixado com o mundo, se desejamos ser renovados no conhecimento segundo a imagem dAquele que nos criou. "Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual Se deu a Si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras." Tito 2:11-14. Testimonies, vol. 3, págs. 50-52.

A um Irmão

Disse o anjo: "Abstende-vos das concupiscências carnais que combatem contra a alma." Tendes vacilado na reforma da saúde. Parece-vos ser ela um apêndice inútil à verdade. Não é assim; ela é uma parte da verdade. Eis perante vós uma obra que se vos tornará cada vez mais chegada e será mais probante do que qualquer coisa que se vos tenha imposto até agora. Enquanto hesitais e resistis, deixando de apoderar-vos da bênção que é vosso privilégio receber, sofreis a perda. Testimonies, vol. 1, pág. 546.

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