Conselhos Sobre o Regime Alimentar

CAPÍTULO 16

Regime Dietético nos Sanatórios

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Regime Dietético nos Hospitais

Cuidado Racional e Boa Alimentação

Cumpre estabelecerem-se instituições, onde os que estão sofrendo enfermidades sejam colocados sob o cuidado de médicos-missionários tementes a Deus, sendo tratados sem drogas. A essas instituições virão os que atraíram doenças sobre si mesmos mediante hábitos impróprios no comer e no beber, e aí deverá ser proporcionado um regime simples, saudável e apetecível. Não deve haver regime de fome. Artigos alimentícios saudáveis devem ser combinados de tal maneira que façam pratos saborosos. Manuscrito 50, 1905.

Desejamos construir um hospital onde as doenças sejam curadas pelas próprias provisões da Natureza, e onde o povo seja ensinado a tratar-se a si mesmo quando doentes; onde aprendam a comer com temperança comida saudável, e sejam educados a recusar todos os narcóticos - chá, café, vinhos fermentados, e estimulantes de toda espécie - e a rejeitar a carne de animais mortos. Manuscrito 44, 1896.

Responsabilidade de Médicos, Dietistas e Enfermeiras

É dever do médico ver que seja provido alimento benéfico à saúde, o qual deve ser preparado de maneira a não suscitar perturbações no organismo humano. Carta 112, 1909.

Os médicos devem vigiar em oração, compreendendo que ocupam posição de grande responsabilidade. Devem prescrever para seus doentes a comida que melhor se lhes adapte. Esta comida deve ser preparada por uma pessoa que compreenda que ocupa posição de grande importância, porquanto a boa comida é exigida para formar bom sangue. Manuscrito 93, 1901.


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Parte importante dos deveres da enfermeira é o cuidado com a dieta do paciente. Não se permita que o doente sofra ou enfraqueça por falta de alimento, nem sobrecarregue os enfraquecidos órgãos da digestão. Tenha cuidado em preparar e servir comida agradável ao paladar, mas usando um sábio critério em adaptá-la, tanto em quantidade como em qualidade, às necessidades do paciente. A Ciência do Bom Viver, pág. 221.

Buscar o Conforto e a Boa Vontade do Doente

Aos doentes deve ser proporcionada abundância de alimento saudável e apetecível, preparado e servido de modo tão convidativo, que eles não tenham nenhuma tentação de desejar carne. As refeições poderão tornar-se um meio de educação na reforma de saúde. Importa haver cuidado nas combinações de alimentos a serem oferecidos aos doentes. É de grande valor o conhecimento quanto às apropriadas combinações na comida, e deve ser recebido como sabedoria vinda de Deus.

As horas das refeições devem ser arranjadas de modo a que o doente sinta que os dirigentes da instituição agem com vistas a seu conforto e saúde. Então, ao deixarem a instituição, não levarão consigo o fermento do preconceito. Em caso algum deve ser seguida uma direção que dê ao doente a impressão de que o tempo das refeições foi fixado por leis inalteráveis.

Se, deixando de oferecer a terceira refeição no hospital, virdes pelos resultados que isto está afastando o povo da instituição, é claro o vosso dever. Cumpre-nos lembrar que, ao passo que há alguns que se sentem melhor comendo apenas duas refeições, outros há que, comem levemente em cada refeição, e sentem necessitar alguma coisa à tardinha. Deve ser ingerida comida suficiente para dar força aos nervos e aos músculos. E devemos lembrar que é do alimento ingerido que a mente obtém resistência. Parte da obra médico-missionária que nossos obreiros do hospital devem realizar é mostrar o valor do alimento saudável.


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É certo que nem chá, nem café nem carne sejam servidos em nossos hospitais. Para muitos, isto é uma grande mudança e rigorosa privação. Forçar outras mudanças, como seja a do número de refeições por dia, é provável em alguns casos causar mais danos que bem. Carta 213, 1902.

Exigir Apenas as Mudanças Necessárias

nos Hábitos e Costumes

Os que se acham ligados a esta instituição devem lembrar que Deus quer que eles cheguem aos doentes onde estes se encontram. Cumpre-nos ser a mão ajudadora de Deus no apresentar os grandes problemas da verdade para este tempo; e não devemos buscar interferir desnecessariamente nos hábitos e costumes daqueles que se encontram no hospital como doentes e hóspedes. Muitos desses vêm a esse lugar retirado para ficar apenas algumas semanas. Forçá-los, por tão pouco tempo, a uma mudança nas horas de refeições, é sujeitá-los a grande inconveniência. Se assim fizerdes, verificareis, depois de testar e provar, que cometestes um erro. Procurai o quanto possível conhecer os hábitos dos doentes, e não exijais que eles os mudem quando nada de especial é alcançado com isto.

