Temperança

CAPÍTULO 5

Intoxicantes Mais Brandos

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Importância dos Hábitos de Temperança

Exemplos do Antigo e do Novo Testamentos

Quando o Senhor queria suscitar Sansão como libertador de Seu povo, recomendou à sua mãe corretos hábitos de vida antes do nascimento de seu filho. E a mesma proibição devia ser imposta, desde o princípio, à própria criança; pois ele devia ser consagrado a Deus como nazireu desde o nascimento.

O anjo do Senhor apareceu à mulher de Manoá, e informou-a de que ela teria um filho; e em vista disto Ele lhe deu importantes direções: "Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa imunda." Juí. 13:4 e 14.

Deus tinha uma obra importante para o prometido filho de Manoá, e era para assegurar-lhe as habilitações necessárias para essa obra, que os hábitos, tanto da mãe como do filho deviam ser tão cuidadosamente regulados. "Nem vinho nem bebida forte beberá", foi a instrução do anjo quanto à mulher de Manoá, "nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará." Juí. 13:13. A criança será afetada para bem ou para mal pelos hábitos da mãe. Ela própria precisa ser controlada por princípios, e exercer temperança e abnegação, se quer o bem-estar de seu filho.

No Novo Testamento encontramos exemplo não menos impressionante da importância dos hábitos temperantes.

João Batista foi um reformador. Foi-lhe confiada uma grande obra em favor do povo de seu tempo. E em preparo para


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essa obra, todos os seus hábitos foram cuidadosamente regulados, já desde o seu nascimento. O anjo Gabriel foi enviado do Céu para instruir os pais de João nos princípios da reforma de saúde. "Não beberá vinho, nem bebida forte", disse o mensageiro celeste; "e será cheio do Espírito Santo." Luc. 1:15.

João separou-se de seus amigos, e dos luxos da vida, habitando só no deserto, e vivendo de um regime exclusivamente vegetariano. A simplicidade de seu vestuário - uma roupa tecida de pêlo de camelo - constituía repreensão à extravagância e ostentação do povo de seus dias, especialmente dos sacerdotes judaicos. Também seu regime alimentar, de gafanhotos e mel silvestre constituía censura à gulodice dominante por toda parte.

A obra de João fora predita pelo profeta Malaquias: "Eis que Eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais." Mal. 4:5 e 6. João Batista veio no espírito e poder de Elias, para preparar o caminho do Senhor, e fazer voltar o povo à sabedoria dos justos. Ele era um representante dos que vivem nos últimos dias, aos quais Deus confiou verdades sagradas para apresentar ao povo, preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo. E os mesmos princípios de temperança que João observava devem ser seguidos por aqueles que, em nossos dias, devem advertir o mundo da vinda do Filho do homem.

Deus fez o homem à Sua imagem, e espera que ele conserve inalteradas as faculdades que lhe foram comunicadas para o serviço do Criador. Não devemos então dar ouvidos a Suas admoestações, e procurar manter toda faculdade na melhor condição a fim de servi-Lo? O melhor que nos seja possível dar a Deus ainda é muito fraco.

Por que há tanta miséria no mundo atualmente? É acaso porque Deus goste de ver sofrer Suas criaturas? - Oh, não!


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É porque os homens se têm enfraquecido por meio de práticas imorais. Lamentamos a transgressão de Adão, e parece que pensamos haverem nossos primeiros pais manifestado grande fraqueza em ceder à tentação; se, porém, a transgressão de Adão fosse o único mal que tivéssemos de enfrentar, a condição do mundo seria muito melhor do que é. Tem havido uma sucessão de quedas desde o tempo de Adão. Christian Temperance and Bible Hygiene, págs. 37-39.

Uma Advertência Quanto ao Efeito do Vinho

A história de Nadabe e Abiú é dada também como advertência ao homem, mostrando que o efeito do vinho no intelecto é confundir. E ele terá sempre essa influência na mente dos que o bebem. Portanto, Deus proíbe explicitamente o uso do vinho e da bebida forte. Signs of the Times, 8 de julho de 1880.

