No Deserto da Tentação

A Terceira Tentação

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Deus tolerou que Satanás por algum tempo tivesse este poder sobre Seu Filho. Jesus sabia que se Ele preservasse Sua integridade nesta posição de extrema provação, um anjo de Deus seria enviado para aliviá-Lo, se não houvesse outra maneira. Ele tomou a natureza humana e foi o representante da humanidade.

A Terceira Tentação

Satanás viu que ele não prevaleceu em nada contra Cristo na sua segunda grande tentação. "Novamente, O transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse-Lhe: Tudo isto Te darei se, prostrado, me adorares." Mat. 4:8 e 9.

Nas duas primeiras grandes tentações Satanás não havia revelado seus verdadeiros propósitos ou seu caráter; ele afirmava ser um mensageiro exaltado das cortes do Céu, mas agora tira seu disfarce. Apresentou a Cristo todos os reinos do mundo na mais atrativa luz, enquanto se dizia ser o príncipe deste mundo.

Essa última tentação era a mais persuasiva das três. Satanás sabia que a vida de Cristo deveria ser de tristezas, dificuldades e conflitos. Ele pensou que poderia aproveitar-se desse fato para subornar Cristo a renunciar à Sua integridade. Satanás usou toda a sua força nessa última tentação, pois este último esforço iria decidir seu destino, quem seria vitorioso. Ele afirmava que o mundo era seu


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domínio e que ele era o príncipe das potestades do ar.

Levou Jesus ao topo de um monte muito alto e apresentou-Lhe uma visão panorâmica de todos os reinos do mundo, que por muito tempo tinham estado sob seu domínio e os ofereceu a Ele como uma grande dádiva. Disse a Cristo que Ele poderia apossar-Se de todos estes reinos, sem sofrimento ou perigo. Satanás prometeu ceder o seu cetro e domínio e fazer de Cristo o governante de direito por apenas um só favor dele. Tudo que ele queria em retorno por entregar-Lhe todos os reinos do mundo naquele dia apresentados diante dele, é que Cristo deveria prestar-lhe homenagem como a um superior.

Os olhos de Jesus repousaram por um momento sobre a glória apresentada diante dele; voltou-Se, porém, recusando continuar a olhar para o fascinante espetáculo. Não iria danificar Sua leal integridade perdendo tempo com o tentador. Quando Satanás solicitou a homenagem divina de Cristo, despertou-se-Lhe a indignação e Ele não pôde mais tolerar sua presunção profana nem mesmo permitir-lhe que. permanecesse na Sua presença. Aqui, Cristo exerceu Sua autoridade divina e ordenou que Satanás desistisse. "Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás." Mat. 4:10.

Satanás, em seu orgulho e arrogância, havia declarado ser ele o governante do mundo por direito permanente, o possuidor de todas as suas riquezas e glórias, exigindo homenagem dos seus


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seres viventes, como se ele tivesse criado o mundo e todas as coisas que nele existem. Disse a Cristo: "Dar-Te-ei a Ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e a dou-o a quem quero." Luc. 4:6. Procurou fazer um contrato especial com Cristo, ordenando que Ele o adorasse.

Este insulto ao Criador levou a indignação do Filho de Deus a repreendê-lo e expulsá-lo. Satanás orgulhou-se de haver escondido seu verdadeiro caráter e propósito na primeira tentação, de tal modo que Cristo não o reconheceu como o chefe rebelde caído que Ele já havia derrotado e expulso do Céu. As palavras de Cristo: "Vai-te, Satanás" (Luc. 4:8), evidenciaram que ele fora reconhecido desde a primeira tentação, e toda a sua habilidade não teve nenhum êxito sobre o Filho de Deus. Satanás sabia que se Cristo tivesse de morrer para redimir o homem, seu poder terminaria após algum tempo e ele seria destruído. Assim sendo, era seu estudado plano impedir, se possível, a conclusão do grande trabalho que foi começado pelo Filho de Deus. Se o plano da redenção do homem falhasse, ele reteria o reino que então requeria e, se fosse bem-sucedido, regozijaria-se de que reinaria em oposição ao Deus do Céu.

Quando Jesus deixou o Céu, deixando lá o Seu poder e glória, Satanás exultou. Pensou que o Filho de Deus fora colocado sob seu poder. A tentação ao santo par no Éden fora tão fácil que ele esperava que com sua satânica astúcia e poder venceria até mesmo o Filho de Deus e salvaria sua vida


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e seu reino. Se ele pudesse tentar Jesus a afastar-Se da vontade de Deus, como fez na sua tentação a Adão e Eva, então seu objetivo seria alcançado.

Estava prestes a vir o tempo em que Jesus redimiria a possessão de Satanás, dando Sua própria vida; e depois de algum tempo tudo no Céu e na Terra se submeteria a Ele. Foi fiel. Escolheu uma vida de sofrimento, uma ignominiosa morte e, da maneira apontada pelo Pai, tornar-Se-ia o governador legítimo dos reinos da Terra, tendo-os nas mãos como possessão para sempre. Satanás também seria colocado em Suas mãos para ser destruído pela morte e nunca mais molestar a Jesus e aos santos na glória.

Disse Jesus a este vil inimigo: "Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás." Mat. 4:10. Satanás havia desafiado Cristo a mostrar-lhe evidência de que Ele era o Filho de Deus, e agora tinha a prova que pedira. Foi compelido a obedecer à ordem divina. Foi repelido e silenciado. Não teve poder para resistir ao positivo repúdio. Foi repelido instantaneamente, sem uma palavra de resistência, desistindo e deixando o Redentor do mundo.

A presença odiosa de Satanás foi afastada. A luta estava terminada. Com inexprimível sofrimento, a vitória de Cristo no deserto foi tão completa como fora a queda de Adão. Por um espaço de tempo Ele Se livrou da presença do Seu poderoso adversário e de suas legiões de anjos.

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