A atmosfera da instituição deve ser alegre e como de um lar, e o mais sociável possível. Os que vêm em busca de tratamento devem ser levados a sentir-se em casa. Mudanças abruptas relativamente às refeições os manterão em desassossegado estado mental. O resultado da interrupção de seus hábitos serão sentimentos de desconforto. Sua mente ficará perturbada, o que acarretará condições anormais pelas quais serão privados das bênçãos que de outro modo poderiam obter. Quando for necessário mudar-lhes os hábitos, fazei-o com tanto cuidado e de maneira tão agradável, que eles considerem a mudança como uma bênção e não um desconforto. ...

Sejam vossos regulamentos tão coerentes que falem à razão mesmo dos que não foram educados de maneira a verem todas as coisas claramente. Enquanto vos esforçais por introduzir os renovadores e transformadores princípios da verdade na prática


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da vida dos que chegam ao hospital em busca de melhoras para a saúde, fazei-os ver que não lhes é imposta nenhuma cobrança arbitrária. Não lhes deis nenhuma razão de sentir que são obrigados a seguir uma direção que não é de sua escolha. Carta 213, 1902.

Fazer Gradualmente as Mudanças Dietéticas

Eu me achava, em horas da noite, conversando com vós ambos. Tinha algumas coisas a dizer-vos quanto à questão dietética. Falava francamente, dizendo-vos que teríeis de fazer mudanças em vossas idéias quanto ao regime alimentar dos que vêm do mundo ao hospital. Essas pessoas têm vivido impropriamente de alimentos extravagantes. Estão sofrendo em conseqüência de condescendências com o apetite. É necessária uma reforma em seus hábitos de comer e beber. Essa reforma, porém, não pode ser feita assim toda de uma vez. É preciso que se faça gradualmente. Os alimentos saudáveis postos diante deles precisam ser apetecíveis. Toda a sua vida, talvez, tiveram três refeições ao dia e comeram alimentos fortes. É coisa importante atingir essas pessoas com as verdades da reforma de saúde. Para levá-las, porém, a adotar um regime sensato, precisam pôr-lhes adiante abundante provisão de alimento saudável, saboroso. As mudanças não devem ser feitas tão abruptamente que eles se desviem da reforma de saúde, em vez de a ela serem levados. A comida a eles servida precisa ser muito bem preparada, e mais abundante do que vós ou eu comeríamos. ...

Escrevo isto porque estou certa de que o Senhor tenciona que tenhais tato ao ir ao encontro do povo onde eles se encontram, em suas trevas e condescendência consigo mesmos. No que me diz respeito, pessoalmente, estou decididamente do lado de um regime simples. Não será, porém, o melhor pôr doentes mundanos, condescendentes com o próprio eu, em um regime tão estrito que se desviem da reforma de saúde. Isto os não convencerá da necessidade de uma mudança em seus hábitos no comer e beber. Apresentai-lhes os fatos. Educai-os a ver a necessidade de um regime simples, e fazei a mudança gradualmente. Dai-lhes tempo para corresponderem ao tratamento e às instruções a eles ministradas. Trabalhai e orai, e conduzi-os avante o mais brandamente possível.


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Lembro-me de uma vez em ________, quando, no hospital ali, fui solicitada a sentar-me à mesa com os pacientes, e comer com eles, de modo a nos relacionarmos. Vi então que estava sendo cometido um decidido erro no preparo da comida. Esta era ajuntada, por tal forma que ficava sem gosto, e não chegava a dois terços do suficiente. Achei impossível fazer uma refeição que satisfizesse meu apetite. Procurei promover um nova ordem de coisas, e creio que as coisas melhoraram.