Nadabe e Abiú nunca teriam cometido aquele pecado fatal, se não se houvessem primeiramente em parte intoxicado pelo livre uso do vinho. Compreendiam que o mais cuidadoso e solene preparo era necessário antes de se apresentarem no santuário, onde era manifestada a presença divina; pela intemperança, porém, perderam a idoneidade para o seu santo ofício. A mente se lhes tornou confusa e embotadas as percepções morais, de modo que não podiam discernir a diferença entre o sagrado e o comum. Patriarcas e Profetas, págs. 361 e 362.

Efeitos Psicológicos dos Intoxicantes Brandos

Tendências Herdadas Despertam-se com o Vinho e a Sidra

Para as pessoas que herdaram a tendência para os estimulantes, não é de maneira alguma seguro ter em casa vinho ou sidra; pois Satanás está de contínuo a incitá-los à condescendência. Caso eles cedam a suas tentações, não saberão onde parar; a sede clama por satisfação, e é satisfeita para ruína deles. O cérebro fica obscurecido; não mais a razão maneja as rédeas, mas deixa-as ao pescoço da concupiscência. Alastra-se a licenciosidade, e vícios de quase todos os tipos são praticados em resultado de satisfazer a sede de vinho e de sidra. Christian Temperance and Bible Hygiene, págs. 32 e 33.


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Não Pode Crescer em Graça

Impossível é a uma pessoa que gosta desses estimulantes, e se habitua a tomá-los, crescer em graça. Torna-se grosseira e sensual; as paixões animais dominam as faculdades mentais mais elevadas, e a virtude não é acariciada. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 33.

Perversão da Mente Mediante Intoxicantes Brandos

Tão gradualmente, Satanás desvia da fortaleza da temperança, tão traiçoeiramente exercem o vinho e a sidra sua influência sobre o gosto, que a pessoa entra na estrada para a embriaguez de todo sem suspeitar. O gosto pelos estimulantes é cultivado; desequilibra-se o sistema nervoso; Satanás mantém a mente em desassossego febril; e a pobre vítima, imaginando-se perfeitamente segura, avança mais e mais, até que toda barreira é quebrada, todo princípio sacrificado. As mais fortes resoluções são difundidas, e os interesses eternos são demasiado fracos para manter o vil apetite sob o controle da razão. Alguns nunca ficam realmente bêbados, mas encontram-se sempre sob a influência dos intoxicantes brandos. São febris, instáveis de mente, não propriamente delirantes, mas na verdade desequilibrados; pois as nobres faculdades da mente se acham pervertidas. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 33.

Vinho e Sidra não Fermentados

O puro suco da uva, isento de fermentação, é uma bebida saudável. Manuscrito 126, 1903.

A sidra e o vinho podem ser engarrafados quando frescos, e mantidos doces por longo tempo, e se usados sem fermentar, não destronam a razão. Review and Herald, 25 de março de 1884.

Sidra Doce

Sabemos de que é feita essa agradável sidra doce? Os que utilizam as maçãs no preparo da sidra para mercado, não são muito cuidadosos quanto ao estado da fruta empregada, e em muitos casos o suco de maçãs apodrecidas é espremido.


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Os que não pensariam em introduzir o veneno de maçãs estragadas no organismo, bebem a sidra feita com elas, e consideram-na um luxo; o microscópio, no entanto, revelaria que essa aprazível bebida é muitas vezes imprópria para o estômago humano, mesmo quando recém-saída da prensa. Caso ela seja fervida e se cuide em remover as impurezas, é menos objetável.