A Educação Deve Acompanhar a Reforma

Ao tratar com os doentes de nossos hospitais, devemos raciocinar de causa para efeito. Precisamos lembrar que os hábitos e práticas de uma existência não podem ser mudados num momento. Com uma cozinheira inteligente, e abundante provisão de alimentos saudáveis, podem-se operar reformas bem-sucedidas. Mas talvez leve tempo o efetuá-las. Insistente esforço não deveria ser feito a menos que seja realmente exigido. Precisamos lembrar que a comida que seria apetecível para um adepto da reforma de saúde, poderia ser muito insípida para os que foram acostumados a comidas altamente condimentadas. Deveriam ser feitas palestras, explicando por que são essenciais as reformas no regime, e mostrando que o uso de alimentos grandemente temperados causa inflamação nas delicadas membranas dos órgãos digestivos. Mostre-se por que nós, como um povo, temos mudado nossos hábitos de comer e beber. Mostre-se por que rejeitamos o fumo e toda bebida intoxicante. Exponham-se clara e singelamente os princípios da reforma de saúde, e com isto, ponha-se na mesa abundância de alimento saudável, preparado de maneira saborosa; e o Senhor vos ajudará a tornar impressiva a urgência da reforma de saúde, e levá-los-á a ver que a reforma é para seu máximo bem. Eles sentirão falta de sua comida grandemente temperada, à qual têm estado habituados, mas é preciso fazer um esforço para oferecer-lhes alimento que seja tão saudável e tão apetitoso que deixem de sentir falta dos pratos nocivos. Mostrai-lhes que os tratamentos que lhes são ministrados não lhes farão benefício a menos que façam a necessária mudança em seus hábitos de comer e beber. Carta 331, 1904.


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Em todos os nossos hospitais deve ser provido cardápio liberal para a sala de jantar dos pacientes. Não tenho visto coisa alguma muito extravagante em nenhuma de nossas instituições médicas; mas vi algumas mesas em que faltava decididamente uma provisão de alimento convidativo, bom e apetitoso. Muitas vezes os pacientes nessas instituições, depois de permanecerem por algum tempo, acharam que estavam pagando grande soma por um quarto, pensão e tratamento, sem receberem muito em troca, retirando-se portanto. Naturalmente puseram-se logo em circulação queixas que depunham muito contra a instituição.

Dois Extremos

Há dois extremos, ambos os quais devemos evitar. Ajude o Senhor a cada pessoa ligada a nossas instituições médicas a não defender escassez de alimento. Os homens e mulheres do mundo que vão para nossos hospitais têm muitas vezes o apetite pervertido. Não se podem fazer repentinamente mudanças radicais para todos esses. Alguns não podem ser imediatamente colocados num simples regime de reforma de saúde como seria aceitável em uma família particular. Há, numa instituição médica, apetites vários a satisfazer. Alguns requerem verduras bem preparadas para satisfazer às suas necessidades particulares. Outros não têm podido usar verduras sem sofrer as conseqüências. Os pobres doentes dispépticos precisam muitas palavras de animação. Seja o hospital impregnado da influência religiosa de um lar cristão. Isto há de promover a saúde dos pacientes. Todas estas coisas têm de ser manejadas com cuidado e oração. O Senhor vê as dificuldades a serem ajustadas, e será vosso ajudador. ...

Cardápio Variado

Escrevi-vos ontem algumas coisas que espero não vos sejam de modo algum confusas. Talvez eu haja escrito demasiado quanto à importância de um regime dietético liberal em nossos hospitais. Tenho estado em diversas instituições médicas em que a provisão de comida não era tão abundante como deveria ser. Como bem sabeis, ao prover o alimento aos doentes não se deve seguir um regime fixo, mas variar com freqüência o cardápio


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das refeições, e preparar a comida de maneiras diferentes. Acredito que o Senhor dará a todos vós bom discernimento no preparo do alimento. Carta 45, 1903.

Os que chegam a nossos hospitais em busca de tratamento devem ser servidos de liberal provisão de comida bem preparada. Esta precisa necessariamente ser mais variada em espécie do que seria o caso numa casa de família. Seja a comida de molde a causar boa impressão nos hóspedes. Isto é questão de grande importância. A clientela de um hospital será maior, se houver liberalidade em provisão de saborosa comida.

Tenho deixado repetidamente as mesas de nosso hospital insatisfeita e com fome. Tenho falado com os dirigentes das instituições, dizendo-lhes que seu regime deve ser mais abundante e o alimento mais apetecível. Disse-lhes que devem usar da melhor maneira sua criatividade para fazer as necessárias mudanças. Disse-lhes que se lembrassem de que o que talvez agradasse mais ao gosto dos adeptos da reforma de saúde, não corresponderia absolutamente ao daqueles que têm sempre comido iguarias requintadas, como eles as chamavam. Muito se pode aprender das refeições preparadas e servidas num bem-sucedido restaurante vegetariano. ...