Tenho com freqüência ouvido dizer: "Oh! esta é sidra não fermentada; é completamente inofensiva, e mesmo saudável." Vários litros, talvez garrafões são levados para casa. Por alguns dias ela está ainda isenta de fermento, mas dias depois, começa a fermentação. O sabor picante torna-o tanto mais aceitável a muitos paladares, e o que aprecia o vinho ou a sidra doces fica aborrecido de ter de reconhecer que sua bebida predileta se torna sempre forte e ácida. Review and Herald, 25 de março de 1884.

O Único Caminho Seguro

As pessoas que herdaram o apetite dos estimulantes contrários à natureza não devem por modo nenhum ter vinho, cerveja ou sidra diante dos olhos ou ao seu alcance; pois isso lhes mantém a tentação continuamente adiante. A Ciência do Bom Viver, pág. 331.

Se os homens fossem temperantes em tudo, não tocassem, não provassem, não manuseassem chá, café, fumo, vinhos, ópio, e bebidas alcoólicas, a razão tomaria as rédeas nas mãos, e controlaria os apetites e paixões.

Pelo apetite rege Satanás a mente e todo o ser. Milhares de pessoas que poderiam haver vivido, passaram à sepultura, arruinados física, mental e moralmente, por haverem sacrificado todas as suas faculdades à satisfação do apetite. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 37.

Efeitos Intoxicantes do Vinho e da Sidra

As pessoas se podem intoxicar tão verdadeiramente com vinho e sidra como com bebidas mais fortes, e a pior espécie de ebriedade é produzida por essas chamadas bebidas mais brandas. São mais perversas as paixões; maior é a transformação


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do caráter, mais determinada e obstinada. Alguns litros de sidra ou vinho sem fermento podem despertar o gosto pelas bebidas mais fortes, e muitos dos que se tornaram bêbados confirmados foi assim que lançaram as bases do hábito da bebida. Review and Herald, 25 de março de 1884.

Possível Precursor de Embriaguez Habitual

Um só copo de vinho pode abrir a porta à tentação que levará ao hábito da embriaguez. Testimonies, vol. 4, pág. 578.

Estado Doentio Resultante do Uso da Sidra

Do uso habitual de sidra azeda resulta uma tendência para doenças de várias espécies, como hidropisia, desordens hepáticas, nervos trêmulos, afluência do sangue à cabeça. Usando-a, trazem muitos sobre si doenças crônicas. Alguns morrem tuberculosos ou tombam vitimados pela apoplexia, unicamente por isso. Outros sofrem de dispepsia. Todas as funções vitais recusam-se a trabalhar, e o médico lhes diz que têm doença do fígado, quando se eles rompessem o barril de sidra e nunca mais dessem lugar à tentação de o substituir, suas forças vitais maltratadas recuperariam o vigor. Review and Herald, 25 de março de 1884.

Efeitos do Vinho, Depois do Dilúvio

O mundo se tornara tão corrompido mediante a satisfação do apetite e vis paixões nos dias de Noé, que Deus destruiu seus habitantes pelas águas do dilúvio. E à medida que os homens se multiplicaram sobre a Terra, a satisfação do vinho para intoxicação, perverteu os sentidos e preparou o caminho para o excesso no comer carne e fortalecimento das paixões animais. Os homens se exaltaram contra o Deus do Céu; e suas faculdades e oportunidades foram devotadas à glorificação própria em vez de honrarem a seu Criador. Redemption or the Temptation of Christ, págs. 21 e 22.

Induz a Bebidas Mais Fortes

O uso da sidra induz a bebidas mais fortes. O estômago perde o natural vigor, e sente a necessidade de alguma coisa mais forte para o despertar à