Evitar Extremos

A menos que deis muita atenção a esse assunto, vossa clientela diminuirá em vez de aumentar. Há risco de ir a extremos na reforma do regime.

A noite passada, enquanto eu dormia, estava falando com o Dr. ________. Disse-lhe: Deveis ainda exercer cuidado quanto aos extremos no regime alimentar. Não deveis ir a extremos nem em vosso próprio caso, nem quanto ao alimento servido aos ajudantes e doentes do hospital. Estes pagam bom preço por sua pensão, e devem ter abundante alimento. Alguns talvez cheguem ao hospital em condições que exijam severa renúncia no apetite e a mais simples alimentação, mas à medida que sua saúde melhora, deve ser-lhes proporcionada liberal provisão de alimento nutritivo.


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Talvez vos surpreendais de que eu vos escreva isto, mas fui instruída a noite passada de que uma mudança na alimentação faria grande diferença em vossa clientela. E necessário regime mais liberal. Carta 37, 1904.

O perigo de ir a extremos no alimento deve ser evitado no hospital. Não podemos esperar que os mundanos aceitem imediatamente aquilo que nosso povo tem levado anos para aprender. Mesmo agora há muitos de nossos pastores que não seguem a reforma de saúde, não obstante a luz que têm tido. Não podemos esperar que os que não compreendem a necessidade do regime abstêmio, que não tiveram experiências práticas no assunto, dêem imediatamente o largo passo entre a condescendência consigo mesmos no comer e a mais rigorosa dieta na reforma de saúde.

Aos que vão para o hospital deve ser provido alimento saudável, preparado da maneira mais saborosa, que seja coerente com os princípios corretos. Não podemos esperar que eles vivam exatamente como nós. Seria demasiado grande a mudança. E há bem poucos em nossas fileiras que vivam de maneira tão abstêmia como o Dr. _________ tem julgado sábio viver. As mudanças não devem ser feitas abruptamente, quando os pacientes não estão preparados para elas.

A comida posta diante dos pacientes deve ser de molde a causar neles impressão favorável. Ovos podem ser preparados de várias maneiras. Torta de limão não deve ser proibida.

Bem pouca atenção e trabalho tem sido dispensado ao preparo da comida para que seja saborosa e nutritiva. Não queremos que o hospital fique destituído de pacientes. Não nos é possível converter homens e mulheres do erro de seus caminhos a menos que os tratemos com sabedoria.

Arranjai a melhor cozinheira possível, e não limiteis a comida àquilo que se adaptaria ao gosto de alguns que são rígidos reformadores de saúde. Fosse dado aos pacientes apenas essa comida e eles se desgostariam, porque seria insípida. Não é assim que se ganham pessoas para a verdade em nossos hospitais. Sejam atendidas, irmão e irmã _________, as advertências dadas pelo Senhor quanto a extremos no regime dietético. Fui instruída de que o Dr. ________ deve mudar


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seu regime alimentar, e comer alimentos mais nutritivos. E possível evitar a culinária extravagante, e todavia fazer alimento apetitoso. Sei que todo extremo no regime introduzido no hospital prejudicará o bom nome dessa instituição. ...

Há uma maneira de combinar e preparar alimento que o tornará ao mesmo tempo saudável e nutritivo. Os que estão responsáveis pela cozinha em nossos hospitais devem compreender a maneira de fazer isto. A questão deve ser tratada de um ponto de vista bíblico. Existe o que se chama abster o corpo de nutrição. O preparo da comida pela melhor maneira possível deve tornar-se uma ciência. Carta 127, 1904.

A Influência de Rações Escassas ou

de Comidas sem Sabor

Eles devem ter... a melhor qualidade de todas as espécies de alimento saudável. Os que tinham o hábito de condescender com o apetite quanto a tudo quanto é requintado, se vão para um lugar de retiro e encontram em sua primeira refeição um regime pobre, têm imediatamente a impressão de que as primeiras informações que tiveram acerca dos adventistas como vivendo de maneira tão pobre e passando fome, são verdadeiras. Uma refeição de comida escassa causará mais descrédito à instituição que todas as influências em outras direções que possam ser exercidas para a contrabalançar. Se esperamos encontrar o povo onde ele se encontra e trazê-lo a uma prudente reforma de saúde no regime alimentar, não devemos começar pondo diante deles uma alimentação radical. É preciso que sejam postos na mesa pratos bem preparados, e abundância de alimento bom, saboroso, do contrário aqueles que se preocupam tanto com o que comem pensarão que vão seguramente morrer de fome. Precisamos ter bons pratos, bem preparados. Carta 61, 1886.