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ação. Uma ocasião em que meu marido e eu estávamos viajando, fomos forçados a passar várias horas esperando o trem. Enquanto nos encontrávamos na estação, um lavrador de faces congestionadas, intumescidas chegou ao restaurante anexo e em voz alta e áspera, pediu: "Têm aí aguardente de primeira?" Foi-lhe respondido afirmativamente, e ele pediu meio copo. "Tem o senhor molho de pimenta?" "Sim", foi-lhe respondido. "Bem, ponha duas grandes colheradas dentro." Ordenou em seguida duas colheres de álcool mais, e concluiu pedindo "uma boa dose de pimenta-do-reino". O homem que estava preparando a bebida, perguntou: "Que vai o senhor fazer com esta mistura?" Ele replicou: "Creio que isso vai resolver", e, pondo o copo cheio na boca, bebeu toda essa mistura ardente. Meu marido disse: "Aquele homem tem usado estimulantes até que destruiu as tenras membranas do estômago. Posso imaginar que elas se acham tão insensíveis como uma botina queimada."

Ao ler isto, muitos rirão da advertência de perigo. Dirão: "Certamente o pouco de vinho ou sidra que eu tomo não me pode fazer mal." Satanás marcou esses para presa sua; ele os leva, passo a passo, e eles não o percebem senão quando as cadeias do hábito e do apetite são fortes demais para serem quebradas. Vemos o poder que essa sede de bebida forte exerce nos homens; vemos quantos de todas as profissões e de sérias responsabilidades, homens de alta posição, de destacado talento, de grandes realizações, de sentimentos finos, nervos fortes e de elevada capacidade de raciocínio sacrificam tudo pela satisfação do apetite até se acharem reduzidos ao nível dos animais; e em muitos casos, muitos, o rumo descendente que tomaram começou com o uso do vinho ou da sidra. Sabendo isto, tomo decididamente atitude contrária à manufatura de vinho e sidra para serem usados como bebida. ... Caso todos estivessem vigilantes e fiéis na guarda das pequenas brechas feitas pelo uso moderado dos chamados inofensivos vinho e sidra, fechar-se-ia o caminho à embriaguez. Review and Herald, 25 de março de 1884.


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Vinho na Bíblia

O Vinho em Caná não Era Fermentado

Em parte alguma sanciona a Bíblia o uso de vinho intoxicante. O vinho feito por Cristo da água, nas bodas de Caná, foi o puro suco da uva. Esse é o vinho novo que se "acha num cacho de uvas", de que a Escritura diz: "Não o desperdices, pois há bênção nele." Isa. 65:8.

Foi Cristo que, no Antigo Testamento, advertiu a Israel: "O vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio." Prov. 20:1. Ele nunca proveu tal bebida. Satanás tenta o homem a transigir com aquilo que obscurece a razão e embota as percepções espirituais, mas Cristo nos ensina a pôr a natureza inferior em sujeição. Ele nunca põe diante do homem aquilo que lhe seria uma tentação. Toda a Sua vida foi um exemplo de abnegação. Foi para vencer o poder do apetite que, nos quarenta dias de jejum no deserto, Ele sofreu em nosso favor a mais rigorosa prova que a humanidade podia suportar. Foi Cristo que ordenou que João Batista não bebesse vinho nem bebida forte. Foi Ele que recomendou tal abstinência por parte da mulher de Manoá. Cristo não contradiz os próprios ensinos. O vinho não fermentado, que Ele forneceu para os convidados das bodas, era uma bebida saudável e refrigerante. Foi esse o vinho usado por nosso Salvador e Seus discípulos na primeira comunhão. É o vinho que se deve sempre usar na mesa da comunhão como símbolo do sangue do Salvador. O sacramento destina-se a ser refrigerante para a alma, e comunicador de vida. Com ele não deve estar ligada coisa alguma que sirva ao mal. A Ciência do Bom Viver, pág. 333.

Vinho não Intoxicante Recomendado na Bíblia

A Bíblia não ensina em parte alguma a usar vinho intoxicante, seja como bebida, seja como símbolo do sangue de Cristo. Apelamos para a razão natural, se o sangue de Cristo é mais bem representado pelo puro suco de uva em seu estado natural, ou


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depois de convertido em vinho fermentado e intoxicante. ... Insistimos em que o último nunca deve ser posto na mesa do Senhor. ... Protestamos que Cristo nunca fez vinho intoxicante; tal ato haveria sido contrário a todos os ensinos e exemplo de Sua vida. ... O vinho que Cristo fez da água mediante um milagre de Seu poder, era o puro suco da uva. Signs of the Times, 29 de agosto de 1878.