Alimentos Cárneos Não Fazem Parte

da Dieta do Hospital

Recebi instruções quanto ao uso da carne em nossos hospitais. As carnes devem ser excluídas do regime, sendo substituídas por alimentos saudáveis, e apetecíveis, preparados de maneira a serem saborosos. Carta 37, 1904.


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Irmão e irmã ________, desejo apresentar a vossa consideração alguns pontos que me foram revelados desde o princípio das dificuldades surgidas em relação com a rejeição de alimentos cárneos da mesa de nossas instituições médicas. ...

Fui claramente instruída pelo Senhor quanto a não se pôr alimentos cárneos diante dos pacientes nas salas de jantar de nosso hospital. Foi-me concedida luz quanto a poderem os pacientes receber carne, se, depois de haverem ouvido as palestras na sala de visitas, insistirem ainda em que lhes demos isto; mas que, em tais casos, ela deve ser comida em seus próprios quartos. Todos os auxiliares devem deixar a carne. Mas se, como foi anteriormente declarado, depois de saber que a carne de animais não deve ser posta nas mesas da sala de jantar, alguns pacientes insistem em querer carne, dai-a de boa vontade no quarto deles.

Habituados, como muitos são a usar carne, não é de surpreender que esperem vê-la à mesa do hospital. Podeis achar desavisado publicar o cardápio, dando uma lista de alimentos fornecidos à mesa; porque a ausência de pratos de carne na alimentação pode parecer formidável obstáculo aos que estão pensando em se tornarem clientes do hospital.

Seja a comida saborosamente preparada e servida com esmero. Será necessário preparar mais pratos do que seria preciso caso fosse servido alimento cárneo. Outras coisas poderão ser providas, de modo que a carne seja excluída. Leite e nata podem ser usados por alguns. Carta 45, 1903.

Nenhuma Prescrição de Alimento Cárneo

Foram-me dadas instruções quanto a não deverem ser empregados em nossas instituições, médicos que comam carne e a prescrevam a seus pacientes, visto falharem decididamente no educar os pacientes em rejeitar aquilo que os torna doentes. O médico que usa e prescreve carne, não raciocina de causa para efeito, e em lugar de agir como restaurador, leva o doente por seu exemplo à indulgência do apetite pervertido.


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Os médicos empregados em nossas instituições devem ser reformadores a esse respeito e em todos os outros. Muitos dos pacientes estão a sofrer em virtude de erros dietéticos. Importa ensinar-lhes o caminho melhor. Como, porém, pode um médico que come carne fazer isso? Por seus hábitos errôneos, ele impede seu trabalho e mutila a sua própria utilidade.

Muitos dos pacientes de nossos hospitais têm raciocinado por si mesmos quanto à questão do alimento cárneo, e no desejo de manter as faculdades mentais e físicas livres de sofrimento, têm deixado a carne fora de sua mesa. Têm assim obtido alivio aos males que lhes torturavam a vida. Muitas pessoas não pertencentes a nossa fé se têm tornado adeptas da reforma de saúde porque, do ponto de vista de seu interesse, viram a coerência de assim proceder. Muitos se têm colocado conscienciosamente ao lado da reforma de saúde no regime alimentar e no vestuário. Hão de os adventistas do sétimo dia continuar a seguir costumes nocivos? Não darão eles ouvidos à recomendação: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus"? I Cor. 10:31. Manuscrito 64, 1901.

Cuidado no Prescrever Exclusão Completa da Carne

A luz dada por Deus quanto ao assunto da doença e suas causas requer ampla consideração; pois são os hábitos errôneos de condescendência com o apetite, e a descuidosa, negligente desatenção ao devido cuidado com o corpo que afeta a pessoa. Os hábitos de asseio, de cuidado com o que é ingerido, devem ser observados.

Não deveis fazer prescrições dizendo que nunca devam ser usados alimentos cárneos, mas educar a mente, e deixar aí penetrar a luz. Seja a consciência da pessoa despertada no que concerne à auto-preservação e à pureza de todo apetite pervertido. ...