Os Cristãos e a Produção de Artigos

Para a Manufatura de Bebidas Alcoólicas

Muitas pessoas que hesitariam em pôr aos lábios de um semelhante bebida alcoólica, empenham-se no cultivo de lúpulo, emprestando assim sua influência contra a causa da temperança. Não posso ver como, em face da lei de Deus, cristãos se possam conscienciosamente empenhar no cultivo do lúpulo ou no fabrico de vinho e de sidra para o mercado. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 32.

Abster-se da Aparência do Mal

Quando homens e mulheres inteligentes que se professam cristãos alegam não haver mal em fazer vinho ou sidra para o mercado porque, quando não fermentados, não intoxicam, meu coração se entristece. Sei que há outro lado do assunto a que eles se recusam a olhar; pois o egoísmo lhes fechou os olhos aos males terríveis que podem resultar do uso desses estimulantes. Não vejo como nossos irmãos se possam abster de toda aparência do mal e dedicar-se amplamente a negócio do cultivo do lúpulo, sabendo a que uso irão esses lúpulos.

Os que ajudam a produzir essas bebidas que estimulam e educam a sede de estimulantes mais fortes, serão recompensados segundo a suas obras. São transgressores da lei de Deus, e serão castigados pelos pecados que cometem e pelos que eles influenciaram outros a cometer pela tentação que lhes puseram no caminho.


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Procedam todos quantos professam crer na verdade para este tempo, e ser reformadores, em harmonia com sua fé. Se uma pessoa cujo nome se encontra no livro da igreja fabrica vinho ou sidra para vender, importa que se trabalhe fielmente com ela, e, se continuar a assim fazer, deve ser posta sob censura da igreja. Os que não forem dissuadidos de fazer esse trabalho são indignos de um lugar e um nome entre o povo de Deus.

Devemos ser seguidores de Cristo, aplicar o coração e a influência contra toda má prática. Como nos sentiríamos no dia em que os juízos de Deus forem derramados, ao encontrar-nos com homens que se tornaram bebedores mediante nossa influência? Estamos vivendo no dia antitípico da expiação, e nossos casos devem ser em breve passados em revista por Deus. Como nos acharemos nos tribunais celestes, se nossa maneira de proceder animou o uso de estimulantes que pervertem a razão e são destruidores da virtude, da pureza, e do amor de Deus? Testimonies, vol. 5, págs. 358 e 359.

O Amor ao Dinheiro não Deve Predominar

Tenho alguns hectares de terra que, quando comprei, tinham sido destinadas ao cultivo de uvas para vinho; eu, porém, não venderei nem meio quilo dessas uvas a qualquer fábrica de vinho. O dinheiro que eu ganhasse com elas aumentar-me-ia o lucro; mas em vez de ajudar a causa da intemperança permitindo que elas se convertessem em vinho, eu as deixaria estragarem-se nas videiras. ...

O amor ao dinheiro levará homens a violarem a consciência. Talvez aquele mesmo dinheiro seja levado ao tesouro do Senhor; Ele, porém, não aceitará qualquer oferta dessa espécie, ela é para Ele uma ofensa. Foi obtida por transgressão de Sua lei, que requer que um homem ame a seu próximo como a si mesmo. Não é desculpa para o transgressor dizer que, se ele não houvesse feito vinho ou sidra, alguém o haveria feito, e seu próximo se tornaria ébrio da mesma maneira. Porque alguém chega a garrafa aos lábios de seu próximo, hão


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de cristãos se arriscarem a manchar suas vestes com o sangue de almas - incorrerem na maldição proferida sobre os que põem a tentação no caminho de homens errantes? Jesus chama Seus seguidores a postarem-se sob Sua bandeira e ajudarem a destruir as obras do diabo.

O Redentor do mundo, que bem sabe o estado da sociedade nos últimos dias, apresenta o comer e o beber como os pecados que condenam este século. Ele nos diz que como foi nos dias de Noé, assim será quando o Filho do homem Se manifestar. "Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos." O mesmo estado de coisas existirá nos últimos dias, e os que crerem nessas advertências exercerão a máxima cautela em não seguir uma direção que os ponha sob condenação. Review and Herald, 25 de março de 1884.

Em Face das Escrituras, da Natureza e da Razão

À luz de tudo quanto a Escritura, a Natureza e a razão ensinam em relação ao uso de intoxicantes, como cristãos se podem empenhar em cultivar lúpulo para a fabricação de cerveja, ou na fabricação de vinho ou sidra, para venda? Se amam aos seus semelhantes como a si mesmos, como poderão auxiliar a pôr-lhes no caminho aquilo que lhes servirá de laço? A Ciência do Bom Viver, págs. 333 e 334.

Irmãos, consideremos esses assuntos em face das Escrituras e exerçamos decidida influência ao lado da temperança em todas as coisas. Maçãs e uvas são dons de Deus; podem ser usadas de maneira excelente como artigos saudáveis de alimentação, ou podem ser desvirtuadas por serem mal empregadas. Deus já está arruinando a vinha e a colheita das maçãs devido às práticas pecaminosas dos homens. Encontramo-nos diante do mundo como reformadores; não demos nenhuma ocasião a que os infiéis ou os incrédulos vituperem nossa fé. Disse Cristo: "Vós sois o sal da Terra", "Vós sois a luz do mundo". Mostremos que nosso coração e consciência acham-se sob a influência transformadora da graça divina, e que nossa vida


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é governada pelos puros princípios da lei de Deus, ainda que esses princípios exijam o sacrifício dos interesses temporais. Testimonies, vol. 5, pág. 361.

Temperança e Abstinência Total

Se alguma coisa é necessária para saciar a sede, água pura tomada algum tempo antes ou depois da refeição é tudo quanto a natureza requer. Nunca tomeis chá, café, cerveja, vinho, ou qualquer bebida alcoólica. Água, eis a melhor bebida possível para limpar os tecidos. Review and Herald, 29 de julho de 1884.

A lição aqui apresentada de Daniel e seus companheiros é daquelas que faríamos bem em ponderar. Nosso perigo não é o da escassez, mas da abundância. Somos constantemente tentados ao excesso. Os que quiserem conservar inalteradas suas faculdades para o serviço de Deus, precisam observar estrita temperança no uso de Suas bênçãos, bem como abstinência total de toda satisfação prejudicial ou vil.

A geração nascente acha-se rodeada de seduções calculadas a tentarem o apetite. Especialmente em nossas cidades grandes, toda forma de condescendência é tornada fácil e convidativa. Aqueles que, à semelhança de Daniel, se recusam a contaminar-se, colherão a recompensa de seus hábitos temperantes. Com seu maior vigor físico e acrescido poder de resistência, têm um banco do qual sacar em caso de emergência. Christian Temperance and Bible Hygiene, págs. 27 e 28.

Alega-se muitas vezes que, a fim de se desviar a juventude das leituras sensacionais e indignas, deveríamos proporcionar-lhes melhor espécie de leitura de ficção. Isso equivale a tentar a cura de um bêbado dando-lhe, em lugar de uísque ou aguardente, os intoxicantes mais brandos, como vinho, cerveja ou sidra. O uso desses animaria continuamente o desejo dos estimulantes mais fortes. A única segurança para os bêbados, bem como para o homem temperante, é a total abstinência. A mesma regra se aplica ao amante de ficção. Sua única segurança é a total abstinência. A Ciência do Bom Viver, pág. 446.

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