Esta questão de comer carne deve ser tratada com precauções. Quando uma pessoa muda de um regime estimulante de carne para o sistema de verduras e frutas, haverá sempre, a princípio uma sensação de fraqueza e falta de vitalidade, e muitos alegam isto como argumento em favor da necessidade da carne. Esse resultado, no entanto, é justamente o argumento que deve ser usado para o abandono dessa alimentação.


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Não se insista para que essa mudança seja feita abruptamente, em especial tratando-se de pessoas com sobrecarga de contínuo trabalho. Seja a consciência educada, estimulada a vontade, e a mudança pode ser feita muito mais depressa e de boa vontade.

Os tuberculosos que se acham em decidido caminho da sepultura, não devem fazer mudanças particulares a esse respeito, mas seja exercido cuidado para obter carne de animais o mais saudáveis possível.

As pessoas que têm tumores consumindo-lhes a vida, não devem ser oprimidas com a questão de deverem ou não abandonar o uso da carne. Cuide-se de não coagir a uma resolução quanto a esse assunto. Não ajuda ao caso impor mudanças, mas prejudicará aos princípios de abstinência da carne. Façam-se palestras na sala de visitas. Eduque-se a mente, mas não se force a pessoa alguma, pois tal reforma feita sob pressão é inútil. ...

É necessário apresentar a todos os alunos e médicos, e por eles a outros, que toda a criação animal está mais ou menos enferma. Não é rara a carne doente; antes, comum. Toda fase de doença passa para o organismo humano pelo sustentar-se das carnes de animais mortos. A fraqueza e debilidade em conseqüência da mudança de regime cárneo será vencida em breve, e os médicos devem compreender que não devem fazer o estímulo de comer carne essencial à saúde e à força física. Todos quantos a põem à margem, com inteligência, depois de se habituarem com a mudança, terão nervos e músculos saudáveis. Carta 54, 1896.

A Dra. ________ perguntou-me se, sob quaisquer circunstâncias, eu aconselharia tomar caldo de galinha, estando uma pessoa doente e não podendo aceitar no estômago nenhuma outra coisa. Eu disse: "Há pessoas morrendo de tuberculose que, se pedirem caldo de galinha, devem recebê-lo. Mas eu teria muito cuidado." O exemplo não deveria prejudicar o hospital, nem servir de desculpas para outros pensarem que seu caso exige o mesmo regime. Perguntei à Dra. ________ se ela tivera um caso assim no hospital. Ela disse: "Não; mas tenho uma irmã no hospital de ________ que se acha muito fraca. Ela tem


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tido ataques de desfalecimento de fraqueza, mas pode comer galinha cozida." Eu disse: "Seria melhor tirá-la do hospital. ... A luz que me foi dada é que, se a irmã que mencionais concentrasse as energias e cultivasse o gosto pelas comidas saudáveis, todos esses ataques de desfalecimento passariam."

Ela cultivara a imaginação; o inimigo aproveitou-se de sua fraqueza física; e sua mente não se revestiu de ânimo contra as provações da vida diária. O que ela necessita, é boa e santificada cura mental, aumento de fé e ativo serviço para Cristo. Necessita também de exercício muscular em trabalho prático ao ar livre. O exercício físico será para ela uma das maiores bênçãos da vida. Ela não necessita ser uma inválida, mas uma mulher sadia, de mente saudável, preparada para desempenhar sua parte nobremente e bem.

Todo o tratamento que pode ser dado a essa irmã será de pouco proveito a menos que ela faça sua parte. Ela necessita fortalecer músculos e nervos mediante trabalho físico. Não necessita ser uma inválida, mas fazer bom e diligente trabalho. Carta 231, 1905.

"Não a Deixes Aparecer"

Encontrei-me com os médicos e o irmão ________ e conversei com eles por cerca de duas horas, e aliviei minha alma. Disse-lhes que haviam sido tentados, e que estavam cedendo à tentação. A fim de assegurar clientela punham uma mesa de carne, e depois eram tentados a ir mais longe, a usar chá e café e drogas. ... Eu disse: Haverá tentação mediante aqueles cujo apetite pela carne tem sido satisfeito, e se essas pessoas têm ligação com o Lar da Saúde, apresentarão tentações para sacrificar os princípios. Importa que não haja a introdução de alimentos cárneos pela primeira vez. Então não seria necessário haver exclusão dos mesmos, visto que nunca apareceram na mesa. ... Fora apresentado o argumento de deverem eles usar carne à mesa até poderem educar-se acerca de seu abandono. Como, porém, iam chegando sempre novos pacientes, a mesma desculpa estabeleceria o uso da carne. Não; não a deixeis aparecer à mesa


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nem uma vez. Então vossas palestras com relação à carne corresponderão à mensagem que deveis apresentar. Carta 84, 1898.

Servir Chá, Café e Carne no Quarto dos Pacientes

Não se devem servir em nossos hospitais... nem chá, nem café ou alimentos cárneos, a menos que o sejam em caso especial, quando o paciente deseje particularmente, e então esses artigos de alimentação devem ser servidos em seu quarto. Carta 213, 1902.

Não Sejam Prescritos Chá, Café e Carne

Os médicos não são empregados para prescrever dieta de carne aos pacientes, pois é essa espécie de regime que os fez doentes. Buscai ao Senhor. Quando O encontrardes, sereis mansos e humildes de coração. Individualmente, não vos mantereis com carne de animais mortos, nem poreis um bocado dessa comida na boca de vossos filhos. Não prescrevereis carne, chá ou café a vossos pacientes, mas fareis palestras na sala de visitas mostrando a necessidade de uma dieta simples. Banireis de vosso cardápio as coisas prejudiciais.

Educarem os médicos de nossas instituições por preceito e por exemplo os que se encontram sob seus cuidados a seguirem uma dieta de carne, depois de anos de instruções da parte do Senhor, inabilita-os para serem superintendentes de nossos institutos de saúde. O Senhor não dá esclarecimentos acerca da reforma de saúde para que eles sejam desconsiderados por aqueles que se encontram em posição de influência e autoridade. O Senhor toma a sério o que Ele diz, e deve ser honrado no Seu dizer. É preciso comunicar luz sobre esses assuntos. É a questão do regime que necessita atenta pesquisa, e as prescrições devem ser dadas segundo os princípios da saúde. Testemunho Inédito, págs. 4 e 5.

Não Servir Bebidas Alcoólicas

Não estamos construindo hospitais para servirem de hotéis. Recebei em nossos hospitais apenas os que desejarem


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conformar-se aos retos princípios, os que aceitarem os alimentos que podemos conscienciosamente colocar diante deles. Permitíssemos nós que os doentes tivessem bebidas intoxicantes em seus quartos, ou lhes servíssemos carne, e não poderíamos dar-lhes o auxílio que devem receber ao vir para nossos hospitais. Precisamos dar a conhecer que, por princípio, excluímos tais artigos de nossos hospitais e restaurantes vegetarianos. Não desejamos nós ver nossos semelhantes libertos de doenças e enfermidades, e desfrutando saúde e vigor? Sejamos então fiéis aos princípios como a bússola ao pólo. Testimonies, vol. 7, pág. 95.

Pratos Convidativos

Não nos é possível moldar a mente dos mundanos aos princípios da reforma de saúde de um momento para outro; não devemos, portanto, assentar regras demasiado estritas quanto ao regime dietético dos doentes. Quando doentes mundanos vêm para o hospital, têm de fazer grande mudança em seu regime dietético; e para que eles sintam o menos possível essa mudança, deve ser empregada a melhor cozinha no ramo saudável, os pratos mais apetecíveis e convidativos postos sobre a mesa. ...

Os que pagam pela pensão e o tratamento devem ter comida preparada na maneira mais saborosa. A razão é clara. Ao serem os pacientes privados dos alimentos cárneos, o organismo sente a mudança. Há uma sensação de abatimento, e eles exigirão liberalidade no regime alimentar. Preparem-se pratos que estimulem o apetite, e sejam agradáveis à vista. Carta 54, 1907.

Alimentos Para Inválidos

Deve ser provida alimentação abundante aos pacientes, mas é preciso cuidado no preparo e na combinação de alimentos para o doente. A mesa de um hospital não pode ser posta exatamente como a de um restaurante. Faz grande diferença se a mesa será posta para homens sadios, que podem digerir quase tudo em matéria de artigos alimentares, ou diante de inválidos.


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Existe o perigo de prover uma dieta estrita demais a pessoas que vieram diretamente de um regime tão abundante que estimulava a glutonaria. O alimento deve ser liberal. Ao mesmo tempo, porém, deve ser simples. Sei que a comida pode ser feita com simplicidade, e todavia tão apetitosa que os que foram acostumados com um alimento mais requintado encontrem nela prazer.

Ponha-se à mesa abundância de frutas. Alegro-mede que vos é possível prover a mesa do hospital de frutos frescos dos vossos próprios pomares. Isto é realmente grande vantagem. Carta 171, 1903.

A Educação da Mesa do Hospital

No preparo do alimento, devem-se manter brilhando os áureos raios da luz, ensinando os que se sentam à mesa a maneira de viver. Esta educação deve também ser dada aos que visitam o Retiro da Saúde, a fim de que daí levem princípios de reforma. Carta 71, 1896.

O preparo da comida para os pacientes do hospital requer atenta e cuidadosa atenção. Alguns dos pacientes provêm de lares em que as mesas se acham diariamente carregadas de alimentos extravagantes, e todo esforço deve ser feito para pôr diante deles comida apetecível e ao mesmo tempo saudável.

Recomendar a Reforma de Saúde

O Senhor quer que a instituição com que vos achais ligados seja um dos lugares mais satisfatórios e aprazíveis do mundo. Desejo que mostreis especial cuidado em prover aos pacientes uma alimentação que não ponha em risco a saúde, e recomende ao mesmo tempo nossos princípios da reforma de saúde. Isto pode ser feito, e assim sendo, causará agradável impressão no espírito dos pacientes. Ser-lhes-á uma educação, mostrando-lhes a vantagem do viver saudável acima de seu modo de viver. E ao deixarem a instituição, levarão consigo um relatório que influenciará outros a irem para lá. Carta 73, 1905.


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A Mesa dos Auxiliares

Tendes muito pouco cuidado e vos preocupais muito pouco com o providenciar uma refeição bem-ordenada e suficiente para vossos obreiros. Eles são os que necessitam de abundância de alimentos frescos e saudáveis. Exercem constante esforço; é preciso conservar-lhes a vitalidade. Seus princípios devem ser educados. De todo o hospital, são eles os que devem ser abundantemente fornecidos dos melhores e mais saudáveis e revigorantes alimentos. A mesa de vossos auxiliares deve ser provida, não de carne, mas de abundante provisão de bons frutos, cereais e verduras preparados de maneira deliciosa e saudável. Vossa negligência em fazer isto tem-vos aumentado o lucro, mas custou o elevado preço de destruir as forças e energias de vossos obreiros. Isto não tem agradado ao Senhor. O cardápio todo tem uma influência que não recomenda vossos princípios aos olhos dos que se sentam à mesa dos auxiliares. Carta 54, 1896.

O Cozinheiro é Um Médico-Missionário

Obtende o melhor cozinheiro que vos for possível para vos ajudar. Caso a comida seja preparada de maneira a ser uma sobrecarga para os órgãos digestivos, estai certos de que é necessária uma pesquisa. O alimento pode ser preparado de tal modo que seja ao mesmo tempo saudável e saboroso. Carta 100, 1903.

O cozinheiro de um hospital deve ser totalmente reformador de saúde. Um homem não se acha convertido a menos que seu apetite e regime dietético correspondam a sua profissão de fé.

O cozinheiro em um hospital deve ser um médico-missionário bem experiente. Deve ser pessoa capaz, apta a experimentar por si mesma. Não se deve limitar a receitas. O Senhor nos ama, e não quer que nos façamos mal a nós mesmos seguindo receitas prejudiciais à saúde.

Em todo hospital haverá quem se queixe da comida, dizendo que ela não lhes vai bem. Esses devem ser educados com relação aos males do regime não saudável. Como pode o cérebro estar claro enquanto o estômago sofre? Manuscrito 93, 1901.


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Deve haver em nosso hospital cozinheiro que entenda plenamente do trabalho, pessoa de bom discernimento, que possa experimentar, que não introduza no alimento os ingredientes que devam ser evitados. Carta 37, 1901.

Tendes um cozinheiro que possa preparar pratos que os pacientes não possam senão ver que são um melhoramento à dieta a que estavam habituados? A pessoa que cuida da cozinha de um hospital deve ser capaz de fazer combinações de alimentos saudáveis e apetitosos, e essas combinações de alimentos precisam ser alguma coisa mais substanciosa do que vós e eu comeríamos. Carta 331, 1904.

A pessoa que ocupa a posição de cozinheiro tem lugar de demasiada responsabilidade. Deve ser exercitada em hábitos de economia, e compreender que não se deve desperdiçar comida alguma. Cristo disse: "Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca." João 6:12. Dêem os empregados de qualquer departamento ouvidos a estas instruções. A economia deve ser aprendida pelos educadores e ensinada aos auxiliares não somente por preceito, mas por exemplo. Manuscrito 88, 1901.